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- 676 - Elizabeth Aldworth: A Notável Senhora Maçonaria
A história da Maçonaria é repleta de tradições, rituais e, muitas vezes, uma aura de mistério. No entanto, há um capítulo excepcional que destoa das convenções estabelecidas ao longo dos séculos - a notável figura de Elizabeth Aldworth, conhecida como Lady Freemason ou Senhora Maçonaria. Seu papel pioneiro na Maçonaria, sendo uma mulher inserida
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageSun, 03 Dec 2023 - 03min - 675 - O ABORTO
O que podemos compreender acerca do aborto? É considerado um crime? Quais são as implicações morais e espirituais decorrentes dessa prática? Quais intuições a Doutrina Espírita nos proporciona para uma compreensão mais profunda? Aborto é definido como a interrupção da gravidez antes da viabilidade fetal, ou seja, antes do feto ser capaz de uma vida independente fora do útero. Distingue-se de eventos como morte fetal, feticídio, parto prematuro, infanticídio e natimortos. A melhor definição é a eliminação de um ser humano no período entre a fecundação e o nascimento. O tema do aborto é controverso, abordando desde o direito da mulher sobre seu corpo até os preceitos divinos que protegem a vida indefesa. Torna-se crucial também para políticas públicas, considerando os impactos financeiros. Atualmente, há debates sobre a descriminalização do aborto no Brasil, já legalizado em alguns países. A Igreja e as religiões frequentemente criticam sua legalização, destacando a diferença entre legalidade e moralidade. É essencial analisar o aborto considerando os membros da família consanguínea, que, segundo instruções dos benfeitores espirituais, têm resgates a serem enfrentados. Impedir o nascimento de uma criança pode dificultar as provações pelas quais o espírito deveria passar. A problemática filosófica do aborto está fundamentada no estatuto antropológico do embrião. Desde a fecundação, ocorre a formação de um novo ser humano. A questão é: quando o feto se torna uma pessoa e não apenas uma "pessoa futura" ou "pessoa potencial"? Historicamente, acreditava-se que a alma espiritual se manifestava após 40 dias para homens e 80 dias para mulheres. Essa visão foi abandonada no século passado em favor da "animação imediata", considerando a simultaneidade entre fecundação e personalidade humana. Se o concebido é considerado uma pessoa desde a fecundação, qualquer aborto carrega uma responsabilidade moral, sendo equiparado a um homicídio, dada a impossibilidade de defesa e a inocência do agredido. A resolução de conflitos de valores permite, em alguns casos específicos, a intervenção moralmente lícita, como nos casos de embrião morto, ablação de útero grávido com embrião inviável e situações de perigo iminente à vida da mãe. Aborto pode ser natural ou artificial, espontâneo ou provocado voluntariamente. Existem também o aborto ilegal, considerado crime, e o aborto clandestino. As causas são diversas, envolvendo fatores relacionados à mulher, à família e à sociedade. Entre elas, estão o medo da gravidez, falta de recursos financeiros e pressões familiares. Estimar o número de abortos clandestinos é desafiador, enquanto dados sobre abortos legais podem ser subnotificados. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, cerca de uma em cada sete brasileiras entre 18 e 39 anos já fez aborto, totalizando aproximadamente 5 milhões de mulheres. A condenação do aborto baseia-se em avaliações morais, especialmente oriundas de convicções religiosas, defendendo o direito inalienável à vida que somente Deus detém. Questiona-se se o aborto provocado é um crime, considerando que, ao contrário de guerras e pena de morte, não há um agressor. Contudo, a perspectiva religiosa condena o aborto, considerando o novo ser como uma vítima inocente. O aborto é associado à interrupção da vida, infringindo a lei divina. As consequências espirituais podem refletir-se em desafios para o casal, como a dificuldade de conceber, e em desajustes perispirituais, manifestados no corpo físico, presente e futuro, através de condições como câncer, esterilidade e infecções persistentes. Nosso corpo é um empréstimo divino, exigindo cuidados tanto físicos quanto espirituais. Respeitar a vida dentro dele é fundamental, considerando as implicações morais, espirituais e sociais do aborto. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Sun, 03 Dec 2023 - 04min - 674 - Grande Loja do Espírito Santo Comemora 53 Anos de Fundação
No dia 18 de novembro, a Grande Loja Maçônica do Estado do Espírito Santo (GLMEES) encerrou as festividades em comemoração aos seus 53 anos de fundação, em uma celebração grandiosa realizada em Vitória. O evento reuniu mais de 500 Irmãos, cunhadas e sobrinhos, solidificando os laços de fraternidade que há décadas unem a família maçônica no estado.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageThu, 30 Nov 2023 - 02min - 673 - EGO: - QUAL É O MEU NOME?
Por Hilquias Scardua
Quando descobrimos a importância de nossos nomes, seus significados e o quanto influenciam socialmente, emocionalmente e até espiritualmente em nossas vidas? Alguns questionam mais cedo que outros os motivos e a origem de seus nomes, tanto o nome que precede a existência como os sobrenomes que carregam a herança cultural familiar e o "rótulo" social ao longo do tempo e das civilizações.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageThu, 30 Nov 2023 - 04min - 672 - BAPHOMET - DA LUZ ÀS TREVAS
Por J.A.P. Filho (*)
A imagem de BAPHOMET, bode andrógino e alado, certamente consiste em uma das figuras mais controversas do ocultismo moderno. Diversos estudiosos demandam grande parte de suas pesquisas no intuito de explicar o significado dessa esfinge, a qual desperta em cada pessoa, sentimentos que variam desde às trevas à luz.
Dessa forma, justifica-se a importância desta peça de arquitetura. Explicar o significado dessa figura tão explorada, muitas vezes de forma temerária, consiste em uma tentativa de combater superstições e incentivar os irmãos a manterem sempre abertas suas mentes. Destaco que um símbolo nada significa para àquele não detém a chave para interpretá-lo e, deixar que outras pessoas o interpretem em seu lugar, consiste em renegar o dever mais básico do maçom, o de pensar.
No entanto, julgo importante que, antes de começarmos a interpretação da tradicional e horripilante imagem, primeiramente devemos recorrer ao estudo da etimologia da palavra BAPHOMET. Ressalto que os significados que serão apresentados decorrem de diversas linhas filosóficas e explicações de antigos e modernos ocultistas.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageWed, 29 Nov 2023 - 17min - 671 - 1º REGISTRO DA CARAVANA DA COLMEIA OPERATIVA
Na histórica jornada da caravana "Colmeia Operativa" em direção à ARLS Fraternidade Iconhense, Nº 3.888, sob o amparo do VM.’. Charles Marcon Almeida, as ásperas pedras, firmemente enraizadas no solo, longe de sua inanição, metamorfosearam-se em peregrinos maçônicos em busca de fortalecimento fraternal e respaldo filosófico em 20/11/2023. A tripulação da caravana fora preenchida por 15 (quinze) valorosos IIr.’. Kheytte Vasconcelos Gomes; Wildelson Nascimento de Faria; Carlos Alberto Conde Santos; Antonio Eugenio Polessa de Castro; Arlivaldo Guimarães dos Santos; Carlos Eduardo Mofati Andrade de Oliveira; Celso Machado Castellan; Marcelo Paiva Santos; Manoel Guimaraes; Phelippe Zanotti Giestas; Vitor Andrade de Oliveira; Marcelo Luiz Rosas Barbosa; Ormindo Affonso Neiva Pinto; Washington Agripino Da Silva Habbib; Jose Carlos Federici.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageTue, 28 Nov 2023 - 06min - 670 - Laico: a Verdade do Impostor
Por Hilquias Scardua Eu perdi a hora, o exato momento em que eles entraram e tomaram a banca, sentaram no trono, revestiram-se de coroa, dos trajes e alfaias. Perdi a festa quando as danças ganharam novos gestos e a música um ritmo cacofônico. Ainda é muito estranho lidar com o monólogo impositivo dos senhores da verdade. O diálogo ficou silenciado; uma parte não conseguiu dizer o que veio dizer; então o monólogo continuou, servido de arrogância e por um ato de perjúrio, traindo a condição humana e o progresso. Perdemos a capacidade de colocar à mesa o pensamento para ser assistido, apreciado e compartilhado, quiçá permiti-lo ao nobre avanço dialético. Em meio a imposição, surge uma reflexão sobre a laicidade, sobre a liberdade de pensamento, sobre a necessidade de respeitar o espaço do outro na construção das verdades pessoais. Eles querem possuir, conquistar e escravizar o pensamento alheio com as "verdades irrefutáveis" da voz "divina". A laicidade, entendida como a separação entre o poder religioso e o poder político, tem como princípio o respeito à diversidade de opinião e a garantia da liberdade de expressão de cada indivíduo e de sua crença. No entanto, mesmo nas sociedades laicas, percebe-se a persistência de imposições disfarçadas, muitas vezes sutis, que tentam moldar a visão de mundo de acordo com determinadas narrativas. É bem comum ouvir inúmeras vertentes religiosas imporem suas tradições de fé como o método mais eficaz e soberano sobre a natureza humana e Divina. Eco: “Eles querem possuir, conquistar e escravizar o pensamento alheio com as 'verdades irrefutáveis' da voz 'divina'”. As experiências e a diversidade, tanto quanto o caminho extenso das culturas religiosas, mesmo que umas e outras se encontrem em certa camada e linha histórica. Recentemente, vi grupos religiosos atacando uns aos outros de forma explícita e naturalizada. Vertentes de matriz africana são atacadas por milícias no Rio de Janeiro, outros são caçados por políticos... São questões presentes e resumidas, para não precisarmos entrar no absurdo dos fatos. A briga animosa da política, da fé, da corrupção e da ganância. Nesse turbilhão de interesses conflitantes, a laicidade se torna um refúgio necessário. Ela não é apenas uma separação formal entre Estado e religião, mas também uma garantia de que a fé seja uma escolha pessoal, livre de imposições e manipulações. A busca pela verdade, muitas vezes, é desviada quando a religião se torna um instrumento de poder e controle. A laicidade surge como um chamado à reflexão, convidando-nos a resgatar a essência espiritual, afastando-nos das artimanhas do impostor que distorce a verdade em prol de interesses egoístas. Os bastidores das religiões, na banalização da fé e dos cultos sagrados, evocam sem reservas inúmeros charlatões e tendenciosas mazelas quanto ao Sagrado Ofício, até descredibilizar alguns grupos e instituições. Um descrédito generalizado, desviando o foco do verdadeiro propósito espiritual permitindo que os interesses Profanos e ganhos pessoais ganhem cada vez mais espaço na sacralidade. São confidentes, porém sutis afirmações. Considerando a frase do pensador Martin Heidegger: "Entre o pensamento e a poesia há um parentesco porque ambos usam o serviço da linguagem e progridem com ela. Contudo, entre os dois persiste ao mesmo tempo um abismo profundo, pois moram em cumes separados". Aqui está a ponte, caro leitor. Assim, o pensamento serve aos ânimos da fé cega, do fanatismo religioso, da falta de cultura e de conhecimento. As guerras por detrás disso são as nossas próprias guerras, vigoradas pelas verdades absolutas de nossa ignorância. É o tato áspero que impossibilita sentir o calor da pele vizinha; com essa mesma aspereza nos relacionamos e ousamos dizer que respeitamos. Fomos convidados a perder a hora e chegamos ao final da festa. Mas cá estamos, ouvindo a música nas piores frequências e cientes do monólogo imperativo e falacioso de quem tem a palavra na boca. Um convite à reflexão sobre os valores e culturas, a tradição e evolução da fé. Hilquias Scardua Cavaleiro da Liberdade --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Tue, 28 Nov 2023 - 04min - 669 - Quais as Origens da Maçonaria e Qual a sua Idade? (parte 3)
Por Irmão José Ronaldo Viega Alves COMENTÁRIOS (continuação) Existem artigos que conseguem abarcar de maneira sucinta assuntos que exigem bastante trabalho quando se pretende resumi-los. No caso do Colégios Romanos há uma grande quantidade de estudos sobre os mesmos e, portanto, um manancial de informações. Um desses artigos que tem sido de grande utilidade aqui, pois, consegue contemplar várias das organizações e associações do passado que possuíam semelhanças ou que acabaram influindo na Maçonaria, é o de autoria do Irmão António Rocha Fadista e que tem por título “Origens Religiosas e Corporativas da Maçonaria”, sendo que, muitas das informações que os leitores puderam absorver até aqui a respeito aos Colégios Romanos são dele provenientes. O autor conseguiu compactar uma história que sabemos complexa, em virtude das suas muitas vertentes, a dos primórdios da Maçonaria, expondo de forma muito clara os arcabouços de muitas das antigas corporações de artesãos e arquitetos que deixariam marcas indeléveis na Maçonaria, fossem elas provenientes dos seus métodos, da maneira como se organizavam, dos seus rituais, do seu simbolismo, das suas crenças e das suas práticas nos antigos mistérios. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Mon, 27 Nov 2023 - 22min - 668 - O Trabalho
Em uma visão geral e ampla, o trabalho é muito desejado pelo homem, cultivado e exercido pelo ser humano em geral. Na Maçonaria, é enfatizado no Grau de Companheiro, sendo uma constante nos demais Graus simbolizado pelo uso do Avental.
Na visão dos alquimistas, os três elementos mais importantes para o desenvolvimento do Ser humano e da humanidade como um todo são: o sol, a inteligência e o trabalho. Na verdade, tanto o sol quanto a inteligência estão intrinsicamente relacionados ao trabalho como passo a apresentar nessa minha singular explanação.
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Por Pablo Henrique Hubner de Lanna Costa
Livro de Amós, Capítulo 7, versículos 7 e 8
7. Mostrou-me também isto: eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo; e tinha um prumo na mão. 8. O Senhor me disse: Que vês tu, Amós? Respondi: Um prumo. Então, me disse o Senhor: Eis que eu porei um prumo no meio do meu povo de Israel; e jamais passarei por ele.
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No entrelaçamento do tempo e do destino, onde o futuro se desdobra em um mosaico de possibilidades, nos deparamos com uma reflexão sombria: a possível extinção da Maçonaria. Imaginemos um mundo onde o silêncio ressoa em nossos templos maçônicos, e as colunas que sustentam nossas lojas desmoronam, não sob o peso do tempo, mas sob o fardo do esquecimento. Esta imagem evoca uma dor aguda em nossos corações, pois simboliza a perda de algo que transcende o físico, algo que reside no domínio do espírito e da moralidade.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageFri, 24 Nov 2023 - 05min - 665 - A MAÇONARIA E O NATAL
O Natal é uma época do ano marcada por celebrações, festividades e uma atmosfera de confraternização. Enquanto muitas pessoas associam essa festividade principalmente a tradições religiosas, há uma dimensão menos conhecida, mas fascinante, que envolve a Maçonaria. A Maçonaria, uma antiga ordem fraterna que remonta a séculos, tem uma relação interessante e multifacetada com o Natal.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageFri, 24 Nov 2023 - 03min - 664 - POR QUE O PAPA FRANCISCO CONFIRMOU A PROIBIÇÃO DE CATÓLICOS SE TORNAREM por MAÇONS – Parte 2
Por Massimo Introvigne
Não é porque a Maçonaria seja anticatólica (o que, em muitos países, não é) que os católicos não possam aderir a ela, diz o Vaticano, mas porque ensina um método onde não há lugar para dogmas inquestionáveis.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageFri, 24 Nov 2023 - 10min - 663 - A RELAÇÃO ENTRE TEMPLÁRIOS, MAÇONARIA E A INTRIGANTE CAVERNA ROYSTEN
Uma fascinante viagem no tempo entre gravuras religiosas e teorias misteriosas
Royston, Inglaterra – O ano é 1742 quando um comerciante local, com a intenção de melhorar a localização da sua loja, faz uma descoberta surpreendente: uma pedra de moinho enterrada que esconde uma incrível caverna artificial.
A Caverna Royston, cujas origens remontam a épocas anteriores, revela-se um tesouro de inestimável valor histórico e arqueológico. A imagem da capa
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageThu, 23 Nov 2023 - 03min - 662 - POR QUE O PAPA FRANCISCO CONFIRMOU A PROIBIÇÃO DE CATÓLICOS SE TORNAREM MAÇONS Parte 1Thu, 23 Nov 2023 - 08min
- 661 - Um Maçom Elegante
Salvador Allende, segundo o biógrafo Mario Amorós: ‘Um maçom elegante, longe da imagem típica de um revolucionário socialista’.
Uma biografia atualizada descreve com nova documentação a vida e a trajetória política do ex-presidente chileno.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageWed, 22 Nov 2023 - 06min - 660 - Elites Católicas Travam Guerra Contra os Maçons
Por Ashley Cowie Em 1738, o Papa Clemente XII proibiu os católicos de se tornarem maçons e, em 1983, o cardeal Joseph Ratzinger lembrou aos católicos que ser maçom os colocava “num estado de pecado grave”. Agora Roma está tendo outra chance em uma das irmandades mais famosas do mundo. Isto ocorre à medida que mais católicos estão migrando para o que é conhecido como “o ofício”, um termo que abrange o ritual, os princípios e os ensinamentos dos maçons. Embora ninguém esteja dizendo isso, esta história é sobre um ato moderno de “anti-maçonaria”, um movimento tão antigo que tem sua própria página na Wikipedia. A Antimaçonaria não é um movimento organizado globalmente e consiste em críticas divergentes de instituições políticas e religiões organizadas, que têm membros da elite que desprezam a Maçonaria. Nesta recente demonstração de perseguição aos maçons, o Vaticano publicou um novo documento, assinado pelo Papa Francisco e pelo Cardeal Prefeito da DDF, Victor Fernández, em resposta às preocupações levantadas por um bispo nas Filipinas. O santo paranóico alertou Roma sobre o aumento do número de católicos na sua diocese que se matriculavam na Maçonaria e pediu conselhos ao topo da hierarquia católica. Defina o inimigo e depois destrua o inimigo Um artigo no site da Agência Católica de Notícias explica que o dicastério respondeu ao bispo das Filipinas em 13 de novembro, sugerindo “uma estratégia coordenada” para enfrentar a ameaça maçônica. Tão dramática foi a resposta de Roma que apelou a “todos os bispos” da Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas para “promoverem a catequese em todas as paróquias sobre as razões da irreconciliabilidade entre a fé católica e a Maçonaria”. Leia a última linha novamente. É uma caça às bruxas moderna. Certo? Roma não está a pedir aos seus bispos relatórios sobre o número dos seus membros que também são maçons, mas sim razões para apoiar a noção predeterminada de que o catolicismo é incompatível com o seu antigo rival, a Maçonaria. A afirmação tradicional de que o Catolicismo e a Maçonaria são incompatíveis é uma farsa demonstrável. Pois se este fosse o caso, por que então tantos católicos estão aderindo à Maçonaria? O problema neste caso nega o problema! A mais longa guerra fria: a Igreja Católica versus os maçons Em 1738, o Papa Clemente XII assinou uma bula papal proibindo os católicos de se tornarem maçons. O Vaticano desenterrou as disposições da Declaração da Igreja Católica de 1983 sobre as Associações Maçónicas. Assinado pelo Cardeal Joseph Ratzinger, que serviu como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, em poucas palavras, este documento decreta que os clérigos e membros da congregação que se inscrevem na Maçonaria “estão em estado de pecado grave e não podem receber Comunhão." O documento da DDF afirma que a Maçonaria “é muito significativa nas Filipinas” e apela aos bispos nas Filipinas para que considerem fazer uma declaração pública sobre o ensinamento da Igreja sobre a Maçonaria. Prossegue difamando não apenas os católicos que também são maçons, mas qualquer pessoa que não veja “nenhuma oposição entre ser membro da Igreja Católica e de Lojas Maçónicas”. Os Caminhos Conjuntos da Maçonaria e do Catolicismo? Ao contrário do que o History Channel pode lhe dizer, a Maçonaria não é uma sociedade secreta. Se fosse, não saberíamos de sua existência. Mais precisamente, é uma sociedade com segredos. E embora muitos estudiosos católicos afirmem que os rituais da Maçonaria entram em conflito com a fé católica, isso ocorre porque eles não sabem o que os maçons realmente fazem. A Maçonaria compreende membros de “todas as religiões” e não exige adesão a nenhum livro sagrado. Os membros prestam juramento sobre um “Volume da Lei Sagrada” (VSL), que é representado por diferentes textos religiosos ou filosóficos, dependendo dos requisitos de uma reunião ou ritual da Loja. Além disso, os rituais maçónicos são essencialmente reconstituições teatrais de histórias “bíblicas”, com os membros reencenando figuras históricas importantes. Portanto, em vez de um bispo “pregar” aos seus membros, a função do ritual maçónico expõe os candidatos a maçons a ideias, morais, princípios e valores, ferramentas com as quais ele primeiro se enquadra, como uma pedra de construção, para que ele se encaixe congruentemente dentro de si mesmo. Assim, Roma afirmar que a Maçonaria está desalinhada com o catolicismo, é desrespeitoso com o poder percebido da Bíblia , que na realidade une os caminhos religiosos e maçónicos. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Tue, 21 Nov 2023 - 05min - 659 - O Maçom Entre o Domínio Esotérico e Profano
Por Francesco Sammartano A Ordem Maçônica desempenha o papel de guardiã da Chave que abre as portas da comunicação com o vasto universo do conhecimento, valendo-se da linguagem simbólica que caracteriza o esoterismo como uma herança ancestral. São os verdadeiros iniciados que, ao compreender a essência do Divino e estabelecer uma espécie de "troca" com ele, conseguem a "Chave" para adentrar o fascinante mundo do Espírito. Rudolf Steiner, nosso Irmão, nos recorda que o Homem-Espírito vivencia, desde o nascimento, a posse de uma natureza tríplice: Astral (possuindo alma), Etérica (podendo usufruir de várias Vidas através da metempsicose) e Física (com um corpo associado em cada manifestação). O homem iniciado, desenvolvido eticamente e alinhado com as Leis Morais, pode "acessar" a segunda natureza (a Esotérica), um reino que permanece impenetrável para o profano. Será que nossa instituição pode realmente aspirar a se comunicar com as massas e esperar ser compreendida? A Loja, enquanto espaço limitado, representa um microcosmo, uma imagem do Universo. Quantos estariam dispostos a acreditar ou seriam capazes de compreendê-la? É crucial reiterar que o "conhecimento fundamental" capaz de transformar o mundo deve permanecer "reservado", acessível apenas àqueles que demonstraram insensibilidade às personalidades profanas e guardaram zelosamente o "Conhecimento" confiado a eles. Dessa forma, o diálogo Exotérico na sociedade profana e o diálogo Esotérico entre os iniciados tornam-se necessários. Cada Iniciado deve encontrar na Maçonaria o propósito de sua existência, embarcar na busca pelo Caminho que une o Céu e a Terra e ascender à verdadeira Luz da Verdade. Entretanto, essa jornada não está isenta de riscos, especialmente o constante perigo de se perder caso não tenha sido previamente moldado por uma cultura universal. A partir do exposto, torna-se evidente que a Maçonaria, como Sociedade Iniciática, permanece fora da influência direta sobre a sociedade profana, reservando esse papel mediador ao Maçom que, impregnado eticamente e não mais uma Pedra Bruta, pode trabalhar de maneira significativa para o bem e o progresso de todos. Uma sociedade iniciática não é um poço onde todos podem livremente se abastecer; ao contrário, é um local de educação da alma. Nos reunimos para construir templos à virtude, não para obter facilidades em nossas necessidades diárias. A Maçonaria não se resume a uma entidade moral ou um clube filantrópico, embora trate de ética e filantropia. Temos o dever não apenas de ajudar uns aos outros, mas principalmente de defender qualquer indivíduo da injustiça. Enquanto as sociedades profanas competem entre si para determinar e impor seus líderes, o mundo iniciático, composto por Pares, busca o Primus inter Pares confiando na "Levigação". A qualidade da escolha resultará em uma jornada mais suave ou mais áspera, dependendo de quanto o sujeito se deixou permear pela Arte Real. A Maçonaria, enquanto escola de pensamento, possui o magnetismo necessário para atrair homens diversos que internalizaram a essência da total disponibilidade fraterna por meio do árduo exercício da Tolerância em benefício de todos. Quando observamos de perto, percebemos que o único objetivo compartilhado por todas as associações misteriosas é a elevação do ser humano. Isso é significativo, especialmente considerando que a sociedade atual encoraja a competição desenfreada. Portanto, as características essenciais para integrar uma sociedade iniciática como a nossa são a liberdade e a retidão moral: a primeira auxilia na distinção entre o sábio e o revolucionário, enquanto a segunda, baseada em princípios éticos universais, facilita a escolha do bem em detrimento do mal. Assim, torna-se imperativo e essencial para a Maçonaria investir na formação de bons Mestres, pois deles podemos esperar a promulgação de leis boas e justas, protegendo os jovens de se tornarem presas fáceis para o mal. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Tue, 21 Nov 2023 - 04min - 658 - Templários apresentam queixa contra o Vaticano
A Ordem Soberana do Templo de Cristo, uma associação espanhola que reivindica a herança dos Templários, tomou uma medida legal séria e surpreendente ao apresentar uma queixa contra o Vaticano nos tribunais espanhóis, mais de sete séculos após a dissolução da Ordem. O cerne da questão reside na contestação da validade jurídica da bula papal de 1312, assinada por Papa Clemente V, que dissolveu os Templários. Os demandantes argumentam que seus ancestrais foram condenados após um julgamento infame, carente de provas, resultando na prisão de 15.300 cavaleiros, incluindo o Grão-Mestre Jacques de Molei, que foi queimado vivo em 18 de março de 1314, e 650 dos quais foram assassinados. A Ordem Soberana do Templo de Cristo não busca apenas reabilitar os Templários medievalmente, mas também exige uma compensação financeira pela apreensão de seus bens, em grande parte transferidos para a Ordem de Malta. Atualmente, enquanto implementam uma reforma constitucional imposta pelo Vaticano, os Cavaleiros de Malta podem estar ocupados com questões mais prementes do que a queixa apresentada por seus colegas espanhóis. Os demandantes, em busca de justiça, não são estranhos a esse processo; em 2005, 2006 e 2007, sob o papado de Bento XVI, já haviam apresentado uma queixa sem sucesso. Agora, possivelmente confiando na abordagem mais aberta do pontífice argentino, que destaca "escuta e compreensão" em seu projeto sinodal, renovam suas tentativas. Além da reabilitação, a associação espanhola almeja o direito de erigir locais de culto de forma canônica, acessar os arquivos do Vaticano relacionados aos Templários e realizar o martírio dos irmãos durante a liquidação da Ordem. Surpreendentemente, propõem que os Templários contemporâneos tenham uma missão oficial da Santa Sé: atuar como um corpo de exército em conflitos religiosos e mediar entre as partes adversárias. Este inusitado episódio sugere que, na Faixa de Gaza e em outros lugares, os Templários do século XXI poderiam encontrar uma nova e inesperada vocação. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Sun, 19 Nov 2023 - 02min - 657 - A Liberdade: Aos Homens Livres e de Bons Costumes
Por Hilquias Scardua
A liberdade nos parece tão próxima quanto distante. É antagônico pensar no que nos faz considerar nossa liberdade e o quanto somos livres diante da imensidão de possibilidades da escravidão. É sob a condição dos Homens Livres e de Bons Costumes que ensaio o pensamento, ousando afirmar que nenhum desses ousaria dizer que é livre, senão por um argumento qualquer justificando-se pela ideia de posse. A razão falha sobre suas Virtudes e por condições débeis de uma colocação social que enche de ego qualquer um desses Operários.
Quem já se julgou livre o suficiente para não assistir a imputável razão dilacerar a sua condição existencial? Antes de avançarmos, devo tomar nota de que a reflexão não volta o simples olhar para as nossas condições básicas e necessidades fisiológicas puramente animais. Esses critérios nos tornam incapazes de pensar a liberdade. Não nos cabe relacionar a necessidade humana orgânica e natural como sinônimo de prisão para encontrar diante disso uma possibilidade de tornarmos livres. Aqui, a Liberdade e seus conceitos operam em âmbitos mais metafísicos e imputam o caráter singular do filósofo, o de refletir.
Em diversas ocasiões, os proclamadores da liberdade exerceram a pauta de discursos deturpados, buscando iludir e conquistar, de maneira perversa, a maioria leiga e incapaz de compreender seus princípios e direitos fundamentais - O Trivium, um recurso intelectual que antes era mérito para aqueles que serviam de um cérebro, hoje passou a ser sinônimo de uma mente nobre, dada a superficialidade desses dias.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageFri, 17 Nov 2023 - 04min - 656 - REFLEXÃO: A VIDA? UM DESAFIO PARA CADA UM DE NÓS
Nenhum homem é uma ilha; você não pode viver e crescer sozinho, a solidão é morte, a comunicação é vida.
A vida humana é uma vida com os outros, uma vida para os outros; é algo extraordinário que nos sorri, que nos fala através de tudo o que vive, que nos oferece.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageTue, 14 Nov 2023 - 05min - 655 - A Dualidade da Luz e Sombra: Uma Reflexão Sob o Meio Dia.
Por Hilquias Scardua
Caminhando sob as luzes artificiais da noite, em um litoral onde a pálida luz da Lua se ausentava, deparei-me com diversas pessoas. Observava-as, e por instantes, ouvia seus disparates. Era difícil perceber, quase impossível sentir ali uma chama, a ponto de adormecer por completo. Contudo, essa chama existia, latente em cada uma delas.
Nesses momentos, as vozes dos Mestres ecoavam como um coro de vozes afinadas, cada uma ressoando em sua escala harmônica. Recordo-me do canto: "Enquanto muitos buscam suas lanternas à Luz do Meio Dia, raros ousam ser Luz na densa sombra da Meia Noite." A frase, mesmo que não exatamente assim, foi meu ponto de partida para esta reflexão.
Fato é que frequentemente fazemos mau uso de nossas capacidades, privando nossos sentidos pela insanidade de nossos pensamentos, direcionados ao confortável desejo de permanecer sob a luz já ofertada. Será que perdemos a capacidade de perceber que ainda somos a Luz, a centelha que persiste? Quem ousará renovar a força da antiga chama e ser Luz em meio às trevas?
Essas perguntas me conduzem às prateleiras da memória, onde sou compelido a trazer um recorte que resgato de um texto de Diderot, em sua obra "Carta aos Cegos Endereçada aos que Vêem." "Se a curiosidade não me dominasse", disse um sábio cego, "eu preferiria muito mais ter longos braços; parece-me que as minhas mãos me instruiriam melhor do que os vossos olhos ou os vossos telescópios; além disso, os olhos cessam de ver mais do que as mãos de tocar. Valeria pois muito mais que me fosse aperfeiçoado o órgão que possuo do que me conceder o que me falta."
Esse trecho revela a resposta de um filósofo cego, e tantas referências poderiam ser trazidas à luz dessa reflexão, inflamados por essa sincera exposição. Notório é que esse sábio esteve sob a Luz do Meio Dia, regozijando-se de sua magnitude; não há sombras para ele, mesmo privado do sentido da visão.
Enfadonho é perceber tantos, mesmo com olhos sadios, que se esgueiram tateando o mundo à sua volta, sem dedicar um tempo mínimo para a contemplação. Parece que estão ainda nos grilhões, presos no fundo da caverna platônica.
Quando um dos sentidos nos falta, compensamos de alguma maneira. Para os que creem apenas nos cinco sentidos, e quanto ao sexto sentido? Este não faz falta, não há motivo para compensá-lo. Certo? Entretanto, é aí que, iludidos, nos limitamos, e ainda pior quando não utilizamos esses cinco caminhos de Luz com a eficiência que nos foi concedida.
Imagine-se na condição do filósofo cego, considerando que o sentido que lhe falta não é a visão, pois seus cinco sentidos estão sadios. Busca compensar a falta do sexto sentido, e aí entenderá o cerne desta reflexão.
Nessa antagônica condição de Luz e Sombra, a alusão à Sabedoria e Ignorância testemunha a face comum de nossos dias. Os sofistas ganharam praças, meios digitais, bares, poder, e etc. Em nossa Ordem, percebe-se que a matéria de Sócrates foi sufocada pela Ordem do Dia. Conduzimos inúmeros cegos, como no "Ensaio sobre a Cegueira" de Saramago. No entanto, esses seres privaram-se da visão por escolha própria, deixando de exercer a ferramenta que o Divino Arquiteto dos Mundos lhes concedeu.
Hilquias Scardua
Cavaleiro da Liberdade
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageSun, 12 Nov 2023 - 04min - 654 - Reflexão do dia - A Felicidade
Por Giovanni Cecconi Todos procuram a felicidade, mas todos são, mais ou menos, infelizes, porque não existe uma visão clara da natureza da felicidade, que resulta de um estudo preciso e rigorosamente científico, bem como profundamente psicológico, de nós próprios. A felicidade é um estado da nossa consciência, que surge das profundezas do nosso Ser real, do nosso verdadeiro eu, que é alcançado através da meditação introspectiva. Poderíamos definir a felicidade como...a Bela Senhora...que evita se mostrar, demonstrando-nos o fato óbvio de que todos aqueles que a buscam nas coisas ou nas pessoas, ou em divindades externas a elas, acabam na tristeza. A felicidade não consiste em possuir coisas, objetos de prazer ou alegrias que vêm de fora, mas sim em ser o nosso verdadeiro Ser; seu segredo não está em ter, mas em sermos verdadeiramente nós mesmos. Os prazeres dos sentidos, por mais fugazes e momentâneos que sejam, naufragam na dor e na tristeza; são evanescentes, desprovidos de conteúdo, enquanto a dor e o sofrimento que causam duram muito tempo. Somente o homem que está nos níveis mais baixos da vida material busca alegria nos prazeres materiais; alegria que, muitas vezes, mais cedo ou mais tarde, se transforma em desilusão, mal-estar, turvação da inteligência, enfraquecimento da vontade, morte iminente e renascimento muito triste porque custa tanto sofrimento. O homem ascende a escada da felicidade, em direção à bem-aventurança no nível de evolução mental em que se encontra e, assim como o homem “normal” encontra alegria nos prazeres do bem viver, o homem renascido busca a alegria nos valores mais elevados da vida e eleva-se às dimensões superiores do Espírito Neste itinerário, nesta aventura que o homem percorre, unindo-se ao Princípio, é necessário recorrer à meditação introspectiva, à autoanálise, à confiança em si mesmo e no Logos interno que ilumina cada homem e, nunca, nos externos, autoridades, sacerdotes, igrejas, encarnações divinas e escritos sagrados, que só podem ser indícios capazes de confirmar a nossa experiência divina. A honra, a fama e a reputação que os homens buscam na ilusão de serem felizes são ilusórias; mesmo quando esses “metais” chegam sem serem solicitados, o homem renascido não é afetado por eles e a beleza enganosa da glória não o altera, porque ele sabe muito bem que as mesmas são coisas que se encontram na mente dos outros, enquanto a felicidade é intrínseca ao indivíduo e ao seu estado interno. A felicidade é a flor que desabrocha, é o fruto que amadurece, o da “Sua harmonia com o Infinito que já existe e dentro de você, que é o seu Eu mais profundo e a sua realidade interior”. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Sat, 11 Nov 2023 - 03min - 653 - Elogio a Densidade
Por Hilquias Scardua Lidamos cotidianamente com a superficialidade das pessoas, é comum, massivo e redundante, numerosos, aqueles que não obtiveram valores, não detiveram densidade nobre ao seu juízo, que, visivelmente, se reflete em suas exposições comportamentais. Muitos colhem do final do curso, as águas contaminadas por sua longa trajetória até a exposição dos lagos prontos à face, pelo simples exército do "menor esforço". Não são todos que ousam percorrer distâncias para desfrutar da límpida e fresca água da fonte. É nesse campo que abriga a conformidade e impureza que convido a adentrarmos e, juntos, refletirmos. E por base na frase, de autoria desconhecida, a qual me amparo, expondo a angústia de permanecer entre os seres rasos que se multiplicam disparadamente: "Cansei de sofrer traumatismo craniano por mergulhar em pessoas tão rasas". E para ilustrar um pouco melhor a busca por uma densidade nobre, uma profundidade atrativa, exponho a sugestão que fiz a um grande amigo desenhista quando, ele em sua busca para alcançar melhor resultado técnico, usou como referência alguém de seu meio, um desenhista capaz e que atraía sua admiração: Foi quando sugeri que ele estudasse um Grande Mestre dos desenhos, Gustavo Doré, técnico muito além da referência da qual havia me apresentado. Ele, contrariado, disse que aquilo era demais e nada tinha a ver com o nível do outro artista. Com isso, complementei dizendo: - meu amigo, busque Doré, que no caminho, bem na metade desse caminho, você já terá ultrapassado tecnicamente aquele ao qual você admira. Essa busca nos tira da condição da superficialidade, quando almejamos ofertar melhores coisas e vamos diretamente à fonte, sem reservas e com a devida dedicação, não nos deixamos contaminar com os manuais daqueles que oferecem o final do caminho, o espelho turvo da superfície da água. Criamos densidades quando mergulhamos fundo na história da existência, nas fontes deixadas por aqueles que enobrecem a genialidade humana. Sim, temos que ir às fontes, aos Mestres, à melhor referência e servir-nos disso. É na Lei da Correspondência: "Tudo que está embaixo, é como tudo que está em cima". - “O que está fora é o reflexo do que está dentro”. E sobre essa razão, configuramos nossas densidades para não ofertarmos águas rasas e superfícies turvas. É fundamental compreender que essa busca pela profundidade não apenas nos liberta da superficialidade, mas também contribui para a riquíssima tapeçaria da sociedade. À medida que cada indivíduo se empenha em mergulhar nas fontes do conhecimento, das artes e da sabedoria, cria-se uma teia intricada de experiências enriquecedoras. Essa profundidade pessoal, longe de ser um empreendimento solitário, tece conexões que transcendem o indivíduo, impactando positivamente a comunidade ao seu redor. É como se cada mergulho nas águas profundas deixasse uma marca indelével, formando um legado que ecoa para além das fronteiras da superfície. Nesse processo, não apenas nos elevamos, mas também elevamos o coletivo, compartilhando as riquezas que encontramos nas profundezas da existência. Hilquias Scardua, Cavaleiro da Liberdade, T.F.A. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Fri, 10 Nov 2023 - 04min - 652 - Tristeza
doçura da tranquilidade, ela se alimenta da tristeza que surge da perturbação. A tristeza é um abatimento da alma, que se segue a pensamentos irados; é essa sombra que nos toma, que nos paralisa e deprime, extinguindo, aos poucos, a vontade de viver em nós. É reconhecida pela incapacidade de chorar, pois só graças ao dom das lágrimas podemos vivenciar a tristeza como um estado pelos nossos erros. A tristeza insinua-se no coração do homem, corrói lentamente toda a sua vida e se não for combatida acaba por habitar em nós, como um inquilino, cada vez mais difícil de afugentar. A tristeza é o não prazer por excelência: priva-nos de todo o prazer e seca o coração e está na raiz da depressão nervosa, porque leva à sensação de não sentido da vida e a um estado de letargia, em que a vida aparece sem luz e sem esperança: numa palavra, inabitável. Eu me perguntei: por que minha alma está perturbada? Por que, às vezes, a tristeza permanece como uma sombra dentro de nós, como um zumbido que nunca para de nos atormentar? Podem ser muitos os motivos que, de vez em quando, geram em nós este estado: o sofrimento sofrido injustamente, as contradições reais da nossa vida, a constatação das frustrações dos nossos desejos, mesmo os mais nobres e justos. Muitas vezes, a vida e a realidade contradizem-nos em muitos aspectos, mas ai daqueles que pensam que podem viver num mundo dourado livre de frustrações, ai daqueles que se alimentam de nostalgia imaginária e de expectativas impossíveis; ai daqueles que se apaixonam pelos seus papéis e não querem abrir mão deles e crescer...! Se, porém, praticarmos a aceitação das contradições diárias; se, apesar do sofrimento, soubermos compreender e tratar as nossas feridas, os nossos porquês, então poderemos também abrir-nos àquela consolação que vem do nosso princípio, do nosso ser e da comunhão com os nossos irmãos. Indo mais fundo, parece-me que a essência da tristeza consiste em ser uma patologia da nossa relação com o tempo; por um lado, o passado é idealizado como um tempo indiscutivelmente melhor que o atual e é evocado com acentos sinceros de nostalgia, não sem uma certa obtusidade; por outro lado, sonhamos realizar num futuro mítico o que está sempre destinado a começar amanhã, ou tememos o futuro pelas incógnitas que ele pode conter; enfim, de uma forma ou de outra, refugiamo-nos num mundo imaginário para não aderir à realidade, mas, ao fazê-lo, não apreendemos o presente, como hoje, como a hora irrepetível que nos é dada para viver. Sentir tristeza diante da perspectiva da morte é típico da raça humana; a pedra angular, porém, para seguirmos o nosso caminho - tudo menos fácil - é apenas quando vislumbramos o amor e quando sabemos que o amor, a anima mundi, pode ser a razão de viver e de morrer; então a tristeza cessa e a felicidade e a alegria sempre renovadas que habitam dentro de nós abrem caminho. A Maçonaria é alegria e, portanto, antídoto para a tristeza, capacidade de viver, de forma adequada, a relação com o tempo, de viver o momento presente, o eterno presente; a alegria é uma virtude que une o tempo humano no hoje e na plenitude do nosso ser, antecipando, no presente, a nossa dimensão final, a alegria da meta que nos espera no conhecimento universal. A alegria não é um sentimento vago e espontâneo, mas um estado a ser buscado com esforço e comprometimento; devemos obedecer ao comando da alegria e praticá-lo, vivendo plenamente o momento presente, para experimentar que nem o passado nem o futuro podem nos determinar, mas que isso é possível vivendo apenas o hoje da nossa consciência. Cada um de nós deve começar o dia levantando os olhos para o céu e ouvindo o verdadeiro impulso do nosso coração, agradecendo, à nossa maneira, por ter recebido aquele lindo presente que é a vida. Uma forma particular de tristeza é a inveja e surge da consciência, da observação do bem e da felicidade dos outros; a matriz deste estado de ser é o desejo de ter a nós mesmos, as “coisas” dos outros, mesmo que às vezes desejemos simplesmente que o outro não tivesse esses bens, essas características e esses dons específicos e é por isso que que nós tentamos esconder esse sentimento indescritível, do qual não nos gabamos, mas do qual nos envergonhamos. Mais profundamente, a inveja é um reflexo que consiste em comparar-se sistematicamente com os outros; é o que reflete a minha capacidade pessoal de reconhecer o que foi concedido a mim e aos outros, respectivamente. Sempre há qualidades que os outros têm e eu não…; fixando-me nisso, em vez de me alegrar com a vida como ela é, observo e invejo os dons que ela distribuiu aos outros. A inveja é um sentimento que, infelizmente, já surge na infância, principalmente nas relações familiares. O invejoso é aquele que se sente excluído de um bem que o outro próximo possui: o bem do outro é sofrido como o próprio mal. Os afetados por esta patologia olham com maus olhos para a felicidade, a bondade e a virtude dos outros, a ponto de desfigurar a sua imagem e realidade, a ponto de concentrar todos os seus desejos naquilo que os outros possuem. A inveja às vezes assume uma conotação específica, que costumamos definir como ciúme; vem do viver próximo, da comparação contínua, da verificação do que os outros são e fazem e, consequentemente, da aprovação e do reconhecimento que recebem: mas é precisamente aqui que devemos praticar alegrar-se com aqueles que se alegram, chorar com aqueles que choram, para partilhar as alegrias e as tristezas dos nossos irmãos e dos nossos pares, porque as alegrias são dádivas para todos e para o bem comum. Porém, a inveja e o ciúme são os males mais presentes na vida comum e provocam discussões, disputas, desentendimentos, murmúrios... Existe um antídoto para a inveja e o ciúme? Sim, gratidão, isto é, saber agradecer, saber se surpreender com o bem, não importa quem o faça, saber ver com bom olhar tudo o que floresce ao nosso redor…. Só quem sabe reconhecer e agradecer o bem feito pelos outros é capaz de fazer o bem, de purificar o seu trabalho e de cantar o seu agradecimento ao GADU por tudo o que funciona na história e na vida de um homem. O sentimento de inveja só deixa de existir em todos nós quando somos capazes de dizer que “o bem que pude fazer, fiz aos outros que estão comigo: sem estes irmãos, sem estes meus entes queridos, eu não teria sido capaz de fazer o pequeno bem que fiz." --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Thu, 09 Nov 2023 - 07min - 651 - O Jeitinho Brasileiro - Uma Dose de Corrupção
A corrupção é sistemática, abrangendo desde os cidadãos comuns até líderes e figuras célebres. No entanto, é triste considerar que a corrupção se entranhou em nossa cultura, ganhando até um apelido dócil que reflete uma característica do povo. É bem superficial a abordagem, mas é mesmo sobre as superficialidades que resolvo compartilhar essa reflexão. O "Jeitinho Brasileiro" tornou-se comum, encontrando espaço nas instituições como se fosse um recurso adicional, muitas vezes mascarando a impunidade. Mais recentemente, popularizou-se outra máscara desse comportamento cultural, desse símbolo nacional, quando a expressão "dá nada não" passou a ser ouvida entre as vozes dos hipócritas, dos que deturpam, dos corruptos assumidos e daqueles replicantes que, sem perceber, adotam esse comportamento corrupto. Não se trata de uma simples expressão, ela se inclina à profundidade dos abismos lamacentos do comportamento pretensioso e vil. Essa naturalização e banalização do comportamento têm implicações devastadoras. É comum depararmos com alguém oferecendo esses artifícios, sugerindo uma decisão superficial e fácil para definir resoluções variadas. Pois a corrupção foi ganhando força à medida que abraçamos a cultura do "nosso jeitinho.". E é nesse contexto que a citação de Nietzsche, que associa essa superficialização a uma grande e radical corrupção, se torna profundamente pertinente. "Raso, ralo, relativamente estúpido, geral, signo, marca de rebanho que, com todo tornar-consciente, está associada a uma grande e radical corrupção, falsificação, superficialização e generalização” – Nietzsche, Gaia Ciência, §354 A corrupção, em suas formas mais sutis e cotidianas, mina a integridade da sociedade e compromete nossa capacidade de prosperar como nação. A normalização desses comportamentos corruptos tem consequências sérias, enfraquecendo a confiança e minando os alicerces de uma sociedade justa e ética. Enfrentar essa questão é essencial para a construção de um país mais íntegro e moralmente saudável. Pode parecer radical, certo? Mas não se trata da anticultura; entretanto, é um chamado à reflexão mais pura e sem filtros. Portanto, o "Jeitinho Brasileiro" deve ser confrontado e superado, não apenas no nível individual, mas também nas instituições e na cultura como um todo. Somente assim poderemos construir uma sociedade mais justa, onde a corrupção não encontre espaço para prosperar. Não é por base nessa reflexão que resolveremos a máxima do pavoroso estado de corrupção que encontra-se generalizada. Mas, é a partir do desvelo dessas máscaras que a face do perverso mundo das banalizações enfraquecem e as ações virtuosas ganham espaço. Jacaraípe, Serra-ES, 08 de Novembro de 2023. Hilquias Scardua Cavaleiro da Liberdade --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Wed, 08 Nov 2023 - 03min - 650 - Reflexão - O Selo DivinoSat, 04 Nov 2023 - 03min
- 649 - Clemente XII: A Primeira Excomunhão da Maçonaria
, uma análise histórica aprofundada do momento significativo em que a maçonaria foi excomungada pela primeira vez pela bula papal "In Eminenti Apostolatus Specula" do Papa Clemente XII. Um evento que marcou um ponto de virada na história da maçonaria e seu relacionamento com a Igreja Católica.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageWed, 01 Nov 2023 - 08min - 648 - A Maçonaria pode acabar?
Sim, talvez ou não.
Decerto iremos divagar, ou seja, trilhar caminhos tortuosos, visto que a resposta dependerá de qual parte da Maçonaria estamos indagando.
O Maçom pode acabar? Sim! Basta ele, por suas atitudes, retornar à condição de profano.
Uma Loja Maçônica pode acabar? Sim! Basta ela deixar de ser para o Maçom um lugar consagrado aos Sãos Princípios da Moral e da Razão.
Uma Potência Maçônica pode acabar? Sim! Basta ela se tornar um Reino ou uma empresa, acreditando que as Lojas são suas colônias/filiais, instituindo "Viscondes", "Condes", "Duques" e aplicando leis imperialistas.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageWed, 01 Nov 2023 - 04min - 647 - ARLS SAPIENTÍSSIMO IR.'. ALCY RIBEIRO DA COSTA Nº 3839 PRESTA HOMENAGEM E RECEBE NOVOS MEMBROS
No dia 28/10/2023, a ARLS Sapientíssimo Ir.’. Alcy Ribeiro da Costa Nº 3839, Oriente de Guaçui/E.S., Rito Adonhiramita, realizou Sessão Magna de Iniciação, em seu Templo. A solenidade foi presidida pelo Venerável Mestre Adilson Júnior Ornela Págio, e marcada pela presença de diversos irmãos e convidados, que acompanharam de perto a cerimônia dos novos irmãos: Bruno Bonela da Silva, Geandro Pereira de Oliveira e Jackson Bruno de Sá Viana.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageTue, 31 Oct 2023 - 03min - 646 - QUAIS AS ORIGENS DA MAÇONARIA E QUAL A SUA IDADE? (II)
Por Ir.’. José Ronaldo Viega Alves
Logo no início da Parte I deste trabalho, foram expostas três opiniões vindas de diferentes autores e estudiosos, todos eles Irmãos que em algum momento se debruçaram sobre este tema bastante complexo e sempre apaixonante: as origens da Maçonaria. Com base no que foi apresentado por eles, é possível ter uma ideia a respeito do quanto a Maçonaria poderia ser antiga, e consoantes com essa ideia que o tema carrega junto, na medida em que ele vai ganhando desenvolvimento uma quantidade de perguntas vai povoando nossas mentes. Uma delas: até onde poderemos recuar no tempo sem que estejamos acompanhados da dúvida, se o que estamos falando ou descrevendo, já pode ser considerado Maçonaria, ou em outras palavras, se a corporação ou a organização da qual estamos falando pode ser classificada como uma das precursoras da Maçonaria Operativa? Para além das dúvidas e das conjecturas, parece que a resposta só pode ser uma: ninguém conseguiu até o presente momento estabelecer a idade exata dessa instituição, e em termos de unanimidade(?) o que temos é a presença de grupos, organizações, corporações, onde algumas são aceitas (não por todos estudiosos), como possíveis precursoras da Maçonaria.
Falando resumidamente sobre as opiniões que foram apresentadas no capítulo anterior: H. L. Haywood apontou para várias maneiras de se interpretar a questão da idade da Maçonaria. Destaque-se a seguinte passagem: “se for para ser relacionado às organizações com as quais essa Maçonaria especulativa moderna pode formar uma continuidade histórica incontestável, aí ela poderá ser datada nos séculos XII ou XIII” (Haywood, 2022, pág. 46,).
O Ir.’. Darley Worm, por sua vez, deixou claro sobre a impossibilidade de se obter a idade da Maçonaria, sem antes distinguirmos a Instituição dos seus conteúdos, estes sim milenares.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageMon, 30 Oct 2023 - 19min - 645 - Reflexão do Dia: O Iniciado: Elogio à Compreensão
Por Hilquias Scardua A Iniciação é, em sua totalidade, um rito de passagem que atravessa épocas remotas e assume formas variadas em diferentes civilizações. Atualmente, diversas instituições, tribos, grupos, seitas e até clubes escolares adotam ritos iniciáticos ou ritos de passagem. Entre essas instituições iniciáticas, a Maçonaria, à qual pertenço, adota um processo iniciático simbólico repleto de mistérios e alegorias. No entanto, compreender esse processo requer mais do que simplesmente participar da cerimônia ou seguir a ritualística. A verdadeira iniciação não reside apenas nas formalidades pré-elaboradas. Para compreender essa ideia, adentramos a senda complexa da Compreensão, atentos ao sentido do verbo compreender. Entretanto, não se trata de uma aula de língua portuguesa e muito menos da etimologia por detrás dos termos. Vamos lá! O Iniciado não passa apenas por provações e ensaios exaustivos para provar seu renascimento em busca da Luz. Muitas vezes, a barreira estética da linguagem se choca com a percepção e o entendimento - atenção a esses termos: percepção e entendimento. A percepção é estética e sensorial, enquanto o entendimento liga as palavras às experiências, é o "fio de prata" que liga as ideias/coisas ao ente, trazendo à mente a matéria que a palavra e o símbolo evocam. Portanto, em plena percepção e entendimento, damos um passo em direção à Luz da compreensão. Um passo que transcende o desafio da razão assistida. Muitos Iniciados, que não pessoas sem ligação alguma com algum grupo Iniciático, já passaram por esse processo sem fazer parte de uma instituição específica. Ao longo da jornada da vida, dado a intensas e singulares experiências, eles experimentaram a compreensão ao renascer, superar e se tornar alguém diferente, o outro de si mesmos do outro lado da jornada. Como um ato de "travessia" sugerido por alguns terapeutas. As instituições não criam Iniciados, elas não são detentoras da verdadeira iniciação; a verdadeira iniciação não é apenas um produto de uma etapa simbólica transitória. Aqueles que passam por esses ritos sem compreender a profunda sabedoria que a jornada oferece podem superar as etapas, mas nunca se investirão plenamente da Luz do Iniciado. Hilquias Scardua Cavaleiro da Liberdade Tríplice e Fraternal Abraço --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Sun, 29 Oct 2023 - 02min - 644 - Valores Afetivos - Caminho para a Renovação e Fortalecimento da Maçonaria.
Por Eugenio Polessa
Em diversas organizações e sociedades, é comum observarmos um fenômeno em que as gerações mais velhas resistem em delegar poderes e responsabilidades de gestão aos mais jovens. Esse comportamento pode se originar de diferentes motivos. Por vezes, os mais experientes acreditam que sua vasta vivência e sabedoria acumulada são indispensáveis para o êxito e perpetuação da organização, temendo que os jovens, vazios dessa experiência, possam fazer escolhas inadequadas. Em outras ocasiões, pode existir o receio de que tradições e métodos consolidados se percam. Ou ainda, o medo de que, uma vez que o poder esteja nas mãos dos mais novos, seus próprios valores e visões para a organização sejam desconsiderados, gerando assim uma forte resistência às mudanças e preferência pela manutenção da posição alcançada com o passar dos anos.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageFri, 27 Oct 2023 - 04min - 643 - A BANALIZAÇÃO DO USO DA IMAGEM NO INTERIOR DOS TEMPLOS MAÇÔNICOS
A Maçonaria é uma antiga ordem fraterna que se baseia em princípios de discrição, segredo e moralidade. Ao longo dos séculos, os maçons têm trabalhado diligentemente para manter a aura de mistério e sigilo em torno de suas atividades. No entanto, nos últimos tempos, temos testemunhado uma preocupante banalização do uso da imagem no interior dos Templos Maçônicos. Este ensaio tem como objetivo discutir as razões pelas quais essa tendência é prejudicial para a Ordem e também para seus membros, que têm o dever de preservar a discrição que sempre caracterizou a Maçonaria em seu âmbito Universal.
A liberdade de expressão é um direito fundamental e constitucionalmente garantido em muitos países que têm como base a democracia, incluindo o direito de expressar opiniões, ideias e informações livremente. A Liberdade é um assunto complexo e extenso que não é a base desse tema. No entanto, esse faz necessário tocar nesse ponto, pois em seus desdobramentos tangenciam outros direitos igualmente importantes, como o direito à privacidade individual e institucional, assim como o direito de uso da imagem. No caso da banalização do uso da imagem no interior dos Templos Maçônicos, é importante considerar o equilíbrio entre a liberdade de expressão e o direito de imagem. Embora a liberdade de expressão permita que as pessoas expressem suas opiniões e ideias, isso de forma alguma deve ultrapassar o direito do outro de não se expor. É necessário ter em mente que o direito de imagem protege a privacidade e a identidade dos indivíduos. Sou artista, e não sou um especialista em direito, contudo, tenho real compreensão sobre o que foi dito até aqui.
Thu, 26 Oct 2023 - 14min - 642 - REFLEXÃO DO DIA: A DOR É UMA CONDIÇÃO; O SOFRIMENTO É UMA ESCOLHA
Por Hilquias Scardua Servimos dos banquetes aprazíveis, muitas vezes doces; consequentemente, esgotamos o amargor de muitos dissabores ofertados durante o ciclo dos dias. Essa Roda da Vida tende a girar e nos coloca em seu ponto mais alto e, em seu contínuo giro, nos vemos condicionados em seu extremo ponto baixo. Um grande mestre nos trouxe uma lição de dor e superação que prometo ser uma reflexão profunda a respeito da efêmera condição da dor e, para evitar a curiosidade alheia, daqueles que antecipam, não é do Cristo que irei falar, pois esse exemplo está mais do que consolidado. Certa altura, um amigo relata a grandeza sutil do outro amigo, quando um deles estava na eminência de sua morte, após ser condenado a tomar cicuta como castigo por suas boas obras, preso em grilhões e ansioso pela visita de seus amigos, caminhava de um lado para o outro com os pesados grilhões presos em seus tornozelos. Essa condição o fazia sangrar e sentir dores constantes. Mas, no momento oportuno, quando seus amigos chegam para visitá-lo, ele imediatamente corre até eles e dá um abraço forte e afável. Um deles diz: - "Sócrates, não precisa vir até a nós, isso te provocará mais dores, seus pés sangram!" - ele precipita os passos e diz - "aqui não há mais lugar para a dor, minha alegria e regozijo são tão intensos que é só isso que sinto neste instante." Refletindo sobre esse feito, podemos avaliar nossos inúmeros momentos de dor, desde nossas quedas nas paixões, frustrações e dores físicas. Vencer as paixões, as frustrações, essa patologia da alma, é uma escolha. Sentir a dor é inevitável quando a ferida se expõe e nos castiga, mas podemos escolher sofrer ou superá-la. Não há espaço para a coexistência de dois sentimentos em nosso espírito. Nossa Alquimia Sagrada nos proporciona a transmutação e superação das adversidades que parecem imutáveis. Transcendemos, superamos, reagimos ou, por outro lado, escolhemos um sentimento agradável de tamanha potência para revigorar nosso espírito. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Thu, 26 Oct 2023 - 03min - 641 - A Simbologia dos Números 4 e 5
Por Pablo Henrique Hubner de Lanna Costa
O maçom termina sua jornada como Aprendiz compreendendo a simbologia do número 3 (três), o Companheiro Maçom deve prosseguir sua instrução compreendendo a simbologia dos números 4, 5, 6 e 7. Ante a riqueza de cada um desses números, a presente peça de arquitetura versará sobre a simbologia que circunda os números 4 e 5. Aponta o manual do Grande Oriente de Minas Gerais que, geometricamente falando, o 1 (um) representa o ponto, 2 (dois) a linha, 3 (três) a superfície e 4 (quatro) o sólido, representado em loja pela pedra cúbica presente na coluna do segundo vigilante (responsável pelo acompanhamento da instrução dos companheiros).
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageTue, 24 Oct 2023 - 05min - 640 - A Liberdade Possível
Por João Alexandre Paschoalin Filho, Grau 33
Quanto mais sábia uma pessoa se torna, menos estará inclinada a se submeter à imposição de grilhões ou cangas, seja sobre seu pensamento ou sobre sua pessoa. Porém, o mero conhecimento não faz ninguém independente, nem o prepara para sê-lo. Na maioria das vezes faz do homem um escravo mais útil. Para o ignorante e bruto, a Liberdade é uma calamidade. O único modo seguro de perpetuar a liberdade é estendendo à humanidade a concessão do Intelecto.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageTue, 24 Oct 2023 - 07min - 639 - A Origem da Maçonaria da Oceania
Por William Regal – Fonte: Freemasons Community
Chegada e crescimento na Austrália e Nova Zelândia
A chegada da Maçonaria à Oceania remonta à colonização britânica da Austrália e da Nova Zelândia no final do século XVIII e início do século XIX. A Maçonaria Britânica desempenhou um papel importante no desenvolvimento inicial da fraternidade na região, com o estabelecimento de lojas para servir os colonos europeus e, mais tarde, a adesão entre a população local.
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Por William Regal – Fonte: Freemasons Community
A introdução da Maçonaria na Ásia pode ser em grande parte atribuída à influência colonial britânica nos séculos XVIII e XIX. Lojas maçônicas britânicas foram estabelecidas em colônias como Índia, Hong Kong e Cingapura, atraindo tanto colonos europeus quanto elites locais que adotaram os valores e princípios da fraternidade.
À medida que a Maçonaria se espalhou pelo continente, criou raízes em várias regiões, como as Filipinas, a Índia e outros países. Em muitos casos, a fraternidade desempenhou um papel na luta pela independência e na formação de identidades nacionais, tal como o seu impacto na África e na América Latina.
Mon, 23 Oct 2023 - 03min - 637 - A Origem da Maçonaria Latino-Americana
Por William Regal – Fonte: Freemasons Community
Propagação da Maçonaria durante o período colonial
A Maçonaria chegou à América Latina durante o período colonial, transportada por colonos espanhóis e portugueses que trouxeram consigo as tradições maçónicas dos seus países de origem. Apesar da oposição da Igreja Católica à Maçonaria, a irmandade conseguiu ganhar uma posição segura na região, estabelecendo lojas nas principais cidades e atraindo membros influentes das populações europeias e locais.
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Por William Regal – Fonte: Freemasons Community
Introdução precoce e crescimento
As sementes da Maçonaria foram plantadas em África durante a era colonial, quando lojas maçónicas britânicas e francesas foram estabelecidas nos seus respectivos territórios. Estas lojas serviram como pontos de encontro para a troca de ideias e a promoção da fraternidade entre os colonos europeus e as elites africanas locais, muitas vezes atraídas pelos ideais e princípios da fraternidade.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageMon, 23 Oct 2023 - 03min - 635 - A Origem da Maçonaria Escandinava
A Maçonaria Escandinava tem as suas raízes no século XVIII, quando as ideias e rituais da Maçonaria britânica e francesa se espalharam para o norte. As primeiras lojas foram estabelecidas na Suécia e logo depois a fraternidade se espalhou pela Dinamarca, Noruega e Finlândia.
Nos primeiros dias da Maçonaria Escandinava, o Rito Sueco se desenvolveu. Este sistema único de graus e rituais, fortemente influenciado pelas tradições britânicas e francesas, tornou-se a forma dominante de Maçonaria praticada na região. O Rito Sueco, com a sua mistura distinta de elementos maçónicos e cristãos, demonstra a adaptabilidade da Maçonaria a diferentes culturas e contextos.
Aspectos únicos do rito sueco
Uma das principais características do Rito Sueco é a sua forte orientação cristã. Os rituais e simbolismo do Rito estão impregnados de temas e valores cristãos, refletindo a paisagem religiosa da Escandinávia. Esta ênfase no Cristianismo distingue o Rito Sueco de outras formas de Maçonaria, que são geralmente de natureza mais secular.
O Rito Sueco também apresenta um sistema de graus único, compreendendo dez graus organizados em três divisões: os graus de São João, os graus de Santo André e os graus capitulares. Esta estrutura hierárquica fornece um caminho de progressão maçônica distinto tanto do Rito Escocês quanto do Rito de York praticados em outros lugares.
Maçonaria em outros países nórdicos
Além da sua prevalência na Suécia, o Rito Sueco teve uma profunda influência na Maçonaria noutros países nórdicos, como a Noruega, a Dinamarca e a Finlândia. As lojas nesses países praticam frequentemente o Rito Sueco ou uma variação dele, enfatizando os fortes laços que unem a comunidade maçônica escandinava.
A ênfase do Rito Sueco nos valores cristãos, combinada com o seu sistema de graus distinto, ajudou a moldar o desenvolvimento da Maçonaria na região nórdica. A mistura única de elementos maçônicos e religiosos do Rito oferece uma visão fascinante sobre a adaptabilidade da Maçonaria e sua capacidade de evoluir e prosperar em
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Origens e desenvolvimento
A Maçonaria Alemã surgiu no início do século XVIII, fortemente influenciada pelas tradições maçônicas britânicas e francesas. As primeiras lojas alemãs foram estabelecidas em cidades como Hamburgo e Berlim, promovendo uma mistura única de ideais intelectuais e sociais da Maçonaria britânica e francesa.
À medida que a Maçonaria alemã cresceu, deu origem a várias organizações maçónicas distintas. Estes incluíam a Estrita Observância, que enfatizava valores cavalheirescos e cavalheirescos, e a Ordem dos Illuminati, uma sociedade secreta de curta duração, mas altamente influente, fundada em 1776. Estas organizações contribuíram para o rico e diversificado panorama da Maçonaria Alemã.
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Começos e influência
As origens da Maçonaria Francesa remontam à criação do Grande Oriente de França em 1733. Este órgão central de governo desempenhou um papel central no desenvolvimento e expansão da Maçonaria em França, com as suas lojas servindo como centros dinâmicos da vida intelectual e social.
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Introdução aos Estados Unidos
A Maçonaria encontrou terreno fértil nas colônias americanas no início do século XVIII. Muitas figuras influentes da época, incluindo Benjamin Franklin e George Washington, foram atraídas pelos princípios de fraternidade e desenvolvimento pessoal da fraternidade. À medida que as lojas se multiplicaram, tornaram-se centros vitais de intercâmbio social e intelectual, atraindo algumas das mentes mais brilhantes da época.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageMon, 23 Oct 2023 - 03min - 631 - Mark Twain e o Jovem Satanás
Ele é considerado o progenitor da literatura americana. O primeiro autor a demarcar uma fronteira clara (de caráter, estilo e conteúdo) entre a narrativa da América e a do resto do mundo.
Esta é a primeira conotação do escritor Mark Twain, pseudônimo de Samuel Langhorne Clemens (Flórida, 30 de novembro de 1835 – Redding, 21 de abril de 1910).
Para Ernest Hemingway “Toda a literatura americana moderna vem de um livro de Mark Twain, Huckleberry Finn. (…) Todos os escritos americanos derivam disso. Não havia nada antes. Não havia nada tão bom antes.”
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageSun, 22 Oct 2023 - 10min - 630 - A ORIGEM DA MAÇONARIA BRITÂNICA
Desenvolvimentos iniciais A história da Maçonaria Britânica começa com as guildas de pedreiros da Europa medieval. Estes artesãos habilidosos, responsáveis pela construção das impressionantes catedrais e castelos do seu tempo, formaram comunidades muito unidas com os seus próprios rituais e códigos de conduta. As guildas não apenas forneciam apoio profissional, mas também serviam como âncora social e moral para seus membros. Com o tempo, o foco dessas guildas começou a mudar. À medida que a demanda por pedreiros diminuía, surgiu uma nova geração de membros, chamados de pedreiros "especulativos". Estes indivíduos, muitas vezes provenientes dos escalões superiores da sociedade, não eram eles próprios artesãos, mas sentiam-se atraídos pelos ensinamentos morais e filosóficos das corporações. Gradualmente, as guildas dos pedreiros transformaram-se nas lojas especulativas da Maçonaria moderna, colocando maior ênfase no desenvolvimento moral e espiritual. Formação da Grande Loja Unida da Inglaterra A fundação da Grande Loja Unida da Inglaterra (UGLE) em 1717 marca uma virada na história da Maçonaria. Quatro lojas de Londres se uniram para criar um único corpo governante, que serviria como pedra angular da Maçonaria organizada. Figuras-chave como Anthony Sayer, George Payne e Dr. John Theophilus Desaguliers desempenharam papéis centrais na criação da Grande Loja Unida da Inglaterra, moldando sua constituição e rituais. A formação da Grande Loja Unida da Inglaterra teve um impacto profundo na difusão e no desenvolvimento da Maçonaria em todo o mundo. À medida que o Império Britânico se expandia, o mesmo acontecia com a fraternidade, com a formação de lojas em suas colônias e territórios. A Grande Loja Unida da Inglaterra não só forneceu uma autoridade central para a crescente comunidade maçónica, mas também estabeleceu o padrão para práticas e rituais que seriam adaptados por outras organizações maçónicas em todo o mundo. Notáveis tradições maçônicas britânicas Uma das marcas da Maçonaria Britânica é o seu forte compromisso com a caridade e o apoio social. As Lojas frequentemente se envolvem em atividades filantrópicas, prestando assistência aos necessitados em suas comunidades. Este espírito de caridade é parte integrante do ethos maçônico, refletindo a dedicação da fraternidade em promover um mundo melhor. A Maçonaria Britânica está impregnada de simbolismo e alegoria e utiliza estas ferramentas para transmitir lições morais e verdades espirituais. Os rituais e cerimônias realizados nas lojas têm como objetivo transmitir sabedoria e promover o desenvolvimento pessoal dos membros. Esta rica tapeçaria de simbolismo, inspirada nas ferramentas e práticas dos primeiros pedreiros, acrescenta profundidade e significado à experiência maçónica, tornando-a uma viagem única e fascinante para os seus membros. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Sat, 21 Oct 2023 - 03min - 629 - A Origem da Palavra Loja
Ao realizar uma revisão histórica, verifica-se que o termo Loja Maçônica tem origem comum com o termo Loja Comercial. Para Castellani, entre muitos maçons influenciados por obras não confiáveis, a palavra Loja para designar uma corporação maçônica vem da palavra sânscrita “LOKA ”. Mas a palavra “ LOKA ” significa espaço, lugar, tempo, como o latim “ LOCUS”, seu significado portanto não corresponde exatamente ao do termo Loja Maçônica. A origem correta da palavra loja é encontrada em “Guildas Medievais”. Entre as guildas de artesãos medievais (hoje denominadas Maçonaria operativa), destacam-se as Guildas, características da Germânica e Anglo-Saxônica e que começaram a prosperar no século XII. Antes desta data, eram apenas entidades religiosas e não constituíam entidades profissionais. Havia dois tipos de guildas: guildas mercantis e guildas artesanais. As corporações mercantis adotaram a palavra Loja para designar seus locais de depósito ou venda, ou seja, onde os produtos manufaturados eram armazenados e trocados. Deram origem, portanto, a casas comerciais de venda de produtos, que hoje correspondem a lojas comerciais. As Guildas de Artesãos, ou seja, as oficinas de mestres artesãos, eram chamadas de Lojas e estas deram origem ao termo Loja Maçônica, que designa as corporações maçônicas, que atuam em Templos Maçônicos. O primeiro documento maçônico (da Maçonaria Artesanal) em que aparece a palavra Loja, data de 1292 e veio de uma Guilda. O templo Quanto à origem dos templos, percebe-se que no início, na era da Maçonaria operativa, junto aos grandes edifícios foi erguido um alpendre para diversos fins. Durante o inverno, os pedreiros, antigos maçons, realizavam ali atividades de preparação de materiais destinados à construção, quando os trabalhos foram retomados na primavera. Os companheiros transitórios também permaneceram nesses locais, deslocando-se entre as cidades para aperfeiçoar seu ofício, aprendendo novos métodos e novas invenções. Nestes ambientes também foram expostas plantas, discutidos detalhes construtivos, distribuídas tarefas, tornando-se assim um local sagrado, assim como a própria arte de construir é, desde tempos imemoriais, considerada uma “arte sagrada”. (Gárcia). Para Varoli Filho, o Templo Maçônico material, como os de hoje, com diferenças em cada Rito, foi uma criação tardia da Maçonaria Especulativa. Começou a ser imaginado nas últimas décadas do século XIII e foi parcialmente realizado no compartimento destinado às reuniões da loja, o "Freemasons Hall", inaugurado em Londres em maio de 1776. Em 1778, o Grande Oriente da França começou a proibir o funcionamento de Lojas fora dos edifícios ou templos maçônicos. Até então, as Lojas funcionavam em espaços adequados, bastando apenas uma tela Símbolo colocada no chão ou em qualquer mesa retangular. Ainda havia quem desenhasse os Símbolos no chão, com giz, carvão ou numa tábua retangular de areia seca – prática herdada dos maçons ingleses. Os desenhos foram destruídos quando a loja fechou. Dos retângulos simbólicos surgem os Painéis de cada Grau, bem como o percurso de enquadramento da Loja, dos Ritos que ainda a preservam. Inicialmente, a entrada nos templos maçónicos era pelo Oriente, como nos templos do antigo Egito e no próprio Templo de Salomão, evoluiu para uma entrada pelo Ocidente, como nas igrejas cristãs. Reunir-se num local escondido sempre foi uma tradição, mesmo em pousadas que se reuniam no topo de colinas, no fundo de vales ou em campos abertos (“country lodges”). Os maçons de Aberdeen, na Escócia, autorizados pela loja principal, praticavam iniciações numa tenda erguida no cume da colina Cunnigar, com vista para a Baía de Nigg, mas, em 1670, a loja mãe ou principal de Aberdeen proibiu, pelo seu estatuto, as reuniões como elas aconteciam e, em caso de mau som, permitia que as sessões fossem realizadas em prédios onde ninguém pudesse ver ou ouvir (Varoli Filho). O Templo Maçônico representa o mundo e a Loja Maçônica representa a humanidade. A Loja é formada quando seus membros se reúnem em um Templo e, ao final de cada Sessão, a Loja é considerada fechada, mas o Templo permanece aberto, inclusive para funcionamento de outras Lojas Maçônicas. A Loja e o Templo Templo e Loja são expressões que se fundem em diversos Ritos, cujas constituições virtuais não falam de Templo e apenas mencionam Loja – reunião regular de maçons em lugares escondidos. Bouliet apud Aslan , diz que a palavra Loja tem origem no antigo alemão "Loubja", que significa cabana feita de folhas; no entanto, os ingleses derivam-no da palavra anglo-normanda "lodge", que tem o significado de habitação ou alojamento. As duas origens etimológicas se complementam e se tornam a palavra inglesa “Lodge” com o significado de reunião maçônica que hoje lhe damos. Varoli Filho especifica que as Lojas, ao longo de sua evolução, funcionaram em Templos temporários, evoluindo para Templos com suas características atuais, que são parlamentos onde funcionam as Lojas. Para Aslam, Loja é uma assembleia ou sociedade de maçons, devidamente organizada e cada irmão que dela fizer parte estará sujeito aos seus estatutos e regulamentos. Boucher apud Aslan, especifica que as reuniões de maçons dos diferentes graus são chamadas de Lojas ou Oficinas e que este sobrenome é dado em memória das primeiras reuniões de maçons operacionais. Para Garcia, a Loja Maçônica é a base de todas as organizações maçônicas e é simbolicamente uma redução da humanidade e funciona em um Templo que representa uma redução do universo, criado pelo Grande Arquiteto do Universo, nas dimensões dos princípios universais sobre os quais o homem se estabelece para dominar e ampliar seu conhecimento, associando cada utensílio utilizado, aqui onde se qualifica na razão e na moral que deve ser absorvida pelo homem em si mesmo, só assim ele poderá compreender e libertar-se das coisas que o rebaixam. Conclusões Ao longo deste documento existem discrepâncias quanto à origem da palavra Loja e também confusão entre Loja e Templo. A Loja Maçônica, cujo significado da palavra tem a mesma origem da palavra Loja para designar estabelecimentos comerciais, quando utilizada para designar uma instituição maçônica, refere-se à instituição como sua razão social, composta por membros (homens livres de bons costumes). ) e este necessita de um espaço físico para funcionar, que são os Templos. A Loja só se materializa quando seus membros se reúnem em sessão. Ao final da assembleia, a Loja é desmontada e só será reconstituída na reunião seguinte. Adaptado de um autor desconhecido Observação O sânscrito foi a língua falada pelos invasores indo-europeus do Punjab por volta do século 14 aC; Tendo afinidades com o antigo persa, grego e latim, nunca foi uma língua popular, sendo reservada a padres e estudiosos. A primeira literatura indiana, de inspiração filosófica e religiosa, foi escrita nesta língua, constituindo os “Vedas”, uma coleção de hinos sagrados --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Thu, 19 Oct 2023 - 08min - 628 - QUANTO TEMPO DEVO TRANSPORTAR ESSES RUFIÕES COMIGO?
Por Robert G. Davis, 33
Os graus da Maçonaria baseiam-se na compreensão clara de que os homens precisam estar engajados na busca pelo auto aperfeiçoamento. Mas muitos caras por aí não concordam com a missão. Eles não sabem quem são ou para onde estão indo com suas vidas. Eles estão confusos e muitas vezes desencaminhados pelos seus instintos primitivos. Eles estão cheios de ideias definidas pela mídia sobre a masculinidade, e seu condicionamento social tem sido baseado em grande parte no físico, no sexo, na riqueza e na conquista. Eles podem parecer muito bem-sucedidos nas aparências. No entanto, fica totalmente perdido em saber o que significa auto aperfeiçoamento, de onde ele vem e como acessá-lo.
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Por Irmão Byron J. Collier Como Maçons, orgulhamo-nos da antiguidade e da história da Arte, mas serão as nossas cerimónias e rituais por si só suficientes para satisfazer as gerações futuras? O futuro exigirá uma melhor compreensão do que realmente significa ser maçom através de um melhor conhecimento de nós mesmos e da prática dos princípios que todos juramos defender em nossos juramentos ou obrigações. Acredito ainda que o exemplo silencioso de homens íntegros que demonstram as virtudes morais e sociais de homens bons, e que fazem a coisa certa por causa da justiça, prevalecerá e preencherá as lacunas sociais criadas nesta nova era. Para que a nossa fraternidade não apenas sobreviva, mas prospere, devemos fazer da recepção de novos membros e da retenção dos irmãos existentes uma parte importante do que fazemos na Loja. As experiências dos primeiros meses de um Aprendiz e Companheiro, e dos primeiros anos de um novo Mestre Maçom determinarão como eles veem a Maçonaria pelo resto de suas vidas. É por isso que o compromisso com a orientação e a sustentação do companheirismo é relevante, agora mais do que nunca. Acredito que nossas Lojas deveriam se esforçar por melhores maçons, em vez de mais maçons. Há uma velha história sobre um homem que estava pensando em se oferecer como candidato à Maçonaria. Ele selecionou uma das duas Lojas em sua área local. Depois que ele se tornou maçom, um amigo perguntou por que ele havia escolhido sua Loja específica. Sua resposta foi que após entrevistas com oficiais das duas Lojas, sua seleção foi fácil porque uma Loja estava muito interessada nele como candidato, enquanto a outra estava interessada nele como irmão. Qual você acha que ele escolheu? Embora tornemos as nossas reuniões mais interessantes através de eventos sociais e da educação maçónica, a força motriz que une os maçons é a nossa comunhão quando nos reunimos; seja nas reuniões da Loja ou em encontros casuais na rua. Não demora muito para um novo maçom perceber que pode esperar formar novas amizades para o resto da vida. No entanto, um dos maiores perigos surge quando a “novidade” da experiência maçónica começa a desaparecer. Quando a frequência de um homem se torna irregular ou ele para de frequentar a Loja, isso sugere que: 1) suas prioridades mudaram, 2) ele está ficando sobrecarregado com os deveres da Loja, ou 3) algo mudou em sua vida. Para saber o que mudou para o irmão, devemos estar dispostos e ser capazes de travar um diálogo aberto e franco. Para chegar ao ponto de uma conversa honesta e aberta com os nossos irmãos maçônicos, devemos estar mais próximos. Devemos fazer um esforço concentrado para obter as opiniões e sentimentos de todos os membros, e não apenas de alguns. Portanto, se a formalidade de uma reunião da loja impedir a contribuição de alguns membros, devemos reconhecer isso e solicitar as suas opiniões em reuniões menos formais ou em discussões individuais. É importante que cada Irmão sinta que não está excluído, que a Loja acolhe os seus pontos de vista e que “deu a sua opinião”. Uma das armadilhas mais comuns que devemos ter cuidado para evitar é apenas nos associarmos com os nossos maçons que pensam como nós, pois podemos criar o que parecem ser “panelinhas”. Digo percebido porque às vezes não dedicamos tempo suficiente para compreender plenamente todos os nossos irmãos. Eles podem ter a mesma opinião mais do que imaginamos! Finalmente e mais importante, devemos praticar a abertura e a tolerância. Abertura para se sentir à vontade para discutir assuntos delicados, questões humanas que são importantes para construir e manter bons relacionamentos. Porque somos todos diferentes, cada um de nós vem de origens diferentes e cada um de nós pensa e age de forma diferente; portanto, devemos nos conhecer suficientemente para podermos conversar num nível que promova a amizade e ao mesmo tempo evite a discórdia. Devemos também assumir uma atitude que seja completamente tolerante com os pontos de vista e ideias dos nossos irmãos. Podemos sentir que a sua ideia ou ponto de vista está errado, mas devemos reconhecer que eles têm as suas próprias razões para as suas expressões, e não nos compete julgá-los por isso. Como pessoas, todos nós dizemos e fazemos coisas que mais tarde gostaríamos de poder retirar. Bem, podemos tentar recuperá-los abertamente, sendo honestos conosco mesmos e tentando corrigir esses erros e perdoar rápida e facilmente as transgressões dos outros. Ouso dizer que todos conhecemos irmãos da Arte que, por uma razão ou outra, estão em algum nível de disputa emocional com outros maçons. Essas disputas são realmente importantes no grande esquema das coisas? Eu realmente acredito que uma boa discussão honesta tornaria inexistentes a maioria das disputas. Cada um de nós deve aprender a procurar e aceitar admoestações e sussurros de bons conselhos de outros, e pelo menos ter alguma concordância ao “concordar em discordar”. Peço-lhe que considere e pratique essa abertura e tolerância e que expresse um interesse genuíno pelo seu companheiro maçom, o homem que você chama de Irmão. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Tue, 17 Oct 2023 - 06min - 626 - Ateus e Crentes na Maçonaria
Segundo um ditado comum, ateu significa alguém que não acredita em nenhuma divindade (do grego atheos = sem deus).
É necessário distinguir entre a esfera religiosa e a esfera filosófica.
Cada religião sempre condenou como ateístas todas as representações que não se conformavam com as suas: nos tempos antigos, os politeístas contra os monoteístas e vice-versa, mais tarde os cristãos contra os muçulmanos, e novamente os católicos contra os protestantes.
A acusação de ateísmo foi motivo de perseguição diversas vezes, de Sócrates a Giordano Bruno, até Spinosa. Os filósofos que discordavam da concepção religiosa do seu país e do seu tempo eram frequentemente afetados, e aqueles que não concebiam Deus como uma pessoa-entidade ou como um criador eram frequentemente considerados ateus.
No campo filosófico, pode-se fazer uma distinção entre ateísmo dogmático (negação verdadeira da existência de Deus), ateísmo cético ou agnóstico (impossibilidade de conhecer a verdade sobre a existência de Deus) e ateísmo crítico (refutação das evidências apresentadas para demonstrar a existência de Deus).
Em meados dos anos 1500, Cesare Vanni enunciou teorias panteístas baseadas na divindade intrínseca da natureza, na pertença do homem a ela como parte dela.
No século XVIII, nas formas filosóficas, o ateísmo teve um renascimento significativo no Iluminismo, entre outros com Diderot.
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Por Alain Bream Nunca poderemos repetir o suficiente: se o compromisso maçónico pode ter algum significado, é trabalhar pela Paz! A Verdade exige que reconheçamos que nem sempre conseguimos, mas isso não nos impede de nos referirmos a ela e de perseverarmos nesta abordagem! Num período histórico onde a espiral da violência, com a sua atração cativante, parece impor-se aos quatro cantos da Terra, talvez não seja inútil mostrar o caminho para a Paz! A realidade é que a violência gera violência, a derrota desperta a necessidade de vingança, o poder da imaginação humana inventa constantemente novas armas e assim por diante até levar à autodestruição! Comunidades em guerra estão em guerra porque os seus líderes escolheram a guerra! Eles seguirão o caminho para a Paz se escolherem líderes que queiram encontrar o caminho para a Paz! As lojas maçónicas são lugares onde a expressão é livre e onde as diferenças podem ser resolvidas! Cabe a cada loja, a cada obediência destacar seres humanos que trazem a Paz! Não há necessidade de querer constantemente “refazer o jogo” e procurar causalidades que se tornarão acusatórias! Os seres humanos precisam de Paz para enfrentar problemas sociais e ambientais que são fontes de sofrimento e comportam o risco de autodestruição! O problema da sobrevivência do nosso planeta é tão importante que não é possível ignorar a realidade das nações Vamos unir-nos para criar as condições para um diálogo franco e sincero baseado na Esperança! Tudo é possível ! --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Sun, 15 Oct 2023 - 01min - 624 - DANTE NA CONQUISTA DA JERUSALÉM CELESTIAL
“No meio da jornada da nossa vida me encontrei em uma floresta escura onde o caminho reto se perdeu”. Provavelmente não existe incipit mais conhecido e eficaz em toda a história da literatura mundial. Estamos na noite da Sexta-Feira Santa do ano 1300, o equinócio da primavera. O poeta nascido em maio de 1265 atingiu simbolicamente a metade da sua jornada terrena. Ele se encontra, ao mesmo tempo, no auge de sua fase de transformação espiritual. Dante, consciente da decadência da sua época, empreendeu no momento da sua plena maturidade uma fantástica peregrinação para mostrar à humanidade um caminho de salvação espiritual, moral e até política. A ideia das viagens físicas, mas também espirituais, como método de aquisição da salvação era, na Idade Média, um costume dos fiéis mais sensíveis ao chamado da Igreja. Houve três peregrinações mais importantes na época: a de Jerusalém, no leste, em direção ao sol nascente, para ir rezar no Sepulcro de Nosso Senhor Jesus. Esses peregrinos eram chamados de Palmieri, desde que retornaram da Terra Santa trouxeram consigo um ramo de palmeira simbólico da Ressurreição e do Triunfo sobre a morte. Depois houve as peregrinações a Roma para visitar a sede dos pontifícios e o túmulo do príncipe dos Apóstolos. Logicamente eles receberam o nome de Romei. Por fim, houve a peregrinação a Santiago de Compostela na Espanha, em direção ao oeste onde estão as matrizes, onde teria sido sepultado São Tiago Apóstolo, seu símbolo era a concha de São Tiago, que usavam como placa para comer e como tigela para recolher esmolas. Foi também o símbolo da vida emergindo das profundezas do mar onde a morte dominava No mesmo ano em que Dante iniciou o seu caminho sobrenatural, o Papa Bonifácio VIII anunciou o primeiro Jubileu de Roma, atraindo multidões de fiéis de toda a Europa ansiosos por ir ao centro do cristianismo para reabastecer os vorazes cofres do Vaticano, convencidos de comprar desta forma, um pedaço do além. Dante opta idealmente por começar em Jerusalém, não em Roma. O poeta aventura-se, portanto, no Inferno, um abismo que se assemelha a um enorme funil invertido cujo círculo base, com Jerusalém ao centro, tem um raio equivalente à distância entre esta cidade e Roma, enquanto o ápice se posiciona no centro da terra. A imagem de um abismo infernal, provocado pela queda de Lúcifer na Terra com a consequente extrusão da crosta terrestre nos Antípodas para formar o Monte Purgatório, também nos informa como Dante estava certo da esfericidade da Terra muito antes de Cristóvão Colombo. Os filósofos pitagóricos já haviam afirmado que os planetas eram esferas que se moviam no espaço, criando, em suas viagens, uma nota musical, a chamada Harmonia das Esferas. A jornada de Dante tem como objetivo conquistar a Jerusalém Celestial após chegar à Terrestre. Isto é idealmente verdade, mas não só, pois há também uma confirmação precisa tanto na ficção poética como na construção cênica dos lugares da própria comédia. Conforme demonstrado por Robert John. o Paraíso Terrestre localizado no topo da montanha do Purgatório tem a mesma topografia da Jerusalém real: as distâncias e os lugares são os mesmos, a aparência do Monte do Templo é a mesma, assim como inúmeros outros detalhes. O Poeta, numa das suas alegorias maravilhosas mas subtis e ocultas, quis indicar com precisão um caminho composto por três etapas sucessivas: a Jerusalém real, a Jerusalém terrena, a Jerusalém celeste, em harmonia com a tripartição cíclica dos fenómenos naturais. O ritual do grau XVIII da Maçonaria "Príncipe Rosacruz" diz: "os antigos Irmãos Rosacruzes, intrépidos naturalistas que sob o exterior mais ou menos sincero do altruísmo foram os promotores da investigação científica através da observação real, sob o pretexto da medicina eles viajaram pela Europa Ocidental durante dois séculos, reunindo os elementos que outros tinham para tornar frutíferos e espalhando a semente do método científico." Não temos provas de que Dante fosse um adepto Rosacruz no termo comumente entendido hoje, mas a necessidade da viagem e da doação de sementes durante a viagem é a mesma. Que Dante foi iniciado numa seita esotérica é comprovado antes de tudo pelas suas obras, pela sua adesão ao Fedeli d'Amore e também pela presença de Mestres ao seu lado, que de vez em quando guiam os seus passos. (Retirado de: O Inferno de Marcello Vicchio e O Inferno Esotérico de Dante de A. e G. Malvani). --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Tue, 10 Oct 2023 - 04min - 623 - A MAÇONARIA E A INTELIGENCIA RTIFICIAL
Existe uma inteligência excêntrica subjacente que orienta para um propósito cada vez maior do que o simples conhecimento ou conjunto de dados. É uma Inteligência Metafísica Superior que molda este mundo.
Na biblioteca da velha guarda, livros estão empilhados por toda parte, junto com fotocópias com parágrafos destacados em cores vivas. Esta cena caótica evoca imagens dantescas, mas é também um exemplo do fervor obsessivo de um aprendiz dedicado a encontrar a chave que tudo revela. Este aprendiz não precisa de nada mais do que um livro e sua mente para alcançar uma rara compreensão que transcende os limites da ilustração convencional. No entanto, vivemos numa era globalizada de mudanças rápidas, onde a reflexão profunda sobre aspectos fundamentais da existência é escassa. Isto teve um impacto nas instituições maçônicas e na qualidade do ensino. O ensino é apresentado de forma fragmentada e superficial, muitas vezes com características desconstrucionistas e rizomáticas, que parecem depender apenas de preferências pessoais e ideológicas. Em muitos casos, carece de apoio filosófico, científico ou mesmo místico, e baseia-se cada vez menos na prática operacional. Neste contexto, aqueles que vão além e não se conformam com os conceitos polissêmicos primários da “pós-modernidade maçônica” são condenados no espaço público. Esses indivíduos são acusados de não seguirem o politicamente correto e de serem egocêntricos. Contudo, é importante lembrar que aqueles que consideram o jejum místico como um mérito voluntário na busca pelo ocultismo estão entrando na vanguarda iniciática a partir de uma fonte algorítmica não artificial. Estão a afastar-se da maquinaria cibernética que mapeia a nossa busca pelo eterno e pelo sagrado, algo que muitos ainda n
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Por Irmão Ken JP Stuczynski
A Maçonaria não exige uma crença particular na vida após a morte, apenas na imortalidade da alma – que alguma parte de quem somos continua de alguma forma após a morte corporal. A reencarnação não é uma crença comum nas religiões ocidentais tradicionais, mas pesquisas mostram que pelo menos um quarto dos cristãos acredita nela. Alguns dizem que isso é uma contradição, enquanto outros encontram confirmação ou pelo menos indícios da crença nas escrituras judaico-cristãs. A ideia também não era desconhecida dos místicos judeus e cristãos, provavelmente devido ao contato com a Índia desde a época de Alexandre, o Grande. Independentemente disso, o ponto de vista de viver vida após vida tem implicações profundas, consistentes com os valores maçónicos.
Uma consequência é a do legado. Enquanto a maioria de nós deseja deixar um mundo melhor para os nossos filhos, aqueles que acreditam na reencarnação também estão tornando o mundo melhor para si próprios. Seja qual for o mundo que construírem, terão de viver nele novamente. Não se trata apenas de uma passagem da tocha, mas de uma continuação do trabalho. Contemplando esse ponto de vista, podemos nos perguntar – mesmo hipoteticamente, se você não acredita na reencarnação – o que queremos fazer nesta vida que gostaríamos de continuar na próxima, ou colher seus benefícios? Que marca você poderia deixar no mundo de forma tão significativa que ser lançado aleatoriamente em outra vida garantiria ser afetado por ela?
Outra implicação é a ideia de que temos muitas chances, ou passos, para aperfeiçoar a pedra bruta, e nosso trabalho só pode ser entregue depois de apresentarmos uma pedra que seja verdadeira e quadrada. Esta é uma desculpa para ajudar na reforma dos outros e de nós mesmos, considerando que poucos, se houver, estão além da redenção. E que melhor maneira de sermos humildes do que saber que o nosso trabalho espiritual é maior do que a nossa vida de solteiro. A Maçonaria, tal como a Arte Operativa dos construtores de catedrais, ensina-nos que começamos o que outros terminarão e terminamos o que outros começaram, abrangendo vidas e gerações. Não podemos esperar fazer tudo durante os nossos poucos anos e não devemos lamentar isso como uma deficiência pessoal. Quão estranho seria, no grande desígnio da Deidade, que apenas devêssemos viver e morrer, quando propósitos mais gloriosos exigem tempo voltado para a eternidade,
A reencarnação também é o reverso da cultura YOLO (“You Only Live Once”) do libertino, ou do ateu materialista. Tal como na crença na recompensa celestial imediata, aqueles que abraçam a reencarnação não vivem para o momento, exceto como um prelúdio para um futuro. O que fazemos agora tem consequências reais para o nosso futuro nesta vida e na próxima (e na próxima).
Talvez seja uma ideia sensata para nós ou mesmo uma em que já acreditamos. Ou talvez nos pareça estranho, mas o sentimento deveria ser familiar às nossas crenças fundamentais, onde viajamos “de vida em vida”. Ou talvez rejeitemos a noção de reencarnação, mas ainda possamos aprender as suas lições. O poeta romano Sêneca diz: “Viva cada dia como uma vida separada”. Cada dia, ou vida, apresenta-nos uma nova tábua de cavalete, e mesmo que só consigamos ver o trabalho deste dia, sabemos que não o começámos, e que continuará muito depois de as ferramentas de trabalho da vida caírem das nossas mãos. E talvez as ferramentas estejam nos esperando novamente pela manhã.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageMon, 02 Oct 2023 - 04min - 621 - O Sagrado e o Profano - Uma viagem à alma humana
Platão, com sua sabedoria, nos convida a considerar a importância não só do nosso estado físico, mas também da nossa disposição mental e espiritual. Sua declaração “Deixe o profano na entrada do Templo!” não se trata de uma mera divisão entre o profano e o sagrado, mas um convite àqueles que buscam o conhecimento espiritual e a iluminação a deixarem de lado as preocupações materiais e superficiais da vida cotidiana. O Templo Maçônico representa um lugar sagrado onde os maçons buscam a verdade, a iluminação e a harmonia espiritual. Esta frase de Platão vai além da simples separação entre quem está dentro e quem está fora. Representa uma reflexão sobre a natureza do acesso ao Templo e a qualidade do indivíduo que busca cruzar esse limiar. A criação de um espaço sagrado dentro da nossa Ordem é um ato de grande solenidade e significado, que ocorre através de uma combinação de rituais de abertura e criação de símbolos no chão. Este processo transforma o ambiente físico em um local de profunda importância espiritual. Contudo, a verdadeira essência da sacralidade reside no desejo profundo de explorar as dimensões internas do conhecimento e espiritualidade. A busca pelo conhecimento e pela espiritualidade é uma jornada interna que envolve a mente e o coração. Requer um compromisso pessoal de procurar a verdade, de explorar a própria consciência e de procurar um significado mais profundo na vida. É um ato de auto exploração e autoconhecimento transcendência, na qual nos esforçamos para superar os limites da nossa compreensão e nos conectar com a essência mais profunda do ser humano. A verdadeira sacralidade é, portanto, uma conexão interna com o divino, com o mistério que transcende a realidade comum. É um desafio constante explorar as fronteiras do conhecimento e da espiritualidade, procurar respostas às questões fundamentais da vida e encontrar um significado mais profundo na existência humana. Portanto, embora os gestos rituais sejam importantes para a criação de um espaço sagrado, é essencial compreender que a verdadeira essência da sacralidade reside no desejo profundo de explorar as próprias dimensões interiores. É uma jornada pessoal rumo à compreensão e à transformação, um compromisso contínuo com a busca da verdade e do sentido da vida. Platão, com a sua sabedoria, convida-nos a refletir sobre a dicotomia entre o profano e o sagrado, sugerindo que esta separação vai além de uma mera barreira material. Este desafio nos leva a explorar a dimensão mais profunda da nossa percepção e a buscar uma compreensão mais elevada. A criação de um espaço sagrado dentro da nossa Ordem não é apenas uma questão de gestos rituais externos ou limites físicos. É um ato alquímico de transformação interna que requer uma atitude interna, uma disposição de mente e coração para entrar em contato com o sagrado. Os símbolos e o simbolismo são ferramentas poderosas através das quais os seres humanos tentam dar sentido ao mundo e comunicar com o invisível. Esses símbolos atuam como uma ponte entre a realidade material e espiritual, permitindo aos humanos explorar o divino, o mistério e a transcendência. A dessacralização é um processo complexo que envolve a interação entre instituições religiosas, mudanças culturais e sociais e as forças do Iluminismo. Não é simplesmente um resultado inevitável do progresso tecnológico ou da evolução económica, mas tem sido fortemente influenciado pelas próprias instituições religiosas, particularmente pelas Igrejas. As Igrejas têm desempenhado um papel importante na distinção entre o sagrado e o profano, criando uma clara separação entre a esfera do sagrado, associada à lei divina, e a do profano, ligada à lei natural e moral. Esta distinção tem sido frequentemente usada para consolidar o poder e a autoridade religiosa. No entanto, as Igrejas também contribuíram para a dessacralização através da degradação das crenças e práticas espirituais das culturas indígenas e tradicionais, rotulando-as como superstições ou heresias. Isto enfraqueceu a sacralidade intrínseca destas culturas e levou muitas pessoas a abraçar uma visão de mundo mais secular. A Era do Iluminismo minou ainda mais a autoridade das crenças religiosas ao promover ideais racionalistas e científicos, levando a uma visão de mundo em que a religião e o sagrado eram frequentemente vistos como irrelevantes ou mesmo hostis ao progresso humano. O termo “sagrado”, derivado da raiz latina “sacer”, destaca a sua importância na compreensão das dimensões espirituais e culturais da humanidade. Pelo contrário, o termo “profano”, derivado da expressão latina “pro fanum”, indica aquilo que não está ligado ao sagrado e que permanece no âmbito da vida quotidiana e na esfera da liberdade humana. A dessacralização é um fenómeno complexo que reflete tensões entre religião, cultura e poder ao longo da história. Apesar das suas raízes históricas, continua a ser relevante hoje, à medida que as sociedades contemporâneas lutam para equilibrar os valores seculares com a busca de um significado espiritual. A dicotomia entre o sagrado e o profano é uma característica definidora em culturas de todo o mundo. O sagrado oferece uma perspectiva transcendente e misteriosa, proporcionando orientação moral, propósito e uma conexão com o além-humano. Por outro lado, o profano representa o mundo cotidiano, a esfera em que os seres humanos vivem, trabalham e interagem. A integração destas duas esferas é essencial para encontrar equilíbrio e harmonia na nossa existência. A dualidade entre essas dimensões oferece aos indivíduos a capacidade de vivenciar a plenitude da experiência humana, combinando a busca pelo significado espiritual com a ação no mundo cotidiano. O conceito de sagrado é universal e intrínseco à consciência humana. Isto sublinha a importância e a duração da procura do sagrado na evolução da cultura humana, demonstrando como é uma constante na procura da humanidade para dar um sentido profundo à existência. Ao longo da história, muitas culturas desenvolveram práticas religiosas e tradições rituais para abordar o sagrado e celebrar esta dimensão misteriosa da experiência humana. Esta procura do sagrado não se limita às instituições religiosas organizadas; pode ser um componente significativo na vida de indivíduos de diferentes orientações espirituais ou filosóficas. A dessacralização é um fenómeno complexo que reflete tensões entre religião, cultura e poder ao longo da história. Apesar das suas raízes históricas, continua a ser relevante hoje, à medida que as sociedades contemporâneas lutam para equilibrar os valores seculares com a busca de um significado espiritual. O Homo religiosus, o homem religioso, que mantém uma sensibilidade inata para o sagrado e o religioso, pode nunca ter desaparecido completamente. Esta sensibilidade também parece persistir no homem ocidental moderno, por vezes sem ser conscientemente reconhecido. Esta ligação implícita com o sagrado e o religioso emerge através de um inconsciente coletivo, um arquétipo profundamente enraizado na psique humana. Esta sensibilidade permite-nos reconhecer facilmente as manifestações do sagrado e do religioso em culturas e épocas mais diferentes das nossas. Concluindo, a dicotomia entre sagrado e profano é intrínseca à condição humana e representa uma característica distintiva nas culturas de todo o mundo. A busca pelo sagrado na evolução da cultura humana demonstra como é uma constante nas pesquisas da humanidade para dar um sentido profundo à existência. Carl Gustav Jung afirmou que “A religião é uma necessidade da alma humana, uma parte essencial de sua verdadeira natureza”. Este sentido inato do sagrado e do religioso é uma característica intrínseca do ser humano, uma busca pelo Absoluto que só a alma humana parece ser capaz de perceber. O conhecimento não deve ser considerado como uma forma de ignorância em relação a outras culturas ou crenças religiosas, mas como uma oportunidade de aprender tanto com o Outro como com nós mesmos. Este processo de compreensão mútua pode ajudar a redescobrir as raízes profundas da nossa sensibilidade intrínseca ao sagrado. A busca do sentido e do Absoluto, elemento fundamental do Homo religiosus, nos une como seres humanos e nos permite superar as barreiras do tempo e do espaço. Esta investigação permite-nos estabelecer uma ligação mais profunda com o universo e com os outros, promovendo uma maior compreensão de nós próprios e dos outros. Este artigo foi compilado da revista Athanor onde o autor é identificado somente com as iniciais V.G. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Mon, 02 Oct 2023 - 09min - 620 - Quais as origens da Maçonaria e qual a sua idade? (Parte I)
Por José Ronaldo Viega Alves
A história e a evolução da Maçonaria ao longo dos séculos, é um tema sempre capaz de despertar em nós um certo fascínio. Sabemos que as suas origens remontam à antiguidade, mas, as perguntas “Onde? Quando? Como?” continuam ecoando à nossa volta. As mesmas que provocaram e ainda provocam o surgimento de teorias com o objetivo de elucidar o mistério, ainda que, nenhuma delas pareça ter atingido uma versão a ser considerada definitiva. Uma história, tal como a da Maçonaria, envolverá em suas origens vários cenários, cobrirá vários períodos, assim como, fará desfilar dezenas de personagens e situações. Uma história da Maçonaria, sabemos, conterá em seu desenvolvimento a absorção de uma variedade muito grande de influências. Assim como, sabemos também, que as histórias construídas assim possuem suas precariedades, não havendo como negarmos que ela possui ainda muitas pontas soltas esperando ser amarradas por parte dos seus estudiosos. Sobram, portanto, até os dias atuais, várias contradições e polêmicas que acompanham o conjunto todo das muitas teorias e especulações que nasceram em torno das buscas pelas suas origens.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageFri, 29 Sep 2023 - 20min - 619 - A Construção do Templo Interior X Construção do Templo Material
Havia uma Loja Maçônica Referencia regional, em uma das capitais do Sudeste, que estava passando por um imbróglio temporal, por estar ainda sem seu Templo Físico Construído, após um período de ter –se mudado do Templo Original, em que trabalhava, para outro em sistema de compartilhamento, que em essência, não diminuía a pujança de suas reuniões presenciais, mas faltava aquela Egrégora nostálgica de outrora, da sede própria. Trabalho árduo e penoso a construção material do Templo Maçônico, pois há inúmeros paradigmas a serem superados, tanto no campo material, como espiritual e é mister, que todos os amados irmãos estejam imbuídos nesse processo de reconstrução do Templo da Loja e sabemos, o quão financeiramente, isso impactaria nas finanças de muitos irmãos. O Landmark de número 9, com sua redação doutrinária nos determina que : “Os Maçons se ‘energizam’ em Lojas Simbólicas.” Logo, toda a Loja deve os Irmãos congregarem e esta congregação deve se dar por conta da argamassa composta pelos 3 (três) elementos, sendo eles: “Paz, Harmonia e Concórdia” que unidos e misturados torna-se a “tríplice argamassa” que une os nossos trabalhos, que une nossas energias, e que une os nossos conhecimentos tirando-nos das trevas” Não só das trevas físicas, da ignorância, mas também das trevas do comodismo, do não compromisso com o programa e projeto de reconstrução de seu templo . Sabemos ser árdua esta construção, pois, tal como a pedra nos chega imperfeita para ser polida e para tanto, necessário faz extrair-lhe as lascas irregulares com trabalho árduo e preciso, na firmeza do direcionamento da ponta do cinzel e com a batida precisa do maço nivelando-a, até que chegamos ao ponto de termos de usar novas ferramentas para darmos seu acabamento certo e chegarmos a sua perfeição. Estas novas ferramentas nos obriga a buscar mais conhecimento para o seu uso e domínio e ai, podermos extrair destas as percepções necessárias para a modelagem de nosso eu interior, tal como queremos dar ao acabamento da pedra bruta que nos foi confiada e que será utilizada na construção a prumo do Templo da nossa Maçonaria. Ai entra o esquadro que nos dará a medida certa dos seus ângulos retos, tais como a medida correta que devem ter nossas atitudes; o compasso para sabermos a amplitude que devemos e podemos dar a nossa obra; a régua para configurar a retidão de nosso caráter e nossas atitudes para conosco, com a família, com a sociedade maçônica e profana; a alavanca para que possamos multiplicar nossas forças, pois a construção feita, mesmo com a pedra já polida uma a uma, o seu manuseio é penoso demais para o trabalho de um só homem por mais aplicado que seja. Assim é nossa construção pessoal, moral e espiritual, pois para lapidarmo-nos temos que, na literalidade, tirar de nós as lascas dos vícios e das paixões que somos expostos no mundo profano, pois muitas vezes as atitudes profanas que praticávamos não são aceitas dentro da Nobre Arte causando-nos conflitos internos e por esta razão sabemos que isto dói na mente. Rizzardo Da Camino, nos remete a uma profunda reflexão ao parafrasear sobre o tema em Epígrafe, Essa expressão é usada de modo simbólico e diz respeito ao trajeto que o Aprendiz deve percorrer até conseguir colocar-se diante do Altar, para contemplar a Deus. É a construção interior do grande templo espiritual, individual e coletivo, ao mesmo Tempo. Diz-se, também, quando uma Loja resolve constituir seu templo material, onde, como oficina, desenvolverá seu trabalho. A construção do templo interior individual deve iniciar-se com a seleção das pedras de alicerces, ou seja, escolher as pedras brutas que se prestarem ao esquadrejamento, para depois desbastar-lhes as arestas. Ao construírem-se os alicerces, devem ser empregados os instrumentos próprios da construção, e isso com conhecimento. Se o maçom não souber usar o Nível e o Prumo, as paredes que pretende erigir cairão e o trabalho terá sido em vão. O templo interior coletivo será a soma dos Templos individuais, onde serão convidados os Irmãos para, em coro, primeiramente louvar ao Senhor, e depois cultivar o amor fraterno. Na Cadeia de União unem-se como elos os Templos individuais no interior. O trabalho na oficina maçônica será global e coletivo. A construção ou a reconstrução interior do ser humano é o ideal da Maçonaria . Após esse preâmbulo, retornamos à construção de nosso templo físico, material. O templo Maçônico não é uma Igreja, não é apenas um local de reunião, não é propriedade privativa de qualquer indivíduo. Ele enseja toda uma filosofia, toda uma simbologia e possui ainda, depois de consagrado, todo um esoterismo próprio, advindos das energias do macrocosmo. Nossa loja é nossa casa, nosso centro de convergência de ideias e ideais, também representa o ponto equinocial do cerne de nossa integração como irmãos em verdade e em espirito. A ideia essencial de templo é e sempre foi a de um local designado especialmente para um trabalho considerado sagrado; num sentido mais restrito, o templo é um edifício construído e dedicado exclusivamente para ritos e cerimônias sagradas. Todos os templos antigos, qualquer que fosse o uso ao qual estivessem destinados, apresentavam esta característica comum de orientação, muitas vezes com maravilhosa exatidão. primeira magnitude (como Sirius, Canopus, ou a Estrela Polar, em certos templos egípcios). Quanto às três dimensões do Templo, podemos considerá-las até certo ponto equivalentes; tanto o Norte e o Zênite, como o Oriente, indicam o Mundo Divino dos Princípios ou domínio do Transcendente; enquanto o Sul, o Nadir e o Ocidente representam, de diferentes modos, o mundo manifestado ou fenomênico. A diferença baseia-se principalmente em que a direção do Oriente ao Ocidente refere-se à Senda da vida ou Caminho do Progresso; a do Norte ao Sul, à Lei dos ciclos, que nos aproxima alternativamente do domínio das Causas e dos Efeitos; e a vertical, ao Pai e a Mãe, de quem somos igualmente filhos, ou seja, às duas gravitações, celestial e terrena, que respectivamente atraem nossa natureza espiritual e material. Também podemos ver nestas três direções dimensionais uma alusão aos três movimentos da Terra: de rotação (Oriente-Ocidente), de revolução (Norte-Sul) e de precessão (Zenite-Nadir): ou seja, as três dimensões dinâmicas do mundo em que vivemos. Concluindo, após essa explanação que ensejamos acima, só nos resta a olhar para dentro de nosso templo interior e vermos o quando ele precisa ser lapidado a cada dia, pois somos seres em perpétua construção em busca da perfeição evolutiva, sem esquecermos também de incluir nessa autoanálise a pergunta: “o quanto serei responsável pela construção do templo erigido para minha amada oficina??” Como sempre digo: Respondei com franqueza, a sua resposta não nos ofenderá. TFA Dario Angelo Baggieri --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Fri, 29 Sep 2023 - 08min - 618 - DIÁLOGO COM O MESTRE — A CRIAÇÃO E SUA TOTALIDADE
Por João Alexandre Pasqualim Filho
Era época de Tishrei e os doze, após uma longa caminhada vinda de Betel, sentaram-se e relaxaram as margens do Mar da Galileia. E o dia estava se pondo quando os doze se alimentaram e se acolheram ao lado do fogo. Certo momento, o Mestre, ao terminar de tomar seu pão, notou que o mais novo dos doze não se encontrava com os demais e resolveu procurá-lo. Pouco tempo depois o viu sentado em uma rocha na base do monte. O discípulo, que era um dos mais amados do Mestre, olhava para o lago e admirava o reflexo do firmamento no espelho d’água. Foi então que um leve, porém firme toque de uma mão sobre o seu ombro esquerdo o tirou do transe.
— O que faz aqui isolado de seus irmãos? Não o vi comer entre eles. Por acaso há algo que o perturba? Disse o Mestre sentando-se ao lado do jovem.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageThu, 28 Sep 2023 - 13min - 617 - O Simbolismo do Jogo de Xadrez
O Simbolismo do Jogo de Xadrez O jogo de xadrez presta-se a um interessante estudo simbólico. Basta citar dois exemplos célebres: o uso simbólico do tabuleiro de xadrez, na Idade Média, na bandeira dos Templários e um uso verdadeiramente esotérico, no caso do tabuleiro de xadrez relatado no centro dos Templos Maçônicos. O tabuleiro é quadrado, dividido em quadrados pretos e brancos. Os quatro lados do tabuleiro representam as quatro direções e os quatro elementos. Outro número importante no xadrez é o oito. Cada lado é dividido em oito varreduras e o total das caixas é 8 x 8 = 64. O oito representa o octógono, figura intermediária entre o quadrado – a terra – e o círculo – o céu. Indica uma tendência espiritual em desenvolvimento, um estágio intermediário e o caminho do iniciado. O tabuleiro de xadrez não é apenas a representação de um campo de batalha, mas, na sua divisão octonária, simboliza a elevação espiritual: um empurrão em direção ao espírito, em direção ao círculo, ao polígono com lados infinitos. O tabuleiro poderia ser dividido em sete ou nove partes, mas num caso teria sido um jogo mais fácil e no outro mais difícil. Oito é uma espécie de número de equilíbrio entre um jogo muito fácil e outro muito difícil. Entre outras coisas, os índios, inventores do jogo, contaram oito planetas: mais uma ligação com o número oito. Do ponto de vista macrocósmico, o tabuleiro de xadrez representa o mundo, enquanto do ponto de vista microcósmico é o mapa do espírito, em particular o espírito despedaçado do iniciado que se prepara para o desafio, uma mistura de preto e branco, luz e escuridão. O jogo chegou à Europa graças à mediação persa e árabe. Originalmente a peça ao lado do Rei era o Conselheiro, mas na Europa transformou-se na Rainha, porque os peões foram assimilados a uma corte. A passagem é significativa. A mulher tem um simbolismo próprio e preciso e pode ser relacionada à Sabedoria. O Rei, que representa o Eu, tem a Sabedoria ao seu lado. Uma característica interessante do jogo de xadrez - do ponto de vista simbólico - é a possibilidade de o peão conseguir chegar ao lado do adversário, transformando-se em rainha: uma espécie de jornada iniciática, na qual após uma série de testes chega-se ao conclusão da Grande Obra. O tabuleiro de xadrez é um campo de batalha onde dois exércitos se enfrentam. Existe uma disposição inicial precisa a partir da qual partem as peças. Todos os possíveis desenvolvimentos futuros estão contidos no layout inicial: a partir do mesmo início, múltiplas batalhas podem se desenvolver. Sendo uma criação humana, as possibilidades são infinitas, mas ainda vastas em número. Nesta ideia de que inúmeras possibilidades podem ser desenvolvidas a partir de um mesmo desdobramento inicial, encontramos um símbolo do desenvolvimento do cosmos: o Um inicial, o ovo primordial, tem dentro de si todas as possibilidades de desenvolvimento futuro, como o desdobramento inicial do xadrez. No final do jogo as peças voltam à sua disposição inicial e uma nova batalha pode recomeçar, redescobrindo o conceito de ciclicidade. (Retirado de: Alice no País das Maravilhas, de Vito Foschi --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Wed, 27 Sep 2023 - 04min - 616 - Maçonaria - O Desentendimento de Simon Bolivar com a Maçonaria.
Simon Bolívar, conhecido como o "Libertador", é uma figura icónica na história da América Latina por liderar diversas nações na luta pela independência do domínio colonial espanhol. No entanto, em meio ao cenário turbulento da América do Sul do século XIX, Bolívar também enfrentou desafios internos, incluindo conflitos políticos e, surpreendentemente, um desentendimento significativo com a Maçonaria.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageMon, 25 Sep 2023 - 03min - 615 - Reflexões epistemológica na maçonariaFri, 22 Sep 2023 - 16min
- 614 - Maçons Ilustres e Famosos - Nathan Mayer Rothschild
Maçons Ilustres e Famosos - Nathan Mayer Rothschild
Rothschild nasceu em 16 de setembro de 1777 em Frankfurt, Alemanha. Aos 21 anos, estabeleceu-se em Manchester, na Inglaterra. Lá ele fundou uma empresa de comércio e financiamento de têxteis. Em 1804, mudou-se para Londres, Inglaterra, para começar a negociar na Bolsa de Valores de Londres.
A partir de 1809, Rothschild começou a negociar barras de ouro. Em 1811, ele negociou um acordo para começar a pagar as tropas de Wellington enquanto elas lutavam contra Napoleão em Portugal e na Espanha.
Foi alegado que Rothschild tinha agentes monitorando a batalha em Waterloo e eles o avisaram na Inglaterra antes que alguém tivesse a notícia. A alegação era que ele usou as informações para manipular o mercado e fazer fortuna.
A história tem muitas lacunas e muitos acham que foi inventada. O original apareceu em um panfleto antissemita francês de 1846 e foi ampliado por várias outras fontes. Um dos maiores problemas com a alegação foi que Rothschild ganhou um milhão de libras com a informação, o mercado de títulos na Bolsa de Londres na altura não poderia ter suportado tal ganho.
Em 1818, Rothschild foi elevado ao nobre status de barão (Freiherr), embora tenha optado por nunca usá-lo. Também em 1818, Rothschild fez um empréstimo de 5 milhões de libras ao governo prussiano.
Rothschild era um abolicionista e usou sua posição financeira para acabar com o comércio de escravos. Em 2009, surgiu uma reclamação afirmando que ele tinha relações com um proprietário de plantação que usava escravos como garantia. Isto foi negado pelo ainda existente banco Rothschild.
Em parte, eles disseram que Rothschild tinha sido um proeminente defensor das liberdades civis com muitos associados com ideias semelhantes e "contra este pano de fundo, estas alegações parecem inconsistentes e deturpam o ethos do homem e do seu negócio".
Rothschild faleceu de um abscesso infectado em 28 de julho de 1836. No momento de seu falecimento, ele tinha um patrimônio líquido pessoal de 0,62% da renda nacional britânica.
Rothschild era membro Loja Emulação Nº 12 em Londres, Inglaterra.
Sat, 16 Sep 2023 - 02min - 613 - PROVÉRBIOS 22:6
"Eduque as crianças da maneira certa e, quando envelhecerem, elas não se desviarão." por Richard Haley Certamente, a sabedoria deste versículo do livro das Escrituras Hebraicas chamado Provérbios, que tradicionalmente reflete a sabedoria de Salomão, parece óbvia, mas qualquer um de nós que é pai ou que consegue se lembrar da maneira como nossos pais nos criaram, sabe muito bem que é não é fácil treinar as crianças da maneira certa. Mas… nós tentamos! O mesmo se aplica à nossa jornada maçônica. Nosso ritual nos lembra que estamos constantemente em um momento de busca para sermos treinados no “caminho certo”, mesmo depois de atingirmos o elevado objetivo de Mestre Maçom. Nosso cavalete espiritual e maçônico está sempre recebendo novos desenhos para nossa edificação. O treinamento maçônico nunca termina. Identificamos e enfatizamos que um dos principais objetivos da Maçonaria é tornar os homens bons, homens melhores, e isso precisa de treinamento. Então, temos formas oficiais para que isso aconteça. O Caminho do Mestrado enfatiza a necessidade de treinamento. As expressões do Rito Escocês e do Rito de York da Maçonaria fornecem uma visão contínua sobre o que significa fazer parte da nossa Fraternidade e, assim, melhorar-nos na Maçonaria. Claro, existe a nossa organização juvenil para meninos e jovens emergentes, DeMolay, que lançou muitos de nós nesta estrada maçônica permanente de aprendizagem, treinamento e auto-aperfeiçoamento. Tal como acontece com a criação de filhos, este treinamento maçônico da maneira correta não é fácil. Pode ser tentador simplesmente seguir em frente para se tornar um maçom. Faça um pouco de memorização conforme necessário, eleve-se ao nível sublime, participe de reuniões, faça novos amigos, aproveite as refeições e outras atividades relacionadas. Mas aqui fica a pergunta: esse processo contínuo de treinamento maçônico realmente fez diferença para você? Que efeito o fato de ser irmão Maçom teve em sua vida familiar, em seus relacionamentos, em sua atitude e em sua visão das pessoas diferentes de você? Você internalizou nossas várias lições ou são meras palavras que você memorizou uma vez ou que só usa durante os rituais de graduação? Parafraseando o versículo dos provérbios, você realmente foi treinado no caminho maçônico correto ou se desviou ou ficou estagnado nesse caminho? É aqui que estou em tudo isso: toda vez que assisto ou participo de trabalhos maçônicos (graus, serviços memoriais, instalações, celebrações, etc.), saio melhor do trabalho porque fui lembrado de grandes verdades. Fui treinado novamente. Espero e rezo para que a maioria de nós esteja em jornadas semelhantes de treinamento e reciclagem para a autorreflexão e o autoaperfeiçoamento, pelo bem de nossas lojas, de nossa Fraternidade mais ampla e do mundo em que vivemos. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Fri, 15 Sep 2023 - 03min - 612 - A HORA DO MAÇOM – MEIO-DIA EM PONTO
Rosmunda Cristiano O profano, talvez, encontre definições mais plausíveis: passa, marca e descreve acontecimentos, sejam eles passados, presentes ou futuros, não importa. Na Maçonaria falamos sempre de dois tempos, o profano, que vivemos na natureza cíclica dos acontecimentos diários, e o iniciático, que se manifesta através do ritual e se liberta com uma força quase sobrenatural dentro do Templo, capaz de surpreender e fascinar o 'Aprendiz. O Sol, portanto o Tempo, permanece fixo para quem sabe. Muitas vezes sublinhamos este conceito no ritual do Templo: marcamos o horário sagrado do meio-dia à meia-noite; O Tempo profano entra em “suspensão”, para nos conduzir ao “Grande Tempo”, que não está marcado e não é convencional. Terminadas as férias de verão, é chegado o momento de retomar os rituais e o trabalho sublime, que só nós conhecemos, destinado a desbastar a pedra bruta. No livro “Destino como Escolha”, Thorwald Dethlefsen argumenta que o Tempo é qualidade e quantidade da mesma forma: A qualidade do Tempo não tem nada a ver com a duração, mas afirma que cada ponto do Tempo, ou seção do Tempo, pode ser uma hora, um segundo, uma década, possui uma certa qualidade, que só permite que surjam os factos que sejam adequados a essa qualidade. Em suma, nesse momento específico, só podem ser realizados aqueles factos cujos conteúdos “qualitativos” correspondam à respectiva “qualidade” do Tempo. Com a retomada do nosso trabalho, a qualidade e a quantidade de tempo devem poder se encontrar para criarmos o tempo certo, ou seja, o tempo necessário para nos conhecermos cada vez melhor. Com a luz certa, na hora certa, tudo será extraordinário. Fonte: Expartibus --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Wed, 13 Sep 2023 - 02min - 611 - Tornamos bons homens melhores?
Por Matthew Wissell Como maçons, quando questionados por aqueles sem experiência na Arte o que exatamente fazemos, muitas vezes respondemos com a frase: “Tornamos melhores os homens bons”. Parece nobre e glorioso. O que acontece a seguir é que apresentamos uma lista de iniciativas de caridade nas quais podemos ou não estar pessoalmente envolvidos. Poderíamos mencionar as amizades que desenvolvemos desde que ingressamos na Loja. Talvez até mencione as atividades ou eventos dos quais fomos abençoados por participar por causa da Fraternidade. Raramente, ou nunca, mencionamos como nos tornamos homens melhores através do nosso envolvimento na Maçonaria. Então isso levanta a questão. Será que realmente vemos a Loja como um lugar onde nos tornamos homens melhores? Ou somos simplesmente mais um clube ou organização de serviço? Viemos a Loja para sair com os amigos e nos divertir ou nos reunimos com a esperança de mudar para melhor? Acho que cada um de nós tem que responder a essa pergunta por si mesmo. Isso vai direto ao cerne do nosso propósito. O que as pessoas dizem sobre você desde que ingressou na loja? Eles comentam sobre o quão ocupado você está e quantas noites por semana você sai? Eles perguntam para qual função você vai no sábado? Eles mencionam os hobbies e atividades que você praticava antes de ingressar na Maçonaria? Eles já disseram que você é uma pessoa melhor? Eles alguma vez notaram alguma mudança positiva em suas atitudes ou perspectiva de vida depois de se tornar maçom? Eles apreciam mais as interações que você tem com outras pessoas desde que ingressaram? Se realmente acreditamos que existimos para tornar os homens bons melhores, então precisamos fazer um esforço para que isso aconteça. Isso não acontecerá por acaso ou por osmose. Temos que trabalhar nisso. Temos que dar mais do que apenas falar dos grandes ensinamentos de nossos cursos. Temos que colocá-los em ação em nossas Lojas e em nossas vidas. Uma coisa é poder repeti-los de memória. Outra coisa é inculcá-los em nossa vida diária. A questão então é: como você intencionalmente torna os homens bons melhores? Que passos você toma? Existem certos protocolos ou práticas que são eficazes? Como seria se decidíssemos nos concentrar em realmente tornar os bons homens melhores? O que poderíamos fazer? Sinceramente não acredito que seria muito complicado. Não estou afirmando que seja fácil, não é. Mas é um conceito muito simples de entender, mas desafiador de executar. Isso exigiria um processo de responsabilização mútua. A disposição dos irmãos de responsabilizar uns aos outros e de serem responsabilizados. Simples de entender, difícil de realizar. Não estou sugerindo que isso precise acontecer como parte de uma comunicação mensal, mas sim como parte da vida da Loja. O que aconteceria se os irmãos formassem pares ou pequenos grupos com o propósito de responsabilizar uns aos outros? E se, olhando pelas lentes dos ensinamentos da Fraternidade, pedíssemos ajuda uns aos outros para resolver um problema de nossas vidas? Fizemos votos nos unindo um ao outro. Por que não quereríamos apoiar uns aos outros na busca de ser um homem melhor? Meus irmãos, as palavras importam. Como vivemos nossas vidas é importante. A integridade é importante. Integridade no sentido clássico de que nossas palavras e nossas ações estão integradas. Deveria ser o objetivo de todo ser humano viver dessa maneira, mas mais especialmente o nosso como maçons. Não pretendemos ser medianos. Afirmamos que nos baseamos em padrões mais elevados do que a base social do que é certo e errado. Não deveríamos tentar viver a nossa reivindicação no mundo. Imagine o que aconteceria se o fizéssemos? Isso mudaria a conversa. “Então, exatamente o que vocês fazem em Loja?” “Nós tornamos os bons homens melhores.” "Realmente?" "Bem... posso dizer o que isso fez por mim." Quanto mais estima teríamos aos olhos da comunidade. Quão maior seria a nossa história para o mundo. Vamos mudar a conversa. Esforcemo-nos para viver de acordo com o nosso propósito autoproclamado. Vamos fazer a diferença em nossas vidas e na dos outros. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Wed, 13 Sep 2023 - 05min - 610 - Mudar ou Desaparecer - O Dilema da Maçonaria
Por John L. Palmer - Tradução: J. Filardo
Existe, atualmente, uma crise na nossa Fraternidade?
Se sim, como posso ajudar?
Na história conhecida da Maçonaria, pelo menos desde que se vem contando os Maçons, o número de membros na nossa Fraternidade sempre oscilou, subindo e descendo.
Mas, à medida que o número de membros começou a declinar, surgiu um problema jamais enfrentado.
Mais ou menos no meio do século XX, uma Loja na Austrália estava lidando com o mesmo, ou pelo menos um problema similar de declínio de membros e interesse.
Eles perceberam que a razão pela qual o número de membros estava declinando era que os seus próprios membros não entendiam o que a Maçonaria realmente era; que como resultado, a Loja tinha sido transformada em algo completamente diferente do que pretendia ser; e, que os membros e possíveis membros eram apáticos sobre essa organização chamada Maçonaria.
Eles notaram que a ênfase tinha mudado de companheirismo, estudo filosófico e desenvolvimento espiritual para discussões superficiais sobre tópicos mundanos.
Eles insistiram que se a Fraternidade retornasse ao que eles acreditavam que uma vez fora, os homens, tanto membros quanto não membros, seriam atraídos, e o problema se resolveria por si mesmo.
Eles insistiram que os homens eram atraídos por coisas que eles consideravam valiosas e que os membros da Loja deveriam ser retratados como sendo de imenso valor a fim de atrair homens que se beneficiariam do crescimento intelectual e espiritual que a Fraternidade oferece.
Colocando a sua teoria em prática, criaram uma Loja com ênfase nas discussões intelectuais da filosofia e história maçônicas, eliminando assim muitas oportunidades de desviarem do objetivo.
Por todos os lugares, havia muitos maçons que não estavam realmente felizes com o que estava acontecendo nas suas Lojas.
Quando finalmente conseguiam se tornar membros da Fraternidade, ficavam desiludidos.
Quando viram o que os maçons realmente faziam nas suas reuniões, ficaram muito desapontados.
Eles tinham esperado cerimônias majestosas e impressionantes; discussões profundas de assuntos que os desafiariam mentalmente; e a oportunidade de aprender sobre grandes mistérios aos quais, de outra forma, não teriam tido acesso.
Muitos destes jovens maçons tinham grande respeito pela Fraternidade antes de apresentarem petições e pelos homens que conheciam como Maçons, mas faltava alguma coisa.
Em vez disso, viam cerimônias que poderiam ou deveriam ter sido mais impressionantes, lidas num livro por um membro da Loja que lia mal e não entendia algumas das palavras, muito menos o significado dos rituais.
Eles viam homens assumindo obrigações solenes de fazer todo o tipo de coisas elevadas e, em seguida, prontamente se comportando como se não tivessem feito aquilo.
Quando eles perguntavam “por quê?” sobre partes das cerimônias ou dos rituais, eles eram instruídos a memorizar corretamente as palavras, pois ninguém sabia “por que” eles diziam e “o que” faziam.
Eles se perguntavam: “Em que eu me meti?
Não há algum lugar melhor onde eu quero gastar o meu tempo?”
Muitos destes homens se afastaram da Fraternidade, perdidos e desiludidos.
Alguns, no entanto, tiraram um tempo para aprender o ritual, ler a literatura, pensar sobre “o que” a Maçonaria deveria ser e decidiram que isso precisava retornar à Instituição que eles percebiam uma vez ter sido.
A partir daí, esta Loja Australiana passou a ter uma lista de espera de homens querendo se tornar membros.
Eles aprenderam a ser mais exigentes com os seus membros e discutir assuntos mais esotéricos e filosóficos, além de enfatizarem a excelência na experiência iniciática transmitida.
Eles se enquadraram no guarda-chuva que alguns chamam de “Restauração Maçônica” e organizaram-se para promover esses ideais.
Estaremos vivenciando, em pleno século XXI, situação semelhante à vivenciada por aquela Loja na Austrália???
Se sim, o que poderei fazer???
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageTue, 12 Sep 2023 - 05min - 609 - O Batismo de Angelo Soliman
Na efeméride maçônica de hoje, celebramos o batismo de Angelo Soliman em 1721, um notável cidadão vienense de origem nigeriana. Nascido como Mmadi Make por volta de 1721, nas terras que hoje compõem a Nigéria, a data exata de seu nascimento permaneceu um mistério, levando-o a adotar o 11 de setembro, o dia de seu batismo, como sua data de aniversário. Seu nome original, Mmadi Make, estava vinculado a uma linhagem nobre de sua região de origem.
A infância de Soliman foi marcada pela tragédia quando, ainda jovem, foi capturado e levado como escravo para Marselha. No entanto, seu destino começou a mudar quando ele foi adquirido pela corte e recebeu educação. Foi nessa época que ele adotou o nome Ângelo, em homenagem a uma empregada doméstica chamada Angelina.
Após inúmeras reviravoltas, Soliman acabou sob os cuidados do governador imperial da Sicília, que também era um príncipe. Ele se tornou o confidente e companheiro de viagens do Príncipe, até mesmo participando de batalhas ao seu lado, onde se diz que salvou a vida do nobre. Esse ato heroico pavimentou o caminho para a sua libertação. Mais tarde, ele se casou com Magdalena Christiani, uma jovem viúva e irmã de um general francês.
Embora tenha vivido a maior parte de sua vida como escravo, Soliman era notavelmente erudito e se destacava na sociedade vienense. Sua conexão com a fraternidade maçônica o levou a conhecer Wolfgang Amadeus Mozart, com quem ocasionalmente compartilhava momentos nas reuniões da loja maçônica. Acredita-se que Soliman tenha servido de inspiração para o personagem Bassa Selim na ópera de Mozart, "O Rapto do Serralho".
No entanto, apesar de sua posição na sociedade vienense, Soliman continuou sendo marginalizado como um exemplo de "assimilação" dos africanos na sociedade europeia. Após sua morte em 21 de novembro de 1796, seu tratamento pela sociedade foi profundamente perturbador. Em vez de receber um enterro cristão, seu corpo foi submetido a um destino indigno. Ele foi empalhado e exposto na Coleção Imperial de História Natural, adornado com itens africanos considerados tradicionais. Apesar dos apelos de seus filhos para a restituição de seus restos mortais, isso nunca ocorreu, e seus restos foram consumidos pelo fogo durante a Revolução de Outubro de 1848. Essa atitude em relação a Soliman pós-morte, de certa forma, despojou-o da posição que ocupava em vida.
Soliman era membro da Loja "True Harmony" e eventualmente se tornou o Venerável Mestre da loja, influenciando os rituais maçônicos ao introduzir elementos acadêmicos. Seu impacto na Maçonaria reverberou por toda a Europa, deixando um legado duradouro na tradição maçônica. Hoje, relembramos a vida e a influência de Angelo Soliman na história maçônica e na sociedade europeia.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageMon, 11 Sep 2023 - 03min - 608 - Chile, 50 anos do golpe: a luta contra um passado mal resolvido
Heranças da ditadura ainda assombram o país no século 21 Por Rafael Cardoso - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro Ni perdón, ni olvido! O grito de ordem - que em português pode ser traduzido como "nem perdão, nem esquecimento" - é ecoado há décadas por aqueles que buscam justiça contra torturadores, assassinos, mandantes e cúmplices da ditadura militar no Chile. Há exatos 50 anos, no dia 11 de setembro de 1973, as Forças Armadas, lideradas pelo general Augusto Pinochet, deram um golpe de Estado, que encerrou o governo socialista e democrático de Salvador Allende. O país se juntava, então, a outros vizinhos latino-americanos que estavam sob o controle de governos autoritários, como era o caso do próprio Brasil desde 1964. Foram 17 anos até que o Chile voltasse a ter eleições presidenciais e as Forças Armadas deixassem o poder. Mas as heranças sombrias desse período continuam a se fazer presentes na sociedade chilena. Enquanto alguns lutam há décadas para achar os corpos dos familiares desaparecidos na ditadura, ressurgem forças de extrema-direita e negacionismos, e o país têm dificuldades para substituir uma Constituição criada no governo Pinochet vigente até hoje. Relembrar o golpe e a ditadura, nesse contexto atual, é um exercício importante de memória e de resistência contra um passado que insiste em não ir embora. Seja no Chile, no Brasil ou no restante do mundo. Salvador Allende e Unidad Popular Formado em medicina, Salvador Allende construiu uma carreira ativa na política. Integrou o Partido Socialista tão logo este foi fundado em 1933, deputado por Valparaíso e Quillota e ocupou o cargo de ministro de Saúde, Previdência e Assistência Social entre 1938 e 1941. A partir de 1945, se manteve no cargo de senador durante 25 anos. Durante esse período, concorreu à presidência da República quatro vezes. Foi apenas na última, em 1970, que conseguiu ser eleito. Apoiado por uma coligação de partidos de esquerda chamada Unidad Popular, Allende teve 36% dos votos. Uma vitória apertada em relação ao segundo colocado, Jorge Alessandri, da coligação de direita, com 34,9%; e 27,8% do terceiro, Radomiro Tomic. Pela primeira vez na história, um político socialista e marxista chegava ao governo de um país por meio de votação popular. O projeto político ficou conhecido como a “experiência chilena”, que significava a via democrática até o socialismo, sem uma ruptura revolucionária. Apesar do começo promissor, o governo Allende teve que lidar com um país ideologicamente polarizado, com um contexto internacional desfavorável de Guerra Fria e com as próprias disputas internas da esquerda. Uma ala grande da Unidad Popular era favorável a seguir o caminho de Cuba, que em 1959 havia se tornado um país socialista pela via armada. “Principalmente no primeiro ano de governo, vai se criar uma sensação mais ou menos geral de bem-estar. As primeiras deliberações são de elevação salarial, o que vai gerar um consumo desenfreado de bens duráveis e não duráveis, especialmente domésticos. Então isso faz com que haja uma sensação de bonança e apoio a um governo que se mostra exitoso. Já no ano seguinte, começam os problemas com inflação, bloqueio norte-americano e isolamento do Chile em relação à social-democracia europeia, à União Soviética e à China. Isso agrava os problemas econômicos o governo começa a entrar em um movimento declinante”, diz o historiador Alberto Aggio, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ele lançou em junho desse ano o livro 50 anos do Chile de Allende: Uma leitura crítica. Crescia, dessa forma, a oposição interna ao governo e o apoio dos Estados Unidos à derrubada de Allende. No dia 11 de setembro de 1973, os militares decidem bombardear o Palacio de La Moneda, sede presidencial. Allende comete suicídio e tem início longos 17 anos de ditadura. Pinochet e a ditadura Augusto Pinochet era o Comandante do Exército do Chile quando aconteceu o golpe. Com o fim do governo Allende, uma Junta Militar assumiu o poder no país. Pinochet foi nomeado Chefe Supremo da Nação em junho de 1974 e, em setembro, presidente da República. Posição em que se manteria até 1990. A ditadura militar se caracterizou por destruir o sistema democrático, encerrar os partidos políticos, dissolver o Congresso Nacional, restringir o quanto pode os direitos civis e políticos e por violar direitos humanos básicos. No plano internacional, ficou marcada por integrar a Operação Condor, uma aliança entre ditaduras da América do Sul para reprimir opositores políticos, e pelo alinhamento com os Estados Unidos no contexto da Guerra Fria. Apesar das semelhanças, as ditaduras chilena e argentina colecionaram tensões, principalmente por causa de conflitos sobre a delimitação de fronteiras. A disputa pelo Canal de Beagle, na Patagônia, quase levou os dois países a uma guerra em 1978 e só foi apaziguada por uma mediação do papa João Paulo II. Para os que viveram a ditadura chilena, talvez nenhuma memória seja mais traumática do que a constante violação de direitos humanos. Relatórios oficiais dão conta de que mais de 40 mil pessoas foram vítimas dos militares, o que inclui torturados, mortos e desaparecidos. Os principais afetados foram políticos de esquerda, dirigentes sindicais, militantes e simpatizantes de partidos socialistas. Por meio de uma base ideológica chamada de Doutrina de Segurança Nacional, três órgãos de Estado colocaram em prática o projeto de destruição dos que consideravam inimigos do regime: Forças Armadas, Carabineros de Chile e Polícia de Investigações. Outros departamentos foram criados especialmente para a repressão: Dirección de Inteligencia Nacional (DINA, 1974-1977), Comando Conjunto (1975-1977) e Central Nacional de Informaciones (CNI, 1977-1990, sucessora da DINA). Uma série de lugares foi transformada em centros de tortura ou campos de concentração, como o Estadio Nacional (1973), Estadio Chile (1973), o navio-escola Esmeralda (1973), Academia de Guerra Aérea (1973-1975) e a Isla Quriquina (1973-1975). O fotojornalista brasileiro Evandro Teixeira foi enviado, pelo Jornal do Brasil, ao Chile em 1973 para cobrir o golpe militar e lembra de um ambiente permanentemente hostil. Mesmo sob constante vigilância, ele conseguiu registrar o tratamento violento contra presos políticos no Estádio Nacional e ser o primeiro a fotografar Pablo Neruda morto, ainda no hospital. O poeta chileno foi vítima de envenenamento, segundo resultado de uma perícia internacional feita em 2023. Mas foi um acontecimento, em tese mais simples do que os anteriores, que levou Evandro a passar uma noite na prisão. "Faltava carne de vaca para a população, que só comia galinha e porco. Eu estava andando pela cidade e passei em frente ao Ministério da Defesa. Vi um carro de açougueiro parado e um cidadão entrar com um boi inteiro nas costas para o pessoal do quartel. Achei uma sacanagem e fiz a foto", lembra Evandro. "Não olhei para trás. Tinha uma patrulha passando e me levou preso. Eu tive de tentar enrolar o capitão que me interrogou, fingir que tinha tirado a foto por acaso e dizer que eu era contra os comunistas. Como tinha um toque de recolher todo dia a partir das 18 horas, passei a noite lá, com medo de ser fuzilado na rua, e ele me liberou no dia seguinte". Chicago Boys e Neoliberalismo Assim que tomaram o governo, os militares decidiram implementar um conjunto de medidas para abrir a economia chilena ao capital privado e estrangeiro. Eles entendiam que o Estado deveria diminuir sua participação em alguns setores. Adotou-se, principalmente entre 1974 e 1982, de forma ortodoxa, os postulados neoliberais dos Chicago boys. Foram chamados assim os economistas chilenos que seguiram os estudos de pós-graduação na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, e, ao regressarem, passaram a influenciar as políticas econômicas do Chile centradas em privatizações, redução do gasto público, abertura ao mercado externo e reforma trabalhista. Indicadores macroeconômicos, como o Produto Interno Bruto (PIB), tiveram variação positiva na maior parte do tempo em que durou a ditadura. Mas as classes altas foram as principais beneficiadas. Não houve distribuição de renda e a desigualdade social foi uma das marcas desse período. Somaram-se a isso índices altos de desemprego, diminuição de salários, aposentadorias e quebras de empresas. Movimentos sociais e redemocratização Uma nova Constituição nacional foi aprovada em 1980, por meio da qual Pinochet estendia em pelo menos mais oito anos o cargo de presidente. Mesmo diante desse reforço de poder, do crescente autoritarismo e dos mecanismos de repressão, os movimentos de oposição conseguiram se reorganizar durante a ditadura militar. Os primeiros dez anos da ditadura são conhecidos por dificuldades maiores de mobilização. Mas a partir de 1983, uma série de protestos começou a tomar conta do país. “É preciso destacar a reorganização subterrânea levada a cabo por variados e distintos atores sociais e instituições. Entre eles, integrantes de alas da Igreja Católica; movimentos por direitos humanos, com articulações no exterior; as universidades e a ação dos estudantes para retomar as organizações estudantis; além de uma rede solidária e política constituída no interior dos bairros periféricos de Santiago. Esses últimos lugares dariam aos protestos muitos de seus atores, como os jovens desempregados, sem perspectiva e sob vigilância violenta”, diz a historiadora Fernanda Fredrigo, da Universidade Federal de Goiás (UFG). Diante da pressão social crescente, a ditadura se viu obrigada a convocar um plebiscito em 1988, para que a população decidisse sobre a continuidade do regime militar. Mesmo que não tenham sido apresentados prazos concretos para isso, o processo teve adesão grande da população, com mais de 92% dos habilitados para votar indo às urnas. As opções eram o “Sim” pela continuidade e o “Não” pelo término do regime. O “Não” venceu. Em 1989, foram realizadas as primeiras eleições presidenciais. O vencedor foi o candidato da coligação Concertación, o democrata cristão Patricio Aylwin Azócar. “As mobilizações sociais foram fundamentais na superação do medo, o que não é pouco; no abalo da crença quanto à despolitização total da sociedade; na retomada da ação política conjunta, fazendo emergir grupos políticos num contexto em que as agremiações pareciam apenas fragmentadas; na experiência de 'unidade' da esquerda; na reinvenção das formas de luta cotidianas; e na associação das diferentes formas de luta: greves, paralisações, trabalho lento”, analisa Fernanda Fredrigo. A democracia estava de volta em 1990, mesmo que sob profundos questionamentos. Afinal, Augusto Pinochet deixara a presidência, mas continuava como líder das Forças Armadas. Em 1998, voltaria à política oficial para assumir o posto de senador vitalício. No mesmo ano, seria detido durante uma viagem a Londres para tratamento médico. Sobre ele pesava um mandado de busca e apreensão, e pedido de extradição para a Espanha, onde era acusado por violação aos direitos humanos. Ficou mais de 500 dias em prisão domiciliar, mas contou com a ajuda do governo britânico, que o extraditou de volta para o Chile. Em 2002, renunciou ao cargo de senador vitalício. Em 2004, investigações no Senado dos Estados Unidos apontaram que ele tinha contas secretas fora do Chile, no valor de quase US$ 30 milhões, frutos de corrupção enquanto era ditador. Pinochet morreu em 2006, sem nunca ter sido julgado oficialmente pelos crimes que cometeu. Questões mal resolvidas do passado Durante quatro mandatos, de 1990 a 2010, a coligação Concertación dominou a presidência do Chile. Nos três primeiros, foi mantido o modelo neoliberal de economia. E apesar de terem dado ênfase nesse período aos gastos públicos nas áreas sociais e terem conseguido taxas altas de crescimento econômico, os governos não conseguiram resolver os problemas históricos de distribuição de renda. Entre 2006 e 2022, o país alternou entre as presidências da socialista Michelle Bachelet e do direitista Sebastián Piñera. No período, destacam-se a “Revolução dos Pinguins”, em maio de 2006, o maior protesto de estudantes da história do país, com mais de 600 mil pessoas exigindo reformas educacionais. E os protestos de outubro de 2019, cujo estopim foi o reajuste de passagens do transporte público, e que envolveram mais de um milhão de pessoas. O resultado foi a convocação de um plebiscito em 2020, em que 78,27% dos votos decidiram pela criação de uma nova Constituição. Em 2021, Gabriel Boric, do partido de esquerda Convergência Social, venceu as eleições presidenciais e iniciou o mandato em 2022. Para os defensores de um país mais progressista e comprometido com a igualdade social, a eleição representou um momento de esperança. Para alguns analistas, Boric se tornou símbolo de um modelo de renovação para as forças de esquerda. “Boric é uma figura importante para a esquerda mundial. O Chile é um país pequeno, mas que sempre teve uma posição distinta. A esquerda, em lugares como a Nicarágua ou a Venezuela, é completamente anacrônica: só tem um ponto de apoio que é a China. Em outros casos, a esquerda democrática está na política latino-americana e pode ser dito que ele é progressista. Mas precisa avançar do ponto de vista das relações sociais e culturais, porque mantém alguns vícios conservadores”, analisa o historiador Alberto Aggio. Em setembro do ano passado, o texto da nova Constituição, considerada progressista, foi votado e rejeitado por 62% da população. O que colocou o país em um novo impasse: ao se manter preso em normas e direitos definidos em 1980 na ditadura militar, não resolve entraves históricos que bloqueiam o desenvolvimento social. Simbolicamente, também não consegue dar um passo importante para enterrar os vestígios da ditadura que assolou o país durante 17 anos. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Mon, 11 Sep 2023 - 17min - 607 - Hoje na história da Maçonaria: 06/09 Nasceu Marie-Joseph Paul Yves Roch Gilbert du Motier, o Marquês de Lafayette: Um Herói em Duas Revoluções
No cenário político e militar do final do século XVIII, poucos nomes brilham tão intensamente quanto o de Marie-Joseph Paul Yves Roch Gilbert du Motier, mais conhecido como o Marquês de Lafayette. Nascido em 6 de setembro de 1757, em Auvergne, uma província no centro-sul da França, Lafayette desempenhou um papel fundamental em duas revoluções históricas que moldaram o curso da história mundial: a Revolução Americana e a Revolução Francesa. A carreira militar de Lafayette começou cedo, quando ingressou no exército francês com apenas 13 anos. No entanto, sua busca pela liberdade e pela oportunidade de lutar por uma causa justa o levou a cruzar o Atlântico em direção aos Estados Unidos em 1777. Lá, ele se juntou ao Exército Continental sob o comando do ilustre General George Washington. Lafayette provou ser um líder corajoso e habilidoso. Durante a Batalha de Brandevin, ele foi ferido, mas sua determinação e coragem o levaram a organizar uma retirada bem-sucedida. Sua contribuição para a Revolução Americana foi significativa, e ele serviu com distinção na Batalha de Rhode Island. No auge da guerra, ele retornou à França para garantir um maior comprometimento francês na luta americana. De volta aos Estados Unidos, Lafayette desempenhou um papel crucial na Batalha de Yorktown, onde bloqueou as tropas britânicas lideradas por Cornwallis. Enquanto isso, os exércitos de Washington e do Conde de Rochambeau se preparavam para a batalha decisiva contra os britânicos. A vitória em Yorktown foi um momento crítico na luta pela independência dos Estados Unidos e testemunhou o papel vital de Lafayette nessa conquista. Após a bem-sucedida campanha americana, Lafayette retornou à França em 1788. No entanto, a França estava à beira de uma revolução própria devido a uma crise fiscal insustentável. Lafayette emergiu como uma figura chave nesse contexto, propondo a convocação dos Estados Gerais franceses, que representariam as três classes tradicionais da sociedade francesa: o clero, a nobreza e os plebeus. Como vice-presidente dos Estados Gerais, Lafayette apresentou um projeto importante, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. No entanto, a Revolução Francesa se tornou cada vez mais radical, e as posições moderadas de Lafayette o colocaram em conflito com os jacobinos. Ele foi perseguido e, em 1791, tentou fugir para os Estados Unidos, mas foi capturado pelos austríacos e passou quase cinco anos na prisão. Lafayette retornou à França em 1797, libertado por Napoleão Bonaparte. Sua vida política continuou com sua eleição para a Câmara dos Deputados em 1815 durante os Cem Dias. Após a Restauração Bourbon, ele se tornou um membro liberal da Câmara dos Deputados, cargo que ocupou até sua morte em 1834. Em 1824, Lafayette foi convidado pelo presidente James Monroe a visitar os Estados Unidos como "convidado da nação." Durante essa visita, ele viajou por todos os então vinte e quatro estados, recebendo honras e homenagens em todo o país. Muitas cidades e monumentos nos Estados Unidos levam seu nome em reconhecimento de suas contribuições para a independência americana. Marie-Joseph Paul Yves Roch Gilbert du Motier, o Marquês de Lafayette, foi um herói em duas revoluções, um homem cujo compromisso com os ideais de liberdade e justiça moldou o destino de nações. Sua vida e legado continuam a ser uma inspiração para aqueles que buscam lutar por um mundo mais justo e livre. Lafayette permanece como uma figura imortal na história das revoluções que forjaram os fundamentos das democracias modernas. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Wed, 06 Sep 2023 - 04min - 606 - INDEPENDÊNCIA DO BRASIL, MAÇONARIA E PATRIOTISMO: ONDE ESTÁ O PROBLEMA?
Por Miqueas Liborio de Jesus Confesso que o tema “independência do Brasil” me causa certa inquietação, posto que toda revolução, especialmente aquela que resulta na emancipação de uma nação, representa movimento transformador que irradia sobre todas as pessoas e forja, no subconsciente social, o senso patriótico, que se transmite de geração a geração. O patriotismo conduz à unicidade de um povo. Exprime o sentimento de amor e devoção à Pátria e seus símbolos (como a Bandeira, o Hino Nacional, o Hino da Independência, etc.), os quais representam as lutas de outrora e ressaltam a superação de uma nação. Neles está encarnada a própria história, ao mesmo tempo que exaltam os sacrifícios dos antepassados, despertando nas futuras gerações o altruísmo, o desejo de defender os interesses comuns e, principalmente, a vontade de manter uma integração social. Sobre o tema, o advogado e cientista político Glauco Requião escreveu: O patriotismo, ao contrário, é uma virtude que vai muito além do simples respeito às tradições culturais do país ou de reações emotivas orgulhosas diante dos símbolos nacionais, trata-se de um sentimento que se encontra com inúmeras outras virtudes como a gratidão, a humildade e o altruísmo. No mesmo viés, o jurista arremata: A pátria assegura ao indivíduo as condições indispensáveis para seu desenvolvimento intelectual, moral, social e econômico, portanto, a pessoa necessita reconhecer o que sua pátria lhe deu e o que lhe dá, para, a seguir, atuar justamente com ela. Nos dias contemporâneos, os grandes vultos e fatos marcantes da história estão, na maioria das pessoas, adormecidos e não reproduzem ecos. Mesmo entre os maçons, infelizmente, o dia 07 de setembro não representa qualquer relevante simbolismo cívico/social. É dizer: não passa de um singelo feriado sem significado maior. É neste ponto que o título deste arrazoado vem à tona: independência do Brasil, maçonaria e patriotismo: onde está o problema? É quase impossível compreender plenamente o processo de Independência do Brasil sem estudar o papel da maçonaria em seu advento. Desta simbiose, depreende-se o entendimento de inúmeros fatos atuais e seus efeitos. É inconteste que a Ordem Maçônica muito contribuiu à emancipação político-social do Brasil. A influência decisiva da Maçonaria na Independência é um assunto pouco comentado fora dos círculos maçônicos, e, apesar do amplo acervo documental existente a respeito, é difícil deparar, dentre os leigos, com alguém que efetivamente conheça do assunto. Em todo o mundo, as sociedades maçônicas sempre se organizaram no escopo de lutar e combater a tirania. Laurentino Gomes, em sua obra “1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado”, afirma: Em 1717, ano oficial do nascimento da maçonaria, as quatro Lojas de Londres se unificaram numa única Grande Loja. […]. A esta altura, porém, os maçons não guardavam apenas segredos profissionais. Tinham uma agenda política. Empenhados em combater a tirania dos reis absolutos, lutavam contra a escravidão e por leis que assegurassem direito de defesa, liberdade de pensamento e de culto, participação no poder e ampliação das oportunidades para todos. Isso os colocava em confronto com a nobreza que até então comandavam os destinos do povo. A maçonaria estaria por trás de virtualmente todas as grandes transformações ocorridas nos dois séculos seguintes. A história exalta inúmeros eventos com evidente atuação maçônica. Dentre eles, se releva a Revolução Francesa, contexto no qual foi cunhado o lema “liberdade, igualdade e fraternidade”, presente na franco-maçonaria. Contudo, é a independência norte americana que mais evidencia a presença da ordem, posto que dos 56 homens que assinaram a declaração de independência, cinquenta eram obreiros. Ora, inclusive os símbolos maçônicos estão internalizados na arquitetura da capital americana, assim como na nota de dólar. Laurentino Gomes relata que, no começo do século XIX, “a maçonaria era uma organização altamente subversiva, comparável ao que seria a Internacional Comunista no século XX.” Observa, no mesmo escopo que: Nas suas reuniões, conspirava-se pela implantação das novas doutrinas políticas que estavam transformando o mundo. Cabia aos seus agentes propagar essas novidades nas ‘zonas quentes’ do planeta. A mais quente de todas era, obviamente, a América que, depois de três séculos de colonização, começava a se libertar de suas antigas metrópoles e a testar essas novas ideias políticas implantando regimes até então praticamente desconhecidos, como a república. No Brasil não poderia ser diferente. Larentino Gomes relata que as primeiras Lojas Maçônicas brasileiras surgiram em meados do período colonial, pontuando vagas referências, sem a devida comprovação da presença de maçons na inconfidência mineira de 1789 e na conjuração baiana (também denominada por revolta dos alfaiates, datada de 1798), dentre outros movimentos. Na corte do Rei Dom João VI, ademais, existiam lojas maçônicas em funcionamento, duas delas fundadas em 1815, uma delas denominada São João de Bragança, uma suposta homenagem velada ao Rei, suspeito de conhecer e tolerar as atividades maçônicas nas dependências do palácio. O século XIX foi um período de grandes transformações. Laurentino afirma que o País de hoje deve sua existência à capacidade de vencer obstáculos, os quais pareciam insuperáveis em 1822. O autor sustenta que o Brasil: […] conseguiu se separar de Portugal sem romper a ordem social vigente. Viciada no tráfico negreiro durante os mais de três séculos da colonização, a economia brasileira dependia por completo da mão de obra cativa, de tal modo que a abolição da escravatura na Independência revelou-se impraticável. Defendida por homens poderosos como Bonifácio e o próprio D. Pedro I, só viria acontecer 66 anos mais tarde, […]. A emancipação brasileira possuía todos os ingredientes ensejadores de um fracasso. O extrato social da época acenava para um futuro incerto e prenunciava um banho de sangue. Sobre isto, escreveu Laurentino: De cada três brasileiros, dois eram escravos, negros foros, mulatos, índios ou mestiços. Era uma população pobre carente de tudo, que vivia à margem de qualquer oportunidade em uma economia agrária e rudimentar, dominada pelo latifúndio e pelo tráfico negreiro. O medo de uma rebelião dos cativos assombrava a minoria branca. O analfabetismo era geral. De cada dez pessoas, só uma sabia ler e escrever. Os ricos eram poucos e, com raras exceções, ignorantes. O isolamento e a rivalidade entre as províncias prenunciavam uma guerra civil, que poderia resultar na divisão do território nacional, a exemplo do que já ocorria nas vizinhas colônias espanholas. Não bastasse o exposto, o contexto fático ora explicitado era passível de gravames, consoante o que dispõe o Autor: Para piorar a situação, ao voltar a Portugal, em 1821 – depois de 13 anos de permanência no Rio de Janeiro -, o rei Dom João VI havia raspado os cofres nacionais. O novo país nascia falido. Faltavam dinheiro, soldados, navios, armas e munição para sustentar a guerra contra os portugueses, que se prenunciava longa e sangrenta. As perspectivas de fracasso, portanto, pareciam bem maiores do que as de sucesso. A independência brasileira foi arquitetada pelos portugueses, justamente aqueles que mais tinham a perder com a autonomia da colônia, decorrente da fuga da coroa portuguesa, nos idos 1808, para o Rio de Janeiro, fato que culminou numa profunda e acelerada transformação contextual no curso dos anos em que a corte permaneceu nas terras brasileiras. Curioso observar, nas palavras de Laurentino, que “ao contrário do que se imagina porem, a ruptura resultou menos da vontade dos brasileiros do que das divergências entre os próprios portugueses”. No cenário caótico narrado, notavelmente se fez fundamental o papel da maçonaria à consolidação da independência pátria. Contudo, enganam-se aqueles que acreditam que os maçons atuaram de forma unânime e homogênea. Acerca disto, corrobora Laurentino Gomes: Em 1822, a maçonaria brasileira estava dividida em duas grandes facções. Ambas eram favoráveis a independência, mas uma delas, liderada por Joaquim Gonçalves Ledo, defendia ideias republicanas. A outra, de José Bonifácio de Andrada e Silva, acreditava que a solução era manter D. Pedro como imperador em regime de monarquia constitucional. Esses dois grupos disputaram o poder de forma passional, envolvendo prisões, perseguições, exílios e expurgos, […]. Pedro, por curiosidade ou interesse, participava ativamente das duas vertentes mencionadas. Nas aludidas lojas, foram estudadas, discutidas e aprovadas inúmeras decisões importantes, como o manifesto que resultou no “Dia do Fico” (09 de janeiro de 1822), a convocação da constituinte, os detalhes da aclamação de D. Pedro como “defensor Perpétuo do Brasil” e, finalmente, como imperador (12 de outubro). É inegável a imensa e expressiva contribuição da maçonaria para o movimento da independência, especialmente por inexistirem, à época, partidos políticos organizados. Foi ela que, na qualidade de sociedade tratada por secreta, conduziu as sementes emancipatórias aos longínquos rincões brasileiros. E, assim, a história registrou que a independência brasileira foi proclamada por um grão-mestre maçom, D. Pedro I, cuja ascensão na maçonaria foi meteórica. Registros oficiais apontam que sua iniciação se deu na Loja Comércio e Arte, no dia 02 de agosto de 1822, com o nome de Guatimozim – em homenagem ao último imperador asteca –, que teria sido promovido ao grau de mestre três dias mais tarde e elevado ao posto máximo da organização, o de grão mestre, dois meses depois, conforme relata Laurentino, o qual destaca, sobre o exercício de tal incumbência por D. Pedro, que ele: Exerceu a função de poder apenas 17 dias. Em 21 de outubro (uma semana após a aclamação como imperador), mandou fechar e investigar as lojas que havia ajudado a proclamar a Independência. Quatro dias mais tarde, sem que as investigações sequer tivessem começado, determinou a reabertura dos trabalhos “com seu antigo vigor”. Há quem sustente o comportamento errático e contraditório do Grão-mestre Imperador em relação à maçonaria, realçando dúvidas sobre a forma da atuação uníssona dos maçons nas decisões que culminaram na independência brasileira. Para outros, o Imperador teria traído seu juramento ao determinar o fechamento das lojas e proibir seus trabalhos, cujo feito teria, supostamente, culminado em sua abdicação no ano de 1831, como ato de vingança. Embora a história convencional pouco relate sobre a atuação da maçonaria no movimento da independência, é certo que ela usou de diferentes grupos de pressão e por eles foi usada, tratando-se de “um elemento poderoso no jogo de pressões que se estabeleceu no momento em que o Brasil dava seus primeiros passos como nação independente”. Não obstante a importância da maçonaria para o movimento emancipatório de 1822, é imperioso destacar que o triunfo da independência se deu mais em decorrência das fragilidades do que pelas virtudes brasileiras, conforme observa Laurentino. Segundo o autor: Os riscos do processo de ruptura com Portugal eram tantos que a pequena elite brasileira, constituída por traficantes de escravos, fazendeiros, senhores de engenho, pecuaristas, charqueadores, comerciantes, padres, advogados, se congregou em torno do Imperador Pedro I como forma de evitar o caos de uma guerra civil ou étnica que, em alguns momentos, parecia inevitável. Conseguiu, dessa forma, preservar os interesses e viabilizar um projeto único de país no continente americano. Cercado de repúblicas por todos os lados, o Brasil se manteve como monarquia por mais de meio século – “uma flor exótica na América”[…]. Esta pequena passagem ilustra o Brasil do século XIX, dominado por oligarquias concentradas e assentadas na cúpula da república. Laurentino explica que: Como resultado, o país foi edificado de cima para baixo. Coube à pequena elite imperial, bem-preparada em Coimbra e em outros centros europeus de formação, conduzir o processo de construção nacional, de modo a evitar que a ampliação da participação para o restante da sociedade resultante do caos e rupturas traumáticas. Alternativas democráticas, republicanas e federativas, defendidas em 1822 por homens como Joaquim Gonçalves Ledo, Cipriano Barata e frei Joaquim do Amor Divino Caneca, líder e mártir da Confederação do Equador, foram reprimidas e adiadas de forma sistemática. Impregnada dos princípios maçônicos, especialmente dos ideários concernentes ao lema “liberdade, fraternidade e igualdade”, pode-se dizer que a independência do Brasil afetou circunstancialmente o povo brasileiro. Embora D. Pedro I e outros Obreiros tivessem ideias e projetos que ainda hoje seriam dotados de sentido e coerência, os mesmo não foram levados a termo. Mormente à observação supra, Laurentino escreveu: Convicções e projetos grandiosos, que ainda hoje fariam sentido na construção do país, deixaram de se realizar em 1822 por força das circunstâncias. José Bonifácio de Andrade e Silva, um homem sábio e experiente, defendia o fim do tráfico negreiro e a abolição da escravatura, reforma agrária pela distribuição das terras improdutivas e o estímulo à agricultura familiar, tolerância política e religiosa, educação para todos, proteção das florestas e tratamento respeitoso aos índios. […]. O próprio imperador Pedro I tinha ideias avançadas a respeito da forma de organizar e governar a sociedade brasileira. A constituição que outorgou em 1824 era uma das mais inovadoras da época, embora tivesse nascida de um ato autoritário – a dissolução da assembleia constituinte no ano anterior. Ora, a história mostra que importantes ideias não saíram do papel e isto contribuiu para forjar uma sociedade absolutamente desigual, originando legiões de brasileiros marginais, socialmente falando. Mesmo havendo uma forte presença maçônica no movimento que culminou no nascimento do novo país, percebe-se que os rumos traçados e tomados foram outros. Passados mais de dois séculos da independência, é inegável que, nas terras brasileiras, floresceram belas sementes sociais, das quais brotou um povo belo, gentil, cortês, hospitaleiro e trabalhador. Todavia, as entranhas sociais se acham impregnadas de vícios quase intransponíveis, ao ponto do homem desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto, aqui parafraseando o imortal Rui Barbosa, maçom ativo e presente no período da proclamação da república. A passividade do povo brasileiro é tamanha que assusta, na medida em que assiste a tudo sem manifestar ânimo para se rebelar contra os males que afetam estruturalmente a nação. Analogamente, há de se equiparar os males de hoje àqueles descritos por Joaquim Gonçalves Ledo na carta ao hesitante príncipe D. Pedro, exortando-o a tomar uma decisão: […] Sim, o Brasil podia dizer a Portugal: “Desde que o sol --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Sat, 02 Sep 2023 - 23min - 605 - SHAMIR: O VERME QUE CONSTRUIU O TEMPLO DE SALOMÃO
Será que uma criaturinha misteriosa, o enigmático "Shamir", realmente ajudou a construir o Primeiro Templo? O Livro dos Reis contém uma descrição precisa da construção do Primeiro Templo: suas dimensões, as vigas de cedro e cipreste que cobriam as paredes, os ornamentos e esculturas douradas e os dois querubins que ficavam de pé, asa a asa, acima da Arca da Aliança. . Também inclui este versículo intrigante: “E a casa, quando estava em construção, foi construída de pedra acabada na pedreira, e não se ouviu nem martelo, nem machado (nem) qualquer ferramenta de ferro na casa, enquanto ela estava em prédio." (1 Reis 6:7) Como é possível que não tenham sido usados martelos, cinzéis ou ferramentas de ferro para esculpir as pedras do Templo, enquanto a Bíblia também afirma que as pedras foram talhadas? Os sábios judeus oferecem uma resposta simples: as pedras foram preparadas em outro local e transportadas de lá para o canteiro de obras no Monte do Templo. O Livro dos Reis ainda traz suporte para esta explicação: “E o rei ordenou, e extraíram pedras grandes, pedras pesadas, para lançarem os alicerces da casa (com) pedras lavradas”. (1 Reis 5:31). Mas o nosso interesse aqui é a explicação alternativa, que aparece na literatura rabínica, segundo a qual as pedras foram talhadas com a ajuda de algo chamado Shamir . O obscuro Shamir aparece na própria Bíblia, embora não no Livro dos Reis. Em Ezequiel (3:9) está escrito que Shamir é “mais forte que a pederneira”. O texto hebraico de Jeremias 17:1 também faz menção a Shamir , embora versões em inglês tenham traduzido a palavra como “pederneira” ou “diamante”: “O pecado de Judá está escrito com uma pena de ferro, com uma ponta de diamante [ Shamir ] , gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares.” Estas passagens sugerem claramente que Shamiré algum tipo de material duro. O Talmud fornece informações adicionais sobre o misterioso Shamir . Por exemplo, no Tratado Avot, Shamir é mencionado como uma das dez coisas criadas na “véspera do sábado”, antes da conclusão do ato da Criação. As substâncias criadas naquele momento eram de natureza um tanto enigmática, incluindo o Shamir que tinha o poder de talhar pedras. O Tratado Sotah (48b) explica que o Shamir foi usado para gravar as pedras inseridas no peitoral sacerdotal ( Hoshen ), que foram cortadas “como um figo que se abre no verão”. Também diz lá que, como nada poderia resistir à força do Shamir , ele é armazenado em tufos de lã, numa caixa de chumbo cheia de farelo de cevada. O Talmud, Tratado Gittin (68a) contém a lenda mais detalhada em torno do Shamir . Segundo a história, o Rei Salomão perguntou aos seus conselheiros como as pedras para o Templo poderiam ser preparadas sem o uso de machado ou cinzel, pois era inapropriado usar ferramentas de derramamento de sangue e de guerra para construir tal edifício. Eles lhe contaram sobre o milagroso Shamir , mas não sabiam onde encontrá-lo. O rei então convocou espíritos e demônios, mas estes também não foram capazes de dizer onde poderiam ser encontrados. Eles, no entanto, sugeriram que Salomão consultasse seu senhor, Asmodeus, rei dos demônios, que poderia saber a resposta. O rei Salomão enviou seu general, Benayahu, filho de Yehoyada, que subjugou Asmodeus e o levou ao palácio do rei. Asmodeus (ou Ashmedai) revelou a Salomão que oShamir estava na posse do Senhor do Mar, guardado por um certo pássaro, uma galinhola, de acordo com a maioria das versões inglesas da história. Salomão rapidamente enviou outro de seus servos que prevaleceu sobre a galinhola e conseguiu roubar o Shamir . A partir daqui a história continua, com mais reviravoltas. Você pode ler uma versão da lenda no clássico de Louis Ginzberg, “As Lendas dos Judeus” , bem como uma versão em hebraico que está disponível online (em Kol Agadot Yisrael , ed. Israel Benjamin Levner, Tushiya Publishing). No comentário de Rashi à lenda, ele deduziu que a galinhola era na verdade uma poupa ( duchifat em hebraico, דוכיפת), que se tornou um elemento popular nas lendas do rei Salomão. Mas, mais especificamente, ele sugeriu que o Shamir não era de forma alguma uma pedra ou outro objeto inanimado, como pode ser assumido a partir de algumas versões da lenda, mas era na verdade uma criatura viva – um verme. A fonte da explicação de Rashi não é clara, mas a frase “verme Shamir” nasceu e até apareceu nos escritos de Mendele Mocher Sforim (Sholem Yankev Abramovic, 1836–1917), que menciona o Shamir como uma das criaturas maravilhosas que Benjamin III se propõe a encontrar em suas viagens. Os comentaristas religiosos não concordam se Shamir era uma criatura viva ou uma espécie de pedra com poderes milagrosos. Por outro lado, com base no Talmud (Tratado Sotah 48b), eles determinaram que após a destruição do Templo, o Shamir foi obliterado do mundo. No entanto, há cerca de dois anos, uma equipe de pesquisadores nas Filipinas descobriu um verme capaz de comer calcário. Embora o calcário seja uma forma de rocha relativamente macia, a existência de um verme escultor de pedra pode não ser uma noção tão irrealista, afinal… --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Fri, 01 Sep 2023 - 06min - 604 - ONISMO: Oferecendo uma nova definição para a maçonaria
Por John P Gilbert Existem percepções erróneas generalizadas da Maçonaria entre o público, e talvez isso possa ser resolvido por uma nova definição da natureza do Ofício. É bastante fácil definir a Arte em termos do que ela não é: não é uma religião, não é dogmática, não é uma seita e não é uma alternativa à religião. No entanto, tais "definições por exclusão" parecem defensivas, quase como negações e evasões. Por outro lado, as definições positivas historicamente em oferta também são de pouca ajuda. Tais caracterizações, muitas vezes de nossa própria literatura, descrevem a Maçonaria em termos que variam de "uma religião primitiva" (Henry Wilson Coil) e "uma escatologia" (Albert Churchward) até a própria "marcha e luta em direção à Luz" de Albert Pike. " ( Palestra "Companheiro de Ofício", Moral e Dogma). Essas definições podem não apenas parecer um pouco difíceis de entender para muitos, mas também parecem contradizer a rejeição da Maçonaria ao status de religião, especialmente quando associada a termos como "ritual" e "templo", que são usados simbolicamente na Maçonaria, mas muitas vezes são interpretados literalmente, e assim religiosamente, para o mundo exterior. A posição de retorno usual é dizer que a Maçonaria é uma filosofia. No entanto, se isso for verdade, qual é a "filosofia" da Maçonaria? É aqui que nos encontramos voltando ao dilema familiar de muitas respostas concorrentes. De acordo com o Irmão David Harrison, por exemplo, a filosofia da Maçonaria é "tornar o mundo um lugar melhor". Em O Significado da Maçonaria (1922), Walter Leslie Wilmshurst opina que a filosofia maçónica é religiosa que "nos fornece uma doutrina do universo e de nosso lugar nele". Isso novamente sugere incorretamente que a Maçonaria é, de alguma forma, um substituto para a religião. Eu sugeriria que o ponto de partida de toda a Maçonaria é seu ritual e as noções de que, desde a abertura da loja até o grau de Mestre Maçom, os homens ali reunidos podem ser de qualquer fé. Esta é a característica distintiva da Maçonaria, separando-a da religião propriamente dita. Eu diria que esta é a filosofia central da Arte também. Como disse Pike, "a Maçonaria, em torno de cujos altares o cristão, o hebreu, o muçulmano, o brâmane, os seguidores de Confúcio e Zoroastro, podem se reunir como irmãos e se unir em oração ao único Deus... a cada um de seus Iniciados para buscar o fundamento de sua fé e esperança nas escrituras escritas de sua própria religião" ( Palestra "Elo Perfeito", Moral e Dogma). É e foi uma noção revolucionária e única. Com essa ideia na frente e no centro, estabeleci o termo Onismo, cunhado pelo poeta inglês vitoriano Philip James Bailey (1862-1902) que é um reconhecimento e respeito por todas as religiões e um reconhecimento de que todas elas apontam e se esforçam para uma única causa transcendente. Como o colega poeta de Bailey, William Blake (1757-1827), expressou ainda mais poeticamente em sua coleção de 1788 de Aforismos Todas as Religiões São Uma, "As Religiões de todas as Nações são derivadas da recepção diferente de cada Nação do Gênio Poético..." Talvez nutrindo o termo onismo e esta noção iluminada, podemos definir melhor o que é a filosofia da Maçonaria. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Thu, 31 Aug 2023 - 04min - 603 - Giosue' Carducci e o Hino a Satanás
Giosuè Carducci nasceu em 1835 em Versilia, de família de classe média, formou-se em literatura em 1856. Desde cedo revelou-se um grande defensor da Revolução Francesa e de ideias ferozmente democráticas e republicanas. Acima de tudo, acompanhou com fervor os acontecimentos que levaram a Itália à unificação, sem no entanto participar diretamente neles, mas mais tarde ficou desapontado com a forma como estes acontecimentos encontraram a sua solução num compromisso entre o rei e a direita histórica. Assumiu assim uma posição de forte crítica e oposição ao novo governo, chegando mesmo a ser suspenso do ensino na cátedra de eloquência da Universidade de Bolonha. Outro objeto de sua oposição era então a Igreja: seu anticlericalismo o lançava contra ela, que ele via como um baluarte da tirania: para Carducci a Igreja era o símbolo do obscurantismo. A sua visão divina passou pela libertação de todo o ascetismo, que mortifica o gozo da vida e da ação, um ascetismo tipicamente religioso, mas que, como qualquer outra forma de obscurantismo medieval, estava prestes a ser suprimido pela força da razão, da ciência e da progresso, do qual ele faz uma verdadeira exaltação. Posteriormente, ao longo dos anos e graças à estabilização política italiana, também devido à captura de Roma, Carducci moderou as suas posições, aproximando-se gradualmente da monarquia. Adriano Lemmi Grão-Mestre da Ordem em 1885 abordou os esforços do poeta para uma secularização da vida pública, referindo-se aos valores éticos da tradição, a fim de contrariar a ignorância e a intolerância, e elevou-o a membro da Loja Propaganda I, em 1888 ele foi premiado com o 33º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. Em 1866 foi Irmão Mestre na Loggia Felsinea em Bolonha, posteriormente o encontramos acolhido triunfantemente em 1892 na Logge Rienzi e Universo em Roma. A foto do corpo de Carducci adornado com insígnias de alvenaria é famosa e sugere que ele teve um funeral maçônico privado. Os tons clássicos e a vontade de reafirmar um sentido pagão da vida transparecem no Hino a Satanás. O que é certo é que o Satã contido aqui nada tem a ver com o que hoje é definido como “Satanismo” e coisas do gênero. Não foi o poeta toscano, mas os medos e preconceitos da mais estreita cultura clerical que deram o nome de Satã às simples alegrias da vida, à razão e à liberdade de pensamento e de consciência. Carducci, em outras palavras, queria exaltar o que os católicos mais atrasados haviam demonizado. Numa carta escrita pouco depois a um amigo a este respeito, esclareceu a sua intenção polémica: «É inútil que eu avise – escreveu – que compreendi sob o nome de Satã tudo o que é nobre, belo e grande que o ascetas e sacerdotes excomungaram com a fórmula Vade retro Satanás; isto é, a disputa do homem, a resistência à autoridade e à força, o material e a forma dignamente enobrecedores”. Em outra carta publicada no jornal il Popolo em 1869, o poeta, diante da censura de ter dado o nome de Satã a coisas boas e santas como a Natureza, o Universo e todo o grande Pã, esclareceu-se ainda mais ao afirmar que " Então, para os teocratas, vale a pena repeti-lo? Satanás é o pensamento que voa, Satanás é a ciência experimentada, Satanás é o coração que se inflama, Satanás é a testa onde está escrito: “Eu não me rebaixo”. Tudo isso é satânico. Revoluções europeias satânicas para sair da Idade Média, que é o paraíso terrestre dessas pessoas. Tudo isso é satânico; com liberdade de consciência e de religião, com liberdade de imprensa, com sufrágio universal; significa (…) Desde os primeiros versos do hino encontramos expressões de vitalismo e panteísmo, em que a Natureza é entendida como uma força primordial, capaz de envolver o homem numa experiência cósmica com conotações dionisíacas. Satanás descrito como o princípio da existência, espelha o antigo Dionísio, deus da vida infinita e indestrutível que equilibra os opostos no ciclo da physis. A combinação de Satanás com divindades pagãs não foi uma ideia original de Carducci, mas o resultado daquela concepção diabólica dos deuses antigos que foi difundida pelo Cristianismo. Mesmo na linguagem comum, o adjetivo “diabólico” recorre para conotar uma ideia ou ação particularmente original ou engenhosa. A concepção que assimilou o paganismo à esfera do mal enraizou-se alguns séculos antes do ano mil; todos os deuses antigos assumiram feições demoníacas, mas foi sobretudo o deus Pã quem pagou o preço, cujas feições - pés de cabra e chifres - acabaram se tornando as de Satanás. A este respeito, basta pensar que o Papa Gregório IX, no ano de 1233, promulgou um decreto contra os sábados no qual descrevia a imagem de Satanás precisamente como a da antiga divindade rural. O hino continua então com a apresentação de alguns monges reformadores: Arnaldo da Brescia m. 1155 enforcado e queimado, o herege G.Wycliffe m 1384 precursor da reforma luterana; o boêmio G.Hus (falecido em 1415), outro precursor da reforma que foi queimado vivo em Constança; o frade dominicano Savonarola também foi enforcado e queimado em 1498. Lutero, chefe da reforma religiosa na Alemanha, é associado a esses monges - nos versos seguintes. No final do hino, Satanás é identificado com o progresso da ciência, a força "vingadora" da razão e do progresso que mesmo no presente superou todas as formas de obscurantismo e dogmatismo do cristianismo. A imagem mais clara do progresso é a máquina a vapor, a locomotiva, “um monstro lindo e horrível”. As ideias que Carducci expressa no hino, tão revolucionário e forte, eram comuns a grande parte da opinião pública da época, decididamente anticlerical, secular e próxima do otimismo do pós-guerra. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Wed, 30 Aug 2023 - 07min - 602 - Educação Maçônica: Além das instruções em loja
“A Maçonaria, meus Irmãos, é estudo, estudo e estudo... Os Maçons têm o dever de estudar para estarem em condição de investigar a Verdade e aprofundar os Mistérios de nossa augusta Instituição... que luta sem parar contra a ignorância, sob qualquer forma que ela se apresente. (Luis Umbert Santos, citado por Nicola Aslan, pág. 744, 2012) INTRODUÇÃO Então: para aqueles apreciadores da cultura de um modo geral, buscadores do conhecimento e que são conscientes de que a aquisição deste adquirir cultura serve para expandir os horizontes do homem; para aqueles, que ao natural, cultivam o hábito da leitura, gostam de estudar, são inquietos e curiosos em relação ao mundo e ao universo; para aqueles que reúnem estas e outras condições, claro, e tiverem um dia a felicidade de serem Iniciados na Maçonaria, poderá comprovar que essa é uma fonte inesgotável que faz jorrar conhecimentos, que deverão ser sorvidos aos poucos e cumprindo-se várias etapas chamadas Graus. E talvez, somente para aqueles, “ser um eterno Aprendiz” não tem prazo de validade nenhum. Albert Mackey (1807-1871), um dos maiores estudiosos da Maçonaria, em um trecho bastante difundido da sua obra, assim se pronunciou: “Nenhum Maçom consegue chegar, em nossos dias, a uma situação mais ou menos notável dentro da Fraternidade se não for suficientemente instruído. Se os seus estudos ficarem limitados ao que ensinam as breves instruções da Loja, é-lhe impossível apreciar com exatidão as finalidades e a natureza da Maçonaria como ciência especulativa. As instruções não passam de esqueletos da ciência maçônica. Os músculos e os nervos e os vasos sanguíneos que devem animar o esqueleto sem vida e dar-lhe beleza, saúde e vigor, são contidos nos comentários destas instruções, que o estudo e a pesquisa dos escritores maçônicos dão ao estudante em Maçonaria.” O que este trabalho que mal começou já torna evidente é que, se à época em que viveu Albert Mackey, a Maçonaria como ciência especulativa já exigia bastante estudo tal como ele e outros deixaram e vem deixando subentendido em seus textos, o nosso mundo moderno não ajuda em nada para sanar o problema. Tempos pretéritos X tempos modernos: o problema se intensificou? Nosso mundo moderno, em meio a um bombardeio de informações verdadeiras ou falsas, em meio a tantos afazeres, compromissos, obrigações e correrias que permeiam a rotina diária de cada um, vem contribuindo para a evasão de muitos Maçons das Lojas? E como fazer para inculcar nos Irmãos recém iniciados a ideia e o compromisso de que eles devem obrigatoriamente complementarem as instruções ministradas em Loja com base em seus Rituais ou que estejam afetas ao conteúdo doutrinário da Maçonaria, que lhes são repassadas em Loja a cada sessão, com a realização de leituras, estudos e pesquisas? Será que podemos acreditar sobre ser possível, uma vez por semana, numa sessão maçônica, num espaço de 15 minutos dedicado à Instrução (e que muitas vezes não perfazem esses 15 minutos) absorver uma parcela razoável de conhecimentos maçônicos a ponto de se transformar e poder transformar com o tempo aqueles que vivem em seu entorno ou a própria humanidade no sentido mais amplo? Quem não concorda com a ideia de que a qualidade das Instruções fica bastante comprometidas às vezes, em virtude de uma razão simples: o tempo exíguo que acaba sendo dedicado para a preparação de uma instrução causa um efeito dominó onde, instruções mal preparadas são mal ministradas e, portanto, mal absorvidas. Quantas são as instruções que não passam de leituras mecânicas e apressadas de texto que são retirados da internet? Afora as instruções, temos a apresentação de peças de arquitetura e os trabalhos para aumento de salário. Se coincidirem na mesma noite, a Instrução (que é obrigatória nas sessões econômicas) e a apresentação de um trabalho, muitos Irmãos já ficam a consultar as horas. Aliás, nesta última categoria, ou seja, trabalhos em Loja, não é difícil de se constatar que muitos deles não passam de meras e pálidas cópias de trabalhos encontráveis no Ritual ou na internet. Quanto ao que poderia ser um hábito salutar: trabalhos sendo apresentados pelos Irmãos Mestres, com uma certa regularidade, afora os trabalhos para a passagem de Grau, isso em nome do enriquecimento intelectual de todos, além de, um caminho natural para a evolução de todos os Irmãos que compõem a Oficina, praticamente não ocorre, ou se ocorre, podemos dizer que são apresentações muito esporádicas. Até porque, não são ações que mereçam o devido respaldo e incentivo de todos aqueles de quem se espera esse tipo de iniciativas. Se a Maçonaria pode ser considerada uma escola, os ensinamentos ministrados em nossos Templos (e muito pouco aprofundados), deverão receber sim uma complementação (o dever de casa), o estudo de cada um em particular, o que denota que Maçonaria depende de cada um demonstrar interesse e vontade própria em aprender cada vez mais. Aqui vale a antiga fórmula: querer é poder. A pergunta que serve para a nossa reflexão é a seguinte: Será que é possível evoluir numa instituição de natureza iniciática sem que haja estudos que não sejam conduzidos com a profundidade que certos assuntos vão requerer? O APRENDIZ O 1º Grau da Maçonaria Simbólica tem a denominação de Aprendiz-Maçom. Do ponto de vista do simbolismo isso corresponde à infância maçônica, onde “Seus olhos fracos ainda, não podem contemplar diretamente o fulgor do Sol, e por isso é que, na Loja, está sentado ao Norte, no topo da Coluna B...”. (Girardi, pág. 36, 2008) Como o Aprendiz ainda é dono de uma personalidade rude, o seu primeiro trabalho é o de desbastar a Pedra Bruta (simbolizada pelo seu ego), o que significa simbolicamente aplainar as arestas com o objetivo de transformá-la em pedra cúbica. Esse é um período que, se bem aproveitado, será de muito aprendizado e descobertas. Seguindo a lógica das escolas iniciáticas, na Maçonaria, o Aprendiz irá aprender para ser um Companheiro futuramente e este último irá aprender para ser um Mestre. Além das instruções normais, os Aprendizes deverão receber as cinco instruções obrigatórias que estão contidas no Ritual. Do livro de autoria do Irmão Carlos Brasílio Conte “A Doutrina Maçônica”, extraio o trecho abaixo: “O Aprendiz-Maçom, para alcançar o Grau de Companheiro, deverá apresentar alguns trabalhos escritos, dissertando sobre temas maçônicos referentes ao seu grau e poderá, inclusive, ser convidado a ler estes trabalhos ‘em Loja’, ou seja, durante a sessão maçônica. Esse procedimento visa avaliar o seu aproveitamento e progresso no simbolismo liturgia e filosofia maçônica e é com base nele que a Loja decide se o Aprendiz está apto (ou não) a receber ‘aumento de salário’ (promoção de grau).” COMENTÁRIOS: Evidentemente há pequenas variações sobre o que o autor escreveu acima, não tanto no que concerne às Lojas, mas, no que se refere ao Rito praticado e à Potência a que pertence. De qualquer forma, endossaria o plural utilizado no que se refere à apresentação e dissertação de trabalhos escritos relativos ao Grau: que sejam apresentados vários trabalhos, isso vai possibilitar uma avaliação melhor sobre o mesmo estar apto para o seu aumento de salário. O COMPANHEIRO O Companheiro deverá progredir quando demonstra interesse em interpretar os símbolos fundamentais concernentes ao seu Grau. Já ouvimos bastante aquela definição cômoda de ser dita sobre o Grau de Companheiro ser somente um Grau intermediário, o que revela o desconhecimento por parte de quem diz com respeito à riqueza de temas que pode englobar, a exemplo do estudo das Ciências Naturais, da Cosmologia, da Filosofia, enfim das investigações concernente à origem de todas as causas de todas as coisas. O Companheiro-Maçom deverá receber três instruções com a participação do Ven.•. M.•., Orador e 1º e 2º Vigilantes, as quais estão contidas no Ritual, independente de alguma outra ministrada em Loja e que não faça parte do Ritual. Nas palavras de Theobaldo Varoli Filho: “Além de ser o mais histórico, o mais científico e o mais realista dos graus maçônicos, o ciclo do Companheiro-Maçom é verdadeiramente o único da mais antiga tradição.” COMENTÁRIOS: Para chegar ao Grau de Mestre-Maçom, o Companheiro deverá subir os degraus da Escada-Caracol, a que aparece em seu painel alegórico. Simbolicamente significa o quanto é tortuoso e difícil o caminho que o levará até seu Mestrado. Será que existem sessões suficientes do Grau de Companheiro-Maçom e consequentemente uma quantidade mínima de instruções, para que o Grau deixe de ser visto como somente um Grau intermediário e não recebendo o trabalho intelectual que lhe e devido? O MESTRE Do “Vade-Mécum Maçônico” de autoria do Irmão João Ivo Girardi, do verbete “Mestre-Maçom” extraio o que segue abaixo: “1. Todo Mestre consciente de sua responsabilidade sabe que sua função principal é desempenhar na Ordem todas as funções administrativas das Lojas, a dirigir os Aprendizes nas pesquisas intelectuais e auxiliar os colegas Mestres no traçado simbólico das pranchas simbólicas. 2. ‘Nós nos descobrimos Mestres quando nos descobrimos eternos Aprendizes’.” O Mestre-Maçom possui em seu Ritual quatro instruções para sua leitura e meditação. COMENTÁRIOS: Na tentativa de corroborarmos tudo o que foi dito logo acima, é de se acrescentar ainda que, à expressão utilizada por alguns em referência àquele que acabou de ser exaltado, quando é dito que ele atingiu a sua plenitude maçônica, seria bom que se fizesse ela ser acompanhada da explicação de que o Mestre passa a ter, isso sim, o completo uso dos seus direitos maçônicos e de que, a eles correspondem deveres considerados impostergáveis. Isso para que a pessoa menos esclarecida não fique acreditando que a partir daí o Mestre saiba tudo sobre Maçonaria porque é Mestre, ou que ele já não tem mais nada a aprender dali para a frente. Aliás, será por isso que alguns aí estacionam? E quanto mais antigos, parece mais acomodados em sua mesmice. Então a pergunta que cabe agora é: Mestres de quê? Além de que: Mestres ensinam. Vou acrescentar aqui, a título de ilustração, essa que é a opinião de um grande Maçom Edouard Quartier La Tente (pronúncia: eduarr cartiê la tânti) a respeito dos Graus Simbólicos: “A maioria dos adeptos da Arte Real contenta-se em ‘receber’ os Graus Simbólicos; mas, eles não os ‘possuem’ jamais efetivamente. Eles têm nas mãos um tesouro, mas ignoram o seu valor e não tiram nenhum partido disso.” (Vade-Mécum Maçônico, 2018, pág. 246) CONCLUSÃO: Cabe aos dirigentes de uma Loja, cabe aos seus Mestres, numa perfeita combinação, a missão de proporcionar os ensinamentos maçônicos fundamentais, referentes ao Simbolismo, à Filosofia, ao cultivo das virtudes, dos valores morais e da Ética. A Maçonaria dá as ferramentas para que sejam usadas. Existem temas que devem ser aprofundados já que servem para pautar nossos atos individuais e conscientizar-nos da nossa condição. O desbaste da pedra bruta, para citar um só, é um processo que envolve diretamente o Aprendiz, mas, indiretamente, vai envolver nós todos, independente do Grau em que se esteja colado, ou não nos autodenominamos “eternos aprendizes”? Podemos afirmar que essa prática acompanhada da reflexão, devem ser incorporadas à nossa rotina diária, eis que, não é fácil desvencilharmo-nos dos nossos defeitos, num mundo onde as pessoas se preocupam em enxergar os defeitos dos outros. O Grau de perfeição que podemos atingir como seres humanos nunca nos será de todo conhecido e nunca saberemos sobre estarmos prontos o suficiente, daí, esta persistência do Maçom em melhorar, em se aprimorar, em evoluir sempre. O R.•.E.•.A.•.A.•., sabemos, é de uma riqueza incomum quando comparado a outros ritos. Como entender, como decifrar, como absorver a sua filosofia, a sua história, a sua ritualística, as suas influências, o seu simbolismo, se não desejarmos ir além, se não estudarmos com o propósito de entendermos realmente o que viemos fazer na Maçonaria? Como é bom trilhar esta estrada de eterno buscador, a estrada que nos conduzirá ao conhecimento, à Luz. I Irmão José Ronaldo Viega Alves ronaldoviega@hotmail.comL oja Saldanha Marinho, “A Fraterna”Oriente de S., do Livramento – RS. FONTES DE CONSULTA: ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. - 3ª Edição - 2012 COMTE, Carlos Brasílio. “A Doutrina Maçônica” – Madras Editora Ltda. - 2005 GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” - Nova Letra Gráfica e Editora – 2ª Edição – 2008 VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica - Companheiro (II Tomo)” – Editora “A Gazeta Maçônica” – 1ª Edição - 1976 --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Wed, 30 Aug 2023 - 14min - 601 - Quem era Nimrod
Por Maarten Moss A conexão entre a Maçonaria e a figura bíblica Nimrod tem sido objeto de debate e especulação há muitos anos. Embora os principais estudos maçônicos não reconheçam qualquer associação direta entre os dois, surgem interpretações variadas e teorias da conspiração que os ligam. A Maçonaria é uma organização fraterna que remonta às guildas medievais de pedreiros. Ao longo do tempo, a organização evoluiu e incorporou vários elementos simbólicos e filosóficos de diferentes fontes, incluindo figuras religiosas e mitológicas. A Maçonaria enfatiza os ensinamentos morais e éticos, o desenvolvimento pessoal e a fraternidade. Embora inclua referências a várias figuras religiosas, a organização em si não é afiliada a nenhuma religião específica. A Figura Bíblica Nimrod Nimrod é um personagem mencionado no Livro do Gênesis, onde é descrito como bisneto de Noé e um poderoso caçador. Algumas interpretações da Bíblia associam Nimrod à construção da Torre de Babel, retratando-o como um governante poderoso e ambicioso. Retratos negativos de Nimrod muitas vezes o retratam como um tirano, enquanto interpretações alternativas tentam apresentá-lo de uma forma mais positiva, concentrando-se em sua liderança e contribuições para a civilização humana. Um aspecto significativo das representações negativas de Nimrod é o seu papel como governante tirânico. Os críticos sugerem que sob sua liderança as pessoas foram oprimidas e ele fez de tudo para consolidar seu poder. De acordo com este ponto de vista, o reinado de Nimrod foi marcado pela crueldade, tirania e despotismo. Esta interpretação é baseada principalmente em lendas e textos externos, em vez de evidências diretas da Bíblia. O Envolvimento de Nimrod na Torre de Babel A história da Torre de Babel se encontra no Livro do Gênesis, onde a humanidade se une para construir uma cidade e uma torre que chegue aos céus. O motivo por trás deste projeto ambicioso é muitas vezes atribuído ao desejo de alcançar maior poder e estabelecer um nome para si, como afirma Gênesis 11- 4: “Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo chegue aos céus, e façamos para nós um nome; caso contrário, seremos espalhados por toda a face da terra.” Embora Nimrod não seja explicitamente mencionado na parte específica da narrativa da Bíblia, estudiosos e intérpretes fizeram uma conexão entre ele e a Torre de Babel devido à sua reputação como um poderoso caçador e governante de várias cidades. Algumas fontes judaicas antigas, como o Talmud e o Midrash, associam ainda Nimrod ao episódio da Torre de Babel. Segundo estas fontes, ele foi o iniciador ou o principal apoiador da construção da torre. A associação de Nimrod com a Torre de Babel pode ser vista de duas maneiras distintas. Os críticos muitas vezes interpretam o seu envolvimento como evidência da sua arrogância e rebelião contra a autoridade divina, tentando usurpar o governo de Deus e desafiar o seu poder. Por outro lado, interpretações mais positivas consideram o seu envolvimento como representativo da sua ambição e impulso para o avanço da civilização humana, embora com possíveis equívocos sobre as suas consequências. A Conexão com a Maçonaria A conexão entre a Maçonaria e o envolvimento de Nimrod na Torre de Babel é derivada principalmente de interpretações especulativas e teorias da conspiração. Algumas pessoas acreditam que as origens espirituais dos maçons remontam aos construtores da Torre de Babel, e que Nimrod, como iniciador ou principal apoiante do projeto, desempenhou um papel crucial no estabelecimento da Maçonaria. Nesta visão, a torre representa o primeiro esforço conjunto em grande escala em engenharia e arquitetura, lançando as bases para as tradições e práticas da alvenaria. Algumas teorias da conspiração afirmam que Nimrod foi o fundador ou figura significativa da sociedade secreta da Maçonaria. Estas teorias alegam que a Maçonaria perpetua ou continua o legado de Nimrod e procura estabelecer uma nova ordem mundial. No entanto, é essencial reconhecer que tais alegações carecem de provas históricas ou factuais credíveis. A maioria dos estudiosos e especialistas maçônicos rejeitam tais teorias como infundadas e infundadas. Perspectivas alternativas sobre o personagem de Nimrod retratam-no como um líder e protetor habilidoso, enfatizando sua capacidade de unir pessoas e estabelecer estruturas sociais. Estas interpretações sugerem que Nimrod desempenhou um papel crítico na manutenção da ordem e da segurança dentro dos seus domínios, organizando e governando eficazmente as comunidades. De acordo com alguns pontos de vista, Nimrod pode ser considerado uma figura central no desenvolvimento da civilização humana. Essa perspectiva o associa à fundação de cidades e ao avanço das conquistas culturais e tecnológicas. Ao enfatizar as suas contribuições para a urbanização e o estabelecimento de instituições sociais, estas interpretações colocam Nimrod como um catalisador para o progresso e a civilização. Vale ressaltar que interpretações positivas de Nimrod não são aceitas ou apoiadas universalmente, pois o próprio texto bíblico fornece informações limitadas sobre o personagem. No entanto, essas perspectivas alternativas fornecem lentes diferentes através das quais se pode ver a história de Nimrod. Maçonaria e Nimrod: Avaliando as Conexões Ao examinar as conexões entre a Maçonaria e Nimrod, é crucial diferenciar entre evidências sólidas e especulações infundadas. Nenhuma evidência histórica ou factual credível apoia uma ligação direta entre a Maçonaria como organização e Nimrod. A maioria dos estudiosos maçônicos rejeita tais afirmações como infundadas. A Maçonaria incorpora uma ampla gama de símbolos, alegorias e referências de diversas fontes, incluindo figuras bíblicas e mitológicas. No entanto, a sua ênfase está nos ensinamentos morais e éticos, no desenvolvimento pessoal e na fraternidade, em vez de em figuras religiosas ou históricas específicas. Como tal, qualquer tentativa de estabelecer uma ligação direta entre a Maçonaria e Nimrod é infundada. Além disso, é essencial reconhecer que as interpretações do carácter e das acções de Nimrod são diversas e não são universalmente acordadas. Enquanto alguns o retratam como um tirano ou envolvido na narrativa da Torre de Babel, outros o apresentam como um líder habilidoso e uma figura essencial no desenvolvimento da civilização humana. Cada perspectiva deve ser avaliada criticamente, tendo em conta as limitações do texto bíblico e a influência potencial de fatores externos, tais como preconceitos culturais ou religiosos. No geral, a conexão entre a Maçonaria e Nimrod é de especulação e interpretação, ao invés de fatos baseados em evidências. Embora algumas teorias da conspiração e conexões marginais sugiram uma ligação direta entre os dois, os principais estudos maçônicos não endossam ou reconhecem tal relacionamento. Ao examinar as diferentes perspectivas sobre o carácter de Nimrod e avaliar o grau em que estas interpretações são apoiadas pelo texto bíblico, torna-se claro que qualquer associação direta entre a Maçonaria e Nimrod é infundada. A ênfase da Maçonaria nos ensinamentos morais e éticos, no desenvolvimento pessoal e na fraternidade distancia ainda mais a organização de figuras históricas ou religiosas específicas, incluindo Nimrod. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Tue, 29 Aug 2023 - 08min - 600 - O que a Inteligência Artificial pensa da Maçonaria?
Parece que as manchetes hoje em dia estão repletas de histórias sobre como a Inteligência Artificial vai deixar todos nós sem trabalho. Os geradores de arte de IA roubarão o mercado dos artistas, a escrita de IA deixará os escritores sem trabalho. A IA assumirá o marketing, a redação de discursos, a manutenção de registros e as atividades criativas. Basicamente, o céu está caindo – de novo. Na época em que as televisões foram introduzidas, eles disseram que isso iria matar o rádio. Não mudou – mas o rádio mudou. Quando o Netflix foi lançado – eles disseram que iria matar a TV. Não mudou – mas a TV mudou. Estas “Novas Tecnologias” pelas quais as pessoas se sentem ameaçadas são o que chamamos de “Disruptores”. A nova tecnologia “perturba” os negócios normais. E talvez isso seja uma coisa boa. Essa ideia de “Inteligência Artificial” já existe há muito tempo. Na verdade, o termo foi cunhado em uma conferência de verão no Dartmouth College em 1955. Mas mesmo antes disso, em 1942, o autor Isaac Asimov escreveu o romance “Runaround”. Nesse livro, ele apresentou as 3 leis da robótica que regeriam a “ética” dos robôs. Como isso é relevante para a Maçonaria, você diz? Os robôs provavelmente não invadirão nossas lojas tão cedo. E não vejo a Inteligência Artificial tornando-nos, humanos, “obsoletos” na nossa loja. O efeito mais imediato que a Inteligência Artificial provavelmente terá sobre a Maçonaria é o que ela pensa sobre nós. Em outubro do ano passado, comecei a investigar a IA através de um gerador de imagens. Eu me inscrevi para uma assinatura do “Artssy.co”, que prometia cuspir imagens com base na entrada de texto de humanos. Foram necessárias algumas tentativas e erros para digitar o texto e obter uma imagem que se aproximasse do que eu procurava. Comecei a tentar gerar imagens “esotéricas”. Eles eram estranhos e assustadores. Então comecei a inserir instruções mais “complexas”. Tentei ser mais genérico e pedi à IA que me desse uma imagem de “um grupo de maçons reunidos num local sagrado”. Retornou a imagem do início deste artigo – 5 homens reunidos em torno de um altar. Aparentemente, pensa que a maioria de nós é careca! Em novembro do ano passado (2022), o ChatGPT foi lançado e recebeu muita atenção da mídia. GPT significa “Transformador pré-treinado generativo de bate-papo). Esta nova “IA” foi na verdade baseada em software criado em 2020 pela OpenAI. A “IA” recebe informações humanas e produz “respostas” com base na experiência anterior. O resultado pode incluir escrever um artigo, criar uma imagem ou responder a uma pergunta. E é esse último que nos afetará primeiro. Essas questões colocadas à IA certamente incluirão algumas perguntas sobre a Maçonaria. Curioso sobre a Maçonaria? Pergunte à Inteligência Artificial. Quer saber mais sobre as graduações? Pergunte à IA. A Maçonaria faz parte dos Illuminati? A IA provavelmente saberá. Resolvi conversar com a IA e ver o que ela pensa sobre a Maçonaria. Mais do que apenas responder perguntas, é suposto cuspir pensamentos e resumos complexos. Primeiro fiz uma pergunta básica “O que é a Maçonaria?”. Respondeu: “A Maçonaria baseia-se num sistema de ensinamentos morais e alegóricos, muitas vezes expressos em termos simbólicos, que se destinam a promover o crescimento pessoal, o comportamento ético e a responsabilidade social”. No geral, uma ótima resposta. Eu cavei mais fundo. Perguntei “A Maçonaria é uma religião?” A AI respondeu: “Não, a Maçonaria não é uma religião… Embora a Maçonaria exija que os seus membros acreditem num Ser Supremo, ela não promove nenhuma religião ou doutrina religiosa em particular”. Hum, até aí tudo bem. Eu tentei “Os maçons matam pessoas?” A AI respondeu: “A Maçonaria é frequentemente associada a teorias de sigilo e conspiração, o que alimentou muitos rumores e acusações infundadas sobre as suas atividades”. Dei um passo adiante e perguntei: “O que é o caso Morgan?” A AI respondeu com um relato verdadeiro do que aconteceu, incluindo comentários de que “nenhuma evidência concreta foi encontrada” e “o Caso Morgan prejudicou a reputação da Maçonaria”. Resolvi fazer perguntas ao avô que certamente seriam nossa ruína. “Os maçons também são os Illuminati?”. Preparem-se. A AI respondeu com “Não, os maçons e os Illuminati não são a mesma coisa, não há nenhuma evidência que sugira que eles estejam relacionados de alguma forma”. Boas notícias para nós. Com base na minha interação inicial, parece que a IA tem uma imagem positiva da Maçonaria. Qualquer pessoa que procure informações sobre a Maçonaria através da IA provavelmente obterá respostas reais sobre quem somos, em vez de disparates conspiratórios. Mas isso mudará? Tudo isso depende de onde a IA obtém a “educação” adicional e de quem tem o controle. E se alguém responsável tivesse uma experiência ruim com um maçom, poderia chegar ao ponto de sabotar essa “percepção” da IA? Como qualquer outra coisa, a tecnologia é tão boa quanto aquilo que lhe dizemos para fazer. No momento, devemos estar cientes de que a IA sabe muito sobre nós e as pessoas vão pedir informações a ela. Mas não importa o que a IA divulgue, o primeiro passo será sempre quando um buscador entra em contato com um Maçom para descobrir como ingressar. Portanto, a melhor representação da Maçonaria continua sendo os Maçons. Devemos sempre nos lembrar de melhorar e suavizar nossa pedra bruta. Fraternalmente, Bo Buchanan Editor da Revista Arizona Masonry --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Tue, 29 Aug 2023 - 07min - 599 - Um Interessante Lema Maçônico: “Deus Meumque Jus”
A frase latina Deus Meumque Jus se traduz literalmente como 'Deus e meu direito'.
Muitos lemas famosos contribuem para as grandes tradições e mística do Artesanato. Um dos mais intrigantes é "Deus Meumque Jus", que aparece com destaque nos trajes maçônicos, notadamente em objetos dos 32º e 33º graus do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Dada a sua posição de grande importância nos emblemas, é claro que o lema é particularmente significativo e merece uma exploração aprofundada. Vamos examinar as origens do “Deus Meumque Jus” e entender por que ele é um lema tão importante dentro da Maçonaria hoje.
O que isso significa?
"Deus Meumque Jus" é uma expressão latina comumente traduzida como "Deus e meu direito", ou mais apropriadamente "Deus e meu direito moral". No entanto, existe um elemento de mal-entendido em relação à tradução da frase.
Deus é bastante simples de entender, pois é comumente referido como a palavra latina para Deus. A confusão reside na palavra Jus, no que se refere à lei e à justiça, por isso alguns especulam que o lema na verdade se traduz como "Deus minha justiça" ou "Deus minha lei".
O Irmão Christopher Haddop resume perfeitamente as origens controversas do lema quando escreve:
"O lema é a versão latina de uma frase francesa originária da Inglaterra e usada em um sistema de graus maçônicos nomeado após a Escócia, que descendeu de fontes francesas via Haiti com a ajuda de um comerciante holandês via Jamaica e que acabou sendo quase completamente redefinido nos os Estados Unidos.'
O mesmo autor diz-nos que a tradução francesa da frase – “Dieu et Mon Droit” – é na verdade o lema real do Reino Unido. Acredita-se que este seja o resultado de um lendário grito de guerra proferido pelo rei Ricardo I da Inglaterra durante uma batalha em 1198. O lema refere-se à noção de longa data do direito divino dos reis.
Apesar das origens um tanto falaciosas do lema, dentro da Maçonaria entendemos a frase como “Deus e minha retidão moral”. Acredita-se que quando visto nos trajes maçônicos dos 32º e 33º graus, este é o significado pretendido.
O uso do lema na Maçonaria hoje
O lema está associado ao número 33 na Maçonaria. Acredita-se que esta tradição venha do fato de que este número é sagrado no Cristianismo e no Hinduísmo e existem 33 vértebras na coluna vertebral. Na Maçonaria, o lema é comumente visto nas insígnias do 33º grau.
O número não foi escolhido ao acaso pelos fundadores do Rito Escocês. Especialmente no Cristianismo, 33 é significativo. Sabemos que significa a Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), e também nos é dito que Cristo tinha 33 anos quando ascendeu ao céu. Além disso, os Evangelhos listam 33 milagres realizados por Cristo ao longo de sua vida na terra.
Então, qual é a conexão entre o número e a moeda?
Talvez seja melhor compreendido dentro desta estrutura religiosa. Extraído literalmente do seu significado latino, o lema significa a relação de um irmão com o Ser Supremo. É um lembrete da necessidade de viver virtuosamente sob o olhar atento de Deus, ao mesmo tempo que nos comportamos de maneira consistente com os valores da fraternidade.
No entanto, uma interpretação mais profunda poderia ser a de que representa um reino interno do divino dentro de cada maçom individual. Por exemplo, se olharmos para a estrutura de rituais maçônicos específicos, vemos um espelho externo dos elementos internos do ser.
Em termos simples, para um irmão significa que os ensinamentos maçônicos dentro de sua loja estabelecem um modelo pelo qual vários aspectos do eu podem ser colocados em ordem, de modo que as partes inferiores do eu sejam feitas para serem servas do divino interior.
Quanto ao lema, Deus Meumque Jus poderia ser entendido como a lei e ordem interna (Jus) estabelecida dentro do eu (Meumque), pelo eu divino (Deus) como soberano.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageMon, 28 Aug 2023 - 07min - 598 - O Estoicismo e a Maçonaria
Por Dário Angelo Baggieri Amados irmãos, tema relevante, inebriante e extremamente atual e quase sem literatura pertinente que permita um aprofundamento doutrinário de maior envergadura. Iniciaremos esse ensaio desmistificando o conceito filosófico do que é o Estoicismo. A filosofia Estóica, foi fundada por Zenão de Cítio, um filósofo grego que viveu no início do século III a.C. Ele estudou com os filósofos cínicos Crates de Tebas e Estilpo de Mégara antes de fundar sua própria escola filosófica em Atenas, que mais tarde ficou conhecida como a escola estoica. Zenão começou a ensinar sua filosofia, nos pórticos de Atenas e atraiu um grande número de seguidores. Ele ensinava que a felicidade e a virtude dependem de viver de acordo com a razão e em harmonia com a natureza. Argumentava ainda que todas as coisas na natureza estão conectadas e que devemos aprender a viver em harmonia com as leis naturais. Sua filosofia também enfatizava a importância de cultivar virtudes, também a justiça e a autodisciplina. Ao longo do tempo, a escola estoica se expandiu e se desenvolveu com outros filósofos, como Crisipo e Cleanto e se tornou uma das principais escolas filosóficas da Grécia Antiga. Embora o estoicismo tenha sido fundado há mais de dois mil anos, sua filosofia ainda é relevante nos dias de hoje e muitas pessoas ainda estudam e praticam suas idéias em todo o mundo. Um dos princípios que a filosofia estoica nos ensina, é aceitar o que não pode ser mudado, e se concentrar em controlar nossas próprias reações e emoções em relação aos eventos externos. Outro princípio é que que todos os seres humanos têm a capacidade de viver de acordo com a razão, e não somente sendo levado pelas emoções. E tal aforisma é fundamental para alcançar a felicidade e as virtudes O estoicismo também nos ensina sobre a importância da autodisciplina, autocontrole e da prática das virtudes. Para os estoicos, esses traços de caráter são essenciais para viver uma vida plena e significativa. Após essa breve "dissecação acadêmica" sobre tão pulsante doutrina, vemos à luz de nossos usos e costumes, uma paridade ipsis litteris entre a doutrina maçônica e a Estoica. A autodisciplina, autocontrole, prática das virtudes, viver sob a égide da razão, aprender a controlar as emoções, vencer as paixões profanas, exortam à tanta verossimilhança, até nos ratificam que ambas tem raízes entrelaçadas no aperfeiçoamento moral, intelectual e ético da formação do carácter do verdadeiro iniciado, como uma corrente cuja característica central, é o pensamento de que todo o cosmos é regido por uma harmonia que determina todos os acontecimentos. A esse Macrocosmo, a Maçonaria denomina da Grande Arquiteto do Universo. Ambas as doutrinas nos oferecem um Portfólio interessante para ser ensinado: Nos mostram que praticando a autodisciplina, lidando com a dor e a adversidade e aprendendo a se recuperar de falhas. Vivendo de acordo com seus valores, descobrindo-os quais são esses seus valores e aplicando-os na sua vida profana e maçônica. Isso pode ajudar aos irmãos a tomarem decisões mais sedimentadas, balanceadas e a viverem uma vida mais significativa. Aprendamos com nossos erros - todos cometemos erros, mas é importante aprendermos com eles e não repeti-los. Analisemos nossas falhas, descubramos o que pode ser reparado e trabalhemos para melhorarmos no futuro o nosso interior de forma progressiva e contínua. A importância da razão é a capacidade mais importante do ser humano, e que devemos usá-la para viver bem e tomar decisões sábias. Viver com virtude - a filosofia estoica, assim como a doutrina maçônica, coloca grande ênfase na virtude, que é vista como o objetivo supremo da vida. As principais virtudes são a coragem, a justiça, a sabedoria, a Honestidade, a pureza e a temperança Sobre o auto aperfeiçoamento - ambas as doutrinas preconizam que devemos nos esforçar constantemente para nos aperfeiçoarmos e melhorarmos como seres humanos. Isso envolve trabalhar para superar nossos vícios, cultivar nossas virtudes e aprender com nossas falhas. A interconexão de todas as coisas - o esoterismo maçônico coaduna com a doutrina estoicista que acredita que todas as coisas estão interconectadas e que devemos viver em harmonia com o universo. Eles também acreditavam que devemos cuidar do meio ambiente e tratar todas as criaturas com respeito. A filosofia maçônica nos impele à levar para o nosso cotidiano, os ensinamentos aprendidos que devem ser aplicados em muitas áreas da vida, incluindo no trabalho, nos relacionamentos, na saúde mental e na tomada de decisões importantes. Sobre o valor da simplicidade, Os estoicos acreditavam que a vida simples e despretensiosa era a melhor maneira de se alcançar a felicidade. Eles valorizavam a moderação, a frugalidade e a renúncia aos prazeres extravagantes. Isso está implícito em nossa doutrina, que nos impele a cavar masmorras aos vícios e a levantar templos às virtudes. Viver no presente -os estoicos acreditavam que a vida só pode ser vivida no momento presente, e que devemos estar presentes e conscientes em cada momento da vida. Eles acreditavam que a felicidade só pode ser encontrada no momento presente, e não no passado ou no futuro. Nesse ponto há pequenas divergencias, pois a Maconaria cultua seu passado glorioso, e apesar do Ostracismo inercial do presente vivenciado pela Ordem, onde estamos presenciando cismas por vaidades pessoais, ainda auguramos um Futuro menos inóspito nos Horizontes de nossa Sublime Instituição. Outro princípio do estoicismo que também é ratificado em nossa doutrina é que "A mudança é interna" - estóicos acreditavam que devemos nos esforçar para mudar a nós mesmos, em vez de tentar mudar o mundo ao nosso redor. Eles acreditavam que a verdadeira mudança começa de dentro para fora, e que devemos nos esforçar para melhorar como pessoas em vez de tentar mudar os outros. Assim que cada um nós lapidemos nossa própria Pedra Bruta e esqueçamos de querer lapidar a pedra de nosso irmão. O Imperador Marco Aurelio, era um Estoicista e em suas inúmeras meditações que anotou, há uma muito atual: “Se você trabalhar naquilo que está diante de você, seguindo a correta razão com seriedade, vigor, calma, sem permitir que nada mais o distraia, mas mantendo pura a sua parte divina, como se você devesse devolvê-la imediatamente; se você se apegar a isso, nada esperando, nada temendo, mas satisfeito com sua atividade presente de acordo com a natureza, e com a verdade heróica em cada palavra e som que proferir, você viverá feliz. E não há ninguém que seja capaz de evitar isso. ” “O que fazemos agora ecoa na eternidade.” “Você tem poder sobre sua mente – não sobre eventos externos. Perceba isso e você encontrará sua força.” “Pense na beleza da vida. Observe as estrelas e veja-se correndo com elas.” “A felicidade de sua vida depende da qualidade de seus pensamentos.” “Tudo o que ouvimos é uma opinião, não um fato. Tudo o que vemos é uma perspectiva, não a verdade.” “Não perca tempo discutindo sobre o que um bom homem deve ser. Seja.” “A maior vingança contra um inimigo é ser diferente dele”. “Não é a morte que um homem deve temer, mas ele deve temer nunca começar a viver.” “A alma é tingida com a cor de seus pensamentos.” “O objetivo da vida não é estar do lado da maioria, mas escapar de se encontrar nas fileiras dos loucos.”( Marco Aurélio). Poderíamos continuar dissertando sobre tão maravilhoso tema filosófico ainda por muitas e muitas laudas, e confesso aos amados irmãos que em minhas pesquisas sobre o Estoicismo, vislumbrei o quanto meu vulgo profano se doutrinou nessa empreitada, e que a sede de aprender e conhecer mais e mais tão diferenciada escola filosófica, se tornará presente em meus estudos. Terminamos trazendo à baila o Grande SÊNECA, que foi um dos mais importantes filósofos estoicos de Roma. Uma das suas ideias mais importantes é que a verdadeira felicidade e a paz interior são encontradas dentro de nós mesmos, e não em bens materiais ou conquistas externas. Sêneca argumentava que devemos nos concentrar em desenvolver a nossa própria virtude e em controlar nossas emoções, em vez de sermos controlados por elas. "Todos os homens, caro Galião, querem viver felizes. Mas, para descobrir o que torna a vida feliz, vai-se tentando, pois não é fácil alcançar a felicidade, uma vez que quanto mais a procuramos mais dela nos afastamos. Podemos nos enganar no caminho, tomar a direção errada. Quanto maior a pressa, maior a distância. Determinemos, em primeiro lugar, o que desejamos e, em seguida, por onde podemos avançar mais rápido".Seneca --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Mon, 28 Aug 2023 - 10min - 597 - Os maçons ainda combatem o escravismo.
O tema é muito interessante e pode, até mesmo, frustrar aqueles que creditam santidade à Maçonaria. Afinal, a maçonaria fez a abolição da escravatura acontecer no brasil! Não foi bem assim! O desfecho contra a escravatura iniciou-se mais por questões econômicas do que humanitárias, com forte pressão da Inglaterra. Certo também é que, nos primórdios de nossa Independência, o Irmão José Bonifácio não via com bons olhos a exploração dos negros. Porém, boa parte da Maçonaria Brasileira era composta por senhores de engenhos, barões do café e reis do gado, e não poucos eram sócios de navios negreiros. Em resumo, Maçons Escravocratas que defendiam seus interesses. E não é difícil imaginar como eram “calorosas” as discussões em Templo quando, na Ordem do Dia, seria tratada a libertação dos escravos. Tínhamos a Ala Escravocrata e a Ala Abolicionista, as quais, naturalmente, nunca chegariam a um denominador comum. Abro aqui um parêntese para uma divagação. Se à época houvesse WhatsApp e Facebook, ambos os grupos estariam fazendo o que vemos hoje: mensagens ridículas e infantis de mútua provocação entre Nobres Irmãos que alcançaram a plenitude. Retornando ao tema, a verdade foi que maçons do século XIX trabalharam para a libertação dos escravos. Entre eles, encontramos os que ajudavam a “roubar” cativos e transportá-los para o estado do Ceará, onde a abolição aconteceu em 1884. Muitos foram os Maçons que fortaleciam o Tronco para pagar a Carta de Alforria, e havia aqueles que trabalhavam junto aos governantes para criação de leis abolicionistas. Lei do Ventre Livre (1871), Lei dos Sexagenários (1885), até culminar na Lei Áurea (1888). Termina, assim, nosso combate ao escravismo? Não! Claro que não! A “cura” da escravidão ocorre pela libertação, tão propagada em nosso lema LIBERDADE, Igualdade e Fraternidade. Contudo, há um detalhe muito interessante, o qual já intercambiamos no artigo 932 – Tema sensível, no qual destaquei que a “A mutilação não é corpórea, é a deformidade moral da alma”. Assim também é a questão da impossibilidade de um escravo ser iniciado. Não podemos conceber o sentido exato da palavra, visto que o escravo é um ser obrigado a trabalhar contra sua vontade e em condições indignas ou degradantes de trabalho, em atividades que não são ou são muito mal remuneradas. Diante de uma triste realidade econômica, muitos de nossos Irmãos são escravos do trabalho. Porém o pior dos senhores feudais, aquele que integralmente escraviza o homem, é a ignorância! Ela coloca pesados fardos da intolerância em nossos ombros, guilhões do preconceito em nossos tornozelos, algemas da ganância em nossas mãos e viseiras do egoísmo em nossos olhos. Esse é o escravismo que combatemos, uma vez que a Maçonaria espera dos Maçons um esforço contínuo, um trabalho corajoso e ininterrupto em prol da libertação das inteligências oprimidas. “A escravidão não é corpórea, é a subserviência moral da alma.” Neste 17º ano de compartilhamento de instruções maçónicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permanecemos no nosso propósito maior de disponibilizar uma curta reflexão a ser discutida em Loja. O Ritual não pode ser delapidado. A Ritualística deve ser seguida integralmente. O Quarto-de-hora-de-estudo é fundamental em uma sessão Justa e Perfeita. Fraternalmente Sérgio Quirino Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024 --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Mon, 28 Aug 2023 - 04min - 596 - A Porta do Templo
A palavra porta, que deriva do latim e significa passagem estreita, evoca uma noção antiga e sagrada, já presente entre os egípcios que construíam pilares com passagem estreita na entrada dos templos, que com seu frontão sugeriam uma ponte entre dois mundos. A porta do templo é tradicionalmente um dos elementos mais ricos do ponto de vista artístico. As portas dos templos costumam ser adornadas com pinturas e esculturas que funcionam como um livro ilustrado. Exemplo desta característica podem ser encontrados nos portais das catedrais góticas ou românicas de Chartres, Reims ou outras, onde se podem admirar representações de cenas bíblicas, virgens com criança, figuras de santos e apóstolos esculpidas em pedra e destinadas a transmitir aos à população analfabeta uma mensagem cristã de valor educativo. A intenção das decorações era também estimular os fiéis a se aproximarem de Deus, a entrarem na igreja, a cruzarem o limiar do despertar. Este convite para entrar na igreja pode parecer contrastar com o simbolismo usado pelos antigos egípcios e pelas próprias tradições maçónicas e hindus, que concebem a porta do templo como um lugar a ser guardado (defendido por guardas ou feras, leões, dragões ou grifos colocados nas laterais de templos como o babilônico) ou por esfinges em frente às pirâmides egípcias. A porta do templo pode, portanto, assumir dois significados diferentes: num primeiro sentido, pode aparecer como um convite e uma abertura, enquanto num segundo sentido, pode parecer hostil e só pode ser aberta se alguém for digno. Neste caso torna-se hermeticamente aberto, ou seja, acessível apenas aos iniciados. Na milenar civilização egípcia, a majestade e a severidade dos animais selvagens refletiam-se na iconografia de divindades como Anúbis, o deus com cabeça de chacal, que guiava as almas dos falecidos para o reino do outro mundo, vigiava os portões do o submundo e presidiu o julgamento das almas na balança de Maat. No que diz respeito ao templo maçónico, não se trata de uma realidade arquitectónica, mas sim de um “templo em espírito”, que se inspira na construção do templo de Jerusalém do rei Salomão, narrada na Bíblia, mas de origem mais antiga, ou seja, egípcio. A entrada do templo, segundo esta tradição, era fixada no Hekal (parte coberta reservada aos sacerdotes) por duas colunas de bronze erguidas por Hiram e denominadas Jakin e Boaz; Jachin significa “aquele que estabelece” em hebraico e Boaz significa “força nele”. O acesso ao templo estava indissociavelmente ligado às suas duas colunas que, no entanto, não sustentavam nada e esta passagem, reservada apenas ao iniciado, ativou uma dinâmica de construção e consolidação, ajudando a fortalecer o templo, atraindo a força divina. A soleira do edifício sagrado, símbolo da dimensão cósmica da Arte Real, abre-se para Poente, onde o sol desce e vira-se para Nascente, no centro do arco solar entre o ponto mais baixo e o ponto mais alto. Ladeiam-no duas colunas solsticiais, representando o deus Janus, senhor das portas, detentor das chaves e com duas faces. O seu olhar tem um duplo sentido: um espacial, que zela pelo acesso ao templo, impedindo a entrada ao profano, e um interno, que garante a harmonia que ali reina. O outro significado é temporal: em harmonia com o ciclo solar, Janus representa o segundo São João, guardião não só dos portões celestes, mas também do início do ciclo anual no solstício de inverno, quando a luz solar está no seu melhor mínimo e inicia sua subida. Janus era a divindade latina das portas e é também o mais antigo dos deuses latinos, sempre invocado antes de Júpiter. Ele presidiu os portões do céu e o domínio dos deuses. Deus romano dos começos, entradas e passagens, teve o papel de iniciador. Janus, o guardião dos umbrais, sempre apareceu com duas caras: com um olhar examinava o passado e com o outro o futuro; ou com um dirigiu-se à terra e o outro ao céu, em virtude da sua "dupla ciência" que lhe foi concedida pelo deus Saturno em troca da sua fidelidade. Os seus santuários ficavam às portas das cidades; em Roma seu templo tinha a particularidade de ter as portas escancaradas em tempos de guerra, para indicar que o Deus havia partido para a batalha, e fechadas em tempos de paz porque voltava ao seu local de culto para proteger a cidade. A porta do templo, além de ter um valor estético e arquitetónico, era sobretudo uma “passagem” que implicava uma dualidade: havia o fora e o dentro, o antes e o depois, o ruído e o silêncio. Em todas as tradições, rituais com forte significado simbólico foram associados a este acesso. Em quase todas as culturas encontramos nesta passagem um rito antigo, o da purificação, que permitiu aos fiéis de todas as religiões, e ao iniciado maçónico, serem dignos de entrar no santuário. Com as mãos protegidas por luvas brancas, símbolo de pureza, o maçom coloca seus metais na entrada do templo. Assim como os cristãos se borrifam com água benta para entrar na igreja, ou os muçulmanos tiram os sapatos para entrar na mesquita. Além disso, a porta do templo marca solenemente as fases da vida de quem por ela passa. Na religião cristã, por exemplo, a noiva vai à igreja ao lado do pai e sai acompanhada do marido, selando uma nova e importante etapa em sua existência. Mesmo no adro, em frente à porta, realizam-se gestos sagrados e solenes. Na Bíblia, a soleira do templo às vezes é cenário de maravilhas. Nos Atos dos Apóstolos, capítulo 3, é narrado um aleijado de nascença que pedia esmola na porta do templo e Pedro e João lhe intimaram, em nome de Jesus: “Levanta-te e anda” e o milagre acontece. . Lá fora, em frente à porta, o rei administra a justiça. A porta do templo é o símbolo da transformação que o leigo deve fazer para ter acesso à sabedoria maçônica. Não é uma simples abertura, mas um limiar que exige mérito, sacrifício e vontade. O leigo vendado deve se curvar para passar pela porta estreita, como se fosse renascer para uma nova vida, deixando para trás as trevas da ignorância e aproximando-se da luz do conhecimento. Ele também deve enfrentar as provações dos três elementos, guiado pelas duas colunas que representam a dualidade do ser humano e a porta do templo é o símbolo da transformação que o leigo deve fazer para ter acesso à sabedoria maçônica. Não é uma simples abertura, mas um limiar que exige mérito, sacrifício e vontade. O leigo vendado deve se curvar para passar pela porta estreita, como se fosse renascer para uma nova vida, deixando para trás as trevas da ignorância e aproximando-se da luz do conhecimento. Ele também terá que enfrentar as provações dos três elementos, guiado pelas duas colunas que representam a dualidade do ser humano e seu equilíbrio. Entre as colunas é gerada uma força ternária, uma energia vital, uma alma nova, capaz de praticar V.I.T.R.I.O.L., ou a busca pela essência interior. Assim o profano despoja-se do velho e da sua vida profana, e dedica-se a trabalhar a pedra bruta para transformá-la em pedra cúbica, construindo o seu templo interior. A porta do templo é também o símbolo do desejo de ir mais longe, de se encontrar consigo mesmo e com os outros, de se aproximar do sagrado e da transcendência. Entrar no templo significa mudar de dimensão, assumir uma solenidade, sair da condição humana e entrar em comunhão com o divino. Por fim, a porta do templo é o símbolo do sentido da vida, de uma nova ética, da compreensão das portas que atravessamos e que voltaremos a cruzar. O tempo não para, mas o passado e o futuro se encontram no presente, e olhar para as nossas ações é sempre uma oportunidade de crescimento. C.L. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Fri, 25 Aug 2023 - 09min - 595 - 25 de agosto de 1803: Nasce o Duque de Caxias: Patrono do Exército e Grão-Mestre de Honra da Maçonaria Brasileira
No dia 25 de agosto de 1803, nasceu uma figura que deixaria um legado marcante na história do Brasil e na maçonaria: Luiz Alves de Lima e Silva, conhecido como o Duque de Caxias. Sua vida e realizações não apenas o tornaram uma figura militar proeminente, mas também lhe renderam o título de Patrono do Exército Brasileiro e Grão-Mestre de Honra da Maçonaria Brasileira, destacando sua importância em ambos os âmbitos. Desde cedo, o jovem Luiz Alves de Lima e Silva demonstrou aptidão e paixão pela carreira militar. Ao longo de sua vida, ele participou de uma série de campanhas e batalhas que o levaram a se destacar como um líder habilidoso e estrategista. Sua atuação na Guerra da Cisplatina, na Guerra do Prata e na Guerra do Paraguai o consolidou como uma das figuras militares mais proeminentes da história brasileira. Um dos momentos mais icónicos de sua carreira foi a liderança durante a Revolta dos Farrapos, no sul do Brasil, onde suas táticas militares eficazes e seu compromisso com a pacificação da região o renderam o apelido de "O Pacificador". Sua capacidade de combinar força militar com diplomacia foi uma característica que o tornou respeitado por aliados e adversários. Além de suas realizações no campo militar, Luiz Alves de Lima e Silva também deixou sua marca na maçonaria brasileira. Sua conexão com a maçonaria trouxe uma dimensão adicional à sua influência e legado. Ele foi nomeado Grão-Mestre de Honra da Maçonaria Brasileira, destacando sua posição na sociedade secreta. A maçonaria é conhecida por seus princípios de fraternidade, igualdade e busca pelo conhecimento. A associação do Duque de Caxias com a maçonaria ressalta seu compromisso com esses ideais, que ecoam tanto na esfera militar quanto na maçônica. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Fri, 25 Aug 2023 - 02min - 594 - Descubra quem é o Gadu…
Por Gérard Lefèvre O autor oferece-nos uma leitura pessoal em torno desta referência comum a todos os maçons tradicionais, regulares ou... outros. Recorda duas personalidades da onda ocultista do século XIX. Ele escreve: Se a evocação do Arquiteto deve ser diferenciada, para alguns, daquela de um Deus dogmático, procuremos o que é evocado nestes termos: “É verdade que para nós, judaico-cristãos, é costume pensar e evocar o Deus das nossas religiões, quando falamos do Grande Arquiteto”. Se este nome provém do grego “ arkhitektôn ” que significa “mestre carpinteiro”, não podemos deduzir que ele designasse o “construtor-chefe de um monumento”. Manteremos para esta tarefa específica de construtor o termo “Mestre Construtor ou Mestre Pedreiro”. No Antigo Testamento, a palavra em si ocorre apenas três vezes: Hebreus capítulo 10 “Porque ele esperou pela cidade que tem fundamentos, cujo construtor e construtor é Deus”, • Êxodo 25-8-9 Eles me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Você fará o tabernáculo e todos os seus utensílios conforme o modelo que vou lhe mostrar • Salmo 126/127: A menos que Deus edifique a casa, os construtores trabalham em vão. E no Novo Testamento é o pai de Jesus quem é “arkhitektôn”, ou “carpinteiro”. Isso é um sinal? Sujeito a um estudo mais preciso, a expressão aparece também na Epístola aos leitores da edição de 1567 da Arquitetura de Philibert Delorme, na qual o autor evoca “este Grande Arquiteto do Universo, Deus todo-poderoso” que colocou os sete planetas no céu para governar a terra. Além disso, ele acrescenta: Deus é aquele, o grande e admirável Arquiteto, que ordenou e criou com sua única palavra toda a máquina do mundo, tanto celestial quanto terrestre, com tão grande ordem, tão grande medida e tão admiráveis proporções, que o ser humano a mente sem sua ajuda e inspiração não pode compreendê-lo…” Assim diz Jules Boucher, de convicção alquimista e ocultista: “Não vamos transformar o Grande Arquiteto do universo num objeto de crença. Vamos vê-lo como um símbolo para estudar, como qualquer outro, para construir as nossas convicções pessoais.” Oswald Wirth (1860/1943), outro ocultista, adepto do tarô, Martinista e Rosacruz (Ordem Cabalística), escreve que O ritual inglês, tal como foi introduzido no continente, no período mais ativo do Iluminismo, estava longe de se satisfazer a genialidade do nosso povo, que quer que tudo seja logicamente coordenado. Os maçons franceses sentiram, portanto, desde o início, a necessidade de retocar o que lhes parecia bastante inapropriado. Estas linhas são mais nacionalistas do que qualquer coisa que alguns “autores” tenham escrito! Melhor, eles têm uma forma de aversão. Seu próprio significado literal indica isso. Na boca de um pedreiro, imbuído de universalismo, são ilógicos e até grotescos. Todas as Grandes Lojas do mundo professam, segundo a tradição, a existência de um Deus e dão esta famosa definição “Para a glória do Grande Arquiteto do Universo”. O Grande Arquiteto como tudo que encontramos na alvenaria, é um símbolo para alguns? Para esses, um símbolo não é adorado... O principal para os iniciados é que a sua concepção, seja ela qual for, corresponda a uma realidade. Ora, o Grande Arquiteto, sem dúvida porque é menos transcendente para alguns do que o Deus dos teólogos, alude a uma entidade que existe incontestavelmente, porque o trabalho construtivo dos maçons é inspirado por um ideal que impulsiona uma energia tremenda. Uma força superior a eles faz com que os maçons atuem e coordenem seus esforços com uma inteligência que eles estão longe de possuir individualmente. Tal é o facto brutal que se observa e diante do qual nos curvamos Deixe que cada um interprete à sua maneira. Livre para os imaginativos imaginarem o que gostam; se nisto são influenciados pelas reminiscências, quando atacam uma realidade demasiado vasta e elevada para se deixarem conter na estreiteza de uma fraca mentalidade humana. O mistério nos obcecará para sempre, saibamos reservar-lhe a sua parte, para nos apegarmos sem distrações à nossa tarefa positiva. Ora, como acabo de dizer, um símbolo não é adorado porque o pensador a quem ele se dirige esforça-se por compreender o seu significado. O simbolismo se opõe a toda idolatria e conduz a um idealismo reservado aos iniciados por força das circunstâncias, porque os crentes materialistas, que materializam o espírito, não conseguem compreender o alcance da palavra símbolo. Tornemo-nos simbolistas em filosofia e a nossa visão mental ganhará profundidade e amplitude. Os símbolos nos ajudarão a compreender tudo e nos impedirão de sermos tacanhos. Eles nos tornarão indulgentes com as imagens caricaturais, que traduzem as impressões recolhidas pela inteligência humana na sua aspiração de penetrar no mistério insondável que a obceca. Quanto ao Grande Arquiteto do Universo, livre para os maçons deístas ou teístas identificá-lo com o Criador, livre para os outros implicarem exatamente tudo o que acreditam ser verdade por meio desta fórmula. Em nenhum lugar se trata de propor o Grande Arquiteto como um símbolo puro. Nenhuma edição posterior do código maçônico, nenhum ritual do século XVIII, ou mesmo nenhum autor maçônico jamais disse que o Grande Arquiteto era apenas uma fórmula simbólica, deixada às disputas individuais dos iniciados. É por isso que devemos continuar a cortar a nossa pedra bruta, para que fique perfeitamente cúbica. Concluída esta obra, poderemos retomar o nosso lugar no edifício e fundir-nos com o Todo e, portanto, com o Grande Arquiteto do Universo. Para concluir, recordemos também as palavras de Santo Agostinho no Prólogo do Evangelho de João: “'[...] e o Verbo era Deus'... se você não consegue entendê-lo, espere até que você cultive alimentos grandes demais para você . » --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Thu, 24 Aug 2023 - 07min - 593 - Hoje na História da Maçonaria: O Legado Maçônico de Manoel Deodoro da Fonseca
No dia 23 de agosto de 1892, o Brasil perdeu uma figura notável que não apenas proclamou a República, mas também deixou sua marca na Maçonaria. O Irmão Manoel Deodoro da Fonseca, conhecido como o proclamador da República e o primeiro presidente constitucional do Brasil, faleceu no Rio de Janeiro aos 65 anos. Nascido em Anádia, na Província de Alagoas, em 5 de agosto de 1827, Deodoro foi um nome icônico tanto na política quanto na Maçonaria. Deodoro foi iniciado na Maçonaria através da Loja "Rocha Negra" em São Gabriel, Rio Grande do Sul, uma loja que fazia parte da jurisdição do Grande Oriente do Brasil. Sua iniciação ocorreu em 20 de setembro de 1873, marcando o início de sua jornada maçônica. Ele ascendeu rapidamente dentro das fileiras maçônicas, sendo eleito Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil em 19 de dezembro de 1889. Sua posse ocorreu em 24 de março de 1890, tendo Josino Nascimento e Silva como seu Adjunto. Nessa época, Deodoro também era membro da Loja "2 de Dezembro" no Rio de Janeiro. No entanto, a história de Deodoro na Maçonaria não foi isenta de reviravoltas. Em 18 de dezembro de 1891, apenas vinte e cinco dias após renunciar à presidência da República, Deodoro tomou uma decisão surpreendente. Devido a problemas de saúde e seu desencanto com a República, ele renunciou ao cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente e ao posto de Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33. Esses dois cargos eram exercidos por ele desde a fusão de 1854, refletindo sua influência e dedicação à Maçonaria. O legado maçônico de Manoel Deodoro da Fonseca é um testemunho do papel significativo que a Maçonaria desempenhou na história do Brasil e na vida de indivíduos notáveis. Sua trajetória, que incluiu não apenas sua liderança política, mas também seu compromisso com os princípios maçônicos, continua a inspirar e a ser estudada até os dias de hoje. Portanto, nesta data, lembramos não apenas o proclamador da República, mas também um destacado Irmão da Maçonaria que deixou uma marca indelével em ambas as esferas. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Wed, 23 Aug 2023 - 03min - 592 - ETERNO APRENDIZ, NUNCA PARARÁ DE APRENDER
Por Adolfo Ribeiro Valadares
O homem e a renovação maçônica
A vida é uma escola contínua que temos desde o dia em que nascemos e até darmos o nosso último suspiro, estaremos sempre em contínuo aprendizado. Esse processo talvez passe despercebido pela maioria dos indivíduos que simplesmente passam pela vida e não aprendem nenhuma lição útil para alegrar seus espíritos. Porém, ainda que não frequentemos escolas comuns, temos à nossa disposição os costumes, tradições, normas de conduta transmitidas pelos idosos, experiências e conceitos de ética e moral que nos são colocados à disposição.
Algumas pessoas têm a sorte de frequentar escolas, cursos profissionalizantes, universidades e expandir esse conhecimento além da maioria das pessoas, como pós-graduações, mestrados, doutorados e o que estiver disponível para colocá-los acima da média na área do conhecimento. Tudo isso serve para potencializar as mentes que servirão para estar em melhor comunhão consigo mesmas e com o universo ao seu redor, inclusive com o resto da humanidade. Tanto aprendizado é inútil se não for com o propósito de dar ao indivíduo uma alma em contato com seus semelhantes.
E existe a possibilidade do homem de bem, que ama a liberdade e se qualifica para viver em harmonia com seus irmãos, ajudar o Grande Arquiteto do Universo na árdua tarefa de construir um mundo melhor e mais justo. A Maçonaria Universal permite a quem nela ingressa unir esses dois elos edificantes: o aprendiz e o conhecimento, com o estrito respeito de que o homem é um eterno aprendiz e que jamais interromperá seu processo de escolarização. Na Maçonaria, o lema do aprendizado deve ser sempre entendido como a busca incessante da verdade e a evolução do espírito.
É uma escola que se apresenta como uma faculdade de vida e que estimula seus membros a estarem em contato constante com as lições que servem para renovar o homem em todos os seus aspectos, moral, espiritual, familiar, profissional e humano. O maçom é um aprendiz assíduo e devotado, que cultiva a virtude e combate os vícios que o desviam do caminho da perfeição. Em nossas lojas, buscamos aprender com nossos irmãos como melhorar nossas edificações interiores através da prática destes princípios: o exercício do amor, da tolerância, da humildade e da harmonia que deve reinar nas relações de todos os homens.
Cada Maçom é um aprendiz que tem ao seu lado um mestre pronto para ajudá-lo a revisar a lição e aprimorar o ensinamento que lhe foi dado. Para que o aprendiz consiga abstrair em toda a sua essência o ensinamento que lhe foi dado, é necessário despir-se das camadas e roupas que atrapalham essa evolução, por isso se diz que um bom aprendiz consegue superar suas paixões e superar sua vontade de crescer. Somente com a mente aberta e livre de desejos que nos prendam aos vícios e manchas trazidas pelas más experiências podemos elevar nosso ânimo ao bom aprendizado e crescimento que buscamos. Para ingressar em nossas fileiras, o indivíduo deve acreditar na existência de um princípio criativo que chamamos de Deus, o Grande Arquiteto do Universo.
Assim, é fundamental que cada irmão admitido na Maçonaria seja um homem plenamente renovado em sua forma de encarar o mundo e de se relacionar com os demais indivíduos que vivem ao seu redor. Se não nos tornarmos melhores entrando em nossa ordem sublime, de nada valerá a herança das lições que nossos mestres nos transmitiram e todo o tempo que dedicarmos às nossas reflexões e todos os esforços que empreendermos na busca pois a verdade e a evolução terão sido em vão de nossas mentes. Se não somos capazes de esculpir a pedra bruta que está em nós e não nos tornamos pedra polida ou cúbica, o erro terá sido nosso de não termos sido férteis na virtude e não nos despojarmos de nossas vontades e imperfeições.
#maconaria#freemason #gadu #demolay #macom #freemasonry
Tue, 22 Aug 2023 - 05min - 591 - A Maçonaria Dissecada de Samuel Prichard
No dia 22 de agosto de 1730, o Daily Journal de Londres abriu suas páginas para um artigo que causaria um tremor intelectual e despertaria a curiosidade de muitos: Samuel Prichard, em seu escrito intitulado "Masonry Dissected" (Maçonaria Dissecada), ofereceu uma perspectiva sem precedentes sobre a sociedade secreta da maçonaria. Nesse artigo, Prichard justificou suas ações, lançando luz sobre os motivos que o levaram a divulgar os segredos internos dessa antiga fraternidade. O impacto desse ato ressoaria por gerações, influenciando a compreensão pública da maçonaria e desencadeando discussões sobre transparência, mistério e o direito à informação.
A maçonaria, uma ordem fraternal e secreta, havia florescido durante séculos, desenvolvendo uma intrincada trama de símbolos, rituais e segredos que eram compartilhados apenas entre os membros. Através de suas lojas e rituais, os maçons estabeleciam uma rede global de influência e amizade, atraindo membros de diversos campos da sociedade, incluindo políticos, artistas e filósofos. A aura de mistério que cercava a maçonaria gerava fascínio, mas também suspeita entre aqueles que não faziam parte da sociedade.
Foi nesse cenário que Samuel Prichard entrou em cena com sua obra "Masonry Dissected". Com uma abordagem crítica e objetiva, Prichard revelou os rituais, senhas e símbolos da maçonaria, expondo a sociedade a um nível de escrutínio nunca antes experimentado. Sua motivação para essa divulgação se tornou o foco do artigo publicado no Daily Journal. Prichard procurou justificar sua ação, argumentando que a maçonaria havia se desviado de seus princípios originais de beneficência, moralidade e conhecimento, tornando-se uma instituição mais focada em rituais formais e exclusividade.
A divulgação dos segredos maçônicos por Prichard desencadeou um debate fundamental sobre a natureza da transparência e tradição. Enquanto alguns consideravam sua ação como uma traição aos princípios fundamentais da maçonaria, outros viam-na como um ato de coragem que poderia promover uma reforma interna necessária. A divulgação de rituais e símbolos outrora ocultos permitiu que não-maçons vislumbrassem o funcionamento interno da sociedade e fizessem avaliações críticas.
#maconaria#freemason #gadu #demolay #macom #freemasonry
Tue, 22 Aug 2023 - 03min - 590 - Breve História do Rito Adonhiramita
Por Sérgio Emilião Místico, espiritual, histórico, ortodoxo e tradicional. Muitos são os adjetivos empregados para definir o Rito Adonhiramita. Definir suas origens e história é algo tão difícil quanto apaixonante e desafiador. Pelas mais diversas razões a literatura dedicada é bastante escassa, e documentos referentes aos primórdios de sua prática são bastante raros. O Rito Adonhiramita é definido por muitos autores como preservador de sua essência original, mantenedoras tradições ritualísticas e práticas iniciáticas das escolas de mistério da antiguidade, e das ordenações do período operativo da Maçonaria. É metafísico, teísta, esotérico e místico. O Rito Adonhiramita é fruto da evolução e do aperfeiçoamento dos Ritos de Kilwinning, York e Clermont, praticados pelas Lojas britânicas, e, sobretudo, do desdobramento do Rito de Heredon (Monte Místico), também chamado de Rito de Perfeição, originário da Escócia e amplamente praticado na França no século XVIII. Porém, o Rito Adonhiramita não absorveu os conceitos jacobitas inseridos pelos exilados na França da linhagem escocesa dos Stuarts, adotando os conceitos da Maçonaria inglesa, particularmente da corrente denominada de Modernos, após a fundação da Grande Loja de Londres e Westminster em 1717. Apesar disso, Oscar Argollo, autor maçônico das primeiras décadas do século XX, classifica o Rito Adonhiramita como um dos mais antigos, associando sua origem a um ritual de 1248, utilizado pelos construtores da Catedral de Colônia, Alemanha, que chamou de Rito Primitivo do Egito, do qual os rituais Adonhiramitas teriam se originado. Afirma ainda que há indícios da prática do Rito Adonhiramita em 1616. Na verdade, mesmo que essas afirmações até certo ponto surpreendentessejam verídicas, esse Rito com certeza não possuía o nome de Adonhiramita.A denominação Adonhiramita é posterior a 1725. No anterior a 1750, quando ocorreu a explosão de Ritos na França, a Maçonaria continental tinha a mesma prática das ilhas britânicas, ou seja, havia rituais com diferenças entre si, mas não Ritos como os conhecemos atualmente. Em 1781, o ritualista Louis Guillemain de Saint-Victor publica na Filadélfia, EUA, o primeiro volume da obra intitulada Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite, Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita em nosso idioma, que abordava os três Graus do Simbolismo e o Grau de Mestre Perfeito. Posteriormente publica o segundo volume contendo do Grau Cinco ao Doze, correspondendo este último ao Grau de Cavaleiro Rosa-Cruz que classificou como nec plus ultra, expressão latina que significa nada há além. Esta é considerada a obra de referência do Rito Adonhiramita. A primeira edição dos dois volumes da Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita postulava a seguinte hierarquia de Graus, divididos do 1 ao 4 no primeiro volume e do 5 ao 13 no segundo: Grau 1 - Aprendiz Maçom Grau 2 - Companheiro Maçom Grau 3 - Mestre Maçom Grau 4 - Mestre Perfeito Grau 5 - Primeiro Eleito ou Eleito dos Nove Grau 6 - Segundo Eleito ou Eleito de Perignan Grau 7 - Terceiro Eleito ou Eleito dos Quinze Grau 8 - Pequeno Arquiteto Grau 9 - Grande Arquiteto ou Companheiro Escocês Grau 10 - Mestre Escocês Grau 11 - Cavaleiro da Espada, do Oriente ou da Águia Grau 12 - Cavaleiro Rosa-Cruz Ocorre, no entanto, que neste segundo volume da Compilação Preciosa foi publicada a tradução de um ritual alemão, que anteriormente já havia sido feita no Jornal de Trevoux, que se referia à antiga Ordem dos Cavaleiros Noaquitas ou Prussianos, traduzido para o idioma francês por De Bérage, que sugeria a existência de um décimo terceiro Grau e causando uma enorme controvérsia em relação ao número de Graus originalmente praticados pelo Rito Adonhiramita. O exame dos textos de Saint-Victor revela a possibilidade de tratar-se de uma espécie de Grau honorífico, pois era condição sinequa non para ser decorado com ele que o Mestre Maçom possuísse o Grau de Cavaleiro Rosa-Cruz, ou seja, o Grau realmente existia. O fato é que durante muito tempo o Rito Adonhiramita foi conhecido como Rito dos Treze Graus e seus praticantes chamados de Cavaleiros Noaquitas. O primeiro Ritual Adonhiramita publicado em solo brasileiro, pelo Grande Oriente do Brasil, em 1836, tinha essa configuração. Desde sua formalização o Rito Adonhiramita ganhou muitos adeptos na França, porém, a convulsão social pela qual o país atravessava naquela década o levou progressivamente ao declínio. Certamente a religiosidade do Rito Adonhiramita, teísta e com forte influência cristã, chamou a atenção dos maçons portugueses, maior nação católica da Europa à época, fazendo com que ele migrasse para as terras lusitanas e suas colônias, onde teve mais aceitação, dentre elas o Brasil. Sua chegada ao Brasil ocorreu presumivelmente entre o final do século XVIII e início do século XIX. Há menções à fundação da Loja Reunião em 1801, no Rio de Janeiro sob obediência do Grande Oriente da Ilha de França, atuais Ilhas Maurício; da fundação da Loja Distintiva em São Gonçalo, Rio de Janeiro em 1812 e da fundação da Loja Comércio e Artes no Rio de Janeiro em 1815, todas sob a égide do Rito Adonhiramita, sendo as duas últimas obedientes ao Grande Oriente Lusitano. Estas hipóteses na atualidade têm sido exaustivamente investigadas, e as descobertas têm trazido enorme enriquecimento sobre os primórdios da Maçonaria no Brasil e do próprio início do Grande Oriente do Brasil. Porém, há registros da prática do Rito Adonhiramita em período anterior, entre 1813 e 1815, no que foi o primeiro embrião de uma Potência Maçônica brasileira fundada em Salvador, Bahia. Neste sentido, o Museu da Grande Loja Unida da Inglaterra – GLUI, possui em seu acervo um ritual Adonhiramita traduzido por Hipólito José da Costa, talvez o maçom brasileiro mais proeminente na Europa do século XIX, que comprova de forma documental a prática do Rito Adonhiramita no Brasil antes mesmo de nos tornarmos uma nação independente. Após a fundação do Grande Oriente do Brasil, no dia 17 de junho de 1822, o Rito Adonhiramita permanece sendo praticado aqui de forma regular e goza de período de amplo crescimento, notadamente após a fundação do Grande Oriente do Vale dos Beneditinos, ou Grande Oriente do Passeio, cujas Lojas seriam mais tarde integradas ao Grande Oriente do Brasil. Em 2010 o Rito Adonhiramita faz o caminho de volta à Europa, de onde surgiu, e passa a ser praticado novamente em Portugal. As três Potências Simbólicas Regulares do Brasil possuem Lojas Adonhiramitas. Atualmente o SCAB – Supremo Conselho Adonhiramita do Brasil é uma Potência Filosófica que administra os Altos Graus do Rito Adonhiramita em território brasileiro, com a prática dos 33 (trinta e três) graus, sendo da sua competência e organização os graus do 4 (quatro) ao 33 (trinta e três). Os maçons Adonhiramitas usam terno preto liso, os mestres usam chapéus também pretos, faixas azul celeste e espadas.Todos os maçons Adonhiramitas usam luvas e gravatas brancas. Se tratam por “Amados Irmãos”, pois isso induz subliminarmente o princípio da ampla e irrestrita fraternidade que deve nortear a relação entre os maçons. Por essa razão também é chamado de “Rito do Amor”. É um Rito dos mais atraentes, que faz da requintada liturgia, da musicalidade presente nas sessões, e da espiritualidade suas principais características. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Mon, 21 Aug 2023 - 09min - 589 - A Maçonaria e o relevo das tradições
Por milênios, tradições sempre foram objeto da observância das sociedades mais evoluídas. Para alguns, o excesso de apego as tradições pode levar ao nanismo social e ao subdesenvolvimento. Porém, essa é uma visão equivocada, visto que, tudo, em excesso, mesmo à inovação, pode ser prejudicial. Porém, numa sociedade onde os ritos e a dinâmica da própria vida é ditada sob a égide do consumismo e do materialismo extremado, nada mais comum do que combater tradições, pois são elas que fincam os pés do homem na rocha serena da sabedoria e, dá ao mesmo um grau de consciência e elevação espiritual, que não é interessante para aqueles que se alimentam da ignorância e a utilizam para lucrar, para sobrepor valores e para manter a hegemonia do seu Status Quo. Nós, Maçons, somos tradição. É nos Ritos Antigos e consolidados por nossos antepassados que buscamos o renovo de nossas almas imortais e da elevação de nossas consciências. Sobrepujar as tradições seria o mesmo que voltar ao estado fundamental, primitivo e incauto de onde cada um de nós um dia saímos. Os tijolos que construímos nossa nova identidade são forjados no fogo sublime das tradições e dos Ritos memoráveis de nossos antepassados e daqueles que vieram antes de nós para nos exortar e ensinar a ser homens melhores, extinguindo-nos do fogo efêmero das vaidades e das superficialidades que, um dia, tomou conta de nosso espírito e nos fez como aqueles que correm atrás do vento e nada constroem. Infelizmente, existem pedras brutas que são difíceis de serem lapidadas e insistem em existir no estado de monolito, ao invés de torna-se diamantes nas mãos do Eterno Ourives. Muitos desses, estão entre nós e, por não entenderem o grande mistério que é ser um Maçom, levam uma vida conformada e incipiente nos átrios laterais, à revelia do oceano de sabedoria a ser navegado preferem ficar apenas nas margens insulares do conhecimento, o que, para eles já é mais que o bastante. Muitos desses, são movidos por ventos de doutrina ou por ideologias efêmeras e transitórias, que existem hoje, mas que daqui a alguns meses ou anos, serão apenas história. Devemos observar que o homem que abraça essas “pantomimas” temporais é semelhante a nuvem que não traz chuva ou a semente que ocupa a terra, mas não cresce e não traz frutos. O grande perigo de abraçarmos ideologias progressistas ou que refutem as tradições é o fato de nos tornarmos qualquer outra coisa que não seja mais nossa Amada Maçonaria. Como Maçons, devemos nos precaver dos efemerismos atemporais que surgem e desaparecem de tempos em tempos e focarmos em nossa maior e mais sublime coluna: as tradições. Abraçar ideologias que são passageiras deturpa o estado de nosso espírito e nos leva as contendas apaixonadas pela hegemonia da razão, um campo vasto e perigoso, no qual todos querem sobrepor seus pontos de vista e visão de mundo, esquecendo-se do ato fundamental da escuta. Numa terra em que todos querem ter razão e na qual ninguém sede é extremamente difícil manter a razão e o espirito elevado. Esse, porém não é um convite ou uma ordenança a humildade irracional, subliminar e compulsória, mas um alerta sobre a importância de manter o foco na razão e nas colunas que construíram e mantiveram nossa ordem a atravessar os séculos que nos trouxeram até aqui. No passado, não muito distante, diversas ideologias surgiram e desapareceram sem deixar rastros no panteão da história moral da humanidade e, as poucas que ficaram, só nos servem hoje como motivo de contenda e de dissolução. Qual o objetivo então se lutarmos tanto, uns contra os outros para manter acesa a chama de ideologias, que ao invés de nos unir, nos espalha como grãos levados pelo vento, que ao invés de caírem numa terra fértil, nos espalham pelos desertos da ignorância? Essas ideologias hoje, contaminam a nossa Instituição com contendas e com a falta de razoabilidade, fazendo com que voltemos a nos assemelhar aos profanos, que pelejam por qualquer coisa, sem se utilizar da dialética da razão para resolver seus conflitos. Nós Maçons, devemos nos opor a essa linha de conduta e voltar nossos olhos para a coluna central de nosso templo interior: a sabedoria. Existe algum modo de sabedoria entre Irmãos que contendem pela hegemonia da razão? Existe alguma razoabilidade em manter esticado o cabo de guerra que atiça os humores entre irmãos? Existe alguma paz onde diferentes correntes ideológicas buscam puxar para si o controle de mentes e corações? Não Irmãos, não existe. O verdadeiro Maçom é comparável a nuvem que traz chuva, a semente que é plantada em boa terra e a voz que traz a razão. Nenhum Maçom deve se ater a discussões que gerem contendas com seus Irmãos e, se assim o for, esse ainda não entendeu o grande mistério da Maçonaria, qual seja: transformar a pedra bruta em diamante lapidado pela moral, pela ética e pela elevação espiritual. Por isso Irmãos, esse pequeno aparte, não tem o objetivo de constranger os Irmãos ou mesmo servir de “pito”, àqueles que abraçam posturas progressistas ou qualquer outra, mas tão somente servir como ponto de reflexão para que, a todo instante, nos lembremos de onde viemos e para onde estamos caminhando. Viemos do deserto da ignorância dos incautos, no qual vivemos em algum lugar de nossa história e, a partir do momento que abraçamos o sublime caminho, que leva aos Portais Sagrados da sabedoria, adentramos em um mundo novo, no qual a sabedoria e a razão se tornaram nosso estandarte e nossa estrada, ou, como diz o texto sagrado dos cristãos, “A lâmpada para nossos pés”, portanto, convoco os Irmãos a prestarem mais a atenção nas tradições milenares que são formatadoras de nossa Ordem, que nos induz a lutar pela elevação do homem, pela harmonia e a fraternidade entre os Irmãos e pela paz com todos, pois é assim que construímos seres mais elevados e mais adequados a levar sobre seus ombros a responsabilidade de ser um verdadeiro Maçom. Acreditamos que não é quebrando Ritos e derrubando os marcos antigos que iremos evoluir enquanto pessoas e enquanto civilização. Abraçar ideologias vazias e efêmeras, que não resistem ao escrutínio do tempo, não nos torna mais Irmãos ou mesmo melhores Maçons, pelo contrário, quebra a lança que nos conduz a sabedoria e ao entendimento dos macrocosmos que vivemos e nos deixa vulneráveis a comparação inevitável com os profanos, que ainda não alcançaram o saber maior que é viver em harmonia entre Irmãos. O verdadeiro Maçom não vive sozinho, não anda por caminhos tortos, não rompe acordos ou trai seu Ritos. O verdadeiro Maçom deve sua lealdade e sua existência apenas à construção de um ser humano melhor, mais evoluído, sob o escudo da sabedoria suprema do Grande Arquiteto Do Universo, que é aquele que detém todos os Mistérios. Se sob a pedra angular da sabedoria erguemos nossa comunhão e nossa Ordem, então qual o objetivo de abraçarmos ideologias progressistas que atentam contra essa harmonia? Desse modo, a alma de um verdadeiro Maçom deve estar cativa ao entendimento de que ele é, para esse mundo torpe e vazio, um farol de luz, que ilumina com sua sabedoria as sombras da ignorância, jamais se junta a ela em sua transitoriedade, mas serve sim, de Coluna para que aqueles que necessitam de um referencial o vejam como tal. Que o Grande Arquiteto Do Universo nos ilumine a todos e nos conceda vida para que possamos entender os Mistérios que virão e aqueles que ainda não conseguimos entender, que nos dê sabedoria para buscar sua compreensão. Nos faça uno e não como as folhas que são levadas pelos ventos do outono cinzento da vida, mas que nos fortaleça como os rochedos que se atracam em luta violenta com o mar, mas que não são atingidos por tais mares e lá estão sob a dura clava do tempo, incorruptíveis e inexpugnáveis, para todo o sempre, independentemente das doutrinas ou das ideologias que vem e que vão à revelia da sabedoria milenar. Narciso Bastos PORTELA - Membro da Loja União e Resistência n. 30 e Fênix de Brasília n. 40, Oriente de Brasília-DF Leonardo MARCHEZI dos Reis – Membro Loja Irmão Oswaldo Albernaz n. 3258 do Oriente Vitória-ES --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Mon, 21 Aug 2023 - 09min - 588 - Asilo da Razão: Um Farol Maçônico na Luta Abolicionista em Goiás
A história da Maçonaria é entrelaçada com o desejo de liberdade, igualdade e progresso. Um exemplo inspirador dessa busca pode ser encontrado na fundação da Loja Maçônica "Asilo da Razão", em 21 de agosto de 1835, às margens do Rio Vermelho, em Vila Boa de Goiás. Esta loja é um testemunho notável do papel que a Maçonaria desempenhou na luta abolicionista e na promoção dos valores humanitários em um cenário de opressão e desigualdade.
A Loja Maçônica Asilo da Razão nasceu da Loja Maçônica "Razão", do Oriente de Cuiabá, Mato Grosso. Fundada por maçons de pseudónimos Sêneca, Bion e Fenelon, a Loja Asilo da Razão foi estabelecida às margens do Rio Vermelho, em Vila Boa de Goiás (atualmente cidade de Goiás), como uma resposta corajosa à implacável perseguição enfrentada pela Maçonaria naquela época.
A Loja Maçônica Asilo da Razão não apenas se alinhou com os princípios da Maçonaria, mas também tomou medidas práticas para promover a igualdade e a liberdade. Em um período marcado pela escravidão e opressão, a loja proibiu categoricamente seus membros de possuírem escravos, estabelecendo assim uma coerência fundamental entre as palavras e ações maçônicas.
Além disso, a loja empreendeu uma atitude altruísta e corajosa ao arrecadar fundos entre seus membros com o objetivo de comprar "cartas de alforria", que concediam a liberdade a muitos escravos. Essa iniciativa foi uma ação concreta que demonstrou o compromisso da Maçonaria com os ideais humanitários e a luta pela dignidade humana.
A ação da Loja Maçônica Asilo da Razão não apenas representou uma batalha constante contra os interesses escravagistas, mas também teve um impacto significativo na história de Goiás e na luta pela abolição da escravidão no Brasil. Quando a Lei Áurea foi assinada em 13 de maio de 1888, abolido oficialmente a escravidão no país, a cidade de Goiás já estava adiantada nesse processo graças ao trabalho incansável da Maçonaria. A loja havia libertado todos os seus escravos, marcando um triunfo sobre a opressão e a vitória dos valores maçônicos de liberdade e igualdade.
A Loja Maçônica Asilo da Razão deixou um legado duradouro na história de Goiás e no movimento abolicionista do Brasil. Seus membros demonstraram coragem, compaixão e ação concreta para combater a injustiça e a desigualdade. A loja se tornou um farol de esperança e inspiração, mostrando que os princípios maçônicos podem ser colocados em prática para promover mudanças significativas na sociedade.
A fundação e as ações da Loja Asilo da Razão continuam a nos lembrar da importância de lutar pelos direitos humanos e pela igualdade, mesmo em face das adversidades. Ela permanece como um exemplo atemporal de como a Maçonaria pode ser uma força positiva de transformação e justiça em tempos desafiadores.
Mon, 21 Aug 2023 - 03min - 587 - Uma festa maçónica… sem maçom, em Barbacena
Previsto em lei municipal, o município de Barbacena, cidade brasileira do sul do estado de Minas Gerais, promove todos os anos uma sessão solene em homenagem aos Maçons e Lojas Maçónicas.
Inicialmente marcada para sexta-feira (18), a Câmara Legislativa vive um imbróglio. O Conselho de Veneráveis, envolvendo todas as Lojas Maçónicas de Barbacena, protocolou ofício recusando o convite para participar da sessão solene. O principal motivo seria o aumento de vereadores para a próxima legislatura.
“É com muita preocupação que presenciamos o posicionamento desta Câmara, que parece se afastar dos princípios democráticos e dos verdadeiros interesses da população barbacenense. Diante do processo de aumento do número de vereadores, no qual a comunidade demonstrou interesse e solicitou esclarecimentos, bem como a Instituição Nossa Sublime e Augusta, que havia sido solicitada pelos moradores de Barbacena para este fim. Lamentamos profundamente que a votação tenha ocorrido sem a transparência e o diálogo necessários, o que gerou um sentimento generalizado de falta de confiança na atuação deste órgão”, afirmou.
Ainda, a carta afirma que “é com muito pesar que assistimos a ações que não condizem com esses ideais e que parecem visar interesses particulares em detrimento do bem-estar dos habitantes de Barbacena”.
Assegurando não participar na solenidade da festa da Maçonaria, o responsável ainda se questiona, “faci ao convite para a solenidade de 18 de agosto de 2023, que visa a atribuição de certificados às lojas maçónicas, entendemos a relevância da festa para Maçonaria e a importância de homenagear aqueles que dedicam suas vidas a servir e cuidar de nossa comunidade e país.
No entanto, a nossa instituição encontra-se neste momento num momento de profunda reflexão, faci às atitudes adoptadas por esta Assembleia. Nossa maior honra não está nos elogios, mas nos sorrisos de gratidão e amor das pessoas que servimos, nos abraços das crianças que ajudamos, nos olhares dos idosos que protegemos e dos doentes que confortamos.
Sun, 20 Aug 2023 - 02min - 586 - Hoje na História da Maçonaria: O Significado do Dia 20 de Agosto na História Maçônica Brasileira
No dia 20 de agosto de 1822, um evento marcante na história do Brasil estava prestes a ocorrer. Joaquim Gonçalves Ledo, assumindo o papel de substituto hierárquico na maçonaria brasileira devido à ausência de José Bonifácio, Grão-Mestre que se encontrava viajando, convocou uma reunião extraordinária do Grande Oriente do Brasil (GOB). Essa reunião teve lugar na Augusta e Respeitável Loja Simbólica Arte e Comércio, onde Gonçalves Ledo ocupava a posição de 1º Grande Vigilante. Naquela ocasião, Gonçalves Ledo proferiu um discurso eloquente, dirigindo-se aos maçons presentes, expondo a urgente necessidade de proclamar imediatamente a independência do Brasil. Sua fala, marcada pela paixão pela liberdade e pelos ideais maçônicos de igualdade e justiça, ressoou nos corações dos presentes. A ausência de José Bonifácio, o Grão-Mestre titular, não foi um impedimento para que a voz da Maçonaria ecoasse fortemente naquela reunião. A proposta de Gonçalves Ledo foi submetida a votação e, com o apoio unânime dos maçons presentes, foi aprovada. Essa resolução marcou um momento decisivo na trajetória do Brasil em direção à independência. A Maçonaria brasileira, representada pela figura inspiradora de Gonçalves Ledo, desempenhou um papel crucial nesse capítulo da história, influenciando a transformação da nação em uma terra de liberdade e autonomia. Embora muitas vezes negligenciada nos compêndios escolares, a atuação maçônica nos movimentos libertários e de emancipação política é um fato inegável e reconhecido por historiadores desapaixonados. A Maçonaria sempre ocupou uma posição de destaque em eventos históricos que buscavam a conquista da liberdade e da justiça social. E o dia 20 de agosto tornou-se um símbolo inquestionável dessa contribuição, um marco que relembra a luta incansável da Maçonaria pela liberdade política da Nação. Se o 7 de Setembro é reverenciado por todos os brasileiros como o dia de consagração à liberdade, o 20 de Agosto, para os maçons, é o dia que evoca as memórias das batalhas vencidas e das vitórias alcançadas pela Instituição em prol da liberdade política do país. Ambas as datas possuem uma profunda significância para os maçons brasileiros, pois simbolizam a chama incessante da luta contra a tirania e a opressão. Assim, o Dia 20 de Agosto é celebrado pelos maçons brasileiros como um momento de reflexão, gratidão e reafirmação dos valores que a Maçonaria defende. É um lembrete da força da unidade e da dedicação à causa da liberdade que transcende as fronteiras do tempo, permanecendo como um farol de inspiração para as gerações presentes e futuras. Nesse dia, saudamos o Maçom do Brasil e a Maçonaria Brasileira, que continuam a trilhar o caminho da liberdade, da fraternidade e da busca por um mundo melhor. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Sun, 20 Aug 2023 - 03min - 585 - Hoje na História da Maçonaria: A Dissolução do Grande Oriente de França durante a Era de Vichy
Em 19 de agosto de 1940, um evento de significado histórico ocorreu na França ocupada pelos nazistas. O Marechal Petâin, líder do governo de Vichy estabelecido após a derrota francesa na Segunda Guerra Mundial, cedeu à pressão de seus senhores nazistas e ordenou a dissolução do Grande Oriente de França. Esse ato teve repercussões profundas e demonstrou como as forças de ocupação podiam influenciar decisivamente os assuntos internos de uma nação, moldando o curso de sua história. O Grande Oriente de França, fundado em 1728, tinha uma longa tradição de promover os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Como uma das principais instituições maçónicas no país, desempenhou um papel importante na sociedade francesa, especialmente na defesa dos princípios republicanos e no fomento do pensamento progressista. A sua dissolução em 1940 sob as ordens do governo de Vichy marcou um ponto de viragem para a França, refletindo a subjugação das liberdades civis e dos valores democráticos sob o jugo nazista. O governo de Vichy, liderado pelo Marechal Petâin, emergiu como uma resposta à derrota militar da França perante as forças nazistas. Embora tenha sido apresentado como um governo de colaboração independente, a realidade era bem diferente. A dissolução do Grande Oriente de França simboliza o compromisso do governo de Vichy em ceder às exigências e ordens dos alemães, incluindo ações que eram contrárias aos princípios e valores fundamentais da nação. A decisão de dissolver o Grande Oriente de França teve consequências profundas. Ela não apenas comprometeu a liberdade de associação e expressão dos maçons, mas também abalou a sociedade francesa em sua essência. A Maçonaria, ao longo da história, tinha sido um refúgio para pensadores, artistas e líderes comprometidos com ideais humanistas e progressistas. A sua supressão privou a França de uma influência importante que poderia ter sido vital na manutenção da resistência contra as forças de ocupação. Além disso, a dissolução do Grande Oriente de França representou um afastamento dos valores e tradições que sustentavam a república francesa. As aspirações democráticas e os princípios de igualdade foram ignorados em prol da subserviência às potências invasoras. Essa ação não apenas fragilizou a identidade nacional francesa, mas também deixou cicatrizes duradouras na consciência coletiva da nação. A dissolução do Grande Oriente de França durante a era de Vichy é um lembrete impactante dos perigos da capitulação diante das forças totalitárias. Ela destaca como a submissão a regimes opressores pode levar à erosão das liberdades fundamentais e à traição dos valores que uma nação tanto preza. No entanto, também é um testemunho da resiliência do espírito humano, pois a Maçonaria e seus ideais sobreviveram à repressão e foram eventualmente restaurados após a libertação da França em 1944. Este episódio sombrio da história francesa serve como um lembrete da importância de proteger as instituições que promovem a liberdade, a justiça e os valores democráticos. A dissolução do Grande Oriente de França destaca como a história é um espelho que nos mostra os perigos do compromisso com os princípios fundamentais em tempos de adversidade, ao mesmo tempo que nos incentiva a defender esses princípios incansavelmente para garantir um futuro mais justo e livre para todos. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Sat, 19 Aug 2023 - 04min - 584 - Tenente Bezerra: O Maçom que encerrou o reinado de Lampião
Por Luiz Sérgio Castro
Na madrugada do dia 28 de julho de 1938, um dos capítulos mais violentos e notórios da história do cangaço nordestino chegou ao fim. O bando liderado por Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, foi cercado na Fazenda Angicos, localizada no Sertão de Sergipe. A operação, liderada pelo tenente João Bezerra da Silva, resultou na morte brutal de Lampião, sua companheira Maria Bonita e outros nove cangaceiros. Esse evento não somente pôs fim ao reinado sangrento do cangaceiro, mas também marcou os últimos momentos do próprio fenômeno do cangaço, que havia atormentado os sertões nordestinos por duas décadas.
A imprensa da época estampou manchetes comemorando a morte dos bandidos e as imagens chocantes das cabeças decapitadas dos cangaceiros. As máquinas de costura e outros equipamentos que pertenciam ao bando também foram exibidos como troféus da vitória sobre o cangaço. Esse evento foi um ponto de inflexão na história da região e marcou o fim de um período de ousadia, violência e instabilidade política promovido pelos cangaceiros.
Um aspecto particularmente intrigante desse episódio é o papel do tenente João Bezerra da Silva. Além de ser o comandante da tropa que acabou com o bando de Lampião, Bezerra também era membro da Maçonaria, ocupando o Grau 18 do Rito Escocês Antigo e Aceito. Ele foi iniciado na Loja Maçónica Virtude e Bondade N° 0146, localizada em Alagoas, em 25 de junho de 1949, aos 51 anos de idade. Mais tarde, foi enterrado no Mausoléu Maçónico Segredo 33, atendendo a um último pedido seu. Posteriormente, a pedido da família, seu corpo foi trasladado para Pernambuco.
A associação entre a atuação de Bezerra como militar e sua afiliação maçónica ressalta uma dualidade interessante. De um lado, ele desempenhou um papel crucial na aplicação da ordem e da legalidade, encerrando a carreira criminosa de Lampião e trazendo um fim à era do cangaço. Por outro lado, sua afiliação maçónica aponta para um compromisso com valores de virtude, ética e fraternidade, que são inerentes à Maçonaria.
A Maçonaria sempre foi conhecida por seus princípios de construção social, moral e individual. Seus membros são encorajados a buscar o aprimoramento pessoal, a promover o bem-estar da sociedade e a cultivar laços fraternais entre si. A ligação entre Bezerra e a Maçonaria sugere que ele pode ter buscado uma coexistência entre seu papel militar e seus compromissos maçônicos, aplicando princípios de justiça, ordem e ética tanto em sua carreira profissional quanto em sua afiliação à sociedade secreta.
A atuação do tenente João Bezerra da Silva como maçom e sua liderança na ação que encerrou o cangaço com a morte de Lampião destaca a complexidade das motivações e valores que permeiam os episódios da história. Esse evento não é apenas um marco na luta contra o cangaço, mas também um exemplo da interseção entre deveres profissionais, convicções pessoais e pertencimento a organizações de influência cultural e social.
Em última análise, a história de João Bezerra da Silva nos lembra que por trás de eventos históricos muitas vezes há indivíduos complexos, influenciados por diversas forças e motivações. Seja como um militar determinado a restaurar a ordem, seja como um maçom comprometido com valores de virtude e fraternidade, Bezerra desempenhou um papel fundamental na trama do cangaço e da história do nordeste brasileiro. Sua vida e suas ações permanecem como um exemplo de como diferentes aspectos da identidade de uma pessoa podem se entrelaçar e moldar o curso da história.
--- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/messageFri, 18 Aug 2023 - 04min - 583 - Hoje na história maçônica: Grão-Mestre William Boyd foi executado na Torre de Londres
William Boyd, 4º Conde de Kilmarnock era um nobre escocês. Boyd nasceu em 12 de maio de 1705. Ele foi educado em Glasgow e casado com Lady Anne Livingstone. Quando ele tinha 10 anos, seu pai apoiou George I durante a "primeira rebelião jacobita" em 1715 (também conhecida como "quinze"). Em 1745, durante a "segunda rebelião jacobita", Boyd inicialmente apoiou George II. Por razões desconhecidas, ele mudou seu apoio para Bonnie Prince Charlie, também conhecido como Charles Edward Stuart, o jovem pretendente. Algumas razões possíveis para sua mudança de opinião foram as influências de sua esposa, uma afronta pessoal ou o fato de ele ter passado por tempos difíceis e estar vivendo na pobreza. Boyd foi nomeado para o conselho privado de Charles. Ele também foi nomeado coronel da guarda e depois general. Boyd lutou nas batalhas de Falkirk e Culloden. Foi lá que ele foi capturado devido a um erro tático de sua própria autoria. Quando ele avistou um grupo de soldados hanoverianos, ele acreditou que fossem seus próprios homens e foi prontamente capturado ao se aproximar deles. Boyd foi levado para a Torre de Londres, onde foi julgado e condenado por Alta Traição. Sua sentença inicial era para ser enforcado, desenhado e esquartejado. Por causa de sua posição, sua sentença foi comutada para decapitação. Antes de sua execução, Boyd escreveu a um amigo sobre um assunto que o preocupava muito. Enquanto estava em Elgin, seu regimento precisava de sapatos. Ele combinou com os sapateiros da cidade de Elgin a fabricação de sapatos para todos os seus homens. Para isso, ele pagou a cidade pelo trabalho. O dinheiro deveria ter sido distribuído aos sapateiros por seus esforços. A notícia chegou a Boyd de que os sapateiros não haviam sido pagos e ele pediu a seu amigo que fosse a um aliado dele na cidade e confirmasse se a dívida havia sido saldada ou não. Ele orientou seu amigo a fazer com que sua esposa providenciasse o pagamento, caso nada tivesse sido aplicado à dívida. Boyd foi executado em Tower Hill em 18 de agosto de 1746. Ele é conhecido por seu apoio ao Bonnie Prince Charlie e como um dos últimos três nobres executados na Grã-Bretanha. Boyd serviu como Grão-Mestre da Grande Loja da Escócia de 1742 a 1743. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Fri, 18 Aug 2023 - 02min - 582 - 17/08/1786 - Davy Crockett: O Maçom, Pioneiro e Herói da Fronteira Selvagem
Nascido em 17 de agosto de 1786, o nome Davy Crockett ressoa através dos anais da história americana como um dos heróis mais icónicos e multifacetados do país. Sua vida de pioneiro, político, soldado e maçom deixou uma marca indelével na imaginação coletiva dos Estados Unidos. Crockett emergiu como uma figura lendária, sendo apelidado de "Rei da Fronteira Selvagem" devido às suas proezas e aventuras nos territórios inexplorados do Oeste. No entanto, sua fama foi amplificada pela mídia e, em particular, pelos filmes da Disney, que retrataram suas façanhas como um homem destemido enfrentando os desafios do Oeste Selvagem. Além de suas incríveis conquistas na fronteira, Crockett também se destacou como um hábil político. Ele serviu na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos e, durante seu tempo no Congresso, tornou-se conhecido por suas opiniões francas e por sua oposição à administração do presidente Andrew Jackson. Crockett não apenas se aventurou nas vastas terras inexploradas, mas também navegou pelos intrincados caminhos da política americana, onde sua perspicácia e determinação se sobressaíram. No entanto, uma parte muitas vezes menos explorada de sua vida é sua afiliação à Maçonaria. Crockett encontrou camaradagem e pertencimento nessa irmandade que valorizava a busca pelo conhecimento, a ética e a fraternidade. Sua participação na Maçonaria reflete seu compromisso com os ideais de respeito mútuo e crescimento pessoal, características que o ajudaram a moldar sua personalidade e a influenciar suas ações na fronteira e na política. Mas é na Batalha de Alamo, no Texas, que o legado de Crockett se torna verdadeiramente imortal. Sua participação na defesa desse forte contra as forças mexicanas lideradas por Santa Anna demonstrou sua coragem inabalável e devoção à causa da independência. Embora tenha perdido a vida na batalha, sua bravura inspirou muitos e sua memória permanece como um símbolo de resistência e sacrifício. A vida de Davy Crockett transcende as páginas dos livros de história e alcança a cultura popular, sendo celebrada como uma história de perseverança, valentia e honra. Seu legado como maçom, pioneiro e herói é uma inspiração duradoura para todos que valorizam a coragem diante das adversidades e a busca por um mundo melhor. Crockett personifica a noção americana de individualismo, liberdade e determinação, e seu nome é uma lembrança constante de que a história é construída por aqueles que se atrevem a enfrentar o desconhecido e lutar pelo que acreditam. A vida multifacetada de Davy Crockett ecoará através das gerações, inspirando aqueles que buscam seguir seus passos corajosos em direção a um futuro incerto, mas promissor. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Thu, 17 Aug 2023 - 03min - 581 - Ser ou não ser uma federação maçônica? Eis a questão.
Por Kennyo Ismail Estamos acompanhando o atual problema de relacionamento entre GOB-MG e GOB, problema este que se arrasta desde a época de Amintas e Eduardo Rezende. Este problema vem concomitante a outro, entre o GOB-BA (GOEB) e o GOB, que também vem sendo remoído desde junho de 2019. Ainda, tivemos o conturbado caso do GOSP, eclodido em setembro de 2018. Além de São Paulo, Minas Gerais e Bahia, que estão entre os maiores estados maçônicos em número de membros e lojas, acumula-se outros casos de conflitos e intervenções em Grandes Orientes Estaduais, como em Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, etc. Todos esses casos têm gerado instabilidade, não apenas no seio do GOB, mas também no meio maçônico regular brasileiro, visto que, em alguns casos, as outras potências regulares locais, Grandes Lojas da CMSB e Grandes Orientes da COMAB, precisam se posicionar quanto a intervisitação, etc. E ao observarmos a história da Maçonaria brasileira, em especial do Grande Oriente do Brasil, vemos que não se trata apenas de casos recentes e isolados. O fato é que, desde que se implementou o atual sistema de Grandes Orientes Estaduais, o GOB enfrenta esse tipo de problema. Como exemplo, tem-se a manifestação em conjunto de seis Grandes Orientes Estaduais, em 1962, reivindicando um novo “pacto federativo”, em que se concederia soberania aos mesmos. Os desdobramentos dessa reivindicação, aliados a um processo eleitoral conturbado, levariam à cisão de 1973. E essa espécie de reclamação não ressurge periodicamente… é permanente. Só que nem sempre é alta o bastante para ser escutada. O fato é que o GOB é uma federação, mas adotou uma característica que não é inerente a uma federação maçônica, o que, aparentemente, tem gerado mais de meio século de conflitos internos, que vivem a abalar seu pacto federativo. Há algumas outras federações maçônicas mundo afora. Um exemplo clássico é a Grande Loja Unida da Inglaterra – GLUI. Ela possui uma série de Grandes Lojas Provinciais e Grandes Lojas Distritais, que devem obediência à GLUI. Sabe qual a diferença dessas Grandes Lojas Distritais e Provinciais para os Grandes Orientes Estaduais do GOB? Seus Grão-Mestres são nomeados, não eleitos. Uma Grande Loja Distrital nada mais é do que um Distrito ou Delegacia Maçônica, com uma espécie de Delegado nomeado para administrá-la. E, em verdade, um Grande Oriente Estadual do GOB não deixa de ser exatamente isso, pois não emite placets e cartas constitutivas, nem pode firmar tratados com outras potências, dentre outras limitações. Praticamente todos os conflitos entre os Grandes Orientes Estaduais e o GOB giram em torno do fato do GOB intervir em um Grão-Mestre Estadual que foi eleito pelo povo maçônico gobiano daquele Estado. Um Grão-Mestre Estadual do GOB fez campanha, rodou a jurisdição, visitou dezenas de lojas, tornou-se uma liderança e foi eleito e empossado no cargo. Quando ocorre uma intervenção, o próprio termo, “intervenção”, acentua a gravidade do que é feito, pois é uma violação, mesmo que legal, em uma organização. A vontade daquele povo maçônico, de certa forma, é atropelada. E é nessas horas de intervenção que aquelas dúvidas retomam “com plena força e vigor”: da razão dele ser um “Grão-Mestre” e não ter a autoridade que os Landmarks tradicionalmente adotados no Brasil concedem a um Grão-Mestre; da falta de autonomia, independência e soberania do Grande Oriente Estadual; da vontade de milhares de irmãos do povo maçônico local estar abaixo da vontade de uma única autoridade maçônica do Poder Central; etc. E então os desejos separatistas de alguns saem das sombras para sussurrar aos ouvidos daqueles mais e menos revoltosos. Entretanto, todo esse processo conturbado de intervenção, cisão, judicialização, é fruto do modelo organizacional adotado e, simplesmente, não precisaria acontecer se fosse adotado outro modelo. Um CNPJ Filial não se desliga da Matriz. E um Grão-Mestre Estadual nomeado não faz campanha, não é necessariamente uma liderança, não quer ter seus poderes igualados aos dos outros Grão-Mestres do Estado, não aspira soberania, e não sofre uma traumática intervenção. No máximo, uma simples exoneração. Quer ser, de fato, uma federação? A sugestão é que crie 27 CNPJs de Filial para os Grandes Orientes Estaduais e nomeie seus Grão-Mestres Estaduais. Poderão ser chamados de Delegados Regionais, se preferir. Caso contrário, outra opção é se tornar uma confederação e dar soberania a eles, perdendo assim o poder de intervenção. Mas enquanto esse modelo híbrido jabuticabesco estiver em vigor, a previsão é de que o atual pacto federativo gobiano continuará a ser ferido, prejudicando lojas e irmãos, e causando instabilidade nas relações. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Wed, 16 Aug 2023 - 06min - 580 - A Geração Y - A maçonaria está pronta para receber os milenários?
GERAÇÃO Y" A maçonaria está pronta para receber os milenários? Por F.B. A Geração Y, também conhecida como Milenários, abrange os nascidos entre a década de 1980 e o início dos anos 2000. O termo foi cunhado pelos sociólogos William Strauss e Neil Howe em seu livro Generations (1991), para designar a primeira geração que vivenciaria o advento do novo milênio. A geração do milênio se enquadra entre a Geração X (aqueles nascidos entre 1965 e 1980) e a Geração Z (aqueles nascidos entre 1997 e o início dos anos 2000). As características dos Milenários variam de acordo com o contexto geográfico e a condição socioeconômica em que se encontram, mas compartilham alguns aspectos: são usuários assíduos de redes sociais, não imaginam a vida sem tecnologia, demonstram forte impaciência, não respeitam a autoridade, não se importam com as hierarquias (tanto na escola, no trabalho e na família), possuem maior criatividade e adaptabilidade, são frequentemente criticados e acusados de inconstantes, egocêntricos e "parasitas" pelos pais. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Wed, 16 Aug 2023 - 09min - 579 - 16 de agosto de 1980: A Fundação da Ordem DeMolay no Brasil
No dia 16 de agosto de 1980, um marco histórico para a juventude brasileira e para a Maçonaria ocorreu: a fundação da Ordem DeMolay no Brasil. Neste dia, o Capítulo Rio de Janeiro nº 001 foi instalado, marcando o início de uma jornada que transformaria a vida de milhares de jovens em todo o país. Trazida pelo então Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, Alberto Mansur, a Ordem DeMolay começou sua trajetória de expansão e influência no cenário nacional. A jornada da Ordem DeMolay no Brasil não foi apenas uma expansão geográfica, mas também um movimento que promoveu a formação de líderes juvenis, o desenvolvimento do caráter e a internalização de valores essenciais. Em menos de cinco anos após sua chegada, a Ordem DeMolay já contava com a adesão de cerca de 3 mil membros, evidenciando a rápida aceitação e o impacto positivo que ela estava causando na vida dos jovens brasileiros. A internacionalização também fez parte da história da Ordem DeMolay no Brasil. O país obteve o reconhecimento e a autorização para estabelecer seu próprio Supremo Conselho em 1985, uma instituição que coordenou as atividades da Ordem DeMolay até 2004. Nesse ano, nasceu o Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil (SCODRFB), que posteriormente evoluiu para o Supremo Conselho DeMolay Brasil em 2019. Essa mudança refletiu a crescente importância da Ordem DeMolay no cenário nacional e internacional, bem como a necessidade de uma administração eficiente para garantir o crescimento sustentável e a manutenção dos valores fundamentais. O impacto da Ordem DeMolay no Brasil é evidente nos números impressionantes. Com presença em todos os estados brasileiros, a organização reúne mais de 110 mil membros ativos cadastrados nos últimos 14 anos. Esses números refletem o comprometimento dos jovens em participar de uma comunidade que os encoraja a desenvolver suas habilidades de liderança, a praticar a filantropia e a adotar um estilo de vida baseado nas Sete Virtudes Cardeais. Além disso, a aproximação da Ordem DeMolay Brasil com a DeMolay International abriu portas para uma colaboração global sem precedentes. Países como Estados Unidos, Alemanha, Itália e Romênia enxergam a Ordem DeMolay Brasil como uma referência em termos de crescimento organizacional e formação de jovens líderes. Hoje, mais de mil Capítulos estão espalhados por todo o território brasileiro, realizando reuniões regulares que proporcionam aos jovens acesso contínuo aos ensinamentos e valores inspirados por Frank Sherman Land, o fundador da Ordem DeMolay. As Sete Virtudes Cardeais – amor filial, reverência pelas coisas sagradas, cortesia, companheirismo, fidelidade, pureza e patriotismo – formam a base sólida sobre a qual a Ordem DeMolay constrói futuros líderes, jovens que serão catalisadores de mudança e progresso em suas comunidades e no mundo. A fundação da Ordem DeMolay no Brasil, há mais de quatro décadas, continua a impactar a vida dos jovens de maneira profunda e duradoura. O legado desses líderes em formação permanece vivo em cada ação filantrópica, em cada gesto de cortesia, em cada decisão baseada em valores e em cada passo dado em direção a um futuro melhor. A história da Ordem DeMolay no Brasil é uma prova tangível do poder transformador que a união de valores, liderança e juventude pode alcançar. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Wed, 16 Aug 2023 - 04min - 578 - 15 de agosto de 1832 – A Bula papal "Mirari vos" condena a Maçonaria
Em 15 de agosto de 1832, um marco significativo na história da Igreja Católica ocorreu com a apresentação da Bula "Mirari vos" pelo Papa Gregório XVI. Esta proclamação papal teve como foco a condenação explícita da Maçonaria, uma sociedade secreta que havia ganhado proeminência em várias partes do mundo. A Bula "Mirari vos" é lembrada como um documento que reflete as preocupações e os princípios da Igreja Católica em relação à Maçonaria. Na época, a Maçonaria estava associada a ideias de secularismo, individualismo e laicismo, que muitas vezes entravam em conflito direto com os ensinamentos e os valores da Igreja. O Papa Gregório XVI, por meio dessa bula, fez uma declaração enfática condenando a Maçonaria e suas atividades. Na bula, o Papa expressou sua inquietação quanto às práticas e aos princípios da Maçonaria, que, segundo ele, minavam a autoridade religiosa e civil. O documento delineou a visão da Igreja sobre a importância da fé, da moralidade e da unidade sob a autoridade papal. Gregório XVI via a Maçonaria como uma ameaça à ordem social e aos valores tradicionais, e, portanto, a Bula "Mirari vos" foi uma resposta contundente a essa preocupação. A condenação da Maçonaria pela Igreja Católica por meio da Bula "Mirari vos" teve um impacto duradouro nas relações entre essas duas entidades. A Maçonaria, por sua vez, reagiu de maneira variada, alguns grupos buscando diálogo com a Igreja, enquanto outros continuaram a operar de maneira independente. A Bula também influenciou a percepção pública da Maçonaria, levando a uma atitude mais crítica em relação à sociedade secreta. Ao longo do tempo, as relações entre a Igreja Católica e a Maçonaria continuaram a evoluir, com alguns movimentos e gestos de aproximação, mas também com persistente desconfiança em ambos os lados. A Bula "Mirari vos" permanece como um marco na história eclesiástica, representando a posição da Igreja Católica em relação a uma sociedade que representava valores e ideais contrários à sua doutrina. Em última análise, a apresentação da Bula "Mirari vos" em 1832 representa um capítulo importante na complexa relação entre religião, sociedade e ideologia, demonstrando como as instituições influentes podem reagir às mudanças culturais e sociais ao longo do tempo. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Tue, 15 Aug 2023 - 03min - 577 - O Declínio da Maçonaria Alemã sob o Regime de Hitler
No dia 8 de agosto de 1935, um marco sinistro foi estabelecido na história da Maçonaria Alemã. Nessa data, o regime de Adolf Hitler promulgou um decreto que resultou na dissolução forçada da Maçonaria no país. Esse acontecimento sombrio marcou o início de um período de repressão brutal contra a ordem maçónica e seus membros na Alemanha. O decreto emitido por Hitler e seu governo nazista teve implicações devastadoras para a Maçonaria Alemã. Templos maçónicos foram roubados e destruídos, extinguindo-se símbolos e espaços carregados de significado para a fraternidade. Além disso, a repressão incluiu prisões em massa e assassinatos brutais de muitos maçons alemães, conduzidos pela infame organização policial Gestapo. A Maçonaria, com suas raízes profundas na filosofia do Iluminismo e na busca pelo conhecimento, tornou-se alvo do regime nazista por várias razões. O nacionalismo extremo e a ideologia racista dos nazistas viam a Maçonaria como uma influência estrangeira e, portanto, incompatível com sua visão de pureza racial e política. Além disso, a natureza secreta da Maçonaria levou a especulações e teorias conspiratórias que a associavam a planos contrários aos interesses do regime. O declínio da Maçonaria Alemã sob o domínio nazista é uma lembrança trágica da capacidade humana de perseguição e intolerância. A repressão e os atos de violência infligidos aos maçons alemães mostram como regimes autoritários podem restringir a liberdade de associação e expressão, além de usar o poder estatal para perseguir grupos considerados ameaçadores. No entanto, a história da Maçonaria Alemã também é um testemunho de resiliência e determinação. Apesar da proibição e das adversidades, muitos maçons alemães mantiveram suas convicções e valores em segredo, resistindo às pressões do regime e, em alguns casos, participando da resistência anti-nazista. O legado sombrio deixado pelo decreto de Hitler em 8 de agosto de 1935 serve como um lembrete importante da importância da preservação das liberdades civis, da tolerância e da busca pelo conhecimento. A Maçonaria Alemã, que foi reavivada após a Segunda Guerra Mundial, continua a ser um símbolo de valores compartilhados pela humanidade e da importância de manter a vigilância contra a intolerância e a opressão. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/malhete-podcast/message
Tue, 08 Aug 2023 - 03min
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