Filtrar por gênero
Podcast do ano 2022 (Prémios Podes). O 45 Graus é um podcast para todos, mas não para qualquer um(a); um espaço para saber mais e pensar criticamente. José Maria Pimentel – curioso por natureza e economista por formação – recebe para a conversa especialistas e pensadores de áreas muito diferentes: ciência, sociedade, economia, política, negócios, filosofia e muito mais. O 45 Graus é um projecto independente financiado pelos mecenas. | Leia o livro «Política a 45 Graus» (https://bit.ly/3ufDKXS), uma reflexão sobre as divisões da política contemporânea. | Ouça o «45 Graus Xpress» para episódios <15 min. | Capa: Constança Soromenho
- 215 - #163 Catarina Barreiros - Sustentabilidade para pessoas normais
O 45 Graus agora também em vídeo -- veja no Youtube!
Catarina Barreiros dedica-se de corpo e alma à causa da sustentabilidade e de uma vida com menos desperdício. Tem formação em arquitectura e começou por trabalhar na área do marketing, até que, em 2018, decidiu começar a falar de sustentabilidade na sua página de instagram. A página foi crescendo e chegando a cada vez mais gente -- são hoje mais de 100 mil seguidores. Pelo caminho, a Catarina lançou também, juntamente com o marido, a loja Do Zero, à qual se juntam também um podcast (Do Zero), um evento anual sobre sustentabilidade (o Cidade do -- Zero, adivinharam!) e ainda a Norm, uma marca portuguesa de roupa interior menstrual reutilizável feita de materiais com a mínima pegada ambiental.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
-> Inscreva-se aqui no módulo 3 dos workshops de Pensamento Crítico: «Decidir Melhor».
-> Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops.
_______________
Índice:
(2:56) O que cabe na Sustentabilidade? | Projecto Drawdown. Relatório IPCC. | Desperdício. | Desperdiçarmos menos se usássemos roupa igual todos os dias?
(20:08) Alimentação de base vegetal. EAT-Lancet Report | Estudo sobre impacto da carne vermelha
(25:45) É realista deixarmos de ter carro próprio?
(33:40) Consumismo | Como evitar o excesso de brinquedos nas crianças de hoje? | Importância da comunidade | O consumismo afecta mais as mulheres? Notícia dos dois pivots. A relação de muitos homens com o futebol
(50:44) É preciso não julgar quem não pode largar o carro. Importância de investir na ferrovia.
(58:23) Porque parece mal, culturalmente, não comermos carne?
(1:09:35) O que atrai os teus seguidores para a tua página de Instagram?
(1:13:43) Acção política. | O que achas de movimentos como a Climáximo? | Comissões de Cidadãos do projecto Os 230
(1:34:18) Que papel podemos esperar das empresas na transição climática? | Devia haver um imposto sobre as carnes vermelhas?
_______________
No episódio de hoje, converso sobre sustentabilidade com a Catarina Barreiros, alguém que se tem dedicado nos últimos anos de corpo e alma a esta causa.
A Catarina tem formação em arquitectura e começou por trabalhar na área do marketing, até que, em 2018, decidiu começar a falar de sustentabilidade na sua página de Instagram. A página foi crescendo e tem hoje já mais 100 mil seguidores. Pelo caminho, a Catarina lançou também, juntamente com o marido, a loja Do Zero, à qual se juntam também um podcast (Do Zero), um evento anual sobre sustentabilidade (o Cidade do -- Zero, adivinharam!) e ainda a Norm, uma marca portuguesa de roupa interior menstrual reutilizável e sustentável.
Discutimos a sustentabilidade nas suas várias vertentes -- desde os comportamentos individuais à acção colectiva. Começámos por falar sobre o que dizem os principais estudos nesta área sobre sobre os nossos comportamentos menos amigos do ambiente, desde o desperdício, a nossa dieta demasiado carnívora, a nossa dependência do carro ou o nosso consumismo desenfreado (que alimenta uma indústria que polui o planeta e contribui para as alterações climáticas). Falámos também dos aspectos sociais e culturais que, em muitos casos, tornam muito difícil alterarmos estes comportamentos. Sendo que a acção individual é importante, mas a verdade é que dificilmente haverá alterações a sério sem intervenção cívica e política. Por isso, perguntei também à Catarina qual é a maneira certa para intervir enquanto cidadãos e a opinião dela do que têm feito alguns dos principais actores, desde os movimentos ambientalistas, o poder político e as empresas.
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Wed, 01 May 2024 - 1h 44min - 214 - #162 [EN] Tom Chatfield - Amplifying minds: the vital role of Critical Thinking in the Digital Era
Tom Chatfield is a British author and tech philosopher, interested in improving our experiences and understanding of technology. He is the author of several books on good thinking in today’s tech-dominated world, including “Critical Thinking” and “How to Think”. He also teaches these skills to diverse audiences, ranging from schools to corporate boardrooms, and he has recently designed a successful online course on Critical Thinking for the Economist education. His most recent book is Wise Animals, an exploration of the co-evolution of humanity and technology—and the lessons our deep past may hold for the present. He’s also an experienced Chair, Non-Executive Director, advisor and speaker across the private and public sectors.
-> Use o código "45graus" para um desconto em blanky.pt.
-> Inscreva-se aqui no módulo 3 dos workshops de Pensamento Crítico: «Decidir Melhor». Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops.
_______________
Índice:
(2:54) Introduction in English
(5:00) How did you end up writing about critical thinking and technology? | Is critical thinking a soft or a hard skill? | Heuristics and biases (work of Daniel Kahnemen and Amos Trvsersky) | The art of knowing when to seek ‘cognitive reinforcements’ | Why communicating nuances and uncertainties is so hard today. | Arguments when our basic assumptions differ | Why critical thinking is not about being always right. | The importance of challenging our assumptions.
(32:40) Why asking questions is the best way to dispute arguments. | The importance of creating trust to have open discussions. | Useful tricks to improve collective decision-making: pre-mortems; obligation to dissent; Oxford-style debates | How much of corporate work today runs around sending and replying to emails | The Amazon memo | ask religious schools | The importance of thinking before talking: book Robert Poynton - Do Pause: You Are Not A To Do List
(47:40) Difference between teaching critical thinking to 12 year olds and corporate audiences? | The ubiquity of business jargon | Richard Feynman and the power of questions | Why did SpaceX give up on “catching” falling fairings? | Thomas Kuhn on paradigm shifts | Richard Feynman On The Folly Of Crafting Precise Definitions
(1:09:00) New book: Wise Animals: How Technology Has Made Us What We Are | Impact of mass interactive media on democracy. | impact of social media on social health. Book by Jonathan Haidt: The Anxious Generation
_______________
Today we're diving into an enlightening conversation with Tom Chatfield, a British author and tech philosopher.
Tom is the author of several books on good thinking in today’s tech-dominated world, including “Critical Thinking” and “How to Think”. He also teaches these skills to diverse audiences, ranging from schools to corporate boardrooms, and he has recently designed a successful online course on Critical Thinking for the Economist education. In his most recent book, Wise Animals, Tom explores our relationship with technology, examining the lessons that our ancestral past may hold for our present challenges.
In this thought-provoking conversation with Tom, we discussed his advice for how to think more critically in today’s complex world. We talked about strategies to combat the influence of cognitive biases in our mind, as popularized by thinkers like the late Daniel Kahneman and Amos Tversky, and the importance (and difficulty) of challenging our own assumptions. We also discussed the importance of creating trust in order to be able to have open conversations, and some techniques for deep discussions and good decision making in all contexts.
In the final part, we turned our focus to Tom’s latest book, which explores our relationship with technology, and I asked his view on two big impacts technology is currently having in society: the destabilizing effect of mass interactive media on traditional democratic structures, exacerbating polarization and eroding public trust in institutions; and the troubling rise of what many experts refer to as an “Epidemic of Mental Illness” among children and teenagers, driven by pervasive social media use.
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Tom Chatfield is a British author and tech philosopher, interested in improving our experiences and understanding of technology. His most recent book is Wise Animals, an exploration of the co-evolution of humanity and technology—and the lessons our deep past may hold for the present. His recent work around future skills and technology includes designing and presenting the Economist‘s new business course Critical Thinking: Problem-solving and decision-making in a complex world. Tom’s non-fiction books exploring digital culture, including How To Thrive in the Digital Age (Pan Macmillan) and Live This Book! (Penguin), have appeared in over thirty languages. His bestselling critical thinking textbooks and online courses, developed in partnership with SAGE Publishing, are used in schools and universities across the world. He’s also an experienced Chair, Non-Executive Director, advisor and speaker across the private and public sectors. Topics he’s written about recently include the ethics of AI, what it means to think well, technology in deep time and the philosophy of fake news.
Wed, 24 Apr 2024 - 1h 29min - 213 - #161 Vicente Valentim - "Afinal, o voto na direita radical é ideológico ou de protesto?"
Vicente Valentim é cientista político na Universidade de Oxford. O seu doutoramento em ciência política, pelo Instituto Universitário Europeu, valeu-lhe vários prémios, incluindo o prémio Jean Blondel para a melhor tese em ciência política e relações internacionais escrita numa universidade europeia. O seu trabalho estuda o que os cidadãos consideram aceitável fazer numa democracia, de onde essas percepções vêm e como mudam. Os seus artigos foram publicados em várias das mais prestigiadas revistas académicas internacionais. O seu primeiro livro, acerca da normalização da direita radical, sairá em 2024 em inglês (“The Normalization of the Radical Right”, Oxford University Press) e em português (“O Fim da Vergonha—Como a Direita Radical se Normalizou”, publicado pela Gradiva a 16 de abril). Mais informação acerca do seu trabalho pode ser encontrada em www.vicentevalentim.com.
-> Use o código "45graus" para um desconto em blanky.pt.
-> Inscreva-se aqui no módulo 3 dos workshops de Pensamento Crítico: «Decidir Melhor». / Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops.
_______________
Índice:
(6:15) Explicação do convidado para o crescimento da direita radical | E o voto de protesto? | Quando existem preferências de direita radical no eleitorado, mas são pouco expressadas porque há estigma social sobre essas ideias (e a normalização, quando deixa de haver)| significado duplo do termo «normalização»
(23:40) O que é preciso para desbloquear o estigma? | O caso português: André Ventura enquanto empreendedor político. | Podcast Vitor Matos
(34:33) De onde surge o desfasamento inicial na sociedade entre as normas sociais e as crenças de algumas pessoas? | Só gostamos do populista do nosso país? | Sondagens pos eleitorais em 2022 que mediram transferência de votos | Como medir se quem vota nestes partidos tem mesmo crenças de direita radical?
(56:24) Que papel têm as redes sociais? | estudo ataques terroristas alemanha
(1:13:37) Outros temas em que se passe um fenómeno semelhante a este? | Há cientistas políticos de direita radical?
(1:20:13) Como devem os partidos da direita democrática lidar com estes partidos?
Livro recomendado: Meio Sol Amarelo, de Chimamanda Ngozi Adichie
_______________
Desde as eleições de 10 de março, com o incrível crescimento do Chega, que meio mundo -- que é como quem diz, um mundo inteiro menos 18%! -- anda a puxar pela cabeça a tentar encontrar as causas que expliquem aquele resultado e, em particular, o facto de o partido ter conseguido, em menos de 5 anos, multiplicar por mais de 13 o seu resultado.
Mas este debate sobre o caso português entronca noutra discussão, muito mais ampla -- as causas da ascensão da direita radical nas democracias ocidentais. Este é um tema sobre o qual muita investigação tem sido produzida e muito tem sido escrito nos últimos anos, incluindo por pessoas pouco relevantes, como este que vos está a falar(!), mas também vinda por pessoas que valem mesmo a pena ler e ouvir.
Uma dessas pessoas é o convidado deste episódio: Vicente Valentim. E a sua investigação ajuda-nos também, como vão ver, a compreender melhor o caso português.
O Vicente é cientista político na Universidade de Oxford e dedica-se a estudar o papel das normas sociais no comportamento dos cidadãos em democracia. No seu doutoramento -- que recebeu vários prémios -- debruçou-se em particular sobre o estigma social que existia na maioria das democracias em torno das ideias de direita radical, e o modo como esse estigma se tem desfeito nos últimos anos.
Ao estudar a evolução das normas sociais, o Vicente acabou por desencobrir uma causa até aí inexplorada para o rápido crescimento eleitoral destes partidos. Segundo ele, a verdade é que as ideias que associamos à direita radical já tinham, anteriormente, apoio entre o eleitorado, só que o estigma social que pendia sobre estas ideias impedia que fossem expressadas. O resultado é que quem tinha essas ideias não tinha noção do seu apoio real. E o mesmo se aplica aos que, se soubessem, gostariam de aproveitar esse filão eleitoral.
É esta espécie de “reserva de apoio pré existente”, argumenta o Vicente, que explica que estes partidos tenham conseguido crescer tão rapidamente um pouco por todas as democracias -- e agora também em Portugal. Com o crescimento destes partidos, o estigma sobre estas ideias acaba por desfazer-se, e elas passam a ser defendidas abertamente no espaço público, num processo de “normalização”.
Este é o termo que dá nome ao primeiro livro do Vicente, que sairá em português já no dia 16 de abril, chamado “O Fim da Vergonha—Como a Direita Radical se Normalizou”. E foi também o tema de uma conferência recente que o Vicente deu em Lisboa, à qual eu assisti, e que me levou a convidá-lo para o 45 Graus.
Na nossa conversa, comecei por tentar perceber melhor a explicação do convidado para o crescimento da direita radical. Discutimos como ela contrasta com outra explicação muito ouvida, em particular, por cá, nas últimas semanas: a de que este é sobretudo um voto de protesto em relação ao estado do sistema político (i.e. um voto não ideológico). E falámos também de uma outra explicação, relacionada, para o crescimento tão rápido e tão transversal destes partidos: o surgimento das redes sociais, e o modo como vieram alterar drasticamente a nossa relação com a política.
A explicação do Vicente contrasta também com as explicações de fundo mais prevalentes na investigação da ciência política, que vê a ascensão da direita radical como consequência da insatisfação de muitos eleitores com mudanças ocorridas nas últimas décadas quer na economia (globalização, automação, aumento das desigualdades) e na sociedade (com a imigração, mudanças de costumes e tensões identitárias).
Estas são duas explicações que abordo em detalhe no livro «Política a 45 Graus». Mas, como digo durante a nossa conversa, não me parecem suficientes para explicar a rapidez do crescimento destes partidos (falta-lhes, pelo menos, o impacto das redes sociais e também a explicação que o Vicente propõe). Por outro lado, também não as acho de todo irrelevantes, creio que constituem claramente uma parte importante desta história.
Este foi um episódio muito interessante. Como vão perceber, fez-me olhar para este tema com outros olhos. Mas é também um episódio que provavelmente vos vai dar luta, porque foi uma conversa intensa e exploratória e porque o tema é complexo, com uma série de causas possíveis.
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Wed, 10 Apr 2024 - 1h 29min - 212 - #160 Luís Guimarãis - “O Nuclear é uma das soluções para a transição energética?”
Luís Guimarãis é doutorado em Fusão Nuclear pelo Instituto Superior Técnico, onde foi investigador durante vários anos. Actualmente é sénior data Scientist numa empresa de telecomunicações e professor convidado na NOVA SBE. É ainda colunista na CNN e co-fundador do polo português da WePlanet, uma organização ambientalista que defende soluções baseadas na Ciência para as alterações climáticas e a biodiversidade, e que se destaca pela defesa do nuclear.
-> Ouve o Teorias da Conspiração aqui
_______________
Índice:
(4:48) A enorme dimensão do desafio da Transição Energética | Electricidade vs energia | Vaclav Smil e as quatro indústrias essenciais do Mundo moderno. | Our World in Data | Processo de Haber-Bosch | Associação WePlanet |
(18:29) Como se resolve a Transição Climática? Conter o Aquecimento Global em 1.5º já é impossível? | TED talk: Are we the last generation — or the first sustainable one? | Compromisso da COP28 sobre o nuclear | Energia hídrica | Energia geotérmica
(27:41) Energia Nuclear (de fissão) | Que países estão a construir reactores? | Livro: The Population Bomb, de Paul R. Ehrlich | Acidente de Three Mile Island | Argumentos contra: riscos, custo, demora a construir | Plano Messmer | Complexo de Cassandra | Reactores modulares. | Previsões da AIE
(1:13:03) Como lidar com os resíduos nucleares? Vídeos Youtube (um, dois) | Reactor com 2 mil milhões de anos | Terrapower
(1:22:22) Problemas / desafios das renováveis: intermitência, baterias, matérias-primas | Potencial do nuclear: curto prazo vs longo prazo
(1:34:32) Vamos ter nuclear de fusão?
Livros recomendados: Vaclav Smil (The Elder Scrolls V: Skyrim)
_______________
No último episódio, com o João Pedro Gouveia prometi-vos que ia publicar vários episódios sobre temas relacionados com ambiente e transição climática. Vão ser uns 4 ou 5 no total, cobrindo diferentes aspectos, desde o desafio da transição energética aos nossos hábitos individuais. Vou lançá-los ao longo dos próximos meses, intercalando com outros temas (para não vos cansar!).
No episódio de hoje, vamos abordar um tema que me tinha deixado a pensar no episódio anterior: energia nuclear. Especificamente: qual é o papel do nuclear (de fissão) na transição energética?
Quem não esteja familiarizado com o debate sobre o nuclear ficaria surpreendido com a polarização e tribalismo das opiniões (que faz lembrar algumas discussões políticas mais fracturantes!). De um lado, há quem diga “nuclear nunca”, ou no máximo muito pouco, seja porque é perigoso ou porque é mais caro (pelo custo de construir um reactor) do que as renováveis -- e é nestas que está a solução. Do outro lado, estão os defensores do nuclear, que argumentam que é, na verdade, a fonte de energia segura de todas e a fonte de energia limpa (i.e. que não produz CO2) mais testada e mais fiável -- pelo deve ter um papel igual ou até superior às renováveis na transição energética.
O convidado deste episódio, Luís Guimarãis, está assumidamente neste último campo.
Pessoalmente, devo dizer -- e os ouvintes mais antigos sabem disso -- que sempre tive uma visão benévola em relação ao nuclear, e sempre me pareceu precipitado descartar um soldado com este potencial numa luta contra o tempo e em várias frentes como é a transição climática. No entanto, ao longo da nossa conversa procurei, como de costume, também desafiar as opiniões do convidado; até porque eu próprio, na investigação que fiz, fui percebendo que persistem ainda muitas incógnitas, quer sobre o nuclear quer sobre as renováveis.
Começámos por falar da enorme dimensão do desafio da Transição Climática que temos pela frente; falámos de vários tipos de energia, da fóssil às renováveis, passando pela hídrica e a geotérmica; e, claro, o grosso da nossa conversa foi dedicada ao papel que o nuclear deve ter na transição energética. Falámos da História do nuclear, das principais vantagens e também dos argumentos contra mais comuns, desde os riscos, o custo e o tempo que demora em construir um reactor ao desafio de lidar com os resíduos.
No final, visto que o Luís trabalhou nessa área, perguntei-lhe também sobre o potencial do nuclear de fusão, a alternativa risco zero e ainda mais poderosa ao nuclear de fissão que parece há décadas adiada, mas que tem tido alguns progressos promissores nos últimos anos.
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Wed, 27 Mar 2024 - 1h 43min - 211 - #159 João Pedro Gouveia - “Quais as soluções com maior potencial para travar o Aquecimento Global?”
João Pedro Gouveia é engenheiro do ambiente e doutorado em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável pela FCT-NOVA, onde é investigador no CENSE e lidera o FireFly Energy Lab. É responsável por vários projetos nacionais e internacionais ligados à sustentabilidade e à eficiência energética. Em particular -- e foi essa a razão por que o convidei -- é o único investigador português ligado ao Project Drawdown.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
_______________
Índice:
(7:06) Efeitos das Alterações Climáticas (AC). Distribuição geográfica do aquecimento global.
(14:15) Quão grande é o desafio que temos pela frente? Evolução das emissões globais. | COP.
(26:19) Projecto Drawdown: soluções com mais impacto. | Porque a solução com maior impacto é diminuir o desperdício alimentar? Nr 2: dieta de origem vegetal
(1:03:08) O outro lado da equação: captura de carbono. Importância da reflorestação
(1:07:41) Quais os sectores mais difíceis de descarbonizar? | Energia solar e eólica. energia das ondas
(1:14:58) Devemos contar com o nuclear? | Potencial do hidrogénio | Potencial das soluções de geoengenharia.
(1:31:25) Questão filosófica de fundo.
(1:34:52) O desafio da pobreza energética em Portugal e a relação com a transição climática.
_______________
Nos últimos anos, fala-se cada vez mais de alterações climáticas: desde a política (dos baldes de tinta à COP, conferência do clima das Nações Unidas) à nossa vida privada, com a sustentabilidade e os carros eléctricos hoje na ordem do dia.
E, no entanto, se olharmos para um gráfico das emissões globais de gases de efeito-estufa, elas continuam basicamente em máximos históricos. Este paradoxo mostra bem a complexidade do desafio climático que enfrentamos, possivelmente o maior da nossa geração.
E eu próprio tenho sentido que tenho desvalorizado este tema. É que, embora vá acompanhando a discussão, sinto muitas vezes que me falta ainda conhecimento para ter uma opinião formada sobre várias questões. Por exemplo: Quão difícil vai ser o desafio de limitar o aquecimento global a 2º, como ficou estabelecido no Acordo de Paris. Muito difícil ou já impossível? E quais são as melhores soluções. Que tipos de energia limpa têm maior potencial? Qual o papel dos Estados? E o que podemos fazer nós próprios através das nossas escolhas privadas?
Não ser capaz de dar uma resposta a estas perguntas, e a outras, era algo que me andava a irritar cada vez mais nos últimos tempos. E é claramente uma lacuna no 45 Graus. Até agora, apenas arranhei a superfície deste tópico, com um episódio já bem antigo com Filipe Duarte Santos (ep 24). Está por isso mais do que na altura de rectificar isto, e conto dedicar vários episódios ao tema.
Para abrir esta série, estava à procura de alguém que pudesse dar uma visão abrangente das diferentes soluções de que vamos ouvindo falar, e que vão desde a aposta em fontes de energia limpa à mudança de hábitos de consumo e até à chamada ‘justiça climática’ que tanta tinta tem feito correr (pun intended). Andei à procura algum tempo, recebi várias recomendações, até que alguém me falou do convidado deste episódio.
João Pedro Gouveia é engenheiro do ambiente e doutorado em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável pela FCT-NOVA. O João Pedro não é apenas um académico; é um actor ativo na busca por soluções práticas, liderando o FireFly Energy Lab e contribuindo para projetos de renome tanto nacionais quanto internacionais. Em particular -- e foi essa a razão por que o convidei -- é o único investigador português ligado ao Project Drawdown.
Drawdown refere-se ao momento futuro (espera-se!) em que os níveis de concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera não só param de subir como começam a diminuir de forma continuada. O projecto procura investigar as soluções mais viáveis para conseguirmos alcançar este momento. O projecto reúne uma rede global de cientistas que avaliaram e compararam as diferentes tecnologias e práticas com maior impacto na redução das concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera. O resultado é um ranking das soluções com mais impacto.
Segundo as palavras desta equipa, a missão do Drawdown é ajudar o mundo a travar as alterações climáticas – “da forma mais rápida, segura e equitativa possível”. Éstas três palavras não foram escolhidas por acaso, pois dão uma ideia da filosofia por trás do Drawdown: i) Rápida traduz-se numa preferência por soluções e tecnologias que já existam e possam ser implementadas já, em detrimento de soluções ainda numa fase incipiente ou que até possam vir a ter grande potencial mas sejam ainda muito incertas (como algumas tecnologias); ii) Segura traduz-se em colocar em 2º plano tecnologias que possam acarretem riscos, como é o caso do nuclear e de algumas soluções de geoengenharia. iii) Equitativa traduz uma preocupação que vai para lá do âmbito habitual destes projectos não só com as soluções, mas também com assegurar que, por exemplo, não afecta o direito dos países emergentes ao desenvolvimento.
Neste episódio, discutimos esta filosofia do Drawdown e as principais soluções que propõe. Digo-vos já que vão ficar surpreendidos com a lista - que podem encontrar na descrição do episódio -- porque a 1ª relacionada com energia (a eólica) surge só na 6ª posição! Isto mostra bem a análise pouco convencional -- mas interessante -- da equipa do Drawdown. Para além das soluções mais bem classificadas (que não vou dizer para não vos estragar a surpresa), falámos do papel das renováveis, como a solar e a eólica, mas também a energia das ondas -- e do nuclear, uma energia limpa mas em que o Drawdown classifica muito em baixo (talvez o tópico da nossa conversa em que fiquei menos convencido). Falámos também do potencial do hidrogéneo como alternativa às baterias para armazenar energia eléctrica. Falámos ainda das indústrias em que vai ser mesmo difícil, quase impossível, descarbonizar completamente, o que implica que para além de reduzir as emissões teremos de aumentar a captura de carbono, por exemplo via reflorestação. Aqui discutimos também sobre algumas soluções mais criativas de geoengenharia (que inclui remoção de dióxido de carbono da atmosfera e métodos para diminuir a entrada de radiação solar na Terra)
No final da nossa conversa, falámos brevemente sobre o desafio da pobreza energética em Portugal, uma área relacionada com o desafio climático em que o João Pedro tem estado muito activo e em que há muito a fazer.
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Wed, 13 Mar 2024 - 1h 44min - 209 - #158 António Tavares - Além da Política: devíamos pensar mais a Administração Pública?
António Tavares é doutorado e investigador na área da Administração Pública e do Poder Local. Doutorou-se em Administração Pública na Florida State University (EUA) e é actualmente professor associado com agregação na Universidade do Minho. Colabora também em programas de formação executiva para a Administração Pública, nomeadamente os programas CADAP e FORGEP. A nossa conversa partiu do ensaio "Administração Pública Portuguesa" que publicou em 2019 através da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em 45grauspodcast.com
-> Veja aqui mais informações sobre os workshops de Pensamento Crítico.
_______________
Índice:
(6:05) INÍCIO - Porque se fala tanto de política e tão pouco de Administração Pública (AP)? «Politics: Who Gets What, When, How», de Harold Lasswell.
(16:01) Qual deve ser a relação entre o poder político e a AP? Série «Sim Senhor Ministro». | Leis que mudaram a AP nos EUA e UK (Northcote Trevelyan Report; Pendleton Act) | O que justifica a protecção do emprego no Estado? | Porque é tão politizada a gestão intermédia na AP? Livro Patrícia Silva «Jobs for the Boys?» | O problema da legislação excessiva (e.g Decreto lei 82/2019 de 27 de junho; Great Hanoi Rat Massacre) | Nuno Ferreira da Cruz | O nosso modelo de relação Governo-AP é inspirado no britânico? | CRESAP | O absurdo que é a falta de um corpo técnico nos ministérios, tendo em vez disso boys do partido | A falta de analistas de políticas públicas em PT.
(1:01:42) Meritocracia no Estado. | A avaliação de desempenho na AP está condenada a não funcionar? As quotas. O caso dos EUA. | A importância de ter funcionários independentes: exemplo do telefonema de Trump nas eleições de 2020 | O Aumento da burocracia no Estado: o resultado de um casamento perverso entre o direito e a gestão
(1:20:04) O problema da perda de capacidade da AP nos últimos anos. | Privatizações: boas ou más? A má experiência da Nova Zelândia vs o bom exemplo, em Portugal, das PPPs hospitalares | O problema de termos uma AP envelhecida. | Temos funcionários públicos a mais ou a menos?
(1:41:36) O problema da falta de avaliação das políticas públicas em PT
(1:45:51) Livro do convidado no prelo: «Municipal Amalgamation Reforms in Europe»
_______________
Há já algum tempo que queria fazer um episódio sobre Administração Pública. Sobretudo desde o episódio 139, há precisamente um ano, no qual o convidado foi Bo Rothstein, um dos investigadores mundiais mais reputados sobre qualidade da governação.
Na altura, falámos sobre como, para um país ter uma boa governação, é necessário não apenas uma democracia de qualidade e bons políticos, mas também instituições públicas dotadas de técnicos competentes e imparciais. Ou seja, para termos boas políticas públicas é essencial termos também uma Administração Pública (no sentido mais amplo) capaz -- para, desde logo, ajudar os decisores políticos a desenhar as melhores políticas (porque quem lá está tem provavelmente muito mais conhecimento do que um ministro que, tipicamente, não dura sequer um mandato na pasta) e, segundo, uma AP que consiga implementar essas mesmas políticas de uma forma eficaz e imparcial (ou seja, para a população em geral e não apenas o eleitorado do partido do poder).
A verdade, no entanto, é que tendemos a desvalorizar esta condição necessária da boa governação. Falamos muito de política e políticas públicas -- as melhores medidas para atingir este ou aquele fim --, mas discutimos pouco a estrutura que terá de implementá-las; e o 45 Graus não era excepção nesta tendência -- até agora. Bem sei que a AP parece um tema pouco sexy (menos do que o que se passa nas empresas privadas, e muito menos do que a actualidade política, sempre sumarenta), mas acreditem que este episódio vai valer a pena.
Depois de alguma pesquisa por convidados para discutir este tema (inclusive com várias sugestões de ouvintes e amigos, a quem agradeço), acabei por decidir trazer alguém de fora da AP, que pudesse ter uma perspectiva simultaneamente ampla e distanciada. Definido este critério, o nome do convidado, António Tavares, era a escolha óbvia. O António é autor de vasta investigação nesta área e escreveu um ensaio chamado precisamente "Administração Pública Portuguesa", publicado em 2019 pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Esta foi, como vão ver, uma conversa muito esclarecedora e que nos faz pensar. E é, ao mesmo tempo, um episódio que desafia pré concepções ideológicas sobre a AP -- de ambos os lados.
Por um lado, discutimos as lacunas da AP em relação ao que se passa em muitas áreas do privado: desde disposições anacrónicas, como o facto de ser quase impossível ser despedido de um emprego público, à praga das jobs for the boys/girls e à dificuldade que persiste em implementar um sistema de avaliação de desempenho que funcione.
Mas falámos também sobre como é importante capacitamos a nossa AP, se queremos, lá está, políticas públicas melhores e mais eficazes. Um aspecto essencial que em Portugal tem faltado desde sempre é a capacidade para analisar a eficácia das políticas públicas. Mas há aspectos que se têm mesmo deteriorado nas últimas décadas, como a perda de prestígio da função pública, o envelhecimento do corpo de funcionários públicos e o gap crescente de competências para o sector privado em muitas áreas mais complexas. Estas tendências manifestam-se já de forma visível, seja na diminuição da motivação dos professores seja nos casos em que o Estado acaba a assinar contratos de concessão ou privatização em que sai prejudicado. (E as privatizações, já agora, são, precisamente, uma área em que, como vão ver, a opinião do convidado desafia dogmas ideológicos dos dois sentidos).
Espero que gostem.
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: António Tavares é doutorado e investigador na área da Administração Pública e do Poder Local. É professor associado com agregação na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, sendo membro do Centro de Investigação em Ciência Política. Doutorou-se em Administração Pública pela Reubin O'D. Askew School of Public Administration and Policy da Florida State University (EUA). Desde julho de 2015, ocupa igualmente o cargo de adjunct associate professor na Unidade Operacional de Governação Eletrónica da Universidade das Nações Unidas (UNU-EGOV). Ao longo da sua carreira, publicou mais de trinta artigos em periódicos científicos internacionais nas áreas de ciência política e administração pública, além de vários capítulos de livros e a coedição do livro "A Reforma do Poder Local em Portugal". Entre 2014 e 2019, foi coeditor da revista Urban Affairs Review, afiliada à secção de Urban Politics da American Political Science Association. É também autor do ensaio "Administração Pública Portuguesa" (2019) e colabora em programas de formação executiva para a Administração Pública, nomeadamente os programas CADAP e FORGEP.
Wed, 14 Feb 2024 - 1h 51min - 208 - #157 Luís e João Batalha - Fermat’s library, formas de vida inteligente e como tornar Marte habitável
João e Luís Batalha são criadores do site Fermat's Library, uma plataforma para comentar e discutir artigos académicos, que tem dado que falar internacionalmente. O Luís é físico de formação, pelo I.S. Técnico, e o João estudou Ciência da Computação no MIT, nos EUA.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
->Inscreva-se aqui nas novas sessões do workshop de Pensamento Crítico, módulo As Causas das Coisas (explicações).
_______________
Índice:
(5:51) Fermat’s Library | Porque os papers tem este formato? Preprint (Arxiv) | Paper de Ian Goodfellow
(20:29) O que explica o crescente interesse das pessoas por Ciência? Huberman Lab (podcast)
(26:53) Vantagens de trabalhar em equipa. | Y Combinator e o nº ideal de founders (argumento para preferir dois ou mais; investigação que contraria esta tese) | História da Dropbox
(31:31) Paper 1: Enrico Fermi e a explosão Trinity | Estimativas de Fermi | Tweet do Luís sobre a explosão em Beirute
(36:27) Paper 2: The Silurian hypothesis | Paradoxo de Fermi | Esferas de Dyson. | Andy Weir (autor) | A descoberta do pai e filho Alvarez sobre a extinção dos dinossauros
(56:18) Paper 3: Technological Requirements for Terraforming Mars | Notícia do NYT de 1907 sobre vida inteligente em Marte | Paralelo entre exploração espacial e os Descobrimentos. | Tweet de Elon Musk sobre este paper
(1:08:42) Como criar uma Ciência mais aberta? O exemplo da Física | John Ioannidis. Lei de Goodhart.
(1:16:38) Potencial do Machine Learning na Ciência. Post de Terence Tao (matemático)
(1:29:01) Ida ao Lex Fridman podcast | Hot Ones show
_______________
Certo dia (que na verdade já foi há uns 2 anos), ao percorrer no meu telemóvel o feed de podcasts, apareceu-me um episódio do Lex Fridman -- um dos podcast mais ouvidos nos Estados Unidos -- com um apelido que me chamou a atenção, porque denunciava ADN português: Batalha.
Os convidados desse episódio eram os irmãos Luís e João Batalha, co-fundadores do site Fermat's Library, uma plataforma para comentar e discutir artigos académicos que criaram juntamente com outro dois amigos, Micael Oliveira e Tymor Hamamsy. A Fermat’s library disponibiliza um enorme manancial de artigos (“papers”, na gíria académica), de áreas como a Física, ciências da computação ou Biologia, e permite aos utilizadores fazerem anotações, consultarem as notas deixadas por outros e discutirem entre o conteúdo (no fundo, é uma espécie de clube de leitura de papers académicos)
Na altura, achei o projecto deles ultra interessante, gostei da prestação deles no episódio e fiquei com muita vontade de convidá-los para o 45 Graus. Como eles vivem nos EUA, acabou por demorar algum tempo a conciliarmos agendas, mas como vão ver valeu bem a pena a espera.
O Luís é físico de formação, pelo Técnico, e o João estudou Ciência da Computação no MIT, nos EUA. São também, com Micael Oliveira, fundadores da Amplemarket, uma empresa de software de vendas impulsionado por inteligência artificial (e que é na verdade o trabalho principal deles). Em paralelo, vão mantendo a Fermat’s Library. Fazem-no sobretudo por gosto, mas também, como vão perceber, com alguns objetivos ambiciosos em termso de impacto na Ciência.
Ao longo da nossa conversa, começámos por falar, claro, deste projecto: desde a origem, ao modo como funciona, as áreas com maior nº de papers e também como estes anos lhes têm mostrado que existe um interesse crescente de muitas pessoas pela ciência. Para além do site, o Luís, o João e o Micael fazem também muita divulgação através do Twitter, onde a conta da Fermat’s tem uns impressionantes quase 750 mil seguidores!
Para perceber na prática como funciona o processo de anotação e discussão de artigos na Fermat’s, pedi aos convidados que trouxessem três papers especialmente interessantes para discutirmos (podem os links para os artigos na Fermat’s na descrição do episódio):
Começámos por falar de um artigo do icónico físico Enrico Fermi sobre a Experiência "Trinity", o primeiro teste nuclear da história, em que ele conseguiu estimar de maneira rápida mas incrivelmente precisa a energia da bomba.
Artigo sobre a chamada «hipótese Siluriana», a possibilidade de a nossa civilização não ser a primeira civilização avançada a ter existido na Terra. Ou seja, e ter havido outra que o tempo tenha apagado (sei que isto parece ciência alternativa, mas vão ver que está longe de sê-lo).
E um paper que explora os requisitos tecnológicos para a tornar Marte habitável, um tema muito na ordem do dia. Como é fácil de ver, este seria um desafio ultra complexo mas, segundo os autores, não impossível.
Mais para o final da conversa, discutimos também algumas vias para criar uma Ciência mais aberta, aprendendo com o que já se faz na Física, e do potencial do Machine Learning para gerar novo conhecimento científico.
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Wed, 17 Jan 2024 - 1h 38min - 207 - ApresentaçãoMon, 08 Jan 2024 - 05min
- 206 - #156 Gregório Duvivier - Fazer humor no Brasil é coisa séria?
Gregório Duvivier (Rio de Janeiro, 1986) é actor, humorista, escritor e guionista. Começou a sua carreira no cinema e no teatro e, a partir de 2012, destacou-se como um dos criadores dos sketches do colectivo Porta dos Fundos (que foi também o que o deu a conhecer em Portugal). É também escritor e poeta, com vários livros publicados, entre os quais um livro de sonetos com que começamos a conversa.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
-> Veja aqui para mais informações e como se inscrever nos workshops de Pensamento Crítico, módulo sobre explicações: «As causas das coisas — Das ciências naturais às sociais, do trabalho à vida pessoal».
_______________
Índice:
(05:40) Livro de Sonetos
(09:00) Programa Greg News | O humor substitui o jornalismo no escrutínio ao poder político?
(23:10) A atracção no público que a genuinidade do humorista gera é idêntica à da genuinidade de políticos como Bolsonaro? | O sucesso de Lula
(29:52) As melhores piadas são que transmitem algo de verdadeiro? | Há lugar para humor sobre temas tabu? | Crítica ao humor que é apenas ‘crowd pleaser’ | Citação de G.K. Chesterton: “Humor can get in under the door while seriousness is still fumbling at the handle.”
(50:15) Como fazer humor político sem perder a graça — de Bolsonaro a Lula? Animus jocandi
(56:03) O humor político funciona mais como contra-poder ou como paliativo entre camaradas? | podcast Mamilos
(1:07:06) Polarização no Brasil | Caso da nomeação para o Supremo Tribunal | Desigualdade e racismo estrutural no Brasil | Críticas da ala progressista pela capa revista aborto
(1:28:34) Porque o humor irónico não funciona no Brasil? Como a nossa percepção do humor é indissociável do humorista | Caso da piada sobre judeus de Danilo Gentili
_______________
Gregório Duvivier é hoje uma das principais figuras da cultura brasileira actual, mas não é fácil defini-lo, pois é, ao mesmo tempo, actor, humorista, guionista e escritor. Iniciou a sua carreira no cinema e no teatro e, a partir de 2012, destacou-se como um dos criadores dos sketches do colectivo Porta dos Fundos (que foi também o que o deu a conhecer em Portugal). Nos últimos anos, tem-se dedicado também à escrita, seja enquanto colunista seja como autor, com vários livros publicados, de diferentes estilos, da comédia à poesia.
Na nossa conversa, falámos de muita coisa, mas andámos sempre a oscilar entre dois terrenos: uma discussão meio filosófica sobre humor (ao estilo das que já ouviram aqui com convidados humoristas anteriores) e uma conversa sobre a situação política do Brasil nos últimos anos. Sendo que, na verdade, a maior parte do tempo estivemos algures na intersecção entre estes dois terrenos, porque o talk show satírico a que o convidado tem dado a cara nos últimos anos, Greg News (disponível na HBO e no Youtube), habita precisamente esse espaço difícil de definir: é um programa de humor, mas com opinião (visível seja no combate ao bolsonarismo, pela democracia, seja na defesa de uma agenda de esquerda que o Gregório não esconde).
Entre as questões que abordámos na nossa conversa estão, do lado do humor: a relação entre a nossa moralidade e a nossa capacidade para rir de algo. Que lugar existe para humor sobre temas tabu? E será que as melhores piadas transmitem algo de verdadeiro (algo em que ainda não tínhamos pensado)? Nessa linha, podemos falar de um dever do humorista em desafiar o público?
A propósito do Greg News, perguntei ao Gregório quão desafiante tem sido fazer um programa de humor com opinião -- quer na era Bolsonaro quer agora com Lula? Será que, no Brasil e não só, este tipo de programas estão a substituir o jornalismo no escrutínio ao poder político? Segundo o convidado, a autenticidade do humorista é tem ajudado a atrair público dos media tradicionais para estes programas. Ora, numa era de perda de confiança nas instituições, será essa mesma genuinidade que também explica o sucesso de políticos como Bolsonaro ou Javier Milei, na Argentina?
Do lado da política, falámos sobre a polarização do debate na sociedade brasileira, sobre a opinião do convidado sobre Lula e sobre como lidar com a desigualdade e racismo estrutural no Brasil sem embarcar num identitarismo desbragado.
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Wed, 03 Jan 2024 - 1h 35min - 205 - #155 Lídia Jorge - Para que serve a literatura?
Lídia Jorge é uma das mais internacionais escritoras portuguesas. A sua obra de ficção conta com dezenas de títulos, incluindo os romances O Dia dos Prodígios (1980) -- o primeiro livro --, A Costa dos Murmúrios (1988), O Vento Assobiando nas Gruas (2002) e, mais recentemente, Misericórdia (2022). A sua escrita destaca-se pela originalidade, diversidade de temas (com atenção às mudanças sociais e políticas por que passa o mundo e o país) e por um estilo inconfundível. Os seus livros estão publicados em diversas línguas e têm sido amplamente premiados, quer em Portugal quer no estrangeiro.
-> Ouve A Queda de Ingonish aqui.
_______________
Índice:
(3:32) Misericórdia: de onde veio o livro e o que explica a recepção que tem tido?
(18:13) Como a literatura nos prepara para enfrentar os grandes desafios. Livro: Se Isto é um Homem de Primo Levi | Como a literatura nos ajuda a compreender os outros | Alain de Bottom: a literatura transmite-nos bondade, sabedoria e sanidade
(35:59) Qual a diferença entre a literatura e outras formas de Arte? Le Livre à venir, de Maurice Blanchot
(38:29) Literatura vs cinema e séries? | Filósofo Byung-Chul Han
(45:13) Os escritores, ao contrário dos cientistas, fazem os seus melhores trabalhos quando são mais velhos?
(49:23) Perguntas do público. Livro Ver O Invisível. Sobre Kandinsky, de Michel Henry. Carlos Fuentes e a Literatura como “estrela de três pontas” | Importância dos editores
_______________
(Esta conversa foi gravada ao vivo durante o Festival Utopia, em Braga, um evento organizado pela The Book Company. Realizado entre 2 e 12 de novembro, o festival contou com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e o Festival Literário 5L. Para os interessados, recomendo visitar o site do festival e seguir as suas redes sociais. O Utopia já tem data de regresso: novembro de 2024, novamente em Braga.)
Foi um privilégio gravar este episódio com Lídia Jorge, uma das mais internacionais entre os escritores portugueses, autora de obras marcantes como "O Dia dos Prodígios", "A Costa dos Murmúrios" e "O Vento Assobiando nas Gruas".
Na nossa conversa, falámos sobre o seu romance mais recente, "Misericórdia", e sobre o papel da literatura na sociedade e na nossa vida.
Em apenas um ano, ”Misericórdia" ganhou inúmeros prémios (que eu enumero no início da conversa) e tornou-se já uma obra de referência. A obra narra o último ano de vida de uma mulher idosa num lar de terceira idade. Inspirado num pedido da mãe da autora (em quem a personagem principal é inspirada), o livro apresenta personagens ricas e complexas, que desafiam visões da terceira idade e da vida nos lares como desinteressantes. É um livro simultaneamente sobre a natureza humana - universal - e sobre o desafio actual (para os próprios e para quem cuida deles) de lidar com a longevidade nas sociedades pós-industriais. E, conjuntamente, deve ser isto que explica o sucesso que tem tido. Para quem ainda não leu o livro, um pequeno aviso: embora discutamos alguns detalhes da obra, não revelamos nada que possa diminuir o prazer da leitura. Além disso, a nossa conversa estendeu-se para temas mais amplos, sobre o papel da literatura (tal como outras formas de arte) em fazer-nos olhar o mundo, os outros e nós próprios de forma diferente. A visão de Lídia Jorge sobre este aspecto foi particularmente enriquecedora.
No final, abrimos espaço para perguntas do público, e escolhi incluir a última pergunta (a cujo autor agradeço), pois encaixa bem nos temas que abordámos durante a conversa.
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Wed, 13 Dec 2023 - 57min - 204 - #154 Pedro Santa-Clara - Como a revolução tecnológica veio possibilitar novos modelos de aprendizagem
Pedro Santa-Clara é professor e empreendedor. É professor catedrático de Finanças na Nova School of Business and Economics desde 2007, depois de ter passado pela Universidade da Califórnia, nos EUA. Em 2012 liderou a construção do novo campus da Nova SBE em Carcavelos. O ‘bichinho’ dos projectos picou e, desde então, lançou as escolas 42 em Lisboa e no Porto, e o centro TUMO em Coimbra, o primeiro na Península Ibérica.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
_______________
Índice:
(4:07) Porque precisamos de um novo modelo de aprendizagem? | Jean Piaget | Como a tecnologia veio permitir escalar modelos. | Impactos na escola tradicional (pública) | Livro "Surely You're Joking, Mr. Feynman!", de Richard Feynman | Importância da colaboração | Aprender a aprender (metacompetência) | Que importância tem o background (socioecónomico e não só) no sucesso dos alunos? | ted talk kahn
(33:02) Impacto nas universidades.
(39:11) Como conseguiste levar em frente projectos deste tipo no nosso país? | Vamos desperdiçar o PRR?
(50:25) Um repto para Portugal mudar de curso.
Livro recomendado: A Invenção da Natureza - As Aventuras de Alexander von Humboldt, de Andrea Wulf
_______________
A educação é um tema que me interessa muito, como sabem -- e que já abordei várias vezes no 45 Graus, em alguns dos episódios mais marcantes (o episódio número 121, com José Pacheco, é um dos que mais me falam). E não é para menos. O ensino é uma área que está hoje em grande mudança, impulsionada por um certo descontentamento com a escola tradicional e também pela revolução tecnológica.
Entre os muitos projectos que têm surgido globalmente, há dois particularmente inovadores e que já chegaram a Portugal: a escola 42 e o TUMO. E ambos têm um denominador comum no nosso país: Pedro Santa-Clara, professor e empreendedor e o convidado do episódio de hoje.
O convidado é Professor Catedrático de Finanças na Nova School of Business and Economics desde 2007, depois de ter passado pela Universidade da Califórnia, nos EUA. Seria, por isso, apenas um académico normal, não fosse a sua carreira ter tido uma viragem radical em 2012, quando liderou a construção do novo campus da Nova SBE em Carcavelos e a campanha de financiamento que arrecadou 54 milhões de euros.
O ‘bichinho’ dos projectos picou e, no início de 2019, o Pedro lançou a Shaken Not Stirred, uma empresa dedicada a projetos inovadores na área da educação. Em 2020, trouxe para Portugal a “42”, uma escola de programação muito peculiar, que surgiu em França em 2013 e já está hoje em mais de 25 países.
Mais recentemente, trouxe para Portugal outro modelo de aprendizagem inovador, o centro de tecnologias criativas “TUMO”, um projeto educativo gratuito e complementar ao ensino formal e visa capacitar os jovens para tirarem partido dos desafios e oportunidades da sociedade do futuro. Foi inaugurado há cerca de um mês, em Coimbra, o primeiro espaço TUMO da Península Ibérica.
Para além destes projectos, o Pedro é também fundador da Miles in the Sky, uma startup também focada em educação.
Neste episódio, conversei com Pedro sobre a revolução em curso no ensino. Falámos sobre como a tecnologia está a revolucionar a aprendizagem -- permitindo dar escala a modelos inovadores de educação (como estes e não só) -- e discutimos as características-chave destes novos modelos, como a importância do trabalho colaborativo e a ênfase em “aprender a aprender”, em detrimento da memorização. Abordamos também o impacto dessas inovações no ensino tradicional e o que podemos esperar para o futuro das universidades.
Mas não só sobre educação que é interessante ouvir o Pedro. Estes projectos e o do novo campus da Nova SBE têm em comum serem grandes iniciativas de cariz social bem-sucedidas em Portugal — algo que, infelizmente, ainda não é propriamente comum. Por isso, não podia deixá-lo passar pelo 45 Graus sem lhe perguntar o que foi diferente nestes casos. Por outras palavras: o que é preciso para levar em diante iniciativas deste tipo no nosso país?
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Wed, 22 Nov 2023 - 57min - 203 - #153 Manuel Cargaleiro - Uma visão sobre a arte e o artista aos (quase) 97 anos de vida
Manuel Cargaleiro é pintor e ceramista e um dos mais conceituados e internacionais artistas plásticos portugueses. Nascido em 1927, encantou-se pela cerâmica ainda em pequeno. No princípio dos anos 50, começou a participar em mostras e exposições em Portugal. Estudou posteriormente em Itália e França, onde foi uma figura de proa da chamada ‘Escola de Paris’. Em Paris, onde vive ainda parte do tempo, foi representado pela famosa Galeria Albert Loeb e é hoje pela galeria Helene Bailly. Na capital francesa, decorou (por duas vezes) uma das estações centrais do metro. Tem também fundações e museus espalhados por Portugal (Castelo Branco) e Itália.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
-> Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops.
_______________
Índice:
O que leva alguém a tornar-se artista?
O que procura transmitir com a sua arte? Max Ernst
Como foi ser vizinho de Picasso?
Quanto da inspiração do artista vem do inconsciente? Formas de convocar a criatividade?
Quanto do talento é inato?
A importância de usar a cor certa | Jaime Murteira | Monet
Como devemos apreciar uma obra de arte?
Onde acaba o artesanato e começa a arte? | As mantas de retalho da Mãe
Como evoluiu a sua arte ao longo do tempo? A importância da curiosidade e de ler muito para criar algo de diferente
O que é especial na cerâmica? | Cerâmica de Iznik (Turquia) | Terapia com jovens toxicodependentes com barro
É verdade que “um quadro nunca está terminado; é apenas abandonado”?
_______________
No final da temporada passada, antes da pausa de verão, publiquei, se bem se lembram, um episódio em que respondia a algumas perguntas enviadas por vocês. Uma delas questionava porque é que não tenho abordado muito o tema Arte no podcast. Na altura, tentei explicar porque abordava menos a arte, mas a verdade é que fiquei ‘picado’ pela pergunta… Porque não, realmente, trazer um artista ao podcast, mas para uma conversa “à 45 Graus”, em vez das entrevistas de vida que habitualmente fazem em programas de cultura?
Entretanto, já há algum tempo que Manuel Cargaleiro, o convidado deste episódio, era um tema de conversa recorrente com o meu amigo Luís Plácido Santos, que é seu amigo. Eu já gostava dos quadros de Cargaleiro, mas o que me chamou a atenção nas conversas com o Luís foi um artista de 96 anos (quase 97) não só manter-se no activo como ter ainda a disposição para fazer novos amigos, mesmo com 60 anos menos do que ele!
Como estava a pensar trazer um artista ao 45 Graus, dei por mim a pensar, porque não Cargaleiro? O Luís, simpaticamente, fez a ponte, e o resto… é história -- ou, neste caso, conversa.
Manuel Cargaleiro é pintor e ceramista e um dos nossos mais conceituados e internacionais artistas plásticos. Nascido em 1927, encantou-se pela cerâmica ainda em pequeno, e no princípio dos anos 50, começou a participar em mostras e exposições em Portugal. Posteriormente, estudou em Itália e França, onde foi uma figura de proa da chamada ‘Escola de Paris’. Em Paris, onde vive ainda parte do tempo, foi representado pela famosa Galeria Albert Loeb e está hoje na galeria Helene Bailly. A sua obra está também em espaços públicos em Portugal e em França — na capital francesa uma das estações centrais do metro foi duas vezes decorada por si. Cargaleiro tem também fundações e museus espalhados por Portugal (Castelo Branco) e Itália.
Na nossa conversa, falámos sobre a vida e obra do convidado, dos mistérios da inspiração e da criatividade na arte e de arte em geral. Estes temas entrecruzam-se, e fomos avançando e regressando aos assuntos; por isso desta vez deixo na descrição do episódio apenas a lista de tópicos que abordámos, sem os marcadores de tempo habituais.
Comecei por perguntar a Cargaleiro o que leva alguém a tornar-se artista? Daí, falámos da sua obra, de como foi ser vizinho de um Picasso já consagrado (e porque nunca chegou a meter conversa com ele!), dae hábitos de trabalho e do papel do inconsciente na criatividade. Falámos também de arte concreta: como é que um artista decide, por exemplo, as cores certas para usar num quadro? Neste ponto, Cargaleiro citou o pintor francês Monet, fundador do impressionismo. E é curioso, porque é justamente de Monet o quadro (‘O lago Waterlily com a ponte japonesa’) que é o postal mais vendido na loja de recordações de um dos principais museus do Mundo, o Metropolitan Museum em Nova Iorque. Não será por acaso…
Perguntei-lhe também como devemos nós, público, apreciar uma obra de arte, e sobre o que distingue um objecto artístico de simples artesanato. Esta pergunta veio a propósito de umas mantas de retalho que a Mãe de Cargaleiro tecia, sem qualquer pretensão, mas muito originais, que ele mais tarde divulgou e tornou famosas.
Falámos também de outras formas de arte e do seu interesse original pela cerâmica. No final, perguntei-lhe se partilha da angústia perfeccionista de tantos pintores ao longo da história em dar uma obra por terminada.
Ao longo desta conversa com Manuel Cargaleiro, embora tenhamos falado da sua vida e obra, tentei seguir (para voltar à minha resposta à pergunta do ouvinte) a abordagem de sempre no 45 Graus -- neste caso: falar do tema, Arte, de uma perspectiva ampla e tentando tirar da experiência do convidado alguns princípios gerais.
No caso de Cargaleiro, ouvindo-o descrever o seu percurso, houve sobretudo dois aspectos que me chamaram a atenção como tendo provavelmente contribuído muito para o carácter criativo e inovador da sua obra. O primeiro, o facto de, em miúdo, ter passado horas a fio a observar a flora da zona em que vivia, a absorver todo o detalhe a cambiantes de cores da natureza -- que a comuns mortais como eu passam completamente ao lado. O 2º aspecto que, suspeito, ajudou muito a torná-lo um artista diferenciador é o facto de ter sido sempre (e continuar a ser) alguém imensamente curioso: ao longo da vida, leu avidamente sobre diferentes assuntos (muito para lá da pintura e da cerâmica) e deu-se sempre com todo o tipo de gente, sempre disposto a conhecer pessoas novas. Esta curiosidade e diversificação de interesses está mais do que provada que está associada à criatividade (se tiverem interesse, recomendo o livro Range de David Epstein) e suspeito que a obra de Cargaleiro vive também muito disso.
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Tue, 14 Nov 2023 - 46min - 202 - #152 Teresa Paiva - A Ciência do Sono
Teresa Paiva é médica neurologista e a maior referência portuguesa em medicina do sono. É doutorada em Neurologia e, para além de uma vastíssima investigação científica nesta área, tem também prática clínica, no CENC — Centro de Medicina do Sono, onde é diretora clínica. Falámos a propósito do seu livro mais recente, ‘O Meu Sono e Eu — Mitos e Factos’, publicado este ano pela Livros Horizonte.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
-> Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops de Pensamento Crítico.
_______________
Índice (com timestamps):
(3:50) Porque dormem os seres-vivos? Como dormem os lagartos? E os polvos? Sono bifásico na Idade Média
(19:08) Ritmo circadiano e cronotipos | É verdade que há diferentes cronotipos? | Desafios de ser noctívago | Cronotipo vs atraso de fase | A importância da exposição à luz solar.
(33:06) Sesta — como fazer? | Quais são os processos biológicos no corpo que regulam o sono?
(40:24) Que erros andamos a cometer que nos fazem dormir mal? | Porque dormimos menos que os chimpanzés? | É possível recuperar sono perdido?
(45:14) O Mundo de hoje vive numa epidemia de falta de sono — particularmente em Portugal? | ‘Sleep patterns in Portugal’, tese de Cátia Reis | Estudo impacto da falta de sono no PIB | Ou será que dormimos menos mas melhor do que antigamente?
(56:19) Fases do sono: REM e não-REM? | Pintainhos sono REM | Porque sonho mais nas férias? | https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7839702/
(1:10:52) Para que servem os sonhos? | Apesar das diferenças culturais e individuais, temos todos sonhos parecidos | Porque nos esquecemos dos sonhos?
(1:14:30) “Sleep hacks” — algum vale a pena? | Suplementos? Benzodiazepina (Xanax) | Neuromodulação não invasiva como terapia para a insónia
(1:27:47) Doenças do sono: insónias, apneias, doenças do movimento, sonambulismo, terrores noturnos, epilepsia, transtornos do sono REM, alterações circadianas.
_______________
O acto de dormir é tão essencial quanto comer ou respirar, e, no entanto, tantas vezes o subestimamos ou relegamos para segundo plano nas nossas vidas agitadas. Quem nunca disse: "Dormirei quando estiver morto"? Mas a verdade é que o sono é fundamental para a nossa saúde física e mental e é um dos pilares do nosso bem-estar. Talvez até alguns de vocês, ao ouvirem este episódio, estejam a pensar em quantas horas de sono conseguiram na noite anterior ou quantas gostariam de ter tido.
Para nos ajudar a compreender melhor a Ciência do Sono, convidei a médica Teresa Paiva, a grande referência portuguesa na medicina do sono (e alguém que, como digo na introdução, há muito queria trazer ao 45 Graus). A convidada tem uma vastíssima investigação nesta área e uma extensa prática clínica. Falámos a propósito do seu livro mais recente, 'O Meu Sono e Eu — Mitos e Factos'.
Na nossa conversa, começámos pela intrigante questão de por que dormem os seres vivos, incluindo animais tão distantes de nós evolutivamente, como os polvos; e mergulhámos nos ritmos circadianos, incluindo o estranho hábito medieval de dormir dois sonos, acordando de madrugada para voltar a deitar-se umas horas depois, e os desafios - estes contemporâneos - de ser um noctívago num mundo dominado pelos matutinos. Exploramos também os prós e contras da sesta e os erros mais comuns que cometemos, e que comprometem a quantidade e a qualidade do nosso sono.
Ou será que a maior causa da nossa falta de sono não somos nós, mas antes um problema maior, estrutural dos tempos actuais: uma “epidemia” de falta de sono causada pelo acelerar da economia e pela overdose de estímulos? As estatísticas sugerem que isto é uma realidade, no Mundo desenvolvido e particularmente em Portugal. A convidada defende esta tese, e certamente que no mundo ideal a maioria de nós dormiria mais horas por noite. Mas tentei também fazer um pouco de advogado do diabo em relação a este tema (como já estão habituados no 45 Graus). Sendo o sono uma necessidade tão básica, fico com algumas dúvidas se é possível uma privação de sono tão sistémica.
De seguida, voltando à ciência do sono propriamente dita, desvendámos os mistérios das fases do sono e o fascinante mundo dos sonhos. E para aqueles que procuram formas de otimizar o sono, perguntei à convidada a sua opinião sobre os populares 'sleep hacks' e até que ponto eles realmente funcionam.
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Teresa Paiva nasceu em Lisboa em 1945. Formou-se em Medicina em 1969, é médica neurologista e a maior referência portuguesa em medicina do sono. Há 45 anos que ajuda os outros a dormir e a entender a sua relação com o sono. O seu trabalho foi por diversas vezes premiado e colabora regularmente em ensaios clínicos com especialistas de todo o mundo. Coordenou vários projetos científicos nacionais e internacionais nesta matéria. É autora e coautora de várias obras e artigos científicos sobre o sono e é responsável pelo primeiro mestrado em sono a nível mundial. Atualmente, é diretora clínica do CENC — Centro de Medicina do Sono.
Tue, 31 Oct 2023 - 1h 33min - 201 - #151 Ricardo Dias Felner - Cozinhas do mundo, o mistério do umami e atracção do picante
Ricardo Dias Felner é um dos mais respeitados críticos gastronómicos portugueses. Foi jornalista no Público e diretor da Time Out. Os seus artigos apareceram no Expresso, Público, Grandes Escolhas, Time Out e Sábado. É autor de vários livros de ficção e lançou recentemente o livro O Homem que Comia Tudo - Aventuras culinárias, receitas e restaurantes de Portugal e do mundo.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com. Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops de Pensamento Crítico.
_______________
Índice (com timestamps):
(3:19) Porque é a comida - o prazer de comer - é tão importante para nós? | Vídeos de fritos os mais vistos no YouTube | Reacção de Maillard | Pizzeria Lupita
(10:55) A Ciência do sabor | O umami. A história da má fama do MSG | A importância do olfacto e da visão na nossa relação com a comida.
(18:30) Cozinhas do Mundo | Cozinha georgiana | O que é distintivo na cozinha portuguesa? | A diversidade de sabores na cozinha chinesa | Documentário Flavourful origins | Tikka masala o prato mais inglês
(37:31) O eterno debate sobre o picante | O álcool torna os vinhos mais redondos | Restaurante Noma em Copenhaga
(44:45) Como a cozinha vegetariana tem mudado | Restaurante Senhor Uva
(47:55) Comida portuguesa mais subvalorizada: sopa, bacalhau, conservas, broa | conserveira Pinhais | Artigo de Jaime Ramos sobre a economia portuguesa
(1:01:29) Cozinhas do Mundo sub-representadas na restauração em Portugal | Restaurante Stop Bicesse
(1:03:15) As grandes cadeias de restauração são sempre piores do que os pequenos restaurantes locais? | Groundburger | Padaria Portuguesa | Portugueses inventaram a laranja-doce? | O que torna a broa única.
Livro recomendado: M. F. K. Fisher - Consider the Oyster
_______________
A comida é muito importante para nós. Claro que precisamos de comer para sobreviver, mas a nossa relação com a comida vai mais longe: para a maioria das pessoas, comer é um dos grandes prazeres da vida. Não erro provavelmente se disser que muitos de vocês têm uma lista de restaurantes a que gostam de ir -- e outros tantos que querem experimentar e ainda não conseguiram. E muitos de nós, além disso, dedicam-se avidamente a recolher as melhores receitas e experimentá-las em casa. Na maioria das vezes, com outros convivas, porque comer é um acto eminentemente social -- talvez o mais social de todos.
Sendo a comida um aspecto tão central das nossas vidas, já tardava por isso um episódio no 45 Graus dedicado à gastronomia. E que melhor pretexto do que uma obra que é descrita pelo seu autor como "um livro sobre a mania da comida escrito por um maníaco da comida". O convidado, Ricardo Dias Felner, pode realmente ser descrito com este epíteto, ao ponto de ter experimentado larvas, alforrecas, baratas e tarântulas.
Na nossa conversa, à boleia do livro, exploramos o mundo da gastronomia, desde a ciência do sabor e do paladar, incluindo o elusivo 5º sabor: o ‘umami’. Depois da conversa, fiquei a pensar no porquê de ter sido preciso um cientista do século XX para descobrir este sabor com que convivemos desde o início da humanidade. Tenho uma hipótese, mas deixo-a no final, para vos deixar primeiro desfrutar da conversa.
Para além destes temas, falámos também das cozinhas mais fascinantes do mundo, na opinião o convidado -- e também, claro, da cozinha portuguesa: das suas limitações e forças. E não deixámos de tocar alguns debates recorrentes à mesas de refeição, como o fascínio de muitos (e a repulsa de outros) com o picante, o quão saborosa pode (ou não) ser a cozinha vegetariana e até que ponto há uma espécie de lei da natureza que faz que as grandes cadeias de restauração sejam sempre piores do que os pequenos restaurantes locais. Foi uma bela viagem pelo mundo da gastronomia.
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Wed, 11 Oct 2023 - 1h 19min - 200 - #150 José Manuel Garcia - O que faz da viagem de Fernão de Magalhães um dos maiores feitos da História Mundial?
José Manuel Garcia doutorou-se em História pela Universidade do Porto. Pertence à Academia Portuguesa da História e à Academia de Marinha, sendo presentemente investigador no Gabinete de Estudos Olisiponenses da Câmara Municipal de Lisboa. Investiga sobretudo sobre temas de História de Portugal e dos Descobrimentos, tendo publicado livros sobre o infante D. Henrique, Cristóvão Colombo, D. João II, D. Manuel, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Afonso de Albuquerque — e ainda o livro Fernão de Magalhães - a história do primeiro homem a abraçar o mundo, que foi o pretexto para este episódio. Foi também Único português a participar no melhor documentário sobre o tema, «A Odisseia de Fernão de Magalhães» (cujo título roubei para este episódio), uma grande produção da televisão francesa difundida em vários países.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
-> Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops.
_______________
Índice (com timestamps):
(1:49) Início da INTRODUÇÃO ao episódio
(8:02) INÍCIO do episódio. Quem era Fernão de Magalhães?
(15:07) De onde veio a ideia da viagem? | Francisco Serrão | Rui Faleiro | Paolo Toscanelli | João de Lisboa
(32:13) Havia mesmo um anti-lusitanismo na oposição dos nobres espanhóis a Magalhães? | Juan de Cartagena, Bispo Juan Rodríguez de Fonseca
(47:49) A passagem do estreito de Magalhães. | O mapa que Magalhães usou. | António Pigafetta
(1:02:38) Porque eram tão importantes as especiarias?
(1:07:10) Foi uma proeza ter conseguido passar o estreito à 1ª tentativa?
(1:10:43) A 2ª fase da viagem: como foi o processo de decisão de avançar e atravessar o Oceano Pacífico?
(1:12:52) Como era a personalidade de Magalhães?
(1:22:44) Chegada às Filipinas e a estranha morte de Magalhães
(1:32:28) A 3ª e última fase da viagem. | O pós-morte de Magalhães. A traição. A separação da armada em duas. | A chegada de Elcano
Livro recomendado: Damião Peres - A História dos Descobrimentos
_______________
Como sabem, o 45 Graus é para mim, em grande medida, um pretexto para aprender mais sobre temas que me interessam. E há um tema da nossa História — e, mais importante, da História Mundial — que já há muito tinha vontade de explorar melhor: a viagem de circunavegação de Fernão de Magalhães.
Todos nós aprendemos os factos básicos na escola: que Magalhães foi a primeira pessoa a dar a volta ao Mundo, e assim ficar a conhecer a verdadeira extensão da Terra, e, de caminho, a perceber que o Mundo é muito mais água do que terra.
Mas quando começamos a escavar o tema, percebemos que há nesta história muito mais do que esses factos.
Para além de dar a volta ao Mundo, a armada liderada por Magalhães conseguiu a proeza de passar à primeira o estreito que contorna o sul da América (hoje ‘Estreito de Magalhães’), um estreito desconhecido, labiríntico e cheio de correntes traiçoeiras. É argumentável dizer que foi um feito maior do que a ida à Lua. Basta pensar que o equivalente do lado norte do continente americano, a chamada Passagem do Noroeste, no Canadá, só foi atravessada no início do século XX!
Além disso, aqueles marinheiros foram também os primeiros europeus a atravessar o oceano Pacífico, um oceano desconhecido até então.
Por isso, é fácil de adivinhar que a ideia de Magalhães que deu origem à viagem -- chegar às ilhas Molucas, hoje na Indonésia, pelo Ocidente -- foi vista por muitos, à época como inusitada e lunática.
Só isto já tem os ingredientes de uma grande história. Mas há também os contornos políticos em torno da viagem. O facto de Magalhães ter ido propor o projecto aos reis de Castela causou escândalo e foi visto por muitos em Portugal como traição. Ao mesmo tempo, muitos em Espanha viam-no como um agente duplo, na verdade ao serviço da coroa portuguesa.
E depois há os detalhes da viagem em si, recheada de grandes façanhas, mas também de obstáculos, privações, violência, motins, traições e mesmo aspectos bizarros -- tudo condimentado pela personalidade ‘larger than life’ de Magalhães, um homem visionário e determinado, mas também autoritário e com tiques de loucura, disposto a tudo para conseguir o objectivo.
Tudo isto está, portanto, mesmo a pedir ser transformado num filme — ou numa série de televisão, como fez a Amazon que lançou no ano passado a série Sem Limites, com Rodrigo Santoro no papel de Magalhães (com um sotaque português irrepreensível!). Mas, mais do que isso, tudo isto está mesmo a pedir… um episódio do 45 Graus. Foi por isso que decidi convidar uma das pessoas que mais sabem sobre a viagem de Fernão de Magalhães.
Durante a nossa conversa, percorremos vários aspectos da viagem, desde o contexto às várias etapas, e fui perguntando ao convidado várias dúvidas que me surgiram ao ler o seu livro e ver o documentário. Espero que gostem.
______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: José Manuel Garcia doutorou-se em História pela Universidade do Porto. De entre as suas atividades destacam-se as que manteve na Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e na Fundação Calouste Gulbenkian, além de ter colaborado com universidades portuguesas e estrangeiras. Pertence à Academia Portuguesa da História e à Academia de Marinha, sendo presentemente investigador no Gabinete de Estudos Olisiponenses da Câmara Municipal de Lisboa. Participou na organização de numerosas exposições e congressos; na edição de catálogos e atas; proferiu inúmeras conferências; publicou abundante bibliografia sobre temas de História de Portugal e dos Descobrimentos, em que se contam nomeadamente livros sobre o infante D. Henrique, Cristóvão Colombo, D. João II, D. Manuel, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Fernão de Magalhães, Afonso de Albuquerque, Fernão Mendes Pinto, o Tratado de Tordesilhas, cartografia, fortalezas no Oriente, forais manuelinos e Lisboa.
Wed, 27 Sep 2023 - 1h 49min - 199 - #149 Pedro Domingos - O que falta para a Inteligência Artificial nos superar?
Pedro Domingos é professor emérito de Ciências da Computação na Universidade de Washington. Licenciou-se pelo Instituto Superior Técnico e doutorou-se na Universidade da Califórnia em Irvine. Recebeu em 2014 o prémio de inovação, SIGKDD, o mais prestigiado na área de ciências de dados. É autor do livro «A Revolução do Algoritmo Mestre - Como a aprendizagem automática está a mudar o mundo», publicado em 2015.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
-> Inscreva-se aqui nos workshops de Pensamento Crítico em Coimbra e Braga.
-> Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops.
_______________
Índice (com timestamps):
(04:32) INÍCIO - O que é revolucionário no Machine Learning? | As cinco famílias de modelos (as ‘cinco tribos’): conectivistas (backprop, a tecnologia por trás do ChatGPT), simbolistas, evolucionistas, bayesianos e analogistas.
(27:25) Porque é que a robótica tem avançado mais lentamente?
(32:10) Como funcionam os modelos conectivistas de deep learning (como o ChatGPT)? | Large language models | Transformers | Alexnet
(40:11) O que entendes por ‘Algoritmo Mestre’? | Como unificar as várias famílias de modelos para chegar à Inteligência Artificial Geral?
(55:47) O que é especial no cérebro humano que nos permite generalizar melhor do que a AI? | Algoritmo que conseguiu descobrir as Leis de Kepler | Livro Leonardo da Vinci, de Walter Isaacson. | Livro Analogy as the Fuel and Fire of Thinking, de Douglas R Hofstadter
(1:07:47) A IA pode tornar-se perigosa? Vem aí a singularidade? | Yuval Harari, Elon Musk | Cientistas sérios que se preocupam com o tema.
Livro recomendado: Godel, Escher, Bach, de Douglas Hofstadter
(1:32:20) O que explica um engenheiro da Google ter afirmado que o chatbot tinha consciência?
_______________
Desde que foi lançado, no final do ano passado, o ChatGPT trouxe o tema da IA de novo para a discussão. Já tardava, por isso, um episódio sobre o tema. E dificilmente poderia pedir melhor convidado.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Wed, 13 Sep 2023 - 1h 36min - 198 - Bónus: Novos workshops, recap da temporada e perguntas dos ouvintes
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
-> Inscreva-se aqui nas novas sessões do workshop de Pensamento Crítico (Lógica e Argumentação).
_______________
(00:00) Novos workshops
(00:56) Conversas que mais me marcaram este ano
(10:38) Perguntas dos ouvintes
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Sat, 29 Jul 2023 - 31min - 197 - #148 Rita Castanheira Alves - Como ser melhor pai / mãe?
Rita Castanheira Alves é psicóloga clínica e autora de vários livros infantis e de parentalidade. Em 2014, criou o projecto Psicóloga dos Miúdos, no âmbito do qual desenvolve trabalho clínico com crianças, adolescentes, jovens adultos e pais, e também workshops, comunicações e formações para pais, professores e educadores.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
-> Inscreva-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições do workshop de Pensamento Crítico.
_______________
Índice (com timestamps):
(4:31) Educamos os nossos filhos como nos educaram a nós?
(12:20) Estilos de parentalidade | Papéis de género
(32:45) Caso prático: o que fazer quando não querem comer a sopa? | Como as ações (o nosso exemplo) falam mais alto do que as palavras.
(43:56) Como pôr os miúdos a dormir a horas?
(53:43) Deve usar o elogio para incentivar bons comportamentos?
(56:44) A importância da educação emocional de pais e filhos (livro The School of Life : An Emotional Education, de Alain de Botton) | Álvaro Bilbao
(1:11:53) Como lidar com as birras?
(1:20:49) Como lidar com mau comportamento? Qual o papel dos castigos?
(1:31:33) Qual o papel correcto da tecnologia em casa?
Livro recomendado: O Livro Que Gostaria Que Os Seus Pais Tivessem Lido, de Philippa Perry
_______________
Este episódio é feito a pensar em quem, como eu, está a passar por essa fase ligeiramente desafiante que é educar crianças; e é também para os que contam vir a passar por esse desafio num futuro não muito distante -- e também, claro, para quem já tem filhos crescidos, e pode agora desfrutar, com mais calma (ou não!), de uma conversa sobre parentalidade.
Já há algum tempo que queria trazer este tema ao 45 Graus, e acho que é agora a altura certa, uma vez que as minhas filhas, sobretudo a mais velha, já saíram da fase criança-pequena (já não são toddlers) e começam agora a dar-nos os desafios que, basicamente, vão permanecer até à adolescência. A conversa que vão ouvir é, por isso, sobretudo focada nas crianças entre a fase pós-bebé e a adolescência (embora muitos dos temas que abordamos se apliquem também a idades mais avançadas).
A convidada é Rita Castanheira Alves, psicóloga clínica e autora de vários livros infantis e de parentalidade. Este tema da parentalidade tem um aspecto em comum com o da nutrição (de que falámos nos episódios 143 e 145), no sentido em que, também aqui, é fácil encontrarmos ‘especialistas’ a proporem métodos que oferecem única receita única (e, normalmente, muito radical) para todos os problemas de educar crianças. Foi por isso que tive o cuidado de convidar para este episódio alguém como a Rita. A convidada tem uma visão própria, que obviamente é sempre discutível; mas é muito ponderada nas suas opiniões — ao ponto, como vão ver, de resistir a algumas tentativas minhas de oferecer explicações demasiado taxativas. Espero que gostem.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Rita Castanheira Alves é psicóloga clínica desde 2007, especialista na área clínica e da saúde. Possui o curso de formação pedagógica inicial de formadores e formação em abordagens como: EMDR; Terapia Focada nas Emoções no Suporte Familiar e Parental; Terapia Dialética Comportamental. Membro efectivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Possui a formação teórica da pós-graduação em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva (vertente crianças/adolescentes) da Associação Portuguesa de Terapias Comportamental, Cognitiva e Integrativa (APTCCI), na qual é formadora. A sua prática profissional tem-se dividido entre a prática clínica com crianças, adolescentes e pais, passando pela gestão, implementação e coordenação de projectos de prevenção e intervenção em saúde mental na área infanto-juvenil e o trabalho na área da Psicologia Educacional e Comunitária, com diversas associações, empresas e instituições, públicas e privadas. Em Setembro de 2014, criou o projecto Psicóloga dos Miúdos, o qual dirige e no âmbito do qual desenvolve trabalho clínico com crianças, adolescentes, jovens adultos e pais, trabalho em prevenção com workshops, comunicações e formações para pais, professores e educadores e realiza supervisão clínica individual e grupal. Dedica-se à escrita infantil e de puericultura e mais recentemente à criação de materiais terapêuticos e de promoção de competências socioemocionais. É coautora de um livro infantil, autora de dois livros de puericultura, de uma colecção de livros infantis na área das emoções e de um livro infantil sobre dislexia, entre outras colecções de materiais didático-terapêuticos.
Tue, 11 Jul 2023 - 1h 38min - 196 - #147 Nuno Garoupa - Como melhorar a justiça em Portugal?
Nuno Garoupa é professor de Direito na George Mason University, nos EUA. Tem um Doutoramento em Economia pela Universidade de York (RU) e um Mestrado em Direito pela Universidade de Londres (RU). Entre as suas áreas de investigação destacam-se a análise económica do direito e das instituições legais.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
-> Inscreva-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições do Workshop de Pensamento Crítico.
_______________
Índice (com timestamps):
(5:43) Como está organizado o nosso sistema de justiça?
(24:35) Mais checks and balances e menos separação de poderes? | Mais transparência nas nomeações para o T. Constitucional e PGR | polémicas recentes nomeações TC (um, dois) | Portas giratórias entre poderes político e judicial | Mecanismos de avaliação juízes
(46:44) Mega-processos
(54:51) Como tem evoluído o congestionamento dos tribunais? | Crimes de colarinho branco
(1:09:50) Avaliação legislativa. Teste Simplex. | Lobbying.
(1:15:54) Desafios de fundo de fazer reformas em Portugal. Corporativismo; sociedade civil; capital social. | Polémica com as alterações aos estatutos das ordens profissionais
_______________
Olhando para a quase centena e meia de episódios que o 45 Graus já leva, há um facto curioso. É que, depois de já ter discutido o país com dezenas de convidados e em múltiplos aspectos -- desde a economia à política, a várias dimensões da vida em sociedade -- nunca tive nenhum episódio dedicado ao sistema de justiça. Isto é estranho, não só porque o poder judicial é um dos três poderes do Estado (juntamente com o executivo e legislativo), como porque a justiça é um tema que estamos sempre a ver discutido nos jornais e televisões, seja pelos atrasos dos tribunais (que afectam, por exemplo, a competitividade da economia) seja pela terrível dificuldade em obter acusações nos crimes de colarinho branco (o que em muito mina a confiança dos cidadãos).
Talvez a ausência deste tema no podcast seja coincidência -- ou talvez diga algo da impenetrabilidade do sistema de justiça para os não-juristas como eu. Ou talvez esteja relacionado com o menor peso que o poder judicial, nomeadamente o TC, tem na política em Portugal em comparação com outros países. Seja como for, era uma lacuna que estava mais que na hora de suprir. E para isso trouxe mais um repetente ao podcast: Nuno Garoupa.
O Nuno tinha estado no podcast há uns anos, no episódio 64. Na altura, falámos da qualidade das instituições em Portugal, mas numa perspectiva muito ampla, que foi desde a cultura e da História à economia. Convidei-o agora para regressar ao podcast para falar sobre o nosso sistema de justiça, à boleia de um ensaio, publicado pela FFMS, que escreveu já há largos anos mas que continua muito actual. Neste livro, chamado O Governo da Justiça, o Nuno analisa a organização e funcionamento do sistema de justiça em Portugal, misturando as conclusões da literatura científica do direito comparado com a sua própria opinião, muito crítica, em relação à forma como o poder judicial opera no nosso país e à sua relação com o poder político.
Nesta conversa, começámos por falar de alguns aspectos do nosso sistema de justiça que há muito me suscitam curiosidade (e imagino que a muitos de vós também). Como compara a arquitectura do nosso sistema jurídico com outros países, desde a hierarquia entre tribunais aos vários tipos de direito Por exemplo, em Portugal o Direito está separado em duas jurisdições distintas: a civil e a administrativa (que diz respeito às relações com o Estado). É assim em todos os países? Que modelos podíamos copiar de outras geografias com a nossa tradição jurídica? E como se auto-governam os magistrados e outros oficiais de justiça? Que relação têm com a Administração Pública normal? E qual é o grau de autonomia que tem face ao poder político? a
À boleia da relação entre os poderes judicial e político, discutimos uma das reformas que o convidado propõe no ensaio. O Nuno defende que as magistraturas tenham mais poder e independência administrativa face ao governo, mas, ao mesmo tempo, defende também mais transparência e mais accountability perante o parlamento e os cidadãos, num sistema de checks and balances (de inspiração anglo-saxónica). Esta transparência é, segundo ele, essencial para conseguir perceber porque falha, quando falha, a justiça, seja nos atrasos dos tribunais seja no arrastar dos processos de crime de colarinho branco, conseguindo distinguir, por exemplo, quando é que isso resulta de insuficiências na governação interna das magistraturas ou quando é um problema de leis mal desenhadas pelos políticos.
Mas estas medidas de impacto desfasado no tempo são, já se sabe, sempre difíceis de fazer em Portugal, seja pelo corporativismo das organizações seja porque, como referi no início, o governo da justiça (ao contrário dos casos específicos) não é um tema que entusiasme particularmente quer políticos quer os cidadãos. Acabámos, por isso, a discutir os desafios mais de fundo que impedem algumas reformas necessárias em Portugal e o que fazer para os superar, exactatamente -- mas juro que não foi de propósito -- o tema da nossa primeira conversa. Espero que gostem.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Nuno Garoupa é professor de Direito, Reitor Adjunto para a Investigação e Desenvolvimento de Quadros e Director de programas de pós-graduação na George Mason University - Antonin Scalia Law School. Anteriormente, foi professor na Texas A&M University School of Law (2015-2018) e na Universidade de Illinois. Antes disso, de 2014 a 2016, foi Presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em Lisboa, Portugal. Foi também Professor de Direito e Investigador ‘H. Ross and Helen Workman’, na Faculdade de Direito da Universidade do Illinois e Co-Diretor do Programa de Direito, Ciências Sociais e Comportamentais do Illinois. Tem um Doutoramento em Economia pela Universidade de York (RU) e um Mestrado em Direito pela Universidade de Londres (RU). Entre as suas áreas de investigação destaca-se a análise económica do direito e das instituições legais. Os resultados destas investigações têm sido publicados em revistas científicas de destaque, tais como: Journal of Legal Studies; Journal of Law and Economics; American Law and Economics Review; Oxford Journal of Legal Studies; American Journal of Comparative Law; Cambridge Law Journal; Journal of Law and Society; European Review of Private Law; European Business Organization Law Review; e Maastricht Journal of European and Comparative Law. Foi Vice-Presidente da Associação Europeia de Direito e Economia, de 2004 a 2007; integrou o Conselho de Administração da International Society for New Institutional Economics, de 2006 a 2009, e foi Co-Editor da Review of Law and Economics, entre 2004 a 2010. Nuno Garoupa recebeu o prémio espanhol de investigação Julian Marias, em 2010, e foi Bolseiro Searle-Kauffman em Direito, Inovação e Crescimento no Searle Center on Law, Regulation, and Economic Growth, na Faculdade de Direito da Northwestern University, de 2009 a 2010.
Thu, 22 Jun 2023 - 1h 31min - 195 - #146 Raquel Vaz Pinto - Estamos a entrar numa guerra fria entre os EUA e a China?
Raquel Vaz-Pinto é Investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) da Universidade Nova de Lisboa e Prof. Auxiliar Convidada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da mesma Universidade, onde lecciona as disciplinas de Estudos Asiáticos e História das Relações Internacionais. Foi consultora do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian de 2020 a 2022 e Presidente da Associação Portuguesa de Ciência Política de 2012 a 2016. Autora de vários artigos e livros entre os quais A Grande Muralha e o Legado de Tiananmen, a China e os Direitos Humanos editado pela Tinta-da-China e Os Portugueses e o Mundo editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Os seus interesses de investigação são Política Externa e Estratégia Chinesa; os EUA e o Indo-Pacífico; e Liderança e Estratégia. É analista residente de política internacional da SIC e da TSF. Actualmente, está a terminar um livro, que será publicado pela Tinta-da-china, sobre os desafios colocados pela China às democracias liberais europeias, incluindo a portuguesa.
-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
-> Inscreva-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições do Workshop de Pensamento Crítico.
_______________
Índice (com timestamps):
(9:47) O que mudou na rivalidade CN-EUA desde o nosso episódio de 2018? | Wolf warrior diplomacy | Os diplomatas chineses mal-comportados | Índia | Quad
(30:18) A política externa dos EUA em relação à China começou por ser complacente e tornou-se demasiado agressiva? | Artigo de John Mearsheimer | Estratégia dos G7 em relação à CN: do decoupling ao de-risking | Matérias primas críticas e terras raras (e aqui)
(42:10) Já podemos falar de uma Guerra Fria entre EUA e CN? | A Armadilha de Tucídides (Livro: História da Guerra do Peloponeso)| Houve uma crença exagerada no Ocidente nos efeitos da abertura económica? | Como os manuais de economia americanos sobrevalorizam a economia da URSS | Frase atribuída a Deng Xiaoping: «Hide your strength, bide your time»
(55:26) Comparação China vs URSS | O papel da ideologia na guerra fria vs na nova ‘ordem chinesa’ | Aumento do autoritarismo do regime chinês | Digital Dictators | Cimeira da Ásia Central, sem a Rússia | Nova política externa defendida pelo SPD alemão | A nova ambição da China para o Ártico
(1:18:37) O que esperar do futuro -- e o que fazer para evitar uma escalada do conflito? | Tese do ‘peak China’ | O problema demográfico da china (e os telefonemas aos recém-casados) | Livro: Leftover Women, de Leta Hong Fincher | Episódio com Hu Jintao no congresso do CCP | European Critical Raw Materials Act | A integração económica é um garante de que não ocorre uma guerra ou é, pelo contrário, uma fonte permanente de tensões?
_______________
Pode parecer estranho o que vou dizer -- tendo em conta que a política internacional parece estar dominada pela Guerra da Ucrânia desde fevereiro do ano passado -- mas a verdade é que, muito provavelmente, não será este o tema central das Relações Internacionais da nossa época.
O tema que vai marcar, muito provavelmente, as próximas décadas é outro: a rivalidade entre os Estados Unidos e a China, que se vai instalando à medida que esta vai ascendendo na ordem internacional e disputando a ordem unipolar até aqui dominada pelos norte-americanos. Há mesmo quem ache que já estamos a viver uma nova Guerra Fria entre as duas potências.
Esta ideia não será novidade para os mais atentos a estas lides, e sobretudo não o é para quem ouviu o episódio #38 do 45 Graus, publicado em 2018, cuja convidada foi Raquel Vaz Pinto. O tema geral desse episódio foi a China e um dos tópicos que discutimos foi, precisamente, até que ponto a rivalidade entre Pequim e Washington iria marcar as próximas décadas.
Ora, se já na altura, há quase 5 anos, isso era uma probabilidade forte, hoje é quase uma certeza. Ao mesmo tempo, passou-se entretanto muita coisa na relação entre os dois países, desenvolvimentos esses que nos vieram dar uma ideia mais clara (embora ainda repleta de incógnitas) sobre a forma que esta rivalidade poderá tomar nos próximos anos. Além disso, ao longo destes anos, fui recebendo muitos elogios ao episódio -- não só pela relevância do tema (que justificava mais do que um episódio), mas, sobretudo, pela convidada. A Raquel não só sabe muito, como é uma excelente comunicadora.
Por isso, decidi convidá-la para regressar ao 45 Graus para discutir este tema: com mais profundidade do que na 1ª conversa e tirando partido da informação adicional que hoje temos. E ela teve a gentileza de aceitar.
Raquel Vaz-Pinto é Investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) da Universidade Nova de Lisboa e Prof. Auxiliar Convidada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da mesma Universidade, onde lecciona as disciplinas de Estudos Asiáticos e História das Relações Internacionais. Foi consultora do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian de 2020 a 2022 e Presidente da Associação Portuguesa de Ciência Política de 2012 a 2016. Autora de vários artigos e livros entre os quais A Grande Muralha e o Legado de Tiananmen, a China e os Direitos Humanos editado pela Tinta-da-China e Os Portugueses e o Mundo editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Os seus interesses de investigação são Política Externa e Estratégia Chinesa; os EUA e o Indo-Pacífico; e Liderança e Estratégia. É analista residente de política internacional da SIC e da TSF. Actualmente, a terminar um livro, que será publicado pela Tinta-da-china, sobre os desafios colocados pela China às democracias liberais europeias, incluindo a portuguesa.
Quando gravámos a nossa conversa em 2018, estas tensões entre os EUA e a China estavam ainda, de certa forma, no início. Donald Trump tinha tomado posse apenas no início do ano anterior, pondo em prática uma mudança radical na postura americana em relação à China, impondo tarifas a uma série de bens chineses. Essa medida gerou uma réplica do lado chinês, dando início a uma guerra comercial entre os dois países.
Mas, desde então, já muita tinta correu. A guerra comercial -- mesmo já com a Administração Biden -- acentuou-se e estendeu-se a outras áreas, e os dois países têm acumulado várias divergências na arena internacional, nomeadamente em relação à Guerra da Ucrânia, na qual a China tem adoptado uma postura no mínimo ambivalente. teoricamente neutra mas, na prática, próxima da Russia. Ao mesmo tempo, a retórica belicosa que Trump tinha inaugurado do lado norte-americano tem sido mais do que correspondida do lado chinês, com líderes políticos e diplomatas a adoptarem um discurso cada vez mais assertivo (e, em alguns casos, mesmo agressivo).
Estas disputas comerciais e divergências geopolíticas são, no entanto, segundo muitos analistas, apenas as causas próximas do aumento da conflitualidade entre CN e EUA. A causa última – o factor fundamental por trás desta mudança – reside, para muitos, na denominada ‘Armadilha de Tucídides’, de que falámos também no episódio de 2018.
A ‘armadilha’ tem este nome porque foi postulada pela primeira vez pelo historiador ateniense Tucídides, na sua História da Guerra do Peloponeso, que opôs Atenas a Esparta. Segundo ele, a guerra entre os dois era inevitável, uma vez que Atenas estava a crescer e ganhar poder, o que fazia aumentar a sua ambição, enquanto essa situação gerava em Esparta, o poder incumbente uma forte ansiedade.
Esta ideia tem sido amplamente discutida nos últimos tempos, a propósito da rivalidade CN-EUA, por académicos e analistas, tanto do lado norte-americano como também do chinês. Um dos mais conhecidos é Graham Allison, que popularizou o conceito no seu livro: Destined for War: Can America and China Escape Thucydides's Trap? ,
Segundo os proponentes da “Armadilha”, sempre que uma potência emergente ameaça substituir uma potência hegemónica existe uma tendência inexorável para a guerra entre as duas. Aplicada à relação entre a China e os EUA, isto implica que à medida que o poder económico e militar da primeira se vai aproximando do dos EUA, isso cria-lhe, inevitavelmente, um sentimento de auto-importância crescente e de direito a ter um papel mais activo na política global. Ao mesmo tempo, cria nos Estados Unidos, a potência incumbente, medo, insegurança e uma determinação de defender o status quo a todo o custo .
Esta visão da Armadilha de Tucídides enquanto espécie de “lei das relações internacionais” atinge o seu pináculo em académicos da chamada escola ultra-realista das RI. O maior exemplo -- de quem falamos no episódio -- é talvez John Mearsheimer (de quem também falei no episódio sobre a Guerra da Ucrânia, com Lívia Franco).
Para Mearsheimer, esta armadilha é de tal modo uma inevitabilidade, que afirma que o governo norte-americano deveria ter antecipado o perigo do crescimento económico acelerado da China e, simplesmente, tentado impedi-lo.
Ancorados nesta ideia, há, assim, um número crescente de analistas e oficiais -- tanto nos Estados Unidos como na China -- que discutem hoje, abertamente, a possibilidade de um conflito entre os dois países, seja ele uma guerra directa (de maior ou menor escala) ou uma guerra fria, como a com a URSS, sem conflitos directos mas com as charadas “guerras por procuração”.
No entanto, como a Raquel chama a atenção, as RI são demasiado complexas para podermos tomar esta armadilha como lei de forma simplista. Há factores que contribuem para este desenlace, mas outros há que não e, sobretudo, persistem ainda muitas incógnitas sobre o que pode acontecer.
Espero que gostem!
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Wed, 31 May 2023 - 1h 40min - 194 - #145 Pedro Carvalho e Vítor Hugo Teixeira (pt 2) - Leite, ovos, dietas e um jejum que durou um ano
Pedro Carvalho é doutorado em Ciências do Consumo Alimentar e Nutrição pela mesma instituição e professor na Escola Superior de Biotecnologia. Atualmente é consultor nutricional na SONAE e no Leixões Sport Club e tem também prática clínica enquanto nutricionista. Além disso, escreve já há alguns anos regularmente no jornal Público e lançou já vários livros, o mais recente dos quais “Os Novos Mitos que Comemos”, que saiu em 2021.
Vítor Hugo Teixeira é doutorado pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, onde é também professor e investigador. Em paralelo, é director do serviço de nutrição do Futebol Clube do Porto e co-fundador da Nutriens Academy, formação de nutrição baseada em evidência para profissionais de saúde Investigador no Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL).
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
-> Inscreva-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições do workshop de Pensamento Crítico.
_______________
Índice (com timestamps):
(4:06) Introdução ao episódio
(6:17) Que alimentos fazem mal? | Todas as componentes que há numa banana | Porque é a esperança de vida tão elevada em Espanha?
(22:03) Leite
(28:56) Manteiga | Ovos
(36:41) Porque é tão difícil perder peso? | A alimentação enquanto fonte de prazer | O papel do desporto | Estudo da dieta urina débito de glicose
(1:00:26) Jejum intermitente
(1:10:36) Modas e tendências: FODMAPs | dieta cetogénica | macrobiótica
(1:15:09) O curioso caso de Angus Barbieri e o jejum de 1 ano
Livros recomendados: Previsivelmente Irracional de Dan Ariely; Pensar, Depressa e Devagar de Daniel Kahneman | O Sentido do Gosto de José Bento dos Santos
_______________
Como prometido, a 2ª parte da conversa sobre nutrição com Pedro Carvalho e Vítor Hugo Teixeira.
Começámos onde tínhamos terminado a 1ª parte, a falar dos alimentos que a investigação mostra serem mais e menos saudáveis. Desta vez abordámos aqueles que devemos mesmo evitar. Isso levou-nos a alguns alimentos incontornáveis nestas conversas sobre alimentos bons e maus, daqueles que apaixonam e dividem opiniões como se se tratassem de clubes de futebol, como, por exemplo, o leite e os ovos.
Depois falámos de um tema incontornável e que tinha abordado só de passagem na 1ª parte da conversa: dietas, e porque temos uma relação tão forte com a comida (o que torna difícil controlar o peso). Isto levou-nos a abordar também a psicologia humana, que nesta área é tão ou mais importante do que a nutrição propriamente dita. Falámos também de algumas modas recentes, como jejum intermitente e a dieta cetogénica (um regime radical em que se elimina a maioria dos hidratos mas, para compensar, se consome muitas gorduras).
E, a terminar, falámos do curioso caso de Angus Barbieri de que alguns de vós talvez tenham ouvido falar. Barbieri era um indivíduo obeso, com mais de 200 kg, que numa medida radical decidiu jejuar, isto é não comer nada, durante mais de um ano. No final, perdeu 125 kg, terminando com 82kg. Será verdade?
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Vítor Hugo Teixeira 48 anos é licenciado em Ciências da Nutrição e Doutorado em Nutrição Humana, pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto e docente em 5 pós-graduações na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Nutricionista do Futebol Clube do Porto, com responsabilidade de direção do Serviço de Nutrição. Co-fundador da Nutriens Academy, formação de nutrição baseada em evidência para profissionais de saúde Investigador no Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL). Publiquei 59 artigos em revistas científicas, 9 capítulos de livros e 1 livro. Realizou +200 comunicações em congressos nacionais e internacionais. Subdiretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, de 2014 a 2018 e membro do Conselho Executivo, de 2018 a 2022 Conselheiro da Ordem dos Nutricionistas, de 2015 a 2019.
Pedro Carvalho é doutorado em Ciências do Consumo Alimentar e Nutrição em 2015 pela FCUP/FCNAUP, é licenciado em Ciências da Nutrição pela FCNAUP. É Professor Auxiliar da Escola Superior de Biotecnologia desde 2016. Foi de 2009 a 2017 nutricionista no Futebol Clube do Porto e é igualmente professor auxiliar convidado no ISMAI. Foi já professor auxiliar convidado no Instituto Politécnico de Viana do Castelo e assistente convidado na FCNAUP. É o autor das rubricas “Dicionário dos Alimentos” e “Mitos que Comemos” no Público, tendo lançado os livros “50 Super Alimentos Portugueses (+10!)” em 2012 , “Os Mitos que Comemos” em 2016, “Comer, Crescer, Treinar” em 2018, e “Os Novos Mitos que Comemos” em 2021. Atualmente é consultor nutricional na SONAE e no Leixões Sport Club e dá consultas no Centro de Inovação Médica e Clínica Privada de Guimarães.
Thu, 18 May 2023 - 1h 27min - 193 - [Extra] Joana Marques - 5 textos de humor que gostava de ter escrito (Remotamente Interessante)
Episódio retirado do programa Remotamente Interessante, que gravei com a Fundação Francisco Manuel dos Santos em 2020.
Joana Marques é humorista, guionista e autora. Escreveu os livros O Meu Coração Só Tem Uma Cor e Vai Correr Tudo Mal e criou, em 2012, com Daniel Leitão, o programa Altos & Baixos, no Canal Q. É uma d’As Três da Manhã, na Renascença, onde faz a rubrica diária Extremamente Desagradável. É um dos elementos da equipa de autores do programa Isto é Gozar com Quem Trabalha, de Ricardo Araújo Pereira, e escreve semanalmente na revista Visão.
-> Inscreva-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições do Workshop de Pensamento Crítico.
Índice (com timestamps):
(2:20) Um bit de stand up como Daniel Sloss
(9:56) Um filme de comédia como os franceses (ex: Bienvenue chez les Ch'tis, “Bem Vindo ao Norte” ou Qu'est-ce qu'on a fait au Bon Dieu, “Que mal fiz eu a Deus?”)
(16:25) Uma sitcom como “Family Ties” (“Quem sai aos seus”)
(22:40) Uma série como “Modern Family” (“Uma família muito moderna”)
(31:06) Crónicas como os brasileiros Antonio Prata (livro “Meio intelectual, meio de esquerda”) ou Gregório Duvivier (livro "Caviar é uma ova")
Wed, 10 May 2023 - 38min - 192 - #144 João Zilhão - Uma revolução no nosso entendimento dos Neandertais (e de nós próprios)
João Zilhão é arqueólogo, actualmente Investigador Coordenador na Universidade de Lisboa. Anteriormente, foi professor em várias universidades, incluindo a de Bristol e de Barcelona. Em 1996, foi nomeado pelo governo português para coordenar a criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa e, em 1997, tornou-se Diretor do Instituto Português de Arqueologia. É conhecido por suas pesquisas sobre a arte rupestre paleolítica e por descobertas importantes, como os mais antigos restos de humanos anatomicamente modernos da Europa, encontrados na Roménia.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
-> Inscreva-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições do Workshop de Pensamento Crítico.
_______________
Índice (com timestamps):
(4:46) Qual é, verdadeiramente, a relação entre sapiens e neandertais? | o problema de faltarem fosseis ‘no meio’ | Richard Dawkins e a tirania da mente descontinua | Aborígenes da Tasmânia | América nunca esteve isolada? (um, dois, três) | Criança do Lapedo | Artigo de Trenton Holliday sobre o tempo necessário para a formação de uma espécie diferente
(36:52) A importância da História para entender as ideias que se formaram sobre os Neandertais (frenologia) | Os Neandertais eram menos inteligentes? | Capa da revista Science | Porque predominam em nós os genes Neandertais?
(56:26) Quando os geneticistas se juntaram ao jogo. (Svante Pääbo) ADN mitocondrial
(1:06:36) Temos mais antepassados neandertais XX ou XY? | Houve confrontos entre sapiens e neandertais?
(1:14:06) Grandes descobertas que podemos esperar no futuro? Enigmáticos vestígios Neandertais na gruta de Bruniquel, em França
Filme recomendado: The Neanderthal Man (1953)
_______________
O modo como olhamos para os Neandertais é das áreas da ciência em que as coisas mais mudaram ao longo das últimas décadas. Até há não muito tempo (e é essa ainda a imagem que persiste em muito do imaginário popular), acreditava-se que os neandertais eram, basicamente, hominídeos primitivos e abrutalhados, uns antepassados remotos da nossa espécie, ainda com um intelecto mais próximo dos animais do que do da nossa cognição avançada.
Nas últimas décadas, várias descobertas arqueológicas (e a própria mudança mais ‘cultural’ no modo como olhamos para a diversidade humana) têm vindo a mostrar que esse entendimento estava errado, de pelo menos duas formas. Primeiro, sabemos hoje que os Neandertais não são nossos antepassados, mas sim nossos primos: coexistiram com os humanos que vieram de África, e cuja morfologia se parece mais com a nossa. Segundo, e relacionado com isto, os Neandertais estavam longe de ser estúpidos, como até ali se pensava, e há cada vez mais vestígios arqueológicos, como arte rupestre, a mostrar que tinham cultura e eram capazes de pensamento simbólico.
Mas talvez tenhamos de levar esta revisão do nosso entendimento sobre os Neandertais ainda mais longe. É isso que propõe o convidado deste episódio.
João Zilhão é arqueólogo e um dos principais investigadores mundiais na área da paleoarquologia. Actualmente, é investigador coordenador na Universidade de Lisboa e foi anteriormente professor em várias universidades, incluindo Bristol e Barcelona. Em 1996, foi nomeado pelo governo português para coordenar a criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa (onde estão as famosas gravuras) e, em 1997, tornou-se o primeiro Diretor do Instituto Português de Arqueologia.
O convidado propõe, então, uma interpretação ainda mais radical da nossa relação com o Neandertais. Primeiro, argumenta que quanto mais evidência arqueológica encontramos mais percebemos que os Neandertais não eram assim tão diferentes da população de sapiens da que veio de África, e, por isso, não os podemos verdadeiramente considerar uma espécie diferente. Segundo, diz que se olharmos sem preconceitos para os vestígios neandertais que nos chegaram, não há nenhuma razão para supor que fossem menos sofisticados cognitivamente do que os sapiens vindos de África. E, por isso, faz também sentido que tenha havido cruzamentos. É verdade que os genes que prevalecem no nosso genoma (entre 96 a 98%) são os dos sapiens vindos de África, mas isso, segundo o João, é meramente resultado da discrepância de números entre as duas populações.
Esta tese do convidado é provocadora e está longe de ser consensual no meio da paleoarqueologia (a ver vamos o que as próximas descobertas trazem). Mas os argumentos em que ele a sustenta são, na minha opinião, um exemplo prático de pensamento crítico aplicado à Ciência e, também, já agora, dos deméritos da hiper-especialização que já abordei noutros episódios.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Carla Caçote, Ana Rita Nogueira, Henrique Pais, Francisco Hermenegildo
Diogo Ramos, Bruno Heleno, João Almeida Coelho, Henrique Valente, Catarina Pechincha, Paulo Encarnação , Sandra Ferreira , Hélio Bragança da Silva, João Domingues, Carlos Pires, Tiago Goncalves, Manuel Canelas, Fernando Nunes, Luis Fernambuco, Cesar Carpinteiro, Helder Miranda, João Ribeiro, Nuno e Ana, Miguel Marques, Corto Lemos, Galaró family, Carlos Martins, Tiago Leite, Abilio Silva, João Baltazar, BFDC, António Mexia Santos, Pedro Gaspar, Ivo Loureiro, Rita Carvalho
Rodrigo Antunes, Pedro Lemos Silva, Andre Soares, Rui Caetano Garcês, Inês Águas, João Morais, Zé da Radio, Tiago Sequeira, Lígia Violas, Nuno Brites, Paulo Barros, Bernardo Vidal Pimentel, Carlos Nobre, Armindo Martins , João Vieira dos Santos, Ruben de Bragança, António Rocha Pinto, Alberto Alcalde, Joao Alves, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, RB, Mário Lourenço, ARUNE BHURALAL, Ana Teresa Mota, Andreia Esteves, Rafael Santos, Francisco Fonseca, João Nelas, Carmen Camacho, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, Joao Saro, Tomás Costa, Bernardo Cortez
Ana Padilha, Alexandre Pinto, Luís Viegas, Josué Amoroso, Miguel Santos, Nuno Germano, Rui Rodrigues, Luís Caldeira, Bruno Maia, afonsori 00, Luis, Pedro Manuel da Eira Coelho, Nuno Barbosa Morais, Margarida Pontes, Cristiana Campos, Elsa Caetano, Márcia Filipa Alves Serra, Miguel Duarte, Tiago Rodrigues, Cristina Loureiro, Joao Gama, José Alberto Gomes, Rodrigo Silva, Duarte Cameirão, Teresa Painho, Marta Mendonca, Paloma Nunes, Paulo Rafael, Filipa Portela, Diego Goulart, Andrzej Stuart-Thompson, Mariana Portela , Luís Machado, Ricardo Trindade, Ana Leal, Cláudia Gomes Batista, Alexandre Alves, Carlos Castro, David Palhota, Carlos Branco, Francisco Seabra Guimarães, RJ, Ricardo Sousa, Tomás Lucena, Fábio Videira Santos, Rui, Helena Pinheiro, Margarida Costa Almeida, Tiago Agostinho, Miguel Jacinto, Inês Ribeiro, Sofia Ferreira, JC Pacheco, Catarina Fonseca, Pedro On The Road, tati lima, Gonçalo Baptista, Joana Pereirinha, João Lopes, Bruno Pinto Vitorino, Zé, miguel farracho, Rita Noronha, Teresa Pimentel, Tiago Pedroso, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Antonio Loureiro, Pedro Bravo, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Fábio Monteiro, paulo matos, Joao Barbosa, Cloé Leal de Magalhães, Tomás Saraiva, Rui Antunes, Nuno Malvar, Pedro L, Ana Rita Laureano, João Diamantino, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, João Pereira, Maria Oliveira, Pedro Gaspar, Cristiano Tavares, Cesar Correia, Luis Gomes, Patrícia Esquível , Daniel Almeida, Bruno Lamas, Francisco Manuel Reis, Diogo Rombo, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Manuel Martins, Lara Luís, Francisco Santos, Ana Sousa Amorim, Antonio Albuquerque, Maria Francisca Couto, Renato Mendes, João Barbosa, Robertt Valente, Afonso Martins, João Pinho , João Crispim, Joao Diogo, Jose Pedroso, José Oliveira Pratas, Telmo , Vasco Lima, Tomás Félix, Duarte , Ricardo Duarte, Miguel Palhas, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Pires, David , Salvador Cunha, Vasco Sá Pinto, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos, Ricardo Migueis, Margarida Santos, João Ribeiro, Paolo Dal Maso, Nuno Costa
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: João Zilhão (Lisboa, 1957) é, desde 1 de Setembro de 2022, Investigador Coordenador na Universidade de Lisboa. Antes da actual nomeação, foi ICREA Research Professor na Universidade de Barcelona (2011-2022) e Professor of Palaeolithic Arqchaeology na Universidade de Bristol (2005- 2010). Anteriormente, leccionou na Universidade de Lisboa e, temporariamente, nas Universidades de Bordéus I, Paris I e Toulouse Le Mirail. Em Janeiro de 1996, foi nomeado pelo governo português para organizar a criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa, coordenar a investigação científica realizada para estabelecer a cronologia da arte rupestre paleolítica do vale, e preparar a candiatura do sítio a Património Mundial (estatuto que viria a ser alcançado em Dezembro de 1998). Ainda em regime de comissão de serviço no Ministério, assumiu de seguida, em Maio de 1997, as funções de Director do Instituto Português de Arqueologia (IPA), direcção-geral então criada para supervisar a atividade arqueológica no país, funções que exerceu até regressar à vida académica a tempo inteiro, em Maio de 2002. Em 1998, dirigiu a escavação de salvamento da sepultura infantil de Lagar Velho (Portugal), datada do Paleolítico Superior inicial e, em 2004-2005, a investigação arqueológica da Peştera cu Oase (Roménia), onde foram encontrados os mais antigos restos de humanos anatomicamente modernos da Europa. Foi o Conference Organiser do Congresso Anual da Associação Europeia de Arqueólogos, realizado em Lisboa no ano 2000, e foi membro da Comissão Executiva dessa associação entre 2003 e 2006. Em 2003, foi galardoado com um Humboldt Foundation Research Award (instituição anfitriã: Universidade de Colónia) em reconhecimento dos seus "êxitos académicos (no ensino e na investigação)". Em 2005, foi galardoado com o Prémio Europa da Sociedade Pré-Histórica de Londres, em reconhecimento pelo seu "contributo significativo e duradouro para o estudo da Pré- História europeia". Em 2012, o seu perfil de investigador foi publicado na revista "Science" (https://doi.org/10.1126/science.337.6095.642).
Wed, 03 May 2023 - 1h 18min - 191 - #143 Vítor Hugo Teixeira e Pedro Carvalho (pt1)- Nutrição baseada na ciência
Vítor Hugo Teixeira é doutorado pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, onde é também professor e investigador. Em paralelo, é director do serviço de nutrição do Futebol Clube do Porto e co-fundador da Nutriens Academy, formação de nutrição baseada em evidência para profissionais de saúde Investigador no Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL).
Pedro Carvalho é doutorado em Ciências do Consumo Alimentar e Nutrição pela mesma instituição e professor na Escola Superior de Biotecnologia. Atualmente é consultor nutricional na SONAE e no Leixões Sport Club e tem também prática clínica enquanto nutricionista. Além disso, escreve já há alguns anos regularmente no jornal Público e lançou já vários livros, o mais recente dos quais “Os Novos Mitos que Comemos”, que saiu em 2021.
_______________
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
_______________
-> Preencha aqui o inquérito aos ouvintes
->Adenda: workshops esgotados. Deixe aqui o seu email para ser avisado(a) de futuras edições.
_______________
Índice (com timestamps):
(06:50) Porque é tão difícil investigar nutrição?
(26:13) Descobertas recentes: a surpreendente importância da microbiota | Os edulcorantes são perigosos?
(41:31) Os diferentes tipos de macronutrientes e a importância de ter uma dieta que minimize a resposta glicémica dos nosso organismo
(53:39) Perigos do álcool. Consumo moderado de vinho faz bem?
(56:14) Alimentos biológicos | Peixe e carne de ‘aviário’
(1:09:08) Que alimentos fazem melhor? peixe (devemos preocupar-nos com o mercúrio) | hortícolas (a importância dos polifenóis) | fruta (e o porquê da má fama recente) | (o estranho hype do óleo de coco) | (sensibilidade ao glúten; editorial referido) | Leguminosas (investigação das Blue Zones) | Oleaginosas (‘frutos secos’) e sementes
_______________
Todos damos alguma atenção ao que comemos -- seja porque queremos fazer dieta, aumentar a massa muscular ou simplesmente porque queremos ser saudáveis e viver o máximo de tempo. É certo que nem todos damos a mesma importância a tentar perceber como funciona a nutrição, mas arrisco dizer que não há ninguém que esteja a ouvir estas palavras que nunca tenha aberto uma notícia sobre o alimento x que faz milagres ou é preciso evitar, visto um documentário sobre a nova tendência na nutrição ou, no mínimo, absorvido meia dúzia de factóides em conversas de café sobre os alimentos que fazem melhor e aqueles a evitar.
De facto, a alimentação tem uma grande importância para a nossa saúde e vitalidade, e por isso ter noções de nutrição não é apenas interessante para curiosos como eu mas algo com um benefício prático concreto. E, no entanto, arrisco também dizer que não estou sozinho na impressão de que é muito difícil, quase impossível encontrar respostas consensuais nesta área. Há, literalmente, opiniões para todos os gostos em relação à maioria dos alimentos e regimes alimentares, muitas vezes opostas e extremadas
Isto explica-se em parte, como vão ver, pela complexidade da investigação nesta área, mas não ajuda nada o facto de muitos nutricionistas e médicos deixarem a ciência de lado para adotarem, por motivos de marketing, uma ‘ideologia nutricional’. Além disso, a alimentação, por ter um forte lado social, está também muito associada à identidade das pessoas, o que leva à proliferação, nos últimos anos, de ‘tribos’ alimentares dos mais diferentes tipos, que defendem uma receita única para todos os males, seja a do veganismo, do jejum intermitente, da dieta alcalina ou da alimentação paleolítica.
Por isto tudo, e apesar de este ser, para mim, um tema simultaneamente interessante e com implicações práticas, tenho protelado trazê-lo de volta ao podcast. Até hoje. Os convidados deste episódio têm, como vão ver, um grande conhecimento da nutrição, em particular da investigação mais recente, mas também, o que é igualmente importante, uma noção das suas limitações e do bom-senso que é preciso ter nestas áreas.
Este episódio surgiu quando o Vítor Hugo Teixeira me enviou uma mensagem, através das redes sociais, elogiando o episódio #140, com o Nuno Barbosa Morais, e salientando como os desafios de fazer ciência de que o Nuno falava se aplicam especialmente à área das ciências da nutrição, em que é investigador. Percebi, por isso, que era boa ideia convidá-lo para o podcast.
Em conversa, o Vítor recomendou-me também outro colega com uma perspectiva complementar sobre este tema, Pedro Carvalho. E acabei por decidir -- por que não? -- gravar um episódio com os dois. O tema nutrição dá mais do que pano para mangas. Por isso, este é o primeiro de dois episódios que vou dedicar ao tema com a mesma dupla de convidados.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Vítor Hugo Teixeira 48 anos é licenciado em Ciências da Nutrição e Doutorado em Nutrição Humana, pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto e docente em 5 pós-graduações na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Nutricionista do Futebol Clube do Porto, com responsabilidade de direção do Serviço de Nutrição. Co-fundador da Nutriens Academy, formação de nutrição baseada em evidência para profissionais de saúde Investigador no Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL). Publiquei 59 artigos em revistas científicas, 9 capítulos de livros e 1 livro. Realizou +200 comunicações em congressos nacionais e internacionais. Subdiretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, de 2014 a 2018 e membro do Conselho Executivo, de 2018 a 2022 Conselheiro da Ordem dos Nutricionistas, de 2015 a 2019.
Pedro Carvalho é doutorado em Ciências do Consumo Alimentar e Nutrição em 2015 pela FCUP/FCNAUP, é licenciado em Ciências da Nutrição pela FCNAUP. É Professor Auxiliar da Escola Superior de Biotecnologia desde 2016. Foi de 2009 a 2017 nutricionista no Futebol Clube do Porto e é igualmente professor auxiliar convidado no ISMAI. Foi já professor auxiliar convidado no Instituto Politécnico de Viana do Castelo e assistente convidado na FCNAUP. É o autor das rubricas “Dicionário dos Alimentos” e “Mitos que Comemos” no Público, tendo lançado os livros “50 Super Alimentos Portugueses (+10!)” em 2012 , “Os Mitos que Comemos” em 2016, “Comer, Crescer, Treinar” em 2018, e “Os Novos Mitos que Comemos” em 2021. Atualmente é consultor nutricional na SONAE e no Leixões Sport Club e dá consultas no Centro de Inovação Médica e Clínica Privada de Guimarães.
Thu, 20 Apr 2023 - 1h 33min - 190 - #142 Susana Esteban - Uma viagem pelo mundo do vinho
Susana Esteban nasceu em Tui, Espanha. É licenciada em Ciências Químicas pela Universidade de Santiago de Compostela e Mestre em Viticultura e Enologia pela Universidade de La Rioja. Começou a sua trajectória como enóloga em 1999, no Douro, na Quinta do Côtto, tendo trabalhado posteriormente na Quita do Crasto entre 2002 e 2007. No final de 2007, mudou-se para o Alentejo com um projecto pessoal, tendo lançado já uma série de vinhos premiados. Em 2012 foi-lhe atribuído o prémio mais prestigiado que um enólogo pode receber em Portugal, o título de Enólogo do Ano, pela Revista de Vinhos, a 1ª mulher a receber esta distinção. E em 2022 recebeu da mesma revista o prémio de produtor do ano.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
_______________
Preencha aqui o inquérito aos ouvintes
_______________
Índice (com timestamps):
(6:57) Como se faz vinho? | vinho branco vs tinto | Remontagem. | o que são os taninos?
(22:34) Porque há vinhos que ganham em ser envelhecidos? | os sulfitos | porque é importante a acidez? (fermentacao malolática)
(32:03) A importância da vinha (Importa mais a casta ou o terreno?; a enorme variedade de castas em Portugal; vinhas velhas vs novas; a influência da altitude; orientação solar; tipo de solo)
(45:20) Porque há poucos vinhos monocasta em Portugal? | O despontar da região do Douro nos anos 1990, com os 'Douro boys' (e duas girls) | Bairrada | vinho verde
(1:00:23) Desafios da exportação de vinhos portugueses
(1:18:29) Dicas para escolher um vinho (Petrus) | O que distingue um vinho caro? | Como define um produtor o preço para o seu vinho? | Quanto tempo dura uma vinha? | Existem Vinhos baratos e bons? Há pérolas por encontrar? | Há vinhos produzidos com 'batota´'? | Vinhos naturais e biológicos
(1:26:26) As provas de vinhos têm validade? (crítico Robert Parker)
Autora recomendada: Jancis Robinson
________________
Dei por mim a pensar um dia destes que os temas das últimas conversas do podcast foram algo…densos, e que era bom intervalar com um tema mais leve. Mais leve, mas nem por isso menos interessante, porque o tema deste episódio -- vinho -- é, como vão ver, bem complexo e dava para vários episódios.
Foi uma conversa muito esclarecedora para quem se interessa por vinho.
No primeiro terço, falámos sobre como se faz vinho na adega, e como é que cada passo do processo -- cada decisão sobre fazer ou não fazer, fazer durante mais ou menos tempo -- vai alterar o sabor final.
De seguida, falamos do que se passa antes de começar o processo de produção do vinho propriamente dito, na vinha -- que na opinião da convidada é tão ou mais importante que a adega. E Portugal, ainda por cima, é o 3º país do mundo com maior diversidade de castas, por isso há muito que dizer sobre este aspecto.
Falámos também dos desafios que persistem para os vinhos portugueses se afirmarem internacionalmente. E no último 3º da conversa fiz à convidada talvez a pergunta mais relevante para a maioria de nós, que somos consumidores e não produtores: como escolher um vinho?
Falámos sobre o que distingue um vinho caro de um barato (se é que há algo, dirão alguns de vós, mais cépticos), se existem vinhos baratos muito bons e sobre as provas de vinho: será que valem mesmo?
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Tue, 04 Apr 2023 - 1h 30min - 189 - #141 Carlos Guimarães Pinto - 4 princípios liberais, impostos, educação, descentralização e muito mais
Carlos Guimarães Pinto é doutorado em economia pela Faculdade de Economia do Porto. Foi consultor de estratégia, tendo trabalhado em mais de 20 países, foi também professor universitário e presidente da Iniciativa Liberal entre 2018 e 2019. Em 2021, fundou o think-tank +Liberdade, o maior think-tank português em número de membros. É atualmente deputado e vice-presidente da Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
_______________
Índice (com timestamps):
(3:41) Início — Visão política do convidado. | Da Democracia na América, de Alexis de Tocqueville | Livro: Economics in One Lesson, de Henry Hazlitt | John Locke | Escola Austríaca
(18:46) O que dizer da relação ambígua de Friedrich Hayek com a democracia?
(21:25) Como foi viver no Dubai, um país autoritário mas em que é possível subir na vida?
(30:02) As três principais propostas de CGP para Portugal: baixar a carga fiscal, aumentar a concorrência (tese doutoramento do convidado) e descentralização | O caso da Irlanda | O problema da falta de dados no Estado | Como o IRC desceu na maioria dos países nas últimas décadas.
(58:25) No contexto do Mundo, há uma crise do capitalismo?
(1:11:41) Porque é difícil haver um partido verdadeiramente liberal em Portugal | As leis portuguesas mais bizarras.
(1:18:53) Se defendem a igualdade de oportunidades, porque é que os liberais falam tão pouco de desigualdade económica? | Impacto no apoio dos cidadãos à liberalização económica. | A importância da educação para a mobilidade social | A experiência do convidado na Índia
Livro recomendado: Liberalismo e Seus Descontentes, de Francis Fukuyama
_______________
O convidado tornou-se conhecido sobretudo enquanto presidente do Iniciativa Liberal, cargo que deixou por iniciativa própria em 2019, logo depois de o partido ter conseguido eleger o primeiro deputado nas eleições legislativas. Para além da actividade política, o convidado foi consultor de estratégia em vários países, professor universitário e doutorou-se em 2020 em economia pela Faculdade de Economia do Porto. Em 2021, fundou o think-tank +Liberdade, “o maior think-tank português em número de membros” (dizem eles, e eu acredito).
Comecei por pedir ao convidado para explicar os princípios do liberalismo, tal como ele os entende. Princípios esses com que eu, como sabem, concordo em grande medida. Já tenho mais reservas, porém -- e discutimos sobre isso também -- em relação à colagem de muitos liberais, e do IL em particular, a figuras como Hayek, que tinha uma postura em relação à democracia ambivalente demais para meu gosto.
De seguida, discutimos as três grandes medidas que o Carlos propõe para “desbloquear” Portugal: baixar a carga fiscal, aumentar a concorrência e descentralização.
São medidas que passam, essencialmente (pelo menos duas delas), por aumentar a liberdade económica em Portugal. Mas a verdade é que, no contexto mais geral do mundo ocidental, o sistema capitalista tem sido cada vez mais criticado nos últimos anos, perante um aumento das desigualdades, a captura dos Estados por interesses privados e uma alegada ênfase exagerada no individualismo. Ainda recentemente Martin Wolf, comentador principal de economia do Financial Times, lançou o livro The Crisis of Democratic Capitalism, em que dá voz a várias destas críticas. Perguntei, por isso, ao Carlos a opinião dele sobre esta discussão, e como é que se pode compatibilizar estas limitações (se é que o são) do capitalismo a nível global com a necessidade de mais liberdade económica em Portugal.
No final, confrontei o convidado com uma inquietação que há muito me incomoda: se os liberais defendem tanto a importância da igualdade de oportunidades entre as pessoas, de modo a que possa funcionar o dito “elevador social”, porque é que não defendem medidas para mitigar as óbvias desigualdades de ponto de partida que existem na sociedade? Especificamente, perguntei-lhe o que acharia sobre um imposto maior sobre as heranças. E a verdade é que quase consegui pôr um liberal-clássico, com veia libertária, a defender mais impostos -- quase!
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Wed, 15 Mar 2023 - 1h 42min - 188 - #140 Nuno Barbosa Morais - Vieses cognitivos, incentivos perversos, Big data, e outros desafios à boa Ciência
Nuno Barbosa Morais é um biólogo computacional. É licenciado em Engenharia Física Tecnológica pelo Instituto Superior Técnico e doutorado em Ciências Biomédicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, tendo feito investigação internacional durante uma década nas universidades de Cambridge e de Toronto. Lidera, desde 2015, o laboratório de Transcritómica de Doença no Instituto de Medicina Molecular e lecciona cursos de Biologia Computacional a vários mestrados da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
_______________
Índice (com timestamps):
(5:57) INÍCIO DA CONVERSA: Crise da Replicação | Vieses cognitivos e as limitações das técnicas de inferência estatística. P-value | Karl Popper | Gregor Mendel | Ronald Fisher (história do chá) | Jacob Bernoulli
(22:25) De onde surgiu esta a Crise na Ciência? | Artigo Why Most Published Research Findings Are False (John Ioannidis) | Artigo de Florian Markowetz 1,500 scientists lift the lid on reproducibility | Five selfish reasons to work reproducibly | Fraude em Alzheimer: Blots on a field? | Artigos de investigadores japoneses na Nature (um, dois) | HARKing
(41:12) Big data e complexificação das metodologias. | Artigo João P. Magalhães «Every gene can (and possibly will) be associated with cancer» | Overfitting | As bombas alemãs em Londres e a ‘clustering illusion’ | Riscos de usar programas bioinformáticos como caixas negras | Inteligência artificial
(1:05:43) Será que a ciência já esgotou o “low hanging fruit” das descobertas? Estudo: Rate of scientific breakthroughs slowing over time | Perigos da hiperespecialização. | C. P. Snow
(1:16:27) Incentivos perversos do sistema de publicação | Robert Merton e o Matthew effect | Luc Montagnier e as teorias da conspiração Covid
(1:28:53) Outras ideias para melhorar a Ciência. | Talent Identification at the limits of Peer Review: an analysis of the EMBO Postdoctoral Fellowships Selection Process | Revisão por pares prévia à publicação | Algoritmos de revisão com AI: statcheck e grim
Livros recomendados: The Drunkard's Walk, de Leonard Mlodinow | Pensar, Depressa e Devagar. de Daniel Kahneman | Science Fictions, de Stuart Ritchie | Calling Bullshit, de Carl Bergstrom e Jevin D. West
_______________
Na conversa que vão ouvir, o Nuno identifica uma série de desafios / obstáculos à boa ciência, que eu diria que se podem dividir em dois tipos: os de sempre e aqueles que se tornaram mais agudos nas últimas décadas, devido a algumas mudanças, quer nas técnicas, quer institucionais que afectam o modo como se faz hoje ciência
Os primeiros desafios (os de sempre) têm que ver com a grande dificuldade da Ciência enquanto actividade: conseguir compreender o mundo (identificar “leis” na natureza) sendo os dados de que dispomos sempre parcelares e imperfeitos,e contando apenas com a mente dos cientistas -- humana e, por isso, cheia de limitações e vieses.
Para contrariar as nossas limitações cognitivas (e os nossos próprios defeitos morais) criou-se ao longo do tempo uma arquitectura institucional com uma série de válvulas de segurança. Por exemplo, os trabalhos só são publicados depois de serem revistos por outros cientistas, e a ciência é feita de forma aberta, de modo a que estejamos sempre sujeitos à que as nossas conclusões sejam invalidadas por outros investigadores.
E para decidir o que conta e o que não conta como descoberta científica a partir dos tais dados limitados, foi preciso criar um método e um referencial de significância aceite por todos. Instituíram-se, então, testes de inferência estatística, os chamados testes de hipóteses, o mais conhecido dos quais o célebre p value (de que falamos na conversa).
Só que estes testes são apenas uma via indirecta de inferir conclusões (como não é possível nunca ter a certeza em relação à nossa hipótese para explicar determinado fenómeno, o máximo que estes testes fazem é… rejeitar a hipótese de não haver fenómeno nenhum nos dados…). E depois há outro problema, mais grave. É que uma vez estabelecendo-se um referencial para determinar o que conta e não conta como descoberta científica, criam-se incentivos, como o Nuno explica, para que ele seja aldrabado (intencionalmente ou não) pelos cientistas.
Pelas limitações da nossa mente e destes métodos estatísticos, a Ciência foi sempre uma actividade…complexa. E nas últimas décadas algumas mudanças vieram tornar estes obstáculos ainda maiores. Por um lado, o sistema de publicação de artigos científicos tornou-se cada vez mais competitivo, gerando incentivos para publicar resultados vistosos, mesmo que para isso seja necessário ser menos rigoroso. Por outro lado, a ciência (em particular na área do convidado, as ciências biomédicas) tornou-se mais complexa e informatizada devido à ascensão do chamado big data e o aumento da utilização de programas “bioinformáticos”. Isto criou desafios adicionais a quem utiliza estas ferramentas sem por vezes as compreender bem.
Estes obstáculos (e outros, de que falamos durante a conversa) desembocaram naquilo que se tem chamado a Crise da Replicação, em que várias conclusões aparentemente sólidas, sobretudo na biomedicina e na psicologia, têm sido invalidadas por estudos posteriores. Esta crise tem feito correr muita tinta nos últimos anos, com já vários livros publicados sobre o assunto.
E foi precisamente por aí que começámos a nossa conversa -- na qual percorremos as causas e consequências deste estado de coisas. No final, pedi ao Nuno para apontar soluções para resolver estes desafios (os antigos e os novos). Como vão ver, ele tem muitas ideias.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Nuno Barbosa Morais é um biólogo computacional. É licenciado em Engenharia Física Tecnológica pelo Instituto Superior Técnico e doutorado em Ciências Biomédicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, tendo feito investigação internacional durante uma década nas universidades de Cambridge e de Toronto. Lidera, desde 2015, o laboratório de Transcritómica de Doença no Instituto de Medicina Molecular e lecciona cursos de Biologia Computacional a vários mestrados da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. A sua investigação recorre a análises de grandes dados moleculares no estudo das alterações na regulação da actividade dos genes em tecidos humanos que os tornam mais susceptíveis a doenças, nomeadamente as associadas ao envelhecimento. No processo, a equipa desenvolve ferramentas bioinformáticas que visam tornar acessíveis e inteligíveis aquelas análises a colegas sem formação informática. Procura contribuir para uma maior reprodutibilidade da prática científica, através da promoção da investigação inter-disciplinar, da formação quantitativa de biólogos e do uso de ferramentas de análises de grandes dados como sistemas de apoio à decisão, por oposição a “caixas negras”.
Thu, 02 Mar 2023 - 1h 47min - 187 - #139 [EN] Bo Rothstein - Does a good government require more than just democracy?
Bo Rothstein is one of the world’s leading researchers in the field of Quality of Government (QoG). He was for most of his career professor of political science at the University of Gothenburg, in Sweden, with a brief tenure at the University of Oxford. In 2004, he founded, together with Sören Holmberg, the Quality of Government Institute, which has since become the world’s main research centre studying how political institutions of high quality can be created and maintained.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
_______________
Index (with timestamps):
(01:52) Introduction in English
(5:38) Why is democracy not enough to ensure quality of government (QoG)? | The case of new democracies: clientelism, nepotism, use of state funds for the party, particularistic policies | Vicious circle of low QoG (the case of South Africa)
(17:42) How can we define QoG? | Impartiality. Robert Dahl’s theory of democracy | The importance of a meritocratic bureaucracy and long-term planning. | Book: Organizing Leviathan, by Carl Dahlström and Victor Lapuente | Acemoglu and Robinson’s concept of «inclusive institutions»
(26:16) How QoG influences government legitimacy | A future paper by Jan Teorell | Relationship between low QoG and the rise in Populism. Cas Mudde’s thesis. | Mark Lilla on the success of Donald Trump
(33:27) The puzzle of China’s rise (guest’s paper) | Is it a matter of culture? | Is condemnation of corruption universal or dependent on culture?
(46:38) What outcomes is QoG more important for? | The effect of low QoG on social trust (guest’s paper). | Book (analysing social capital in Italy): Moral Basis of a Backward Society by Edward C. Banfield | Quality of governance in the private sector
(59:46) How can we improve democracy’s ability to enhance QoG? The role of transparency. | Book: Democracy for Realists, by Christopher H. Achen and Larry Bartels | Guest’s latest book: Controlling Corruption
_______________
My guest in this episode is Bo Rothstein, one of the world’s leading researchers in the field of Quality of Government (QoG). He was for most of his career professor of political science at the University of Gothenburg, in Sweden, with a brief tenure at the University of Oxford. In 2004, he founded, together with Sören Holmberg, the Quality of Government Institute, which has since become the world’s main research centre studying how political institutions of high quality can be created and maintained.
This was a fascinating conversation. We started by discussing the puzzle of why democracy is not enough to ensure good governance. This happens, according to Rothstein and other authors, because these two dimensions of the political system are very different in nature. Democracy refers to the input side of politics (how political power is accessed), whereas QoG refers to the output side, that is, the way that political power is exercised. So while democracy may enable voters to select politicians and policies that adequately reflect their concerns, that is not, by itself, sufficient to guarantee that those policies will be enacted effectively and without improper behavior.
This led us to the question of how to define QoG? One of the most influential definitions in the field was proposed by Rothstein himself, together with Jan Teorell, and defines QoG as having to do with the extent to which the government operates impartially. This concept is closely related to (absence of) corruption, but is broader than that. In practice, for a state to act impartially means that the use of public authority is not influenced by anything from bribes, political affiliation, personal connections, or prejudices based on factors such as race, ethnicity, or gender.
Rothstein’s idea is clearly persuasive (and he will explain it better than I). But other authors have proposed alternative definitions, which we also discussed. One of them is that of state capacity. Some authors point out that it is not enough that public officials act in a proper way. In order to be able to implement public policies, the state also needs resources, such as infrastructures, adequate information and a body of qualified and motivated civil servants. Other authors, such as Francis Fukuyama, emphasize the importance of bureaucratic autonomy, that is the extent to which civil servants are protected from pressures exerted by politicians. And there are many other related definitions, such as the idea of inclusive institutions by Daron Acemoglu and James Robinson (which we also discussed), or the definition proposed by the World Bank which goes farther (perhaps too far), encompassing the capacity of the state to implement “sound” policies.
It was a fascinating conversation, in which we covered a lot of ground on the topic of QoG. We discussed the practical effects of bad governance for citizens, the link between low QoG and populism, the puzzle of China’s rise (despite its authoritarian nature and less than impartial government), whether condemnation of corruption is a human universal or depends on culture, the effect of QoG on social capital and the relation between QoG and the quality of governance in the private sector, among others. In the end, I asked my guest how we can improve democracy’s ability to enhance QoG. And he has, as you will see, a very clear-cut recipe for this. Hope you enjoy our conversation -- até ao próximo episódio.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Bo Rothstein is a Swedish political scientist whose research focuses on the quality of government. Rothstein held the August Röhss Chair in Political Science at the University of Gothenborg from December 1994 to June 2021. Bo Rothstein took is Ph.D. in Political Science at Lund University in 1986 and was from 1986 and until 1993 assistant and (in 1992) associate professor (docent) at the Department of Government at Uppsala University. In 1993 he became Professor at the Swedish Institute for Working Life Research in Stockholm and took up his current position at University of Gothenburg in 1994. In 2016 he was appointed to a Chair in Government and Public Policy at University of Oxford, from which he resigned for returning to University of Gothenburg in 2018. Together with Prof. Sören Holmberg he started the Quality of Government Institute at the department in 2004. Among his main publications in English are Just Institutions Matter: The Moral and Political Logic of the Universal Welfare and Social Traps and the Problem of Trust, both with Cambridge University Press. The Quality of Government: The Political Logic of Corruption, Inequality and Social Trust was published by the University of Chicago Press in 2011, Good Government: The Relevance of Political Science (ed. together with Sören Holmberg) published by Edward Elgar Press in 2013. His latest book is Making Sense of Corruption (together with Aiysha Varraich) published by Cambridge University Press in 2017. Rothstein is a contributor to the public debate and has published more than 300 op-ed articles mostly in Swedish newspapers but also internationally.
Wed, 15 Feb 2023 - 1h 14min - 186 - #138 Bruno Cardoso Reis - 1950, o Plano Schuman e a revolução diplomática que lançou as sementes da União Europeia
Bruno Cardoso Reis é mestre em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em Historical Studies pela Universidade Cambridge e é doutorado na área das Relações Internacionais, em War Studies pelo King’s College de Londres. Atualmente é Professor no ISCTE-IUL, onde coordena o doutoramento em História e Defesa, em parceria com a Academia Militar. Tem investigado e lecionado sobre História Global, Estudos Europeus, Relações Internacionais, Estudos de Segurança, entre outros. É colaborador regular na imprensa na análise de política e segurança internacional nomeadamente na SIC Notícias e no Observador. Entre 2019-22, foi assessor do Ministro da Defesa Nacional.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
_______________
Índice (com timestamps):
(4:00) INÍCIO da conversa: qual era o ambiente que se vivia na Europa nos anos do pós II GM? | Alemanha, Ano Zero (filme) | Plano Morgenthau
(13:38) O que levou a França a tomar a iniciativa? Motivos securitarios, políticos e económicos | A OSCE | Salazar e o Plano Marshall | Candidatura do Brasil à OCDE | A ansiedade entre os diplomatas franceses em relação à RFA. | A defesa por Churchill de uns Estados Unidos da Europa
(28:10) O que levou a Alemanha a aceitar o Plano Schuman? | O que pesou mais de ambos os lados: realismo ou idealismo? | Europeístas pré sec XX | Plano Pleven.
(39:41) A importância do papel dos Estados Unidos. | Guerra da Coreia de 1950 | Reunião da NATO em Lisboa em 1952 | A importância dos Açores para os EUA | A posição da URSS
(58:28) Porque escolheu o Reino Unido manter-se de fora? | A Commonwealth | a EFTA enquanto projecto concorrente à Comunidade Europeia | Os dois vetos de De Gaulle à adesão dos britânicos à CEE | o Brexit | Porque não tomaram os britânicos a iniciativa primeiro?
(1:12:26) A União Europeia hoje — e o que esperar do futuro | Jean Monnet
Livros recomendados: Europa. A Luta pela Supremacia. De 1453 aos nossos dias, de Brendan Simms | O Continente das Trevas - O século XX na Europa, de Mark Mazower
_______________
No dia 5 de maio de 1950, Robert Schuman, então ministro dos negócios estrangeiros (MNE) da França, fez uma das comunicações mais marcantes do século XX europeu, ao anunciar o plano francês para que as nações europeias passassem a gerir de forma partilhada os seus recursos de carvão e de aço. O plano era uma ideia da equipa pela política económica do governo francês, liderada por Jean Monnet, que veio a ser uma das principais figuras do projecto.
O «Plano Schuman», como ficou conhecido, levaria mais tarde, a 19 de março de 1951 à assinatura do Tratado de Paris e, com ele, à criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), composta por seis países da Europa ocidental: França, Alemanha Ocidental (RFA), Bélgica, Holanda, Luxemburgo (os membros do Benelux) e ainda a Itália. Mas a principal consequência da iniciativa do governo francês não foi económica, mas sim política: criar a aliança franco-germânica que tem estado desde então na base do sucesso do projecto europeu.
A proposta de Schuman, e o estender de mão à Alemanha, apanharam a maioria dos observadores de surpresa, porque marcaram uma viragem de 180º em relação à política externa que a França tinha seguido até então. Durante os anos do pós guerra, o grande objectivo francês tinha sido resolver, de uma vez por todas, a eterna “questão alemã” -- ou seja, impedir que o país vizinho pudesse reerguer-se e tornar-se agressivo uma vez mais. E para isso, na visão francesa, era necessário restringir ao máximo a reconstrução da Alemanha, a todos os níveis — político, económico e, sobretudo, militar. Ou seja, o poder político francês acreditava que a força da França dependia diretamente da fraqueza da Alemanha.
Mas, de repente, tudo mudou. Schuman anuncia o plano, a RFA aceita e os EUA apoiam-no entusiasticamente, contribuindo decisivamente para a formação da CECA (os únicos a estragar a festa foram os britânicos, que optaram desde o início por ficar de fora das negociações). Como foi isto possível?
Este é um tema fascinante e, ao mesmo tempo, complexo. Porque para compreendê-lo temos de perceber o ambiente que se vivia na Europa do pós-guerra, conhecer as prioridades de política externa e interna dos vários países envolvidos ainda ter ainda em conta o papel imprescindível da Guerra Fria em acelerar todo o processo. Ou seja, é preciso, conhecer muito bem a História da Europa deste período nestes vários níveis
É, por isso, uma job description difícil. Mas o convidado deste episódio, Bruno Cardoso Reis, encaixa nela perfeitamente. Como vão ver, o convidado tem um conhecimento enciclopédico sobre a História das relações Internacionais, que nos ajuda a compreender as múltiplas dimensões deste período em que começou o processo que viria a dar origem à UE.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Bruno Cardoso Reis é mestre em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em Historical Studies pela Universidade Cambridge e é doutor em War Studies pelo King’s College de Londres. Entre 2019-22 foi assessor do Ministro da Defesa Nacional. Atualmente é Professor no ISCTE-IUL e Coordenador do respetivo doutoramento em História e Defesa, em parceria com a Academia Militar. Tem lecionado cadeiras de História Global, Estudos Europeus, Relações Internacionais, Estudos de Segurança, Liderança e Grande Estratégia. Sobre estes temas tem publicado artigos e livros vários em Portugal e no estrangeiro. Nomeadamente: Pode Portugal ter uma Estratégia? (2019) É colaborador regular na imprensa na análise de política e segurança internacional nomeadamente na SIC Notícias e no Observador.
Wed, 01 Feb 2023 - 1h 27min - 185 - #137 Ricardo Costa - Como o jornalismo se adaptou à revolução digital — e o que ainda está por fazer
Ricardo Costa é diretor de informação da SIC e diretor geral de informação do Grupo Impresa. Antes, foi director do Expresso de 2011 a 2016, tendo sido antes editor adjunto. Continua a ser colunista regular do Expresso e autor e co-apresentador do programa da SIC Notícias “Expresso da Meia-Noite”
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
_______________
Índice:
(5:30) A revolução digital nos media. | Como os jornais hesitaram mas acabaram por apostar nas assinaturas. (que estão a crescer mais nos jovens). | Como o Financial Times foi pioneiro na transição digital | Meta (Facebook) está a deixar de “dar notícias”.
(20:32) O caso da televisão
(30:36) Porque não há uma «Netflix para jornais»?
(32:15) Faz sentido apoios estatais ao jornalismo de qualidade? | O caso das televisões públicas | Proposta de Julia Cagé
(43:46) Como a revolução digital forçou os órgãos de comunicação social a funcionar a vários ritmos e em múltiplas plataformas. | Com tantas plataformas e conteúdos, não deveria haver muito mais jornalistas do que no passado? | O caso d’O Independente. A importância da viabilidade económica para a independência jornalística.
(58:08) Porque é que o impacto da revolução digital começou mais tarde na televisão? | Reuters Institute Digital News Report 2022
(1:03:32) Estará a jornalismo (pago) cada vez melhor, mas a chegar a cada vez menos pessoas?
(1:06:09) Porque é o nível de tensão com os governos maior no Expresso do que na SIC (entrevista do convidado ao podcast «Deixar o Mundo Melhor»)
(1:10:32) O que explica que Portugal seja dos países em que mais se confia nas notícias?| As redações dos jornais são tipicamente mais de esquerda, ou de direita? | Como lidam os jornalistas com pressões do poder económico e político
(1:26:56) Em que é que os jornalistas têm falhado no modo como lidam com políticos populistas? Artigo de Malu Gaspar na revista Piauí | Como a formação em Antropologia ajudou Gillian Tett a prever a Crise Financeira de 2008
Livros recomendados: As Cruzadas Vistas pelos Árabes, de Amin Maalouf + Aniquilação, de Michel Houellebecq
_______________
Os órgãos de comunicação social -- em especial os jornais -- têm sido abalados na última década e meia por uma espécie de «tempestade perfeita» que provocou quebras fortes tanto nas vendas como nas receitas de publicidade.
Simplificando, o surgimento da internet começou por tirar leitores aos jornais, e a Google e a Facebook tiraram-lhes a publicidade. Isto porque a internet, ao, de repente, dar-nos acesso acesso livre a um sem-fim de conteúdos, levou a que as pessoas passassem a dedicar menos tempo aos jornais em papel. Os jornais, por seu lado, para não ficarem para trás na ‘onda’, criaram também os seus sites onde passaram a disponibilizar os mesmos conteúdos do papel. Mas a internet, para a maioria de nós, foi durante muito tempo sinónimo de »gratuito» -- e, por isso, os internautas não estavam especialmente abertos a pagar por conteúdos online…
Acresce que, com o domínio da Google nos motores de busca e, depois, com o surgimento das redes sociais, grande parte das pessoas não chegava às notícias consultando os sites dos jornais mas sim através destas plataformas. Isso fez com que a publicidade -- o elemento que, desde há muitas décadas, permitia aos jornais equilibrar o seu modelo de negócio -- fosse fugindo cada vez mais para as mãos destas gigantes tecnológicas.
Esta “tempestade perfeita” de diminuição de receitas quer nas vendas quer na publicidade veio colocar os modelos de negócio dos jornais, em especial, em sérias dificuldades. E isso, claro, traduziu-se em despedimentos e diminuições de salários para os jornalistas -- e também numa diminuição da sua capacidade para agirem enquanto «quarto poder» nas democracias.
Este é um tema que tem sido muito discutido nos últimos anos, e não é a primeira vez que o abordo no 45 Graus. Recomendo que ouçam também o episódio que gravei há quase 4 anos com Gustavo Cardoso, professor e investigador nesta área no ISCTE. De lá para cá, houve progressos importantes, com muitos jornais, inclusive em Portugal, a conseguirem adaptar-se às novas tecnologias e atrair assinantes. E, embora a crise esteja longe de estar ultrapassada, o convidado deste episódio, Ricardo Costa, tem uma visão mais optimista -- ou, como ele diz, “menos fatalista -- do que é norma encontrar no meio jornalístico.
Na nossa conversa, falámos sobre a visão do Ricardo em relação a estes desafios trazidos pelas mudanças tecnológicas, quer nos jornais quer nas televisões -- onde, segundo ele, o impacto só agora está a chegar em força, mas obrigará a uma transição ainda mais rápida. Falámos também sobre o modo como estas alterações obrigam os jornais e televisões a actuar hoje em múltiplas frentes e 24h/24h. Fica a sensação de que, com tantos conteúdos e plataformas, os órgãos de comunicação social deveriam ter hoje mais jornalistas do que no passado (e não menos, como é o caso).
Falámos também do serviço público que os media prestam -- ou devem prestar --, e se faz sentido haver apoios estatais. Ou se, pelo contrário, a independência jornalística só é possível com viabilidade económica.
E, claro, discutimos também o caso português. Que compara favoravelmente com outros países em alguns aspectos, como o facto de sermos o 2º em 46 países em que as pessoas mais confiam nas notícias. A experiência do Ricardo é muito rica neste aspecto, porque, embora tenha trabalhado sempre no Grupo Impresa, teve funções de responsabilidade quer no jornal quer na televisão. houve uma afirmação dele recente que me deixou intrigado, e que pedi para explicar melhor: de que o nível de tensão com os governos foi sempre muito maior no Expresso do que o da SIC.
Mais para o fim da conversa, falámos também de outro desafio que o jornalismo actual enfrenta -- de uma natureza completamente diferente: o desafio de lidar com a ascensão de políticos populistas. O convidado tem, como verão, uma visão muito crítica em relação ao modo como os jornalistas têm, muitas vezes, tratado este fenómeno.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais
João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno
Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez
Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Ricardo Costa é diretor de informação da SIC e diretor geral de informação do Grupo Impresa desde março de 2016. Foi diretor do Expresso de 2011 a 2016 e editor adjunto entre 2009 e 2010. Antes, foi diretor de informação da SIC Notícias, o primeiro canal de notícias 24 horas em Portugal, de 2003 a 2008. Editor-adjunto da SIC entre 2001 e 2007. Colunista regular do Expresso. Criador de opinião sobre assuntos políticos e económicos na SIC Televisão e na SIC Notícias. Autor e co-apresentador do “Expresso da Meia-Noite”
Wed, 18 Jan 2023 - 1h 41min - 184 - #136 Steven Gouveia - Humor, ética da abstenção, epistocracia e altruísmo eficaz
Steven S. Gouveia é doutorado em Filosofia e é actualmente Investigador do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos (CEFH) da Universidade Católica Portuguesa. A sua investigação abarca um leque muito amplo de temas, desde a Neurofilosofia da Mente, filosofia da Inteligência Artificial, Ética Aplicada e Epistocracia. Publicou recentemente o seu 13° livro (Thinking the New World: Conversations on A.I.) e tem vindo a organizar cursos online sobre vários temas que contam com a participação de pensadores como Noam Chomsky, Sir Roger Penrose (Nobel da Física) ou Peter Singer, entre outros.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
_______________
Indíce:
(04:12) Limites (éticos) do humor
(26:14) Ética do voto (e da abstenção) | Ética da Crença, W. K. Clifford | Joseph Schumpeter | Cientistas políticos que estudaram o tema: John Zaller, Robert Y. Shapiro | Lottocracia (Alex Guerrero) | Convention citoyenne pour le climat (França)
(1:09:23) Altruísmo Eficaz. Peter Singer (filósofo). Milionário que doou órgãos. Associação Make-A-Wish. Altruistic-careers.com
Recomendações: Despolariza (podcast de Tomás Magalhães), Against Democracy (livro), de Jason Brennan, Paul Bloom.
_______________
O que é Filosofia? O que é que caracteriza a Filosofia contemporânea enquanto área do saber? Na verdade, não é nada fácil dizer exactamente de que trata Filosofia, sem deixar coisas de fora ou ser demasiado abrangente.
A minha definição preferida é talvez aquela que diz que a Filosofia «é a busca por entender verdades fundamentais sobre nós próprios, o mundo em que vivemos e as nossas relações seja com o mundo seja uns com os outros». Por outras palavras, a Filosofia distingue-se das outras áreas do conhecimento não só por ter um foco incrivelmente amplo (não há tema que não seja passível de ser analisado filosoficamente), mas também -- sobretudo -- por tocar as bases do conhecimento, por descer e questionar os fundamentos do nosso saber e das nossas convicções. É por isso que os filósofos são peritos em fazer-nos perceber que há, muitas vezes, pressupostos errados nos nossos raciocínios e convicções de que nunca nos tínhamos apercebido, ou que não estamos a agir da maneira correcta.
Um dos campos da FIlosofia em que este tipo de reflexão pode gerar mais consequências para a maneira como agimos e nos comportamos em sociedade é a Ética (também chamada Filosofia Moral). E esse é precisamente o tema do livro do convidado deste episódio, Steven Gouveia [website do convidado]: Homo Ignarus: Ética Racional para um Mundo Irracional.
Como o título indica, o livro parte da noção das várias falhas da mente humana (desde a nossa cognição limitada, aos vieses cognitivos e às emoções que se metem no caminho da razão), mas é também uma provocação (que se detecta logo pela capa) para a era, a vários títulos, irracional que vivemos, com a preponderância de fake news, apelos à emoção e ascensão de políticos populistas.
Durante a nossa conversa, focamo-nos em três assuntos em que esta “ética racional” que Steven Gouveia propõe nos pode levar a pensar de maneira diferente; todos, de alguma forma, tocam em temas de episódios passados do podcast.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Steven S. Gouveia é Doutorado em (Neuro)Filosofia da Mente pela Universidade do Minho (Braga, Portugal). É actualmente Investigador do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos da Universidade Católica Portuguesa (Projecto de Investigação UIDB/00683/2020 financiado pela FCT). Durante o seu doutoramento (Investigador FCT), foi investigador-visitante do Minds, Brain Imaging and Neuroethics do Royal Institute of Mental Health (PI: Georg Northoff), onde foi Investigador Pós-Doutoral (2021-2022). Foi Editor-Chefe do “Apeiron - Student Journal of Philosophy”. Publicou, como editor e autor, 12 livros (revisados por pares) sobre vários temas académicos. Alguns de seus interesses actuais são: Neurofilosofia da Mente e Ciência Cognitiva; Ética Aplicada (robôs sexuais; voto; ética animal; humor; nudges; alturísmo eficaz, etc.); Filosofia e Ética da Inteligência Artificial (na Medicina); Neurociência e Filosofia da Consciência e Processamento Preditivo; Teoria Democrática e Epistocracia. Por fim, para além da intensa produção autoral, proferiu inúmeras palestras em conferências académicas (ex: Ciência da Consciência 2019, Suiça), em eventos públicos (ex: Orador Principal do Philosophy Sharing Foundation, Malta; Forum Chipre 2022).
Thu, 05 Jan 2023 - 1h 31min - 183 - #135 [EN] Dale Martin - A historical look at the New Testament and early Christianity
Dale B. Martin is a New Testament scholar and historian of Christianity, currently Woolsey Professor Emeritus of Religious Studies at Yale University. Professor Martin specializes in New Testament and Christian Origins, including attention to social and cultural history of the Greco-Roman world.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
_______________
Index:
(5:57) [Beginning of the conversation] How an historian studies the Bible and early Christianity (Historical criticism). | Gospel of Thomas. | Q source
(21:36) How separate true from fiction in the gospels? Criteria: multiple attestation, dissimilarity (see also this book)
Jesus saying in all four gospels that “a prophet has no honor in his own country” [e.g. Mark 3:33-35: «Who are my mother and my brothers?” he asked. Then he looked at those seated in a circle around him and said, “Here are my mother and my brothers! Whoever does God’s will is my brother and sister and mother.»
How Christianity changed Jesus from being the «Son of Man» (Mark) to becoming «God the Son, the second Person in the Trinity | Council of Nicea |
A puzzling passage in the Bible - Mark 14:51: “A young man, wearing nothing but a linen garment, was following Jesus. When they seized him, he fled naked, leaving his garment behind.»
(32:14) The historical Jesus. Was Jesus literate? Archeological findings in Nazareth. Miracles and the resurrection. | Science vs myth | Similarities between Asclepius and Christ.
(49:24) What did really Jesus believe in? How Jesus was influenced by the Book of Isaiah. And Jeremiah. |
The puzzle of Jesus’s speech in the Sermon on the Mount in Mathew 5
(1:05:25) The message of Paul the Apostle (St Paul). | The role of James (Jesus's brother). | The role of Mary.
(1:12:43) How the Christian message on death evolved from the resurrection of the body to the resurrection of the soul.
Book recommendation: Demon Copperhead by Barbara Kingsolver
_______________
O convidado deste episódio é Dale Martin, professor na Universidade de Yale, e tem uma especialidade académica tão incomum no nosso país que nem temos (que eu saiba) uma expressão corrente para ela. O convidado é aquilo a que em inglês se designa por “New Testament scholar” -- ou seja, um investigador que se decida ao estudo histórico do Novo Testamento e das origens do Cristianismo, combinando análises histórica, cultural e linguística.
Dale Martin tem uma longa carreira de investigador sobre o Novo Testamento, com vários livros publicados. E podem encontrar também no Youtube os vídeos de uma cadeira sua dada em Yale sobre precisamente a História do Novo Testamento e do Cristianismo. E foi precisamente com essa cadeira que esta conversa surgiu. As ditas aulas -- a leitura da Bíblia -- deixaram-me com muitas dúvidas que não tinha a quem perguntar, por isso decidi que estava na altura trazer Dale Martin ao 45 Graus.
Foi, como vão ver, uma conversa fascinante, em que falámos da Bíblia, da figura de Jesus e do Mundo antigo em que Jesus e os primeiros cristãos viveram. O convidado, além disso, tem uma perspectiva interessante, porque, embora seja um historiador de pleno direito, que fala dos textos cristãos com uma frieza implacável quando usa o chapéu de historiador, é também crente, o que é uma combinação invulgar neste meio dos estudos bíblicos, onde, normalmente, sobretudo nos Estados Unidos, há uma espécie de diálogo de surdos entre teólogos e historiadores agnósticos.
Nesta conversa -- porque o tempo não chega para tudo -- acabámos por abordar sobretudo a figura de Jesus, pelo que nos focámos mais nos quatro evangelhos -- ou cinco, porque também falámos do “Evangelho de Tomé”, um dos muitos evangelhos apócrifos (não incluídos na Bíblia) a que os historiadores também dão muita importância.
Comecei a nossa conversa por perguntar ao convidado como é que um historiador aborda o estudo da Bíblia e dos escritos religiosos. Isso levou-nos aos evangelhos, e que critérios os historiadores usam para tentar separar o que há neles de histórico do que é …criatividade literária ou religiosa. Falámos também, inevitavelmente, da figura de Jesus: do que podemos dizer sobre quem era, se sabia ler, o que pensava realmente, e o modo como o entendimento que o Cristianismo faz de Jesus foi galgando terreno nos primeiros séculos do Cristianismo, começando como o “filho da Humanidade”, em Marcos, e culminando no Deus-Filho, na Santíssima Trindade. No final, tivemos ainda tempo para falar um pouco do Apóstolo Paulo, de Tiago (irmão de Jesus -- pouco relevante nos evangelhos mas que se tornou uma figura relevante no início do Cristianismo) e, claro, de Maria, mãe de Jesus (em quem o contraste entre o papel que tem no Novo Testamento e o papel importantíssimo que veio a assumir no Cristianismo é ainda maior).
Espero que gostem. Para mim, foi uma conversa muito interessante e destas que puxam pela cabeça -- embora, deva dizer, que talvez tenha saído com mais dúvidas ainda do que tinha antes.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Dale B. Martin is a New Testament scholar and historian of Christianity, currently Woolsey Professor Emeritus of Religious Studies at Yale University. Professor Martin specializes in New Testament and Christian Origins, including attention to social and cultural history of the Greco-Roman world. Before joining the Yale faculty in 1999, he taught at Rhodes College and Duke University. His books include: Slavery as Salvation: The Metaphor of Slavery in Pauline Christianity; The Corinthian Body; Inventing Superstition: from the Hippocratics to the Christians; Sex and the Single Savior: Gender and Sexuality in Biblical Interpretation; Pedagogy of the Bible: an Analysis and Proposal; New Testament History and Literature; and most recently, Biblical Truths: The Meaning of Scripture in the Twenty-First Century. He has edited several books, including (with Patricia Cox Miller), The Cultural Turn in Late Ancient Studies: Gender, Asceticism, and Historiography. He was an associate editor for the revision and expansion of the Encyclopedia of Religion, published in 2005. He has published several articles on topics related to the ancient family, gender and sexuality in the ancient world, and ideology of modern biblical scholarship, including titles such as: “Contradictions of Masculinity: Ascetic Inseminators and Menstruating Men in Greco-Roman Culture.” He currently is working on issues in biblical interpretation, social history and religion in the Greco-Roman world, and sexual ethics. He has held fellowships from the National Endowment for the Humanities, the Alexander von Humboldt Foundation (Germany), the Lilly Foundation, the Fulbright Commission (USA-Denmark), and the Wabash Center for Teaching and Learning in Theology and Religion. He is a fellow of the American Academy of Arts and Sciences (elected 2009).
Thu, 15 Dec 2022 - 1h 22min - 182 - #134 Maria Manuel Mota - Uma revolução no tratamento da malária e os desafios actuais de fazer Ciência
Maria Manuel Mota é bióloga e uma autoridade internacional na investigação sobre a malária. Doutorou-se em Parasitologia Molecular pela University College London, no Reino Unido, e, depois de ter feito investigação sobre a malária internacionalmente, regressou a Portugal em 2002, onde tem continuado a desenvolver investigação que lhe tem valido diversas distinções. Desde 2014, assumiu também funções de Diretora Executiva do Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
-> Página do 45 Graus no Youtube
_______________
Índice da conversa:
(4:03) O que te levou a estudar a malária? | Progressos nos últimos anos na investigação nesta área. | Against Malaria Foundation (considerada pela Givewell a instituição mais eficaz do mundo)
(18:41) Nova vacina contra a malária (Oxford) | Adrian Hill | Vacina Gsk.
(27:04) O que causa a malária, e como nos infecta. Plasmodium. | Porque se manifesta de maneira diferente nas pessoas. | Como a anemia falciforme protege contra a malária.
(35:19) A importância da investigação em ciência fundamental. | A vantagem do IMM em ter uma ligação ao hospital
(45:11) Importância e desafios da interdisciplinaridade na ciência. | Horizontes iMM: Uma Pergunta a Três | série: Diagnosis
(59:07) Forças e limitações de Portugal na investigação científica. | Investigação de Bruno Silva-Santos | O que é preciso corrigir no financiamento em Portugal? | Independência da FCT.
(1:13:10) Dificuldade em atrair doutorados para a investigação fundamental.
(1:29:34) Problemas do actual sistema de publicação e avaliação científica. | PLOS (Open Science)
Livro recomendado: Empire of Pain, de Patrick Radden Keefe
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Maria Manuel Mota Licenciou-se em Biologia e obteve o grau de Mestre em Imunologia pela Universidade do Porto. Em 1998 doutorou-se em Parasitologia Molecular pela University College London, no Reino Unido. Maria M. Mota desenvolveu investigação como investigadora pós-doutorada no Laboratório do Prof. Vitor Nussenzweig da New York University Medical School, nos Estados Unidos e lecionou na mesma escola médica. Regressou a Portugal em 2002, onde liderou o seu grupo de investigação do Laboratório de Biologia Celular da Malária, Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras, tendo-se tornado em 2005 investigadora principal da Unidade de Malária no iMM, além de lecionar na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Maria M. Mota é atualmente Diretora Executiva do iMM e Professora Convidada na Harvard School of Public Health, nos Estados Unidos. O seu trabalho no campo da malária centra-se no estudo de ambas as fases da infeção (hepática, sanguínea) por Plasmodium, o parasita causador da malária, no hospedeiro humano. Maria M. Mota venceu o EMBO Young Investigator Award em 2003, o European Young Investigator Award da European Science Foundation em 2004, e foi investigadora internacional do Howard Hughes Medical Institute (EUA) entre 2005 e 2010. Em Maio de 2016 foi eleita para integrar a Organização Europeia de Biologia Molecular (European Molecular Biology Organization – EMBO). Em 2017 recebeu o prémio Pfizer e em 2018 o Prémio Sanofi – Institut Pasteur – Mid-Career category. Em Portugal foi condecorada pelo Presidente da República com a Ordem do Infante D. Henrique em 2005 e foi agraciada com o Prémio Pessoa em 2013. Em 2019 recebeu o Prémio Dona Antónia-Consagração de Carreira. Maria Manuel Mota é uma voz ativa pelos direitos das mulheres e equidade de oportunidades na educação. Atualmente tem uma coluna de opinião mensal no jornal Expresso, como um contributo para alcançar o seu sonho de viver numa sociedade centrada no conhecimento.
Wed, 30 Nov 2022 - 1h 45min - 181 - #133 Salvador Martinha - A vida de um humorista: entre artista e atleta de alta-competição
Salvador Martinha é humorista, guionista e actor. Foi o primeiro comediante português a ter um espetáculo seu na Netflix. É autor do podcast "Ar livre", um dos primeiros em Portugal no formato de conversa livre e relaxada. É autor da série "Sou Menino Para Ir", que começou no Youtube e irá estrear agora na RTP1. Vai estrear-se como actor na série da Netflix Rabo de Peixe».
Apoie o 45 Graus e faça parte da comunidade de mecenas em: 45grauspodcast.com
_______________
Índice da conversa:
(4:24) O que te atraiu no humor?
(14:27) Como é o teu processo criativo? | A importância da preparação | John Cleese: Criatividade - Um Guia Prático e Divertido | Google Keep
(29:05) Humor vs outras artes | Humoristas citados: George Carlin, Dave Chapelle, Jimmy Carr, Bo Burnham
(32:43) Quantos tipos de humor há? | O que distingue o bom do mau humor? | Russell Howard
(43:03) A ligação entre o humor e a tristeza. | Adam Hills
(52:46) Desafios de fazer humor em Portugal
(1:02:39) Como o humor tem evoluído
(1:14:08) Como lidas com as críticas?
(1:24:03) O que explica a ligação especial dos humoristas com o público?
Recomendação de espectáculo: Bo Burnham: Inside
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Salvador Martinha é comediante, guionista e actor. Tornou-se uma presença comum na televisão portuguesa pelas suas participações em programas como Levanta-te e Ri ou Sal, e pelos espetáculos que realizou ao longo do tempo como Cábula ou Centro das Atenções. Foi o primeiro humorista português a ter um espetáculo seu na Netflix. Foi em 2017, que criou o seu podcast "Ar livre", tendo sido um dos primeiros em Portugal no formato de conversa livre e relaxada, onde a liberdade de temas e reflexões é infinita- "Nem eu nem vocês estamos preparados para a liberdade que vou ter aqui" (descrição do podcast Ar Livre. É autor da série "Sou Menino Para Ir", que começou no Youtube e irá estrear agora na RTP1. Via estrear-se como actor na série da Netflix Rabo de Peixe.
Wed, 16 Nov 2022 - 1h 32min - 180 - #132 Ricardo Araújo Pereira e Daniel Oliveira - «politicamente correcto vs liberdade de expressão» (Festival Folio)
Evento ocorrido no dia 12 de outubro, no âmbito do Festival Folio, em Óbidos (a quem se agradece a disponibilização da gravação).
-> Livro «Política a 45 Graus».
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
_______________
Índice da conversa:
Referências citadas por RAP: Harper's Letter; Monty Python: stoned for saying Jehovah; caso do professor que proferiu a N-word; Executivo da Netflix despedido; O bibliotecário cego de Umberto Eco; Jimmy Carr; A Modest Proposal (sobre a fome na Irlanda), de Jonathan Swift
Referências citadas por DO: reacção de crianças negras ao ver nova Pequena Sereia
Referências citadas por JMP: polémica José Cid; polémica livro Henrique Raposo; episódio Seinfeld
(1:36:24) Comentário final (JMP)
_______________
Este debate surgiu do convite que a organização do festival me fez para fazer uma sessão a propósito do meu livro Política a 45 Graus. Uma vez que o tema do festival este ano era «poder», uma palavra, como vão ver, muito presente nestes debates, lembrei-me logo de abordar o tema do politicamente correcto e as tensões que cria com a liberdade de expressão. Este é um tópico que abordo no livro, tanto na parte 1 como na parte 2, mas não é o tema central do livro. Por isso, decidi convidar duas pessoas para o painel. E quando me pus a pensar em quem, rapidamente me lembrei do Ricardo e do Daniel, visto que são duas pessoas com visões assertivas e fundamentadas sobre este tema (vão reparar que cada um preparou bem o que ia dizer). Além disso, os dois já tinham debatido entre si este assunto várias vezes, a última das quais no podcast do Daniel -- mas deixando, ainda assim, muitas pontas soltas por resolver.
Este é um tema que tem marcado o debate político nos últimos anos, por isso creio que dispensa apresentações. É um tema que divide, e suscita em em muitos de nós reacções inflamadas num ou no outro sentido. Ao mesmo tempo (ou talvez seja precisamente por isso), o próprio conceito «politicamente correcto» parece por vezes pouco claro, o que leva a que a discussão se torne, frequentemente (e rapidamente), muito confusa.
Nesta conversa tentei contrariar estas duas tendências: discutir o tema de forma civilizada, e, ao mesmo tempo, perceber melhor o que está em causa quando as posições neste debate divergem, de modo a poder formar uma opinião fundamentada.
O primeiro objectivo foi claramente conseguido. Foi uma conversa / debate profunda e, ao mesmo tempo, animada. Por isso é que o evento estava previsto durar cerca de 50 minutos e acabou perto das 2 horas (na versão não editada). E isto com uma plateia cheia que não arredou pé até ao final (sendo que esse “final” foi já perto das 21:30…!).
O segundo objectivo -- perceber melhor o que está em causa neste debate -- é mais complexo. Durante o debate, deixei o Ricardo e o Daniel discutirem um com o outro, intervindo sobretudo para esclarecer alguns pontos ou adicionar algum aspecto que me parecesse estar a faltar na discussão. Como é quase inevitável nos debates sobre estes temas, que tocam em tantas frentes, a discussão pareceu em alguns momentos desviar-se do tópico principal. Mas, para mim -- e espero que também para vocês -- ajudou-me a compreender melhor este tema. E levou-me a aprofundar uma reflexão sobre ele. Partilho-a convosco a seguir ao debate, no final do episódio.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Thu, 03 Nov 2022 - 1h 47min - 179 - #131 Edalina Rodrigues Sanches - Porque tarda a democracia em África?
Edalina Rodrigues Sanches é doutorada em Ciência Política pela Universidade de Lisboa e é actualmente Investigadora Auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Os seus interesses de investigação incluem democratização, representação, ligações partidos-cidadãos, comportamento político, e dedicação ao círculo eleitoral, com enfoque em África. A sua tese de doutoramento foi distinguida com o prémio da Associação Portuguesa de Ciência Política em 2016, e deu origem ao livro «Party Systems in Young Democracies: Varieties of institutionalization in Sub-Saharan Africa, publicado pela Routledge.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com
_______________
Índice da conversa:
(3:35) Início da conversa
(6:47) O processo de descolonização do pós II GM. | O que se passou para tantos líderes promissores da independência se terem revelado ditadores?
(12:21) A «3ª vaga de democratização»: O que correu mal? | Como evoluiu de lá para cá? Francis Fukuyama e o Fim da História. | O que há de especial nos países africanos mais democráticos?
(26:57) Os desafios da democracia em África. Diversidade étnica e comunitarismo. | É preciso “africanizar a democracia”. O caso de sucesso do Botswana
(38:13) O tipo de colonização de cada país impactou o sucesso da democratização? A «maldição dos recursos naturais». É possível prever o sucesso da democratização com base em diferentes realidades pré-coloniais?
(48:34) Casos de sucesso de democratização no século XXI? Seicheles, Zâmbia, Malawi (acção do Tribunal Constitucional). Mo Ibrahim Index of African Governance (IIAG). | O caso do Rwanda.
(57:10) Casos de INsucesso de democratização no século XXI? Guiné Equatorial, Eswatini, Chade, Camarões, Djibuti. | O mundo lusófono: Angola e Moçambique.
(1:04:22) Que podemos esperar no futuro da democracia em África? O crescimento dos protestos populares em vários países.
Livro recomendado: Marcher, une philosophie, de Frédéric Gros
_______________
África é um continente gigante, com 54 países, étnica e culturalmente diverso e com um enorme potencial ainda por desenvolver. Mas é também vítima de uma História… complicada (para usar um eufemismo), com séculos de exploração europeia, primeiro, e colonialismo, depois.
O pós II Guerra Mundial trouxe uma nova esperança ao continente, com 30 países a tornarem-se independentes entre 1945 e 1960.
As promessas de democracia e liberdade saíram, porém, esfumadas, com muitos países a acabarem dominados por regimes autoritários.
No final dos anos 1980, começou uma nova era de optimismo, com a chamada “3ª onda de democratização mundial” (cujo início se convencionou ser o nosso 25 de abril) a ganhar em África um ímpeto especialmente grande, combinando uma conjuntura internacional favorável (com a queda da URSS) com importantes protestos políticos a nível doméstico. Neste período, diversos países conseguiram iniciar processos de liberalização política para sistemas mais democráticos.
No entanto, desde então, a verdade é que tem havido poucos ou nenhuns progressos ao nível da democracia em África (sobretudo se excluirmos a Primavera Árabe, no caso dos países acima do Sahara, cujo sucesso, de resto, acabou por ser reduzido). Hoje, menos de 10 de entre os 54 países que compõem o continente, são considerados democracias “liberais”. Se excluirmos países-ilhas, falamos essencialmente do Gana e dos três países mais a sul: África do Sul, Botswana e Namíbia.
Ao olhar para o estado da democracia em África há, por isso, várias perguntas a que é preciso responder.
O que correu mal no processo de independência, em particular naqueles países que tinham, na altura, líderes independentistas tão promissores?
No sentido inverso, o que permitiu os avanços da democracia nos anos 1990?
E o que explica os parcos progressos desde então?
Por outro lado, que factores comuns podemos identificar num continente tão grande e tão diverso?
E, finalmente, o que podemos esperar no futuro da democracia no continente nas próximas décadas?
Para responder a estas questões, dificilmente poderia pedir melhor pessoa do que a convidada deste episódio. Foi uma conversa muito elucidativa, sobre uma realidade muito complexa e à qual não damos, porventura, a devida atenção.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Edalina Rodrigues Sanches é doutorada em Ciência Política (Universidade de Lisboa) e Investigadora Auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Os seus interesses de investigação incluem democratização, protesto popular, desenvolvimento dos partidos e sistemas partidários e representação política, com enfoque em África. A sua investigação tem sido publicada em revistas como Party Politics, African Affairs, Journal of Contemporary African Studies, Parliamentary Affairs, Electoral Studies, entre outras. Publicou recentemente o livro Party Systems in Young Democracies: Varieties of institutionalization in Sub-Saharan Africa (Routledge, 2018) e organizou o livro Popular Protest, Political Opportunities, and Change in Africa (Routledge, 2022). Integra a comissão editorial das revistas Caderno de Estudos Africanos e Análise Social.
Wed, 19 Oct 2022 - 1h 13min - 178 - [Xpress] #128 Luísa Lopes - O que pode causar o envelhecimento cognitivo precoce?
Está de volta o «45 Graus Xpress», disponível em qualquer aplicação de podcasts. O 45 Graus Xpress é uma versão 'shot' do 45 Graus, ideal para recomendarem àqueles amigos que se interessam pelos temas abordados no podcast, mas não têm tempo para ouvir os episódios completos. Em cada episódio do Xpress, vão encontrar um momento especialmente interessante das conversas publicadas originalmente no 45 Graus.
Luísa Lopes é neurocientista e dedica-se ao estudo dos mecanismos que causam o envelhecimento cognitivo precoce, em particular ao nível da memória. A convidada é actualmente coordenadora do grupo de investigação em “neurobiologia do envelhecimento e doença” no Instituto de Medicina Molecular e Professora Convidada na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Tue, 11 Oct 2022 - 09min - 177 - #130 Eunice Goes - O que se passa com a política do Reino Unido?
Eunice Goes é doutorada em ciência Política pela London School of Economics e é há quase 15 anos professora na Richmond University em Londres. As suas principais áreas de investigação são a política britânica e o papel das ideias e das ideologias na política e nas decisões políticas.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
_______________
Índice da conversa:
(3:40) O Partido Conservador | O Brexit. | Capitalismo de Renânia | Mont Pelerin Society | Institute of Economic Affairs
(20:28) Como compara o P. Conservador com os partidos da direita da Europa continental? | As especificidades do sistema eleitoral britãnico.
(29:52) Porque é que o P. Trabalhista não tem conseguido aproveitar? | A imprensa tem um viés de direita? Inquérito Pew Research Center |
(41:00) A crise da identidade do P. Trabalhista -- e a relação com a “crise da Social-democracia europeia” | A “red wall” | Ordoliberalismo | Predistribution |
(57:43) O papel das ideias na política. Peter Hall
(1:04:14) A importância de desenvolver pensamento crítico nos alunos. | Livro: «Está a Brincar, Sr. Feynman!» de Richard P. Feynman
Livros recomendados: Capitalism on Edge, de Albena Azmanova; Anti-System Politics, de Jonathan Hopkin; In the Shadow of Justice, de Katrina Forrester
_______________
Uma conversa muito oportuna com Eunice Goes, professora de Ciência Política na Richmond University em Londres, sobre as causas mais profundas da instabilidade da política britânica nos últimos anos. Falámos do Partido Conservador, do Partido Trabalhista, do papel da imprensa, da "crise de identidade da Social-democracia europeia e de... pensamento crítico.
Há já alguns anos que a política do Reino Unido não sai das notícias -- sobretudo desde o referendo do Brexit em 2016. Desde então, a instabilidade instalou-se na política britânica. O Partido Conservador, que tem governado nos últimos 12 anos, já vai, desde 2016, no 4.º líder -- e, consequentemente, o país no 4º Primeiro Ministro. A última mudança aconteceu há menos de um mês, com a saída de Boris Johnson e a vitória de Liz Truss nas eleições internas de um Partido Conservador muito dividido. Mal tomou posse, a nova Primeira-ministra anunciou um conjunto de medidas arrojadas que têm gerado enormes críticas e uma reacção negativa nos mercados financeiros.
Para compreender as origens desta instabilidade que a política do Reino Unido tem vivido, o papel dos dois maiores partidos e as particularidades do sistema político britânico dificilmente poderia encontrar pessoa melhor que a convidada.
Nesta conversa, começamos por examinar as causas da instabilidade na política britânica, cujas causas vão desde o Brexit à existência de diferentes facções dentro do PC e mesmo à própria arquitetura do sistema eleitoral, que dificulta a expressão dos restantes partidos.
Mas existe, ao mesmo tempo, um mistério grande: com esta instabilidade, e os 12 anos de governo que o Partido Conservador já leva, como é que o Partido Trabalhista não tem conseguido afirmar-se como alternativa? Isto levou-nos a discutir se os trabalhistas são vítimas do viés de direita de que a imprensa britânica é frequentemente acusada. Com ou sem imprensa difícil, a verdade é que o PT vive hoje uma crise de identidade, a qual pode ser enquadrada na crise da social-democracia europeia que abordei recentemente num episódio com Pedro Magalhães.
Mesmo no final da conversa, abordámos ainda uma iniciativa inovadora que a convidada tem aplicado nas suas aulas para melhorar a aprendizagem e estimular o pensamento crítico entre os alunos.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Thu, 06 Oct 2022 - 1h 20min - 176 - #129 Pedro Bernardo - Dos segredos da edição de livros aos hábitos de leitura em Portugal
Pedro Bernardo tem um percurso de mais de duas décadas na edição de livros, essencialmente como editor, mas também como revisor e tradutor. Começou por trabalhar nas Edições 70, e posteriormente, no Grupo Almedina, lidando sobretudo com não-ficção. Em finais de 2015, saiu do Grupo para ser um dos fundadores da editora E-Primatur/Bookbuilders.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
_______________
Índice da conversa:
(2:56) O que faz um editor? | Ezra Pound’s extensive revisions to T. S. Eliot’s The Waste Land. | Porque é raro em Portugal?
(9:05) Publica-se demais em Portugal? | Quais são os custos de publicar um livro?
(14:47) Como surge um livro: parte do autor ou da editora? | Scouting
(17:26) Como é lidar com os autores? A importância da clareza na linguagem e o culto da opacidade na escrita académica
(24:35) Outros intervenientes há na publicação de um livro: revisor, tradutor, designer etc. | A importância da capa.
(32:16) Que tipo de livros se lê mais em Portugal? | Porque há pouco mercado para livros de bolso em Portugal? | Livros digitais.
(39:44) Lê-se muito pouco em Portugal? | Estudo «Leitores de livros em Portugal. Uma prática cultural em transformação», de Miguel Ângelo Lopes, José Soares Neves e Patrícia Ávila | Inquérito da Fundação Gulbenkian às práticas culturais dos portugueses
(48:36) Impacto da consolidação do mercado editorial e de retalho livreiro em Portugal este século. | Os livros em Portugal são demasiado caros?
(1:01:39) Que intervenção deve ter o Estado no mercado dos livros?
(1:04:57) Porque é tão difícil unir o Mundo Lusófono?
(1:08:00) Recomendações do convidado. Editoras (Antígona, Tinta da China), livrarias (100ª Página em Braga, Poetria no Porto, Fonte de Letras em Évora), autores (Robert Fisk, A Grande Guerra pela Civilização). Livro recomendado: O Negócio dos Livros, Como os Grandes Grupos Económicos Decidem o Que Lemos, de André Schiffrin
_______________
Este episódio tem uma história de quase 2 anos. Mais ou menos desde o momento em que comecei a escrever o que viria a ser o livro «Política a 45 Graus», dei por mim com imensa curiosidade e dúvidas sobre o processo de edição de um livro, as especificidades do mercado da edição em Portugal e os hábitos de leitura (ou falta deles) no nosso país. Agora que passei pelo processo de edição do meu livro, e através dele fui levado a pensar mais nestas questões, decidi que estava na altura de trazer este tema ao 45 Graus.
O convidado é Pedro Bernardo.
Escolhi o Pedro Bernardo pela sua longa experiência enquanto editor, sobretudo de não ficção, primeiro nas Edições 70, e posteriormente, no Grupo Almedina, e sobretudo porque um dos criadores, juntamente com Hugo Xavier e João Reis, da E-Primatur / Bookbuilders, uma das mais interessantes editoras independentes nascidas em Portugal nos últimos anos. A E-Primatur é uma editora especial por vários motivos, desde o facto de funcionar com base num modelo de crowdfunding, às capas originais do seu livro e ao tipo de livros que publica -- com grande ênfase em “obras essenciais que foram capazes de mudar mentalidades (para o bem e para o mal, como diz na apresentação da editora).
Foi uma conversa muito esclarecedora para quem se interessa por este tipo de temas, em que percorremos uma série de tópicos, desde o papel de um editor, ao processo de edição de um livro e os seus vários intervenientes, passando pelas especificidades do mercado editorial e livreiro em Portugal e pelos hábitos de leitura dos portugueses em comparação com outros países. Espero que gostem!
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Pedro Bernardo é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, Estudos Ingleses e Alemães, trabalha em edição desde 2000, essencialmente como editor, mas também como revisor e tradutor. Na Edições 70, e posteriormente no Grupo Almedina, exerceu, entre outras, as funções de responsável pela produção (2004-2007) e de editor (2007-2015). Em finais de 2015, saiu do Grupo para ser um dos fundadores da E-Primatur/Bookbuilders.
Wed, 21 Sep 2022 - 1h 15min - 175 - #128 Luísa Lopes - Porque é que o nosso cérebro envelhece (e como evitá-lo)?
Luísa Lopes é neurocientista e dedica-se ao estudo dos mecanismos que causam o envelhecimento cognitivo precoce, em particular ao nível da memória. A convidada é actualmente coordenadora do grupo de investigação em “neurobiologia do envelhecimento e doença” no Instituto de Medicina Molecular e Professora Convidada na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
_______________
Índice da conversa:
(5:59) Como o nosso cérebro envelhece — e porque não acontece igual em toda a gente. | Mais educação = envelhecimento mais lento | Ressonância magnética funcional | Blue zones | A importância do sono. Estatísticas de sono em Portugal. As crianças. | Diminuição da incidência da demência nas últimas décadas.
(23:29) Relação com o envelhecimento sistémico do corpo. | O papel da oxidação. | Organóides
(39:09) Por onde começa o envelhecimento: neurónios vs sinapses | O hipocampo e o estranho caso dos soldados da guerra do Iraque
(49:07) O que distingue o envelhecimento normal do patológico (neurodegenerativo)? E porque afecta sobretudo o hipocampo? | Parkinson vs Alzeimer
(57:52) Tratamentos para doenças neurodegenerativas | Causas últimas: danos no genoma; perda de irrigação sanguínea
(1:06:55) Tratamentos de ponta: transfusão de sangue de indivíduos novos (paper). | Patient H.M.
(1:15:19) Os benefícios da cafeína. Estudo citado (estudo, notícia)
(1:20:04) Livro recomendado: O Homem que Confundiu a Mulher com um Chapéu, de Oliver Sacks
_______________
Todos sabemos que, infelizmente, com a idade vamos perdendo gradualmente capacidade cognitiva, desde a memória à capacidade de aprender coisas novas. Mas a experiência diz-nos também que existe muita variabilidade entre as pessoas: há quem numa idade avançada se mantenha grande acuidade intelectual, e continue inclusive a trabalhar, mesmo em trabalhos criativos e desafiantes. E, no sentido contrário, há pessoas em que o envelhecimento cognitivo é acelerado e surge prematuramente, por norma associado a doenças neurodegenerativas.
Por isso, é provável que todos nós em algum momento nos tenhamos perguntado: porque é que o nosso cérebro envelhece? É simplesmente uma consequência do envelhecimento geral do corpo? E, já agora, será possível evitar sermos assolados por doenças de envelhecimento cognitivo prematuro e, além disso, abrandar o mais possível o envelhecimento natural?
Foram estas e outras perguntas que fiz à convidada deste episódio, a neurocientista Luísa Lopes.
Começámos por falar sobre o que acontece exactamente no nosso corpo (e no cérebro em particular) que causa a diminuição de funções cognitivas. Falámos dos neurónios (as células fundamentais do cérebro, de dendrites (o imenso conjunto de ramos que liga um neurónio a outros neurónios) e de sinapses (a ponta desses ramos, onde ocorre a transferência de informação para o outro neurónio).
Falámos também sobre que hábitos devemos ter para retardar esse processo, como dormir bem, fazer exercício, comer bem, manter a mente activa e -- o que pode ser menos óbvio -- socializar. Discutimos também o que distingue as doenças neurodegenerativas do envelhecimento normal, e os tratamentos que existem para elas -- bem como das suas limitações.
Mas dormir bem, comer bem, fazer exercício não só dá trabalho como apenas serve para adiar o problema; o que gostaríamos todos era de poder reverter o envelhecimento. Por isso, no final, falámos também de alguns tratamentos revolucionários (mas também ainda pouco certos e com algumas barreiras éticas, como normalmente acontece); por exemplo, experiências recentes feitas com ratos em que se fez a transfusão de sangue de um animal novo num velho, conseguindo com isso reverter o envelhecimento cognitivo.
Foi uma conversa bem interessante.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Luísa Lopes é neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e Professora Convidada na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Estudou na Escola Secundária do Bombarral, licenciou-se em Bioquímica na Faculdade de Ciências de Lisboa e mais tarde doutorou-se em Neurociências na Faculdade de Medicina da mesma Universidade. Trabalhou em Cambridge, no Reino Unido, em Estocolmo, na Suécia e em Lausanne, Suiça, antes de regressar a Lisboa, onde a partir de 2008 estabeleceu a sua própria equipa de investigação, tendo em 2013 e 2018 obtido posições de Investigador da Fundação para Ciência e Tecnologia. O seu trabalho centra-se nos mecanismos que causam o envelhecimento precoce das funções associadas à memoria, e o desenvolvimento de modelos animais de envelhecimento para estudar o défice cognitivo e neurodegeneração. Tem múltiplos artigos e capítulos de livros publicados em revistas científicas internacionais, incluindo revistas de referência na área, tal como Nature Neuroscience, Science Immunology ou Molecular Psychiatry e doutorou 8 estudantes na sua equipa. Em 2010, Luísa recebeu um prémio da Dana Alliance for Brain pelas actividades de divulgação científica enquanto coordenadora das actividades da Semana do Cérebro em Lisboa. Pertence a várias sociedades científicas portuguesas e internacionais, destacando-se ter sido membro da Direcção da Sociedade Portuguesa de Neurociências entre 2008 e 2011. É membro Conselho Científico da Faculdade de Medicina e da equipa de cordenação do Mestrado em Investigação Biomédica. Em 2017 recebeu uma menção honrosa da Universidade de Lisboa pelo seu currículo científico na área de Biomedicina, em 2018 o Prémio Mantero Belard – Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em 2020 o prémio Pfizer em Investigação Biomédica, e em 2022 o Prémio Interstellar Initiative para “Healthy Aging and Longevity” da Academia de Ciências de Nova Iorque. Em 2021 recebeu o seu grau de Agregação na Faculdade de Medicina de Lisboa.
Wed, 07 Sep 2022 - 1h 22min - 174 - #127 Fernando Soares e Ricardo Marvão - Academia «Próxima Geração»
Ricardo Marvão (que já foi convidado do episódio #47) é co-fundador Beta-i, empreendedor, apaixonado por educação e espaço. É formado em Engenharia Informática, com mestrado em Aeroespacial. Co-fundou vários projetos educacionais em Portugal como a Singularity University (escola para executivos), European Innovation Academy (escola de verão de empreendedorismo para estudantes universitários), Próxima Geração (academia para a próxima geração de políticos), o programa executivo Space for Business e a academia Native Scientist.
Fernando Soares é economista e é actualmente gestor de investimentos da Alpac Capital, uma sociedade de capital de risco. Antes disso, liderou a direção de desenvolvimento da Universidade Nova de Lisboa e co-liderou a campanha de angariação de fundos para a construção do novo Campus da Nova SBE. Faz ainda parte do Grupo de Reflexão para o Futuro de Portugal, uma iniciativa da Presidência da República.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
_______________
Índice da conversa:
(05:30) Academia «Próxima Geração». Estudos sobre jovens: FFMS, FCG. Movimento Renova Brasil. | Como contornar a barreira da origem social na selecção dos jovens?
(23:32) Como é a experiência dos participantes na «Próxima Geração»? Como tem corrido até agora? | Reabilitar a profissão de político.
(36:44) Como é que a experiência profissional dos fundadores influenciou esta iniciativa? Aceleração de startups. | Como medir resultados deste tipo de iniciativas?
(41:48) Que esperar para o futuro?
Documentário recomendado: «Knock down the house».
_______________
A academia «Próxima Geração» surge integrada na Apolitical Academy, uma academia política global, como o nome indica, apartidária, e que está hoje já presente em vários países. O projecto foi lançado em Portugal este ano, e a primeira edição acabou precisamente no fim-de-semana passado.
O objectivo da «Próxima Geração» é melhorar a qualidade da democracia e da sociedade civil em Portugal capacitando os jovens, ou seja, aqueles que no futuro terão a participação cívica e política na vida do país. Esta academia é como que um curso intensivo em que os jovens seleccionados têm, durante 12 semanas, desde aulas, a debates a projectos concretos que lhes permitem ganhar cultura política e perceber que papel querem ter no futuro enquanto cidadãos.
Achei este projecto particularmente interessante por dois motivos. Primeiro, porque endereça simultaneamente tendências conjunturais transversais às democracias, como a polarização e o afastamento dos cidadãos da política, e lacunas históricas, estruturais, da sociedade portuguesa, como a falta de cultura de participação cívica e política. Como dizia o antigo presidente Ramalho Eanes, o 25 de abril trouxe a liberdade e a democracia… “mas esqueceu-se que era preciso também criar cidadãos”.
O segundo motivo é que tem um aspecto distintivo de outras iniciativas do género -- e que vem directamente da experiência profissional dos fundadores (o Ricardo, o Fernando e outros). É que esta «Próxima Geração» foca-se não só em transmitir conhecimento e divulgar ideias, mas também em desenvolver nos participantes competências práticas, concretas, que são muitas vezes a maior barreira para se conseguir implementar aquilo em que se acredita, seja na política ou numa participação cívica mais lata. Os fundadores dão, assim, um twist progressista à ideia do Velho do Restelo de Camões do “saber de experiência feito”, fazendo os jovens passar por uma série de desafios práticos, como fazer angariação de fundos, criar decretos-lei (e aprender a negociá-los) ou fazer campanhas porta a porta.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Ricardo Marvão (que já foi convidado do episódio #47) é co-fundador Beta-i, Empreendedor, Apaixonado por Educação e Espaço, formado em Engenharia Informática, Mestrado em Aeroespacial. A Beta-i é uma consultoria de inovação colaborativa com alcance global, especialista na concepção, design e gestão de projetos, desde a estratégia aos testes piloto, com as principais indústrias de Energia, Saúde, Economia Azul, Sustentabilidade, Finanças e Agroalimentar. Co-fundou também vários projetos educacionais em Portugal como a Singularity University (escola para executivos), European Innovation Academy (escola de verão de empreendedorismo para estudantes universitários), Próxima Geração (academia para a próxima geração de políticos), o programa executivo Space for Business e a academia Native Scientist. Também tem mais de 10 anos de experiência internacional na Indústria Espacial trabalhando com a ESA, a Inmarsat, a Airbus e muitos outros em muitas partes do globo como Alemanha, Reino Unido, França, China e EUA. Co-fundou a Evolve, uma das primeiras empresas portuguesas focadas em software para a Indústria do Espaço, adquirida posteriormente pela Novabase.
Fernando Soares é economista, actualmente gestor de investimentos da Alpac Capital, uma sociedade de capital de risco portuguesa com investimentos em vários países na Europa em setores como a tecnologia, media e telecomunicações. É apaixonado e tem liderado projetos transformadores da sociedade, nomeadamente no setor da educação e da política. Trabalhou 10 anos no sector de educação onde criou e liderou a direção de desenvolvimento da Universidade Nova de Lisboa e co-liderou a campanha de angariação de fundos de 52M€ que mobilizou a sociedade portuguesa e uma rede de parceiros para apoiar a construção do novo Campus de Carcavelos da Nova SBE. Faz parte do Grupo de Reflexão para o Futuro de Portugal, uma iniciativa da Presidência da República, e é co-fundador da Academia Próxima Geração e da Singularity University Portugal. É formado em Economia pela Nova SBE e possui mestrado em Economia e Finanças pela Universidade de Durham, no Reino Unido.
Wed, 27 Jul 2022 - 46min - 173 - #126 João Ferro Rodrigues - «A Era do Nós»: conciliar liberdade e direitos com a promoção do "bem comum"
João Ferro Rodrigues (1976) é licenciado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa e tem um MBA pela Harvard Business School. Profissionalmente, tem-se dedicado à gestão em setores como a consultoria estratégica, as energias renováveis e a tecnologia. É lisboeta e pai de quatro filhas. «A Era do Nós» é o seu primeiro livro.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
_______________
Índice da conversa:
(4:09) Início da conversa. | Até que ponto livros escritos para o mundo Anglo-americano se aplicam à realidade portuguesa?
(15:35) A tirania do mérito. Livro Michael Sandel
(24:41) A importância de enfatizar deveres para com a comunidade. Pontes improváveis entre a esquerda clássica e o conservadorismo
(30:18) …De novo o mérito. Fontes de identidade para além do trabalho. Esquerda progressista e «os deploráveis». Os «left behind» e a ascensão do populismo.
(38:53) Propostas do livro para uma «democracia do bem comum»: aumentar a mobilidade social vs rebentar bolhas sociais.
(43:36) Capital social e impactos potenciais na economia.
(47:32) Comunitarismo vs capital social. O exemplo dos Países Nórdicos | Agendas mobilizadoras
(51:52) Devem as empresas ter uma missão social? Artigo Milton Friedman: «The Social Responsibility Of Business Is to Increase Its Profits». Porter’s 5 forces | Ineficiências funcionais. Artigo Yuval Harari. O exemplos do voto e do futebol. | O exemplo do mito dos Descobrimentos
(1:01:46) Relação entre individualismo e ascensão d populismo
(1:10:38) Previsões para o futuro próximo
Livro recomendado: A Swim in a Pond in the Rain, de George Saunders
_______________
Quem faz podcasts e outros programas começa a certo ponto a receber regularmente livros de editoras, que querem, naturalmente, promover os seus autores. Um dos livros que recebi no início deste ano foi este «A Era do Nós» do João Ferro Rodrigues. Logo na altura, achei o tema muito pertinente e agradou-me ver um não académico fazer uma incursão por estes temas. Além disso, encontrei várias pontes com os tópicos que abordo no «Política a 45 Graus», pelo que decidi deixá-lo em banho-maria até publicar o livro… O que aconteceu em Abril, e poucas semanas depois, recebo uma mensagem do João via redes sociais, a elogiar o meu livro e impressionado, também ele, com a quantidade de temas que coincidíamos. Estava feito o match. Convidei-o ali mesmo para o 45 Graus -- e o resultado é este episódio.
Este «A Era do Nós» do João Ferro Rodrigues é uma reflexão sobre a evolução da sociedade nas últimas décadas, no Mundo e em Portugal, e um manifesto por uma Ênfase renovada no comunitarismo e …
O livro parte da convicção de que vivemos hoje, em resultado da evolução da economia e da sociedade, numa era mais individualista e compartimentada do que no passado. Esta tendência reflecte-se, para muitas pessoas, num isolamento e atomização social, enquanto outras têm uma vida social activa mas vivem em autênticas “bolhas” sociais, em que contactam pouco com o resto da sociedade. O convidado entende que esta tendência anti-comunitarista é, desde logo, um mal em si mesmo, moral, mas tem também trazido consequências concretas na vida dos próprios indíviduos, seja por via de um menor crescimento económico, seja pelo seu impacto na saúde e na felicidade individual.
O livro termina, por isso, com um conjunto de propostas muito concretas para aumentar a confiança entre os cidadãos e a coesão das comunidades, gerando a tal nova «Era do Nós» que consiga conciliar os ganhos de liberdade e inclusividade das últimas décadas com a harmonia e coesão social. As propostas do convidado incluem medidas relativamente consensuais -- como a promoção da mobilidade social, uma maior descentralização, um melhor planeamento urbano ou a promoção do associativismo local -- mas também propostas mais ousadas, como a da criação de um «Serviço Nacional Obrigatório»: uma espécie de serviço militar obrigatório mas focado sobretudo em dar aos jovens uma experiência de contacto directo com o país real e levá-los trabalhar no terreno em prole da comunidade.
Na nossa conversa, abordámos sobretudo o diagnóstico que o convidado faz da sociedade actual -- e que toca, como disse, vários temas que também abordo no «Política a 45 Graus». Entre vários outros temas, falámos do encantamento que hoje temos com o mérito individual (e das limitações dessa ideia); da importância de enfatizar não só a liberdade e direitos mas também os deveres dos indivíduos para com a comunidade; da ascensão do populismo e da sua relação com camadas da população que se sentem deixadas para trás pelas elites mais cosmopolitas e pelo foco da política em direitos de minorias e outras questões identitárias. E falámos também da importância de aumentar a mobilidade social, da necessidade de rebentar «bolhas sociais» e sobre se as empresas devem ter também um papel social.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: João Ferro Rodrigues (1976) é licenciado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa e possui um MBA pela Harvard Business School. Profissionalmente, tem-se dedicado à área da gestão de projetos e de empresas em setores como a consultoria estratégica, as energias renováveis e a tecnologia. É lisboeta e pai de quatro filhas. A Era do Nós é o seu primeiro livro.
Wed, 13 Jul 2022 - 1h 15min - 172 - #125 Bernardo Motta 2/2 - Jesus, a experiência pessoal do Divino, a alma e o «problema do mal»
Bernardo Motta é engenheiro electrotécnico, com carreira na área. E é também um católico convicto, que junta à formação científica um conhecimento profundo da filosofia da religião e dos debates entre crentes e ateus que têm marcado as últimas décadas -- nos quais, claro, assume uma posição de defesa do Cristianismo. Escreveu os livros «Do enigma de Rennes-le-Château ao Priorado de Sião» e «O Milagre do Sol segundo as testemunhas oculares».
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
_______________
Índice da conversa:
(02:19) Três razões para ser católico: 1) Certeza de que Deus existe (Peter Kreeft: 20 arguments for God’s existence)
(08:18) 2) Jesus Cristo é Deus [e o que diz a Bíblia] (Argumento de C S Lewis sobre Jesus: "Lunatic, Liar, or Lord", Plínio, Livro «Jesus and the Eyewitnesses», de Richard Bauckham, Bart Ehrman
(26:22) A experiência pessoal do Divino, e o papel da estética (argumento de Platinga, Arvo Part)
(41:21) O problema do Mal
(47:48) Existem santos?
(55:39) O que é a alma de uma pessoa que morre senil?
(1:02:48) Vivemos no “fim dos tempos”?. John Rawls
(1:10:44) Porque há pouco o hábito em Portugal de discutir estes temas? (Fideísmo, William James: «The Will to Believe», Abuso sexual de menores na Igreja)
_______________
Nesta 2ª parte da conversa com Bernardo Motta, dedicámo-nos a tópicos, dentro do género, mais “normais” numa conversa sobre religião e o Cristianismo, como a figura de Jesus, a experiência subjectiva do Divino e o eterno «Problema do mal».
O ponto de partida foram as três razões que o convidado dá para se afirmar católico: 1) Certeza de que Deus existe [que abordámos na 1ª parte da conversa], 2) Convicção de que Jesus Cristo é Deus, 3) convicção de que a doutrina original da Igreja está mais próxima da católica do que da protestante (sendo que este 3º ponto acabámos por não desenvolver)...
A 2ª razão -- a convicção de que Jesus Cristo é Deus -- é a marca essencial do cristianismo (um dogma em quase todas as denominações) em comparação com outras religiões. Daqui partimos para discutir a figura de Jesus e o que, no entender do convidado, se pode dizer da veracidade Histórica dos relatos do Novo Testamento.
Daí passámos para um tema que me suscita muita curiosidade: como é a experiência pessoal, subjectiva, do Divino? …uma experiência que, para muitas pessoas, como é o caso do convidado, tem um lado estético forte.
…E daí para o chamado «Problema do Mal» (isto é, porque é que há mal no Mundo?), um clássico destes debates há vários séculos. Confrontei também o convidado com as minhas objecções em torno da lógica da ideia de santo (mesmo à luz da fé católica) e algumas contradições que me parecem existir na ideia de alma.
No final, como que para embrulhar esta muito longa conversa, perguntei ao convidado porque são tão raras em Portugal este tipo de discussões entre crentes e não crentes? Recorde-se que, ao contrário de muitos crentes, que remetem a questão de Deus para uma questão subectiva, de fé, o Bernardo está convicto de que a existência de Deus pode ser provada, filosófica e cientificamente -- e é, por isso, debatível.
Contactos Bernardo Motta: bernardosanchezmotta@icloud.com; https://www.facebook.com/bernardosanchezmotta
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Bernardo Motta nasceu em Lisboa em 1976. É casado e tem três filhos. É licenciado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores (ramo de Controlo e Robótica) pelo Instituto Superior Técnico (2000). Em 2005, escreveu o estudo histórico o "Do enigma de Rennes-le-Château ao Priorado de Sião". Entre 2005 e 2007 fez conferências por todo o País para apresentar o seu livro, na sequência da polémica levantada pelo livro de Dan Brown, “O Código Da Vinci”. A partir de 2007, os seus interesses voltaram-se para a história da Ciência e para a filosofia da Ciência. No ano de 2011-2012, preparou e leccionou o Curso "Cristianismo e Ciência" a pedido da Escola de Leigos do Instituto Diocesano da Formação Cristã do Patriarcado de Lisboa. Entre 2013 e 2015 leccionou o mesmo curso a alunos do Instituto Superior Técnico que frequentavam Mestrados em Matemática e Física. Em 2016 fez duas conferências no Instituto Superior Técnico no ciclo de conferências sobre Cristianismo e Ciência: uma sobre a Ciência na Idade Média e outra sobre o impacto da Inquisição na Ciência. Entre 2015 e 2017 escreveu o livro “O Milagre do Sol segundo as testemunhas oculares”, editado e publicado pela Lucerna, no qual recolhe depoimentos de testemunhas oculares do fenómeno ocorrido a 13 de Outubro de 1917. Esta obra defende simultaneamente a tese do milagre e uma explicação meteorológica para o que foi observado.
Wed, 06 Jul 2022 - 1h 22min - 171 - #125 Bernardo Motta (pt 1/2) - Ciência e religião são incompatíveis?
Bernardo Motta é engenheiro electrotécnico, com carreira na área. E é também um católico convicto, que junta à formação científica um conhecimento profundo da filosofia da religião e dos debates entre crentes e ateus que têm marcado as últimas décadas -- nos quais, claro, assume uma posição de defesa do Cristianismo. Escreveu os livros«Do enigma de Rennes-le-Château ao Priorado de Sião» e «O Milagre do Sol segundo as testemunhas oculares».
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
_______________
Índice da conversa:
(05:54) Percurso religioso do convidado. | O mistério de Rennes-le-Château e «O Código da Vinci» (livro do convidado: «O Priorado de Sião e a Ordem do Templo»)
(13:59) Ciência e Cristianismo (Joseph Needham, Chesterton, 1860 Oxford evolution debate, Padre Stanley Jaki, Richard Dawkins: «The God Delusion», Tomás de Aquino: «Suma Teológica», Averróis)
(57:26) Como compatibilizar o Cristianismo com a evolução por selecção natural? | A questão da consciência (Materialismo, livro «Philosophical foundations of neuroscience», Thomas Nagel, James Tour: The Mystery of the Origin of Life) | A matemática foi descoberta ou inventada? | Nominalismo
_______________
Quem ouve o 45 Graus há mais tempo, sabe que o tema religião -- e o Cristianismo em particular -- me interessam muito. Por vários motivos. Desde logo, por ser essencial para compreender a História da Humanidade; mas também pela importância que a religião continua a ter, hoje, na vida de muitas pessoas, isto apesar de vivermos num mundo mais secularizado e dominado pela Ciência. Enquanto não crente, fascina-me sobretudo compreender como é que um crente enquadra a Ciência na sua fé; e, de uma maneira mais abrangente, de onde vem essa fé? Em que motivos é que ele a fundamenta e como é a experiência do Divino.
Conversei sobre estes temas, e muito mais, neste episódio com Bernardo Motta. O Bernardo é engenheiro electrotécnico, com carreira nessa área, mas é também um católico convicto e um conhecedor profundo dos debates académicos sobre Deus e o Cristianismo, aos quais se tem dedicado muito.
O nome do Bernardo foi-me sugerido pela primeira vez por um anterior convidado do 45 Graus; um ateu dos quatro costados, mas que, apesar disso, recomendou o Bernardo enquanto alguém com bases científicas sólidas e, sobretudo, conhecimento profundo dos debates no âmbito da filosofia da religião. Vindo esta recomendação de um não crente, deixou-me logo intrigado; até que o nome me voltou a ser sugerido, desta feita por um mecenas do podcast…e aí que decidi avançar.
O Bernardo tem-se dedicado a estudar a História do Cristianismo e à sua relação com a Ciência. Depois de um livro, publicado em 2005, que desmontava as teses defendidas por Dan Brown no livro «O Código Da Vinci» (na altura, muito na berra) [«Do enigma de Rennes-le-Château ao Priorado de Sião»], o convidado tem-se dedicado sobretudo à relação do Cristianismo com a Ciência, por exemplo, através do Curso "Cristianismo e Ciência", que chegou a ser leccionado alunos do Instituto Superior Técnico dos Mestrados em Matemática e Física. Mais recentemente, em 2017 publicou o livro «O Milagre do Sol segundo as testemunhas oculares», onde defende simultaneamente a tese do milagre e uma explicação meteorológica (i.e. científica) para o que foi observado (um tópico que era suposto, mas acabámos por não abordar na nossa conversa).
O Bernardo é, além disso, muito activo nos recantos da internet (hoje, sobretudo nas redes sociais) onde crentes e ateus se digladiam em torno destas questões… É daí que lhe vem a tarimba. Aliás, embora o convidado seja um católico ortodoxo -- alguns diriam, fundamentalista -- tem um gosto grande no debate com não crentes; ao ponto, arrisco, de lhe gerar o paradoxo de que um Mundo supostamente ideal, sem ateus, seria um mundo muito mais aborrecido... O convidado distingue-se neste aspecto de muitos crentes, que remetem a crença em Deus para uma questão subectiva, de fé (e, portanto, onde o debate é irrelevante),. Pelo contrário, para o convidado, a existência de Deus é algo que pode ser provada, filosófica e cientificamente, e, portanto, é um debate tão ou mais relevante do que qualquer outro.
A nossa conversa resultou muito longa, por isso, resolvi dividir o episódio em duas partes.
Começámos a conversa pelo modo como o Bernardo entrou nestes meandros dos debates sobre religiosos, quando se dedicou a estudar a teoria que esteve na origem do «Código Da Vinci» (o que resultou no livro). O convidado tem, aliás, uma biografia peculiar para um católico, porque passou um período longo longe da fé, durante o qual acabou por gravitar para outras crenças, inclusive religiões orientais, pelo esoterismo antigo e por este tipo de teses alternativas.
Mas o grosso desta 1ª parte da nossa conversa foi dedicado à relação do Cristianismo com a Ciência moderna. Discutimos alguns argumentos para a existência de Deus, se é possível compatibilizar a narrativa criacionista com a evolução, os mistérios da origem da vida na Terra, o Universo, o mistério da consciência (que sentimos como algo imaterial), entre vários outros.
Espero que gostem. Este episódio fez-me lembrar a descrição que coloquei no 45 Graus, que diz: «Um podcast para todos, mas não para qualquer um(a)». Primeiro, pelo tema: Deus, religião, cristianismo não são temas que, arrisco, interessem a todos os ouvintes.Segundo, e principalmente, pelo tipo de conversa: longa, mais filosófica e com um fio condutor menos claro do que nos episódios normais. Quem gostar destes temas e tiver mente aberta, julgo que irá gostar bastante deste duplo episódio -- mesmo que discorde radicalmente do ponto de partida do convidado. Aliás, precisamente por eu partir de um ponto muito diferente do do convidado, embora tenha procurado provocá-lo e confrontá-lo com as minhas opiniões, optei por dar primazia à curiosidade -- que, afinal de contas, é o espírito deste podcast -- e dar-lhe espaço para explicar os seus pontos de vista.
Para a semana, sai a 2ª parte da nossa conversa, na qual cobrimos tópicos, dentro do género, mais “normais” numa conversa sobre estes temas, como a figura de Jesus, a experiência subjectiva do Divino e o eterno problema do mal.
Contactos Bernardo motta: bernardosanchezmotta@icloud.com; https://www.facebook.com/bernardosanchezmotta
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Bernardo Motta nasceu em Lisboa em 1976. É casado e tem três filhos. É licenciado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores (ramo de Controlo e Robótica) pelo Instituto Superior Técnico (2000). Em 2005, escreveu o estudo histórico o "Do enigma de Rennes-le-Château ao Priorado de Sião". Entre 2005 e 2007 fez conferências por todo o País para apresentar o seu livro, na sequência da polémica levantada pelo livro de Dan Brown, “O Código Da Vinci”. A partir de 2007, os seus interesses voltaram-se para a história da Ciência e para a filosofia da Ciência. No ano de 2011-2012, preparou e leccionou o Curso "Cristianismo e Ciência" a pedido da Escola de Leigos do Instituto Diocesano da Formação Cristã do Patriarcado de Lisboa. Entre 2013 e 2015 leccionou o mesmo curso a alunos do Instituto Superior Técnico que frequentavam Mestrados em Matemática e Física. Em 2016 fez duas conferências no Instituto Superior Técnico no ciclo de conferências sobre Cristianismo e Ciência: uma sobre a Ciência na Idade Média e outra sobre o impacto da Inquisição na Ciência. Entre 2015 e 2017 escreveu o livro “O Milagre do Sol segundo as testemunhas oculares”, editado e publicado pela Lucerna, no qual recolhe depoimentos de testemunhas oculares do fenómeno ocorrido a 13 de Outubro de 1917. Esta obra defende simultaneamente a tese do milagre e uma explicação meteorológica para o que foi observado.
Tue, 28 Jun 2022 - 1h 22min - 170 - #124 Nuno Maulide - Questões a que só a química sabe responder
Nuno Maulide é químico e professor catedrático na Universidade de Viena, onde é diretor do Instituto de Química Orgânica, a sua área de investigação. Publicou, juntamente com Tanja Traxler, o livro «Como se Transforma Ar em Pão -- Estas e outras questões a que só a química sabe responder».
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
_______________
Índice da conversa:
(4:33) Início: Porque há tão pouca divulgação na Química? Carl Sagan, Richard Feynman
(12:19) A atribuição do Prémio Nobel da Química é mais “conservadora” do que noutras áreas? | Egas Moniz e o Nobel | Carl Djerassi (inventor da pílula) | Adolf Windaus (colesterol)
(24:22) Química Orgânica. | Porque é toda a vida baseada em carbono? | Aminoácidos (via hidroxiácidos) | Porque é que a natureza continua a ser melhor em muitas reacções químicas? A Origem da Vida na Terra
(33:10) “Transformar ar em pão”: processo de Haber-Bosch. Biomimetics
(44:43) Porque há reações que funcionam só em pequena escala? Process chemistry
(54:17) A revolução dos plásticos: a descoberta da síntese do polietileno. | E o problema da poluição. | Será possível produzir gasolina a partir de plástico? | E criar espumas através de CO2? | E tratar os resíduos da produção de azeite?
(1:04:50) Porque é tão comum o carbono, tanto na vida como no que produzimos? Alternativas: silício | Porque as mesmas moléculas podem ter formas diferentes? …e como ajuda a explicar os efeitos da febre. | Mecanoquimica.
(1:10:39) É igual comer pão e açúcar refinado? | É possível criar uma “ração humana” equilibrada? (e a comparação com os livros electrónicos). Sal, açúcar e gordura. Gorduras trans. | Leite sem lactose
Livros recomendado: (vários de) Malcolm Gladwell; vários de Simon Sinek
_______________
O convidado deste episódio é o químico Nuno Maulide, e conversámos a propósito do livro que publicou recentemente, com Tanja Traxler: «Como se Transforma Ar em Pão -- Estas e outras questões a que só a química sabe responder».
O Nuno é químico e professor catedrático na Universidade de Viena, onde é diretor do Instituto de Química Orgânica, a sua área de investigação.
Muitos de vós terão ouvido falar dele pela primeira vez em 2019, quando foi eleito Cientista do Ano, na Áustria; uma distinção que não é única: o Nuno é também o mais novo membro permanente da Academia de Ciências austríaca, e o único estrangeiro fora dos países germanófonos a integrá-la.
O impacto do prémio acabou por motivar a escrita deste livro, que pretende divulgar a sua área de formação junto do grande público, explicando questões a que, como diz o subtítulo, só a química sabe responder.
A nossa conversa começou precisamente por este ponto: porque é que a química é ainda pouco divulgada e os químicos são muitas vezes menos proactivos do que outras áreas da ciência neste trabalho de divulgação? Eu próprio, como digo no início, tenho tido vários convidados físicos e biólogos, mas o Nuno é apenas o segundo químico que recebo no 45 Graus…
Falámos também de vários aspectos da Química. E aqui vale a pena clarificar alguma terminologia técnica que o convidado utiliza.
A Química estuda sobretudo moléculas e o modo como estas se formam a partir de átomos, que se ligam entre si; átomos de oxigénio, heterogénio, carbono, etc. Para formar moléculas, os átomos partilham entre si um ou mais electrões da sua camada exterior.
E, como o convidado refere a certo ponto, pode haver vários tipos de ligações: Quando cada átomo partilha um eletrão, estamos a falar de uma ligação simples. É o que acontece, por exemplo, nas moléculas de água, com dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio (daí o H2O). Mas pode haver também ligações duplas ou mesmo triplas, em que os átomos se ligam via três electrões partilhados. E quanto maior o número de ligações, como explica o convidado, mais difícil é quebrá-las em laboratório -- o que é essencial se quisermos sintetizar compostos novos -- e isso explica muitos dos desafios da química moderna.
Durante a nossa conversa, focámo-nos sobretudo na área de investigação do Nuno, a Química Orgânica, que trata do estudo das moléculas que têm por base em átomos de carbono. E aqui cabe muita coisa, pois as moléculas com base em carbono estão não só em muitos produtos familiares, como os combustíveis fósseis e os plásticos, mas também -- mais importante ainda -- em toda a vida existente na Terra.
Falámos por isso de alguns processos químicos essenciais à vida moderna, como o de de Haber-Bosch, dos seus custos (como a poluição), e também da dificuldade que continua a existir, mesmo com todos os progressos na química, em replicar muitas reacções químicas da natureza em laboratório -- o que implica que os métodos que a indústria química são, na prática, mais força bruta do que sofisticação.
E falámos do papel do carbono na vida na Terra. Será que era forçoso que todas as formas de vida fossem baseadas nele, ou é uma coincidência?
Finalmente, no último trecho da conversa, abordámos ainda a química que existe naquilo que comemos, e de alguns mitos que existem nesta área.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Nuno Maulide, professor catedrático na Universidade de Viena, foi eleito Cientista do Ano, na Áustria, aos 39 anos, e distinguido pela Academia Austríaca de Ciências com o prémio, Ignaz Lieben, a distinção mais antiga atribuída a cientistas, pelos seus contributos excecionais para o desenvolvimento de novos mecanismos de reação em química orgânica, que podem levar à produção de novos medicamentos, mais ajustados às necessidades dos doentes. É o mais novo membro permanente e o único estrangeiro fora dos países germanófonos a integrar a Academia de Ciências austríaca. Dedica-se a repensar a química de síntese, que está na origem de quase tudo o que usamos. Quer retirar-lhe lixo e torná-la mais sustentável. Atualmente está a trabalhar num projeto para reinventar a síntese do Mentol e a tornar mais amiga do ambiente e eficiente – é um dos projetos da startup que ele cofundou em Portugal. No seu livro, este cientista vai explicar entre muitas outras questões que só a química sabe responder, por exemplo, por que razão as maçãs devem ser guardadas sozinhas para se manterem frescas mais tempo? Porque é que choramos quando cortamos uma cebola? Porque é que as casas de banho no Quénia cheiram menos mal do que nos Estados Unidos da América? Ou como se transforma ar em pão?
Wed, 15 Jun 2022 - 1h 29min - 169 - #123 Lívia Franco - Que nova Ordem Mundial podemos esperar no pós guerra da Ucrânia?
Lívia Franco é professora e investigadora no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEPUCP) e Investigadora Associada do think-tank pan-europeu European Center for Foreign Relations (ECFR). Leciona e investiga nos domínios da Política Internacional Contemporânea, Política Externa Portuguesa, Política Europeia e Questões de Democracia e Segurança e Defesa. Doutorou-se em Ciência Política pelo IEP-UCP e é Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Lovaina. Lívia Franco é ainda comentadora residente na SIC Notícias e comentadora habitual noutros media sobre Assuntos Internacionais e de Política Europeia.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
-> Livro «Política a 45 Graus».
_______________
Índice da conversa:
(06:09) Início da conversa: a guerra resulta de um erro de cálculo de Putin? | Ensaio de Putin sobre a Ucrânia. Os filósofos que influenciam Putin. | Motivações securitárias vs identitárias. Teoria realista das relações internacionais. | Discurso de Putin no “Dia da Vitória”.
(28:46) Que importância têm as populações russófonas da Ucrânia? Livro «O Choque das Civilizações e a Mudança na Ordem Mundial», de Samuel P. Huntington
(35:15) Cenários para o fim da guerra, compromissos possíveis. OSCE.
(50:40) Cenários para a Ordem Mundial pós-guerra. Livro «O fim da História», de Francis Fukuyama. | O efeito da pandemia
(56:46) É hoje mais provável uma invasão de Taiwan pela China?
Impacto no “resto do Mundo”. | Impacto na Europa: inquérito aos cidadãos europeus. | Conseguirá a China unir um polo por si dominado?
(1:06:21) É legítimo o alargamento da NATO à Finlândia e Suécia?
(1:09:44) Livro recomendado: Putin's World: Russia Against the West and with the Rest Hardcover, by Angela Stent
_______________
Desde a invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro, que a guerra tem dominado a discussão no espaço público. Tenho hesitado, porém, em trazer um tema tão volátil ao 45 Graus, tendo em conta um dos princípios do podcast: que cada episódio seja o mais perene possível -- isto é, que perca pouco em ser ouvido 1, 2 ou 5 anos depois de ter sido gravado.
E, no entanto, este é, de facto, um tema incontornável -- e um evento que, qualquer que venha ser o desfecho, veio alterar a Ordem Mundial de maneira irreversível.
E imprevisível, também? No início da guerra -- que apanhou (quase) todos de surpresa -- provavelmente sim, mas agora que passam já 3 meses do início da invasão, numa altura em que as posições da Rússia, da Ucrânia e o Ocidente e, igualmente importante, o resto do mundo começam já a ficar claras, achei que era uma boa altura para finalmente trazer o tema ao podcast.
Nesta conversa com Lívia Franco, abordámos três aspectos essenciais para compreender a guerra e as suas implicações geopolíticas:
Primeiro, as motivações da Rússia para a invasão.
Eu sei que este é um tema pisado e repisado, mas é mais complexo do que transparece da análise muitas vezes apressada das televisões, por isso vale a pena aprofundá-lo com a calma e profundidade que um podcast proporciona.
A verdade é que as motivações russas são complexas e difíceis de discernir. Há quem veja na invasão simplesmente a loucura de um déspota isolado pela pandemia, que vê neo-nazis em todo o lado. Mas essa explicação é, necessariamente, curta. Já todos vimos também a invasão ser descrita numa lógica mais consequente como a vontade de Putin em recuperar o território da antiga URSS; mas também é muitas vezes descrita como uma reacção à ameaça trazida pela suposta intenção da Nato de expandir a leste. Da mesma forma, há quem diga que a preocupação da cúpula russa está não tanto no território ou estritamente na ameaça bélica, mas sobretudo na aproximação dos governos e da política ucraniana nos últimos anos na direcção das democracias liberais ocidentais. E há mesmo quem sugira, como faz a convidada, que a guerra tem também a intenção de afirmar o poder russo num mundo a convergir para dois polos: EUA e China. Vale, por isso, a pena tentar perceber melhor estas explicações políticas e, sobretudo, o modo como se relacionam entre si.
O segundo aspecto que abordámos na conversa é o passo seguinte: qual poderá ser o desfecho da guerra? Nesta altura, parece quase certo que nem a Rússia nem a Ucrânia irão poder cantar vitória e que o desfecho terá de decorrer, por isso, pela via negocial. E aí, que cedências, que compromissos poderão estar em cima da mesa? O que poderá ser aceitável para ambos os lados e, desejavelmente, dar alguma estabilidade geopolítica.
E, finalmente, o terceiro tópico que discutimos, que está relacionado com este, é o mais importante de todos: que implicações terá esta guerra na Ordem Mundial?
A convidada lembra a certo ponto a famosa tese do cientista político norte-americano Francis Fukuyama, no seu livro de 1992, «O fim da História». Segundo esta tese, a queda da URSS, que acabava de ocorrer -- e, com ela, do modelo comunista -- trazia consigo a convergência do Mundo inteiro para a ordem liberal do modelo ocidental: com democracia, economia de mercado, defesa dos direitos humanos, respeito pela integridade territorial dos Estados e da auto-determinação dos povos. No meu livro, pego na tese de Fukuyama para mostrar que esta era demasiado optimista no que diz respeito à suposta superioridade prática das democracias, como tem ficado evidente com a expansão dos populismos este século.
Na nossa conversa, a convidada assinala como a tese de Fukuyama estava também errada na sua vertente geopolítica, uma vez que, apesar do sistema de instituições multilaterais que hoje existem, como a ONU, e da integração da economia mundial, ainda é possível a líderes autocráticos usar o seu poder e capacidade de acicatar sentimentos nacionalistas entre a população para invadir outros países, desrespeitando estes princípios.
A invasão da Ucrânia veio, assim, mostrar que esta expectativa era ingénua. Ao mesmo tempo, a acção da Rússia forçou os países, sobretudo aqueles com mais peso geopolítico, a porem as cartas na mesa: contra a Rússia (como a generalidade dos países ocidentais) ou a favor desta -- ou, pelo menos, assumindo uma postura ambígua, como países como a Índia têm tentado fazer. E o retrato que tem emergido é, aliás, menos harmonioso do que possa parecer aos olhos ocidentais, pois nem todos os países estão dispostos a alinhar na postura de condenação absoluta ao regime de Putin.
O que parece hoje quase certo é que a invasão da Ucrânia irá alterar a Ordem Mundial. Mas para onde? Segundo a convidada, a acção da Rússia, ao invés de dar um renovado peso na arena mundial pode, pelo contrário, precipitado a tendência que vinha ganhando forma este século: a emergência de um mundo bipolar dividido entre os EUA e a China.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
João Teixeira, Gualter Agrochão, Ricardo Evangelista, Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Ricardo Santos, Bruno Heleno, Mário Teixeira, António Santos, bfdc, GalarÓ family, Manuel Canelas, Fernando Nunes, Luis Fernambuco, JosÉ LuÍs Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abilio Silva, Salvador Cunha, Cesar Carpinteiro, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, JoÃo Ribeiro, Nuno e Ana, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Margarida Varela, Corto Lemos, Carlos Martins
Tiago Leite, Tomás Costa, André Gamito, Isabel Moita, B Cortez, João Teixeira, Miguel Bastos, Ricardo Leitão, Tiago Taveira, Diogo Costa, AntÓnio Rocha Pinto, Ana Pina, Alberto Alcalde, GonÇalo Morgado, Joao Alves, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, RB, Gabriel Sousa, Mário LourenÇo, Andreia Esteves, Ana Cantanhede
Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Francisco Fonseca, JoÃo Nelas, Tiago Queiroz, AntÓnio Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, Joao Saro, Pedro Gaspar, Dario Rodrigues, David Gil, Bernardo Pimentel, Tiago Parente, Emanuel Saramago, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, tati lima, Teresa Melvill de AraÚjo, FÁbio Videira Santos, Rui Martins, Helena Pinheiro, Tiago Agostinho, Miguel Jacinto, InÊs Ribeiro, Sofia Ferreira, JC Pacheco, Catarina Fonseca, Pedro On The Road, Carla Bosco, GonÇalo Baptista, Joana Pereirinha, ZÉ, JosÉ Fangueiro, Rita Noronha, Pedro RomÃo, JoÃo Pereira Amorim, SÉrgio Nunes, Telmo Gomes, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Gabriel Candal, FÁbio Monteiro, Joao Barbosa, Rita Sousa Pereira, HENRIQUE PEDRO, CloÉ Leal de MagalhÃes, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, JoÃo Diamantino, Nuno Lages, JoÃo Farinha, Henrique Vieira, AndrÉ Abrantes, HÉlder Moreira, JosÉ Losa, JoÃo Ferreira, Rui Vilao, JoÃo Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Diogo Rombo, Francisco L. Bermudes, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, JosÉ ProenÇa, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, TomÁs Lucena, Margarida Costa Almeida, JoÃo Lopes, Bruno Pinto Vitorino, Margarida Correia-Neves, miguel farracho, Teresa Pimentel, GonÇalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, GonÇalo Castro, InÊs InocÊncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, AntÓnio Mendes Silva, paulo matos, LuÍs BrandÃo, TomÁs Saraiva, Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Wedge, Bruno Amorim InÁcio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt Valente, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Diogo Silva, PatrÍcia EsquÍvel , InÊs PatrÃo, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, JoÃo Barbosa, Margarida GonÇalves, Andrea Grosso, JoÃo Pinho , JoÃo Crispim, Francisco Aguiar , Joao Diogo, JoÃo Diogo Silva, JosÉ Oliveira Pratas, Vasco Lima, TomÁs FÉlix, Pedro Rebelo, Nuno GonÇalves, Mariana Barosa, Francisco Arantes, JoÃo Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco SÁ Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Artur Castro Freire
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Lívia Franco é Professora Associada e Investigadora Principal no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEPUCP) e Investigadora Associada do think-tank pan-europeu European Center for Foreign Relations (ECFR). Leciona e investiga nos domínios da Política Internacional Contemporânea, Política Externa Portuguesa, Política Europeia e Questões de Democracia e Segurança e Defesa. É autora e coordenadora de obras e artigos nas suas áreas de especialização. Doutorou-se em Ciência Política pelo IEP-UCP e é Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Lovaina. Foi bolseira da FCT e da FLAD. Foi Visiting Scholar na Universidade de Brown e Fulbrighter PhD student no Boston College, EUA. Foi FLAD Visiting Professor na Universidade de Georgetown no semestre de Outono de 2021. Lívia Franco é ainda comentadora residente na SIC Notícias e comentadora habitual noutros media sobre Assuntos Internacionais e de Política Europeia.
Wed, 01 Jun 2022 - 1h 13min - 168 - #122 (2/2) Pedro Freitas - Aumentar o prestígio dos professores, melhores políticas públicas e o papel das escolas privadas
Pedro Freitas é doutorando em Economia na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), onde é membro do grupo de investigação «Nova Center for the Economics of Education». Tem diversa investigação na área da economia da educação.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
_______________
Índice da conversa (usar marcadores HH:MM para avançar no episódio):
(02:27) Início: Que mais se pode fazer para atrair professores? Policy brief publicado pela Nova SBE. Experiência na Roménia de reconhecimento público dos professores
(14:23) Dificuldades em implementar avaliação de professores em Portugal
(18:25) A importância de testar políticas públicas
(19:37) Avaliações externas vs internas. Viés a favor das raparigas (estudos de Ana Balcão Reis: um, dois).
(24:28) Devem existir escolas privadas? Cheque-ensino - evidências: um, dois. Gestão privada da escola pública - evidências: um, dois.
(34:37) Até onde pode ir o Estado em sobrepor-se à vontade dos pais? Polémica das aulas de cidadania.
(41:21) Afinal, o ensino está mais mal ou mais bem em Portugal?
(44:55) Porque o aumento da escolarização não se tem reflectido em crescimento económico? Estudo FJN: retornos por área de estudo.
(49:09) Livro recomendado: Love, Money, and Parenting: How Economics Explains the Way We Raise Our Kids, by Matthias Doepke and Fabrizio Zilibotti
_______________
Nesta 2ª parte da conversa com Pedro Freitas, abordámos em maior profundidade alguns temas levantados na 1ª parte sobre o que nos diz a investigação na área da educação. Falámos, por exemplo, da evidência que existe em relação ao viés dos exames internos das escolas, por oposição às provas nacionais, de medidas para motivar mais os professores, e de ideias para atrair mais pessoas, inclusive pessoas já com carreira noutros sectores, para a carreira docente.
Para além disso, desafiei também o convidado para discutir alguns tópicos desta área mais abrangentes e que me têm feito pensar, como o puzzle de as enormes melhorias de Portugal na educação ainda não se terem traduzido numa economia pujante, , alguns mais controversos, como que papel devem e podem ter as escolas privadas num modelo de educação universal e inclusiva,
Esta 2ª parte da nossa conversa foi, diria, tão ou mais interessante do que a primeira. O Pedro sabe imenso sobre estes temas, que sabe ver os aspectos positivos e negativos de cada política e, sobretudo, alguém que pensa pela própria cabeça.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Pedro Freitas é doutorando em Economia na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), instituição onde é membro do Nova Center for the Economics of Education e onde obteve a sua licenciatura e MPhil em Economia. A sua investigação foca-se em tópicos de Economia da Educação e Capital Humano, tais como: medidas de valor acrescentado de professores, diferenciais entre notas internas e externas, externalidades de capital humano no mercado de trabalho ou as razões por detrás da progressão nos testes PISA. O seu trabalho usa bases de microdados compreensivas tanto do mercado de trabalho como do sistema de ensino português. Esteve igualmente envolvido na avaliação de impacto de diferentes projetos educacionais desenvolvidos em Portugal. Foi aluno visitante no departamento de economia da University College of London (UCL). É assistente convidado na Nova SBE de diversas cadeiras de licenciatura e mestrado.
Sat, 28 May 2022 - 55min - 167 - #122 (1/2) Pedro Freitas - Como tornar a escola (pública) melhor e mais inclusiva?
Pedro Freitas é doutorando em Economia na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), onde é membro do grupo de investigação «Nova Center for the Economics of Education». Tem diversa investigação na área da economia da educação.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
_______________
Índice da conversa (usar marcadores HH:MM para avançar no episódio):
(04:28) Início: como têm evoluído os resultados escolares em Portugal nas últimas décadas? | Universalização do pré-escolar em 1995/96 | Provas de aferição
(09:48) Público vs privado e segregação dentro da escola pública
(18:18) Que medidas tomaram outros países para minimizar a desigualdade no ensino? | Dar aos pais liberdade de escolha, assegurando a justiça social|
(27:40) Ideia para melhorar resultados: tutorias. O caso de Itália.
(34:42) Ideias para melhorar a escolha e carreira dos professores | Autonomia das escolas: proposta da SEDES (Alexandre Homem Cristo) | Estudo EDULOG sobre impacto dos professores na aprendizagem | Criar incentivos para os professores irem para as escolas difíceis: exemplo do Reino Unido | Avaliação dos professores: estudo feito nos EUA (MET project)
(56:56) Desigualdades no acesso ao Ensino Superior: só 10% dos filhos de famílias pobres e com poucas qualificações chegam ao ensino superior | Faz sentido baixar as propinas? | Paper de Miguel Portela et al: retorno da educação pós-graduada em Portugal | Estudo EDULOG
(1:06:09) Ideias para melhorar a eficácia do ensino pré-escolar: políticas de proximidade às famílias
(1:09:12) Faz sentido obrigar os alunos a escolher um agrupamento no secundário? Paper de Afonso Leme et al
_______________
Vídeos das apresentações do livro: Lisboa, Porto.
_______________
Esta conversa com Pedro Freitas tem uma origem inesperada. Está dividida em duas partes (esta que agora publico e outra que sairá nos próximos dias) -- e a primeira não foi gravada originalmente para o 45 Graus, mas sim para o outro podcast que faço, o Trinta por uma linha. A ideia era discutirmos a três políticas públicas de educação, mas o convidado domina estes temas de tal forma que o que era suposto ser um debate de ideias se converteu numa entrevista muito ao estilo do 45 Graus, e que por isso aqui decidi publicar também. De caminho, e porque houve temas que ficaram por tratar ou aprofundar como gostaria, decidi convidar o Pedro para gravarmos uma segunda conversa, desta vez para publicar aqui, e que sairá nos próximos dias.
Mas vamos por partes.
O convidado, Pedro Freitas, é doutorando em Economia na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), onde é membro do grupo de investigação «Nova Center for the Economics of Education», que tem desenvolvido investigação muito inovadora na área da economia da educação.
Como dizia o João Tiago Gaspar -- que comigo faz o Trinta por uma linha -- a economia da educação é uma das áreas das CS que mais interessantes resultados tem produzido nos últimos anos -- uma vez, acrescento eu, que se expandiu de um foco estrito em questões económicas relacionadas com a educação (como a procura e oferta por serviços educativos) para aplicar as metodologias e abordagens da ciência económica no estudo de uma série muito mais abrangente de temas desta área, tentando medir e comparar, por exemplo, o valor acrescentado dos professores ou a eficácia de diferentes modelos educativos.
Nesta dupla conversa com Pedro Freitas (este episódio e a 2ª parte que sai nos próximos dias), abordámos, então, políticas públicas na área da educação, designadamente que possam criar uma escola melhor e mais inclusiva. Melhor, porque apesar dos progressos recentes que as avaliações internacionais assinalam, persistem lacunas que impedem motivar melhor os professores, atrair talento para a profissão e tornar as escolas melhores a ensinar. Mais inclusiva, porque há um problema de fundo que teima em não desaparecer: uma grande desigualdade no acesso ao ensino, que começa logo na infância e se alastra até ao ensino superior. Este episódio funciona, por isso, como um excelente complemento ao episódio com José Pacheco e, até mais, dado o foco em políticas públicas mais incrementais do que radicais, ao episódio com Alexandre Homem Cristo que publiquei há uns meses.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Pedro Freitas é doutorando em Economia na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), instituição onde é membro do Nova Center for the Economics of Education e onde obteve a sua licenciatura e MPhil em Economia. A sua investigação foca-se em tópicos de Economia da Educação e Capital Humano, tais como: medidas de valor acrescentado de professores, diferenciais entre notas internas e externas, externalidades de capital humano no mercado de trabalho ou as razões por detrás da progressão nos testes PISA. O seu trabalho usa bases de microdados compreensivas tanto do mercado de trabalho como do sistema de ensino português. Esteve igualmente envolvido na avaliação de impacto de diferentes projetos educacionais desenvolvidos em Portugal. Foi aluno visitante no departamento de economia da University College of London (UCL). É assistente convidado na Nova SBE de diversas cadeiras de licenciatura e mestrado.
Wed, 25 May 2022 - 1h 14min - 166 - #121 José Pacheco - “O que está mal na escola, tal como a conhecemos?"
Conhecido pedagogo e educador, José Pacheco é fundador de alguns dos projetos mais icónicos e controversos da educação mundial como Escola da Ponte e Escola Projeto Âncora. Convidado assíduo de Escolas em todo o mundo, as suas palestras em Ted Talks já foram vistas por mais de meio milhão de pessoas, sendo uma das individualidades mais prestigiadas no mundo da educação. Hoje é Cofundador e Coordenador Pedagógico da Open Learning School, aquela que considera a única escola do Séc. XXI.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
-> Livro «Política a 45 Graus». _______________
Índice da conversa (usar marcadores HH:MM para avançar no episódio):
(03:11) Apresentação do tema e convidado
(07:58) Início da conversa: o que esta mal na escola de hoje?
(21:20) Porque não devemos usar testes para avaliar conhecimento?
(30:43) Como é a experiência concreta de um aluno na escola aberta? Paulo Freire: “'Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”
(43:03) Por que é essencial integrar a família? | Joseph Lancaster (educador) Movimento Escola Montessori
(53:47) Porque é tão difícil mudar o modelo de ensino? | João Costa (ministro da educação) | Autonomia das escolas
(1:03:44) Não faz sentido dividirmos a educação em ciclos?
(1:09:54) “As escolas são cemitérios de talentos” | TED talk “Do schools kill creativity? | Sir Ken Robinson” | MC Soffia (rapper), aluna do Projeto Âncora no Brasil | André Mesquita (guarda-redes)
(1:16:11) Qual deve ser o papel da tutela no ensino do século XXI?
(1:20:44) A competição entre alunos é algo necessariamente mau?
(1:25:51) Andamos a ensinar coisas inúteis?
(1:39:39) Qual é o papel do professor em transmitir conhecimento?
_______________
A escola é um caso curioso, porque é provavelmente a instituição que menos se alterou nos últimos séculos. A vida em sociedade mudou, a política mudou, os nossos valores alteraram-se, mas a escola é ainda essencialmente aquilo que era há 200 anos. É uma instituição pensada para o mundo da revolução industrial; aliás, está pensada, em muitos aspectos, como uma fábrica.
Estas características foram-na tornando crescentemente inadaptada às sociedades modernas, e esse desfasamento foi ficando cada vez mais claro à medida que a ciência e a experiência no terreno de alguns pedagogos mais dados à experimentação foram mostrando que as crianças não são máquinas, mas sim são seres humanos, com emoções e potencial criativo, e, sobretudo, com características individuais e ritmos de aprendizagem diferentes que a escola tem de ter em consideração.
Foram surgindo, por isso, já desde o início do século passado, um conjunto de movimentos pedagógicos -- diferentes mas que têm em comum o facto de proporem uma mudança na escola; movimentos como a Escola Moderna, o método Montessori, Waldorf, Reggio Emilia e também, mais recentemente, o método desenvolvido pelo convidado deste episódio, José Pacheco, que este começou por implementar na Escola da Ponte no final dos anos 1970s, que depois levou para o Brasil, em projectos como a Escola Projeto Âncora e a Escola Aberta de São Paulo; e que está agora a lançar de novo em Portugal, desta vez na Open Learning School.
A Escola da Ponte, em Santo Tirso, tornou-se na altura muito conhecida porque, apesar de estar localizada numa zona geográfica desprivilegiada, e apesar (ou por causa) do método de ensino alternativo que usava, conseguiu levar os seus alunos a bons resultados nos exames a nível nacional.
Mas, perguntam vocês: em que consiste exactamente este método alternativo que José Pacheco propõe?
A pedagogia da escola aberta tem várias diferenças importantes face ao ensino tradicional -- algumas comuns a outras metodologias alternativas, hoje já implementadas em várias escolas (embora ainda um nicho), outras verdadeiramente distintivas e, sobretudo, revolucionárias face à escola que conhecemos.
É uma abordagem que, como outras, reconhece a individualidade dos alunos e estimula-os a aprender por si, autonomamente, seguindo a sua curiosidade e necessidades, e em que a família e a comunidade têm um papel activo. Mas vai mais longe. É uma escola em que não há salas de aula, não há horários, não há sequer turmas, os alunos estão todos misturados (não estão divididos por anos, nem sequer por ciclos!). E, mais importante, não há sequer propriamente professores (há tutores), nem há matéria pré-definida a aprender: os alunos decidem o que aprender, com base nas suas necessidades e o tutor não é visto como quem mais sabe, mas sim como quem orienta e guia o jovem para descobrir e assim crescer. Outra característica distintiva -- e controversa -- deste sistema é que não há testes: avalia-se apenas se o aluno conseguiu aprender determinada competência registando provas concretas dessa aprendizagem.
O método que José Pacheco defende implicaria, assim, uma verdadeira revolução no ensino.
Durante esta hora e meia de conversa, discutimos vários dos aspectos que a metodologia da escola aberta propõe.
Claro que, como dizia o grande cientista Carl Sagan, "alegações extraordinárias requerem provas extraordinárias”. Por isso, tentei discutir criticamente as propostas do convidado -- sobretudo as mais disruptivas, desde a ausência de testes ao facto de os alunos terem total autonomia sobre o que aprendem. E, no global, há algo que me faz suspeitar que a escola actual, com os aspectos obsoletos que evidentemente tem, talvez não seja assim tão fácil de substituir: é que apesar de modelos alternativos como o do convidado já existirem há mais de 100 anos, a verdade é que estes métodos ainda não conseguiram ser implementados em larga escala.
Seja qual for o nosso grau de cepticismo em relação a esta abordagem há, no entanto, duas coisas certas. Primeiro, esta é uma conversa que dá que pensar e nos leva a olhar com outros olhos para a maneira como o ensino funciona. Segundo, como vão ver, José Pacheco é mais do que alguém com ideias interessantes sobre o ensino e a educação -- é um contador de histórias nato e um homem com poesia na ponta da língua.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Conhecido pedagogo e educador, José Pacheco é fundador de alguns dos projetos mais icónicos e controversos da educação mundial como Escola da Ponte e Escola Projeto Âncora. Convidado assíduo de Escolas em todo o mundo, as suas palestras em Ted Talks já foram vistas por mais de meio milhão de pessoas, sendo uma das individualidades mais prestigiadas no mundo da educação. Hoje é Cofundador e Coordenador Pedagógico da Open Learning School, aquela que considera a única escola do Séc. XXI.
Wed, 11 May 2022 - 1h 46min - 165 - #29 Pedro Oliveira - Inovação pelo utilizador
Pedro Oliveira é professor de inovação na área da saúde na Copenhagen Business School, na Dinamarca.
O Pedro tem a particularidade de ser um dos poucos convidados que eu já conhecia antes da gravação, pois foi meu professor, há uns anos, numa cadeira de Gestão de Operações - aliás, dos melhores professores, para além de ser, provavelmente o mais simpático, como já vão ver (ou ouvir).
Era até há pouco tempo Director do Doutoramento em Technological Change and Entrepreneurship da Universidade Católica de Lisboa, onde se mantém-se como professor, mas mudou-se, há poucas semanas, para a Copenhagen Business School, na Dinamarca, onde é agora professor na área da inovação na saúde.
Falámos, então, de inovação pelo utilizador, especialmente, mas não só, na área da saúde. No clip de introdução a esta temporada, que publiquei na semana passada, enfatizei, muito assertivamente, que uma das características do podcast é não fazer entrevistas de vida. Logo no episódio seguinte, com verão, já estou quase a infringir essa regra... Mas prometo que é uma excepção que vale a pena. É que, no caso do convidado, a área de investigação e o projecto prático em que se viu acidentalmente envolvido intersectam-se em grande medida, porque foi a investigação sobre inovação de utilizador na área da saúde que levou à criação da Patient Innovation, uma plataforma online, e agora empresa sem-fins lucrativos, para partilha pelos utilizadores de inovações na área da saúde. Este projecto tem tanto de incrível e valioso que achei que valia a pena explorá-lo, sobretudo porque é um perfeito exemplo de aplicação prática do tema de que falávamos (o que é sempre a melhor maneira de o compreender).
Vejam lá se não concordam!
Agradecimentos: João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Gustavo Pimenta; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira
Links:
Malcolm Galdwell sobre a Aeron Chair: https://www.smartfurniture.com/products/aeron-chair/blink.html História da LEGO: https://www.youtube.com/watch?v=NdDU_BBJW9Y Eric von Hippel: https://en.wikipedia.org/wiki/Eric_von_Hippel i-Port: https://www.youtube.com/watch?time_continue=24&v=Eu0I2YhdDFI O Ford T e a Inovação pelo Utilizador: https://www.nytimes.com/2008/07/27/weekinreview/27lohr.html Filme sobre a origem do skateboarding: https://en.wikipedia.org/wiki/Lords_of_Dogtown Serviço de pagamentos móveis lançado pela Vodafone: https://en.wikipedia.org/wiki/M-Pesa Como os Marillion inventaram o crowdfunding: https://www.virgin.com/music/how-marillion-pioneered-crowdfunding-music TED talk - Mariana Mazzucato e o papel do Estado na inovação: https://www.ted.com/talks/mariana_mazzucato_government_investor_risk_taker_innovator Livros sugeridos Eric VOn Hippel - Free Innovation: https://evhippel.mit.edu/books/ Revolutionizing Innovation: https://evhippel.mit.edu/books/ Atul Gawande - The Checklist Manifesto: https://www.fnac.pt/The-Checklist-Manifesto-Atul-Gawande/a930842 Entrevista de Tyler Cowen a Atul Gawande: https://medium.com/conversations-with-tyler/atul-gawande-checklist-books-tyler-cowen-d8268b8dfe53Bio: Pedro Oliveira é, desde há poucas semanas professor na Copenhagen Business School, na Dinamarca. Mantém-se, ainda, Professor Associado na Católica Lisbon School of Business & Economics, onde era Diretor do Doutoramento em Technological Change and Entrepreneurship (em parceria com IST e Carnegie Mellon University), Coordenador do PAEGI - Programa Avançado em Empreendedorismo e Gestão de Inovação, e do Supply Chain Management Program. Anteriormente foi Diretor para o Desenvolvimento dos Professores e para a Investigação, Diretor da Unidade de Investigação (CUBE), Diretor Académico do The Lisbon MBA, International Faculty Fellow do MIT Sloan Management School e Project Leader dos Creative Commons. Doutorado em Gestão de Operações, Tecnologia e Inovação (University of North Carolina). Mestre em Investigação Operacional e Engenharia de Sistemas e licenciado em Engenharia Naval (IST). Formação complementar pela Kellogg School of Management. Fundador e Project Leader do Patient Innovation e Co-fundador do PPL – Crowdfunding Portugal. Tem trabalhos publicados na Production and Operations Management, Research Policy, Organizational Research Methods, Journal of Product Innovation Management, International Journal of Operations and Production Management, Technological Forecasting and Social Change, Orphanet Journal of Rare Diseases, entre outros.
Wed, 05 Sep 2018 - 1h 50min - 164 - Introdução à 2ª temporadaWed, 29 Aug 2018 - 05min
- 163 - #28 Miguel Tamen – Arte, Ensino universitário e Cultura
Miguel Tamen é actualmente director da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e tem como interesses académicos especialmente a filosofia e a literatura. Escreveu vários livros, entre os quais “What Art Is Like, In Constant Reference to the Alice Books” (2012) e, em co-autoria com António Feijó, A Universidade como deve ser (2017)”. Tornou-se mais conhecido, nos últimos anos, através das suas crónicas no Observador, compiladas no livro “Erro Extremo (2017), que marcaram a diferença pelo humor fino e cáustico.
É por isso, aliás, que o Miguel é um convidado desafiante, pois aborda os problemas muitas vezes de um ângulo contra-intuitivo. É a abordagem de um filósofo, mas, como assinala aliás Pedro Mexia na descrição de um dos livros, da escola da Filosofia Analítica, algo relativamente raro em Portugal.
Conversámos, então, sobre vários temas, pegando no percurso académico e nestas obras mais recentes do convidado, desde a arte e a estética - que não costumo abordar no podcast - até ao ensino e, em particular, a visão provocadora do convidado em relação ao papel que deve ter uma Universidade.
Antes de vos deixar com a conversa, e como, se calhar, já adivinhavam, também o QCG não é imune à Silly Season. Este é, por isso, o último episódio do podcast desta, chamemos-lhe assim, ‘temporada’. Voltamos na rentrée, boas férias e boas ‘audições’!
Agradecimentos: João Vítor Baltazar; Ana Mateus; Salvador Cunha; Oscar Sampaio Neves; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; Duarte Azinheira
Links:
Oscar Wilde: “Wordsworth went to the Lakes, but he was never a lake poet. He found in stones the sermons he had already hidden there.” Livro “What Art Is Like, In Constant Reference to the Alice Books”: http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674067066 Carl Jung e o “Inconsciente Colectivo” na Arte: http://jungcurrents.com/jung-art-collective-unconscious-chagall Série BBC “Civilisations”: https://www.bbc.co.uk/iplayer/group/p05xxp5j Ensaio António Feijó | Miguel Tamen “A Universidade como deve ser”: https://www.ffms.pt/publicacoes/detalhe/2337/a-universidade-como-deve-ser Licenciatura em Estudos Gerais da Universidade de Lisboa: https://www.ulisboa.pt/curso/licenciatura/estudos-gerais Universidades americanas vs europeias: http://www.thecollegesolution.com/european-universities-vs-american-universities-we-win/ https://www.quora.com/What-are-the-biggest-differences-between-American-and-European-universities Palestra de Yannis Varoufakis no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra - “Democratising the Eurozone”: https://www.youtube.com/watch?v=o7RTD1LX0rw C. P. Snow - “As Duas Culturas” https://www.wook.pt/livro/as-duas-culturas-c-p-snow/46366 http://expresso.sapo.pt/opiniao/NunoCrato/duas-culturas=f514724#gs.b1wzOQw http://www.acad-ciencias.pt/document-uploads/7927585_moreira,-adriano---a-incerteza-entre-as-duas-culturas.pdf Artigo P2 “O que é a Cultura Geral?”: https://www.publico.pt/2015/01/11/culturaipsilon/noticia/o-que-e-cultura-geral-1681554 Sugestão de livro: Patrick Leigh Fermor - “A Time of Gifts”: https://en.wikipedia.org/wiki/A_Time_of_Gifts “Tempo de Silêncio” https://www.fnac.pt/Tempo-de-Silencio-Patrick-Leigh-Fermor/a1492451 http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/tempo-de-silencio-um-escritor-em-recolhimento-312487Bio: Miguel Tamen é actualmente director da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Estudou na Universidade de Lisboa (L, 1982; M, 1985; Agregação, 1995) e na University of Minnesota (D, 1989). É também membro do Departamento de Literaturas Românicas da primeira destas universidades. Foi, entre 2000 e 2014, professor visitante na University of Chicago, e ainda senior fellow no Stanford Humanities Center (2003/4) e no National Humanities Center (2010/11). Os seus interesses incluem filosofia e literatura. Escreveu sete livros, entre os quais Friends of Interpretable Objects (2001) e What Art Is Like, In Constant Reference to the Alice Books (2012). Escreveu, em co-autoria com António Feijó, A Universidade como deve ser (2017)”, um ensaio publicado pela FFMS.
Wed, 18 Jul 2018 - 1h 20min - 162 - #27 [EN] Glenn Geher - “How can Evolutionary Psychology help us understand the origins of humour, culture, personality or gender differences?”
[This is a conversation about Evolutionary Psychology, with Glenn Geher, professor at the State University of New York at New Paltz, for Quarenta e Cinco Graus, a podcast based in Portugal. The conversation follows right after a brief introduction in Portuguese.]
Glenn Geher é professor na State University of New York at New Paltz, uma das melhores universidades públicas dos EUA, e um investigador de referência na área da Psicologia Evolutiva. Tem publicado vários livros sobre este tema, com destaque para e .
Este é, já perceberam, o mesmo tema do episódio anterior, em que o convidado foi Paulo Finuras. O Paulo falou-me de alguns nomes de referência nesta área e, como acho que o tema merece, decidi aproveitar para chamar um convidado internacional ao podcast, o que já era uma ideia antiga. É, por isso, também a primeira conversa em inglês (peço desculpa por não haver ‘dobragem’, ao estilo das rádios generalistas, mas falta-me ainda orçamento para isso!).
Falámos, então, de temas que cruzam estes dois livros, como a origem evolutiva do humor (um fenómeno misterioso porque parece ter nenhuma finalidade prática), a origem das diferenças culturais entre povos e das diferenças de personalidade entre pessoas (este último já tema de um episódio do podcast) e também as diferenças de comportamento entre os sexos. Falámos, também, das críticas mais comuns a esta área da Psicologia Evolutiva, que é fascinante, mas também cientificamente controversa e pode levar-nos a conclusões demasiado superficiais e precipitadas.
Foi uma óptima conversa, espero que gostem!
Agradecimentos: João Vítor Baltazar; Ana Mateus; Salvador Cunha; Oscar Sampaio Neves; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”;
Links:
Evolutionary Psychology 101: https://www.amazon.com/Evolutionary-Psychology-101-Psych/dp/0826107184 Mating Intelligence Unleashed: The Role of the Mind in Sex, Dating, and Love: https://www.amazon.com/Mating-Intelligence-Unleashed-Role-Dating/dp/0195396855 Geoffrey Miller - The Mating Mind: https://www.amazon.co.uk/Mating-Mind-Sexual-Choice-Evolution/dp/0099288249 Group selection: https://en.wikipedia.org/wiki/Group_selection Balancing selection and personality differences: https://labs.la.utexas.edu/buss/files/2015/09/evolution-personality-and-individual-differences-2009.pdf Strategic Pluralism: https://en.wikipedia.org/wiki/Strategic_pluralismBio: Glenn Geher, Ph.D., is professor of psychology at the State University of New York at New Paltz. In addition to teaching courses at both the undergraduate and graduate levels, and conducting research in various areas related to evolutionary psychology, Glenn is founding director of the campus’ Evolutionary Studies (EvoS) program, one of the most successful, noteworthy, and vibrant features of a campus that prides itself (rightfully) on academic vibrance. And he has published several books, including Evolutionary Psychology 101, Mating Intelligence Unleashed: The Role of the Mind in Sex, Dating, and Love (co-authored with Scott Barry Kaufman and published by Oxford University Press), Evolutionary Psychology 101 (published by Springer), as well as Straightforward Statistics (also with Oxford). In Darwin's Subterranean World: Evolution, Mind, and Mating Intelligence, Glenn addresses various topics related to evolutionary psychology and the nature of human mating intelligence - a core feature of human psychology writ large.
Wed, 11 Jul 2018 - 48min - 161 - #26 Paulo Finuras - "Pode Darwin ajudar-nos a perceber a psicologia humana?”
Paulo Finuras é Doutorado em Ciência Sociais e do Comportamento (especialidade de Ciência Política) pela ULHT, Pós graduado em Gestão e Política Internacional e Licenciado em Sociologia (ISCTE-IUL). É investigador na área da Biossociologia e da Psicologia Evolucionista e investigador integrado do CICPRIS da Faculdade de Ciências Sociais da ULHT. É também autor dos livros: Gestão Intercultural (3ª Ed. 2011), Humanus: pessoas iguais, culturas diferentes (2ª Ed., 2012); O Dilema da Confiança (2013), Valores Culturais e (Des) Confiança nas Instituições (2014), Primatas Culturais: Evolução e Natureza Humana (2015) e Bioliderança (2018), todos editados pela Sílabo
A Psicologia Evolucionista é uma área que me interessa há já algum tempo e o Paulo é um óptimo convidado para a discutir, pois é dos poucos académicos em Portugal com investigação e prática neste campo. Falámos a propósito de dois dos seus livros mais recentes - Primatas Culturais (2015) e Bioliderança (2018) - embora, na verdade, a conversa tenha acabado por divagar ao sabor da pena, como é hábito.
Uma vez que mergulhamos logo em aspectos aplicados deste tema, vale a pena aproveitar esta introdução para explicar rapidamente de que trata esta área. O que é, então, a Psicologia Evolucionista? A definição mais sintética é talvez a de que é uma área que tenta, de certa forma, casar as Ciências Sociais e as Ciências Naturais. Para isso, estuda a origem da nossa espécie, isto é, o processo evolutivo que deu origem ao Homo Sapiens, sob a lente da Psicologia. A investigação nesta área concentra-se em identificar quais os traços da personalidade humana que consistem em adaptações da evolução relativamente ao ambiente em que o Homo Sapiens surgiu e viveu a maior parte do tempo. No fundo, trata-se de aplicar ao comportamento humano a mesma lógica de selecção natural, social ou sexual que a Biologia Evolutiva usa para explicar a estrutura física ou a genética dos seres-vivos.
A grande vantagem desta área da Psicologia Evolucionista, para mim, é a possibilidade que nos dá de ir à raiz de muitos fenómenos que a Psicologia geral tem estudado de uma forma algo isolada da biologia humana. A desvantagem - ou o perigo - é, claro, cair-se no erro de ver todos os comportamentos humanos contemporâneos sob esta única lente. No fundo, é aí também que está o desafio: perceber até onde chega, e até onde não chega, a explicação evolucionista para a psicologia humana.
Foi uma conversa que me deu muito gozo gravar. Espero que gostem também de a ouvir!
Agradecimentos: João Vítor Baltazar; Ana Mateus; Salvador Cunha; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”
Ligações:
Why Have Our Brains Started to Shrink: https://www.scientificamerican.com/article/why-have-our-brains-started-to-shrink/ Anton Chekhov (citação): https://www.goodreads.com/quotes/219745-man-will-become-better-when-you-show-him-what-he Porque temos o dobro dos antepassados do sexo feminino: https://tierneylab.blogs.nytimes.com/2007/09/05/the-missing-men-in-your-family-tree/ Laura Fortunato - monogamia e poligenia: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21453006 Robert Sapolsky - The handicap principle (e testosterona): https://www.youtube.com/watch?v=4LPCIPdB4wk&t=1s Satoshi Kanazawa - Why Are Stepparents More Likely to Kill Their Children?: https://www.psychologytoday.com/us/blog/the-scientific-fundamentalist/201101/why-are-stepparents-more-likely-kill-their-children Modelo das dimensões culturais de Hofstede: https://en.wikipedia.org/wiki/Hofstede%27s_cultural_dimensions_theory Mark Shaller - Doenças infecciosas e Cultura: http://www2.psych.ubc.ca/~schaller/SchallerMurray2011.pdf Amotz Zahavi - o Princípio do Handicap: https://animals.howstuffworks.com/mammals/gazelle-body-language.htm Os Pavões e o Princípio do Handicap: http://octavia.zoology.washington.edu/handicap_old/handicap_principle.html As Gazelas e a sinalização: https://animals.howstuffworks.com/mammals/gazelle-body-language.htm Darwin e a Selecção Sexual: https://www.theguardian.com/science/2017/may/19/a-peacocks-tail-how-darwin-arrived-at-his-theory-of-sexual-selection Geoffrey Miller - The Mating Mind: https://www.amazon.co.uk/Mating-Mind-Sexual-Choice-Evolution/dp/0099288249 O Potlatch: https://pt.wikipedia.org/wiki/Potlatch É a Arte uma adaptação evolucionista? https://www.jstor.org/stable/1559195?seq=1#page_scan_tab_contents Richard Dawkins e o conceito de Meme: https://pt.wikipedia.org/wiki/Meme A selecção natural e os multiversos: https://blogs.scientificamerican.com/guest-blog/the-logic-and-beauty-of-cosmological-natural-selection/ Niels Bohr e a ferradura: http://www.escreveretriste.com/2016/01/niels-bohr-e-a-ferradura/ Livro recomendado Sam Harris - Free Will: https://www.amazon.com/Free-Will-Deckle-Edge-Harris/dp/1451683405Biografia detalhada: Paulo Finuras nasceu em Lisboa em 1962. É Doutorado em Ciência Sociais e do Comportamento (especialidade de Ciência Política) pela ULHT, Pós graduado em Gestão e Política Internacional e Licenciado em Sociologia (ISCTE-IUL). É investigador na área da Biossociologia e da Psicologia Evolucionista e investigador integrado do CICPRIS da Faculdade de Ciências Sociais da ULHT. É também autor dos livros: Gestão Intercultural (3ª Ed. 2011), Humanus: pessoas iguais, culturas diferentes (2ª Ed., 2012); O Dilema da Confiança (2013), Valores Culturais e (Des) Confiança nas Instituições (2014), Primatas Culturais: Evolução e Natureza Humana (2015) e Bioliderança (2018), todos editados pela Sílabo.
Wed, 04 Jul 2018 - 1h 33min - 160 - #25 Carlos Coelho - “O que é preciso para termos mais marcas portuguesas de sucesso?”
Carlos Coelho é uma das grandes referências portuguesas no domínio da construção e gestão de marcas.
Este é um episódio com uma história atribulada por trás, como explico no início da conversa, com uma 1ª gravação misteriosamente desaparecida, o que levou a que tivéssemos tido que gravar uma segunda conversa. Um grande obrigado ao Carlos por ter aceitado segunda dose à conversa comigo. Felizmente, esta versão saiu ainda melhor do que a primeira!
Carlos Coelho é um convidado desafiante, pois tem uma abordagem algo diferente do estilo mais analítico e conceptual típico da maioria das conversas que tenho gravado. Com efeito, o Carlos é sobretudo um intuitivo, alguém que tem uma sensibilidade grande simultaneamente para o valor emocional das marcas e para o lado prático do negócio. Foi, por isso, para mim, um desafio interessante discutir estes temas com um convidado destes, e julgo que os insights para que o Carlos chama a atenção têm muito valor para ajudar a perceber problemas que têm, inevitavelmente, causas demasiado intrincadas na nossa cultura para se poderem compreender exclusivamente via análise económica, como é exemplo a projecção das marcas portuguesas nos mercados internacionais.
Espero que gostem!
Agradecimentos: João Vítor Baltazar; Ana Mateus; Salvador Cunha; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”
Ligações:
Carlos Coelho - Marca Portugal https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/marca-portugal-quase-tudo-de-bom/ https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/a-marca-portugal-esta-finalmente-em-cima-da-mesa/ A bula Manifestis Probatum, o documento fundador do reino: http://ensina.rtp.pt/artigo/a-bula-manifestis-probatum-o-documento-fundador-do-reino/ O papel da comida na unificação italiana: https://repository.arizona.edu/handle/10150/613232 Países mais visitados por Turistas: https://en.wikipedia.org/wiki/World_Tourism_rankings Porquê sal e pimenta? https://www.youtube.com/watch?v=yzBIarGJjHk Robert B. Cialdini - ‘Influência - A Psicologia da Persuasão’: https://www.wook.pt/livro/influencia-a-psicologia-da-persuasao-robert-b-cialdini/203758 Azeite produzido em Portugal vendido sob marca italiana ou espanhola: https://www.publico.pt/2011/10/30/economia/noticia/espanhois-produzem-azeite-no-alentejo-para-ser-vendido-com-rotulos-italianos-1518889 História do Mateus Rosé: https://www.mateusrose.com/pt/a-nossa-historia/ Ted Talk ‘Fake it until you become it’: https://www.ted.com/talks/amy_cuddy_your_body_language_shapes_who_you_are Livro recomendado: A Conferência dos Pássaros: https://www.wook.pt/livro/a-conferencia-dos-passaros-farid-ud-din-attar/15105782Biografia detalhada: Carlos Coelho é formado em Design e ao longo de 30 anos de carreira, conduziu centenas de projectos de algumas das marcas mais relevantes em Portugal. É autor de diversos estudos sobre tendências e modelos teóricos de marcas. É activista sobre as marcas de Portugal sendo autor do livro ”Portugal Genial’’. É co-autor do livro “Brand Taboos” e colaborou na edição de diversos livros como: “Gestão sustentada”, “Portugal vale a pena”. É professor, colunista, comentador de televisão, autor e apresentador do programa de TV Imagi-Nação e colaborador de inúmeras publicações nacionais e estrangeiras. Entre outros prémios, foi distinguido como “Personalidade de Marketing do Ano 2005” pela Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing, pela sua carreira pelo IADE Creative University em 2008 e como personalidade de marketing do ano de 2011 pelo IPAM. É fundador e presidente da Ivity Brand Corp uma consultora internacional de criação, inovação e gestão de marcas, eleita por 13 vezes empresa do ano e onde já acumulou mais de 150 prémios nacionais e internacionais entre os quais se destaca um leão de ouro em Cannes vendo reconhecido o projecto de marca da Sonae como o melhor do mundo.
Wed, 27 Jun 2018 - 1h 27min - 159 - #24 Filipe Duarte Santos – Alterações Climáticas: explicação científica, soluções e desafios políticos
Filipe Duarte Santos é um especialista de classe mundial em Alterações Climáticas, tendo sido um dos revisores do relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) das Nações Unidas. É actualmente professor de Física jubilado da Universidade de Lisboa e preside ao Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável.
Este é um tema que - como todos nós - tenho acompanhado e me tem preocupado, desde o documentário do Al Gore, mas confesso que nunca me tinha debruçado a sério sobre as várias nuances da explicação deste fenómeno no contexto das ciências naturais e as soluções possíveis para o resolver. Trazê-lo ao podcast foi, por isso, um óptimo pretexto para o explorar melhor, e logo com um interlocutor destes. Espero que gostem!
Agradecimentos: João Vítor Baltazar; Ana Mateus; Salvador Cunha; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”
Ligações:
Alterações Climáticas explicadas: https://www.youtube.com/watch?v=fE_QTn4daPU&t=1s https://www.youtube.com/watch?v=ffjIyms1BX4 Joseph Fourier e a descoberta do Efeito-estufa https://blogs.scientificamerican.com/plugged-in/why-we-know-about-the-greenhouse-gas-effect/ Por que é que as pessoas têm dificuldade em acreditar e agir em relação às alterações climáticas https://www.youtube.com/watch?v=y2euBvdP28c https://www.youtube.com/watch?v=DkZ7BJQupVA&t=458s https://www.youtube.com/watch?v=-qfI3DZmmQw O papel da China nas Alterações Climáticas: https://www.nytimes.com/2017/06/02/world/asia/chinas-role-in-climate-change-and-possibly-in-fighting-it.html Cowspiracy (documentário): https://en.wikipedia.org/wiki/Cowspiracy Permafrost afecta as casas no Ártico: https://www.citylab.com/environment/2018/05/the-race-to-save-arctic-cities-as-permafrost-melts/559307/ Não basta estancar as emissões, é necessário retirar CO2 da atmosfera: https://www.economist.com/news/leaders/21731397-stopping-flow-carbon-dioxide-atmosphere-not-enough-it-has-be-sucked-out Geoengenharia: https://www.scientificamerican.com/article/geoengineering-solutions/ Don't Even Think About It: Why Our Brains Are Wired to Ignore Climate Change: https://www.amazon.com/Dont-Even-Think-About-Climate/dp/1620401339/?tag=itsoktobesm-20 Livros recomendados: “Art et religion de Chauvet à Lascaux” ( Alain Testart): https://www.amazon.fr/Art-religion-Chauvet-%C3%A0-Lascaux/dp/2072693640 “Quente, Plano e Cheio. Porque precisamos de uma revolução verde (Thomas L. Friedman): http://www.almedina.net/catalog/product_info.php?products_id=7755 Civilisations (série BBC): https://en.wikipedia.org/wiki/Civilisations_(TV_series)Biografia detalhada: Filipe Duarte Santos é professor de Física jubilado da Universidade de Lisboa. Licenciado em Geofísica pela Universidade de Lisboa, doutorado em Física Nuclear pela Universidade de Londres e desde 1979 professor de Física na Universidade de Lisboa, regendo disciplinas nas áreas da Física, Ambiente e Alterações Globais, além de professor convidado em várias Universidades prestigiadas dos Estados Unidos e Europa Foi vice-presidente do Instituto de Meteorologia de Portugal entre 1987 e 1988, tendo posteriormente coordenado a redacção do primeiro e único Livro Branco sobre o Estado do Ambiente em Portugal, publicado em 1991. Posteriormente, em 1998, passa a integrar o Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, a que preside actualmente. Ao longo dos anos tem coordenado diversos projectos nacionais e internacionais nas áreas do ambiente e alterações globais, dos quais se destacam a sua acção como investigador coordenador do Projecto SIAM – Climate Change in Portugal. Scenarios, Impacts and Adaptation Measures, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FC-UL) (1999-2002) e responsável do projecto PORTCOAST, Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa.
Wed, 20 Jun 2018 - 1h 21min - 158 - #23 Marina Costa Lobo - "Quais são as alterações mais urgentes para melhorar o sistema político português?"
Marina Costa Lobo é doutorada em Ciência Política pela Universidade de Oxford e é actualmente Investigadora Principal do Instituto de Ciências Sociais.
Conversámos sobre temas como a satisfação dos eleitores com a democracia, o sistema eleitoral português, o financiamento público dos partidos, o papel do Presidente da República, entre outros.
Foi uma conversa ultra-interessante, que me permitiu não só perceber melhor o nosso sistema político, e a forma como compara com os de outros países, mas também de que forma é possível melhorá-lo. Um das propostas da convidada, a obrigatoriedade de uma Moção de Censura Construtiva para derrubar um Governo, acaba, por coincidência, de ser utilizada em Espanha; foi o que permitiu a Pedro Sanchez, há uma semana, com o apoio de outros partidos da oposição, tornar-se Primeiro-Ministro.
Uma última nota para lembrar que podem tornar-se apoiantes deste projecto, através do Patreon (no site www.patreon.com/quarentaecincograus). Agradeço aos ‘patronos’ João Vítor Baltazar e Ana Mateus pelo apoio generoso.
Ligações:
Observatório da Qualidade da Democracia: http://www.oqd.ics.ulisboa.pt/ Voto preferencial https://www.publico.pt/2015/12/12/politica/noticia/estudo-mostra-que-portugueses-sabem-usar-voto-preferencial-1717248 http://repositorio.ul.pt/handle/10451/22446 https://www.dn.pt/portugal/interior/a-calculadora-que-estraga-as-reformas-do-sistema-eleitoral-em-portugal-8830097.html Círculos Uninominais https://economiafinancas.com/2014/o-que-sao-circulos-uninominais/ Proponentes https://www.ffms.pt/artigo/393/circulos-uninominais-o-parlamento-e-o-povo https://ionline.sapo.pt/514954?source=social Modelo de sistema eleitoral alemão: https://www.dn.pt/lusa/interior/ribeiro-e-castro-lidera-proposta-de-reforma-do-sistema-eleitoral-inspirada-em-modelo-alemao-9066854.html Moção de Censura Construtiva: https://en.wikipedia.org/wiki/Constructive_vote_of_no_confidence Peso do financiamento público dos partidos políticos: https://www.publico.pt/2016/09/23/politica/noticia/financiamento-publico-de-partidos-portugueses-e-dos-mais-altos-1744964 Crescente importância dos líderes partidários em detrimento dos partidos: https://www.publico.pt/2017/11/18/politica/noticia/menos-leais-a-partidos-eleitores-votam-sobretudo-nos-lideres-1792464 Livro recomendado: Ivan Krastev - After Europe: https://www.amazon.com/After-Europe-Ivan-Krastev/dp/0812249437Biografia detalhada: Marina Costa Lobo é doutorada em Ciência Política pela Universidade de Oxford, com uma tese sobre o Poder do Primeiro-Ministro e o funcionamento do Governo no Portugal democrático. Actualmente é investigadora Principal do Instituto de Ciências Sociais onde desenvolve trabalhos na área das instituições e comportamentos políticos dos portugueses em perspectiva comparada. Tem publicado sobre instituições políticas em Portugal, partidos políticos e a UE, e sobre o impacto dos líderes no comportamento de voto. É core cv Member do Projecto IASPP- Infraestrutura das Atitudes Sociais e Políticas dos Portugueses, projecto financiado pela FCT. No âmbito do projecto sobre Comportamento Eleitoral dos Portugueses, ajudou a elaborar os primeiros inquéritos pós-eleitorais realizados em Portugal - tendo implementado inquéritos desde 2002 até 2015 em todas as eleições legislativas. É coordenadora do Observatório da Qualidade da Democracia no ICS e Presidente da Comissão de Estudos Pós-Graduados. Em 2016 ganhou um Projecto ERC- European Research Council - Consolidator Grant. O título do Projecto é Mapping and Analysing the Politicisation of the EU before and after the Eurozone Crisis. A sua mais recente publicação internacional é o livro organizado com John Curtice, publicado em 2015, intitulado "Personality Politics? Leaders and Democratic Elections", publicado pela Oxford University Press. Em 2016 coordenou uma Consulta aos Cidadãos no âmbito do Observatório da Qualidade da Democracia.
Wed, 06 Jun 2018 - 54min - 157 - #22 Rui Nascimento Alves - "Como gerem as melhores empresas os seus recursos humanos?"
Rui Nascimento Alves é director de Recursos Humanos na Johnson & Johnson, uma multinacional na área da Saúde, actualmente com responsabilidades sobre as regiões da Europa do Sul e Portugal e tem uma carreira que já o levou a passar por vários locais do Mundo, o que lhe dá uma sensibilidade particular para diferenças culturais na gestão.
Está é a segunda vez que trago este tema ao podcast, depois de ter conversado com José Bancaleiro, no episódio #13. Nesta conversa com o Rui Nascimento Alves tentei, por isso, abordar temas diferentes. Falámos, por exemplo, de trabalho em equipa e avaliação de desempenho, talento, liderança, métricas de avaliação, diferenças culturais, políticas de compensação, contratação, entre outros tópicos.
Uma última nota para relembrar que agora já podem tornar-se apoiantes deste projecto, através do Patreon (no site www.patreon.com/quarentaecincograus). Agradeço aos ‘patronos’ João Vítor Baltazar e Ana Mateus pelo apoio generoso.
Ligações:
Livro do convidado: Segurar Loucos ou Empurrar Elefantes?: https://www.wook.pt/livro/segurar-loucos-ou-empurrar-elefantes-rui-nascimento-alves/17037711 Feedback permanente vs avaliação anual: https://hbr.org/2016/10/the-performance-management-revolution Modelo de traços de comportamento DISC: https://pt.wikipedia.org/wiki/DISC_(psicologia) MBTI (vs Modelo dos Cinco Factores): https://sapa-project.org/dmc/blog/myersbriggs.html ‘Culture eats Strategy for breakfast’: https://www.managementcentre.co.uk/culture-eats-strategy-for-breakfast/ Angus Deaton - rendimento acima de 75,000 dólares não aumenta a satisfação (nos EUA): https://www.forbes.com/sites/dandiamond/2015/10/12/angus-deaton-who-just-won-nobel-prize-thinks-a-75000-salary-makes-you-perfectly-happy/#47cee08577753 Livro recomendado: Vencer - Jack Welch: https://www.fnac.pt/Vencer-Jack-Welch/a174196Biografia detalhada: Rui Nascimento Alves é licenciado em Sociologia do Trabalho e doutorando em Comportamento Organizacional. Detém um Executive MBA e é Mestre em Gestão de Recursos Humanos, pelo INDEG-ISCTE. Frequentou o Advanced Management Program (AMP), da Universidade Católica/Kellogg School of Management (Chicago, EUA). É certificado em Targeted Selection Administration e Facilitation Skills e em International Coaching. É Diretor de Recursos Humanos de uma multinacional na área da Saúde, com responsabilidades sobre as regiões EMEA e Ásia Pacífico (India, China e Japão). Trabalhou nos EUA, Europa, Médio Oriente e África. Foi consultor de Gestão de Recursos Humanos em Portugal e PALOP numa empresa de TIC e numa consultora nacional. Tem publicado vários livros e artigos de opinião das áreas de Gestão de Recursos Humanos e Desenvolvimento Organizacional.
Wed, 30 May 2018 - 1h 28min - 156 - #21 Pedro Pita Barros - Economia da saúde: especificidades, o sistema de saúde em Portugal, inovações recentes
Pedro Pita Barros é Professor de Economia e actualmente Vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa e é um dos maiores especialistas mundiais em economia da saúde. É, de resto, um dos investigadores portugueses em economia mais reputados - e o mais reputado a exercer atividade em Portugal -, segundo um ranking da Universidade do Minho.
Conversámos, então, sobre vários assuntos da saúde, como: as taxas moderadoras, a relação médico-doente, os gastos em medicamentos, o excesso de médicos, a inovação tecnológica, entre outros, na lógica da Economia da Sáude. Por exemplo: o que tem o sector da saúde que ver com mecânicos de automóveis ou o mercado de carros em segunda mão? Só ouvindo!
Uma nota para relembrar que agora já podem tornar-se apoiantes deste projecto, através do Patreon (no site www.patreon.com/quarentaecincograus) - aproveito, aliás, para agradecer a quem já apoiou!
Ligações:
Pedro Pita Barros - Pela Sua Saúde: https://ffms.pt/blog/artigo/190/5-leituras-13-por-pedro-pita-barros-pensar-os-servicos-de-saude-com-uma-lente-economica Blog do convidado: https://momentoseconomicos.wordpress.com/ Ranking de Investigação em Economia em Portugal: http://cefup-nipe-rank.eeg.uminho.pt/ OMS - Revisão do Sistema de Saúde em Portugal: http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0007/337471/HiT-Portugal.pdf George Akerlof e o Mercado dos Limões https://www.economist.com/node/813705 https://www.economist.com/news/economics-brief/21702428-george-akerlofs-1970-paper-market-lemons-foundation-stone-information Rand Health Insurance Experiment: https://en.wikipedia.org/wiki/RAND_Health_Insurance_Experiment Atul Gawande e os cuidados de saúde aos idosos https://www.theguardian.com/books/2015/jul/12/atul-gawande-being-mortal-older-sicker-autonomy-interview Livro recomendado: Atul Gawande - Being Mortal: https://www.wook.pt/livro/ser-mortal-atul-gawande/16219829 Artigo recomendado Kenneth Arrow lançou as bases da disciplina Economia da Saúde: http://www.who.int/bulletin/volumes/82/2/PHCBP.pdfBiografia detalhada: Pedro Pita Barros é Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE) e Research Fellow do CEPR (London). Foi Vogal do Conselho de Administração da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (2005-2006). É actualmente editor principal da revista International Journal of Health Care Finance and Economics. Integra o corpo editorial das revistas Journal of Health Economics, Health Economics, Health Care Management Science e Portuguese Economic Journal. As suas áreas de interesse de investigação são a economia da saúde, regulação económica e política de concorrência. Mais informações podem ser obtidas em http://ppbarros.fe.unl.pt
Wed, 23 May 2018 - 1h 32min - 155 - #20 Frederico Lourenço – A Bíblia: primórdios do cristianismo, relação com a cultura grega, o Novo Testamento e a sua visão em relação à escravatura e à homossexualidade.
Frederico Lourenço nem precisa de apresentação, tal a notoriedade que tem ganho pelo trabalho que o tem ocupado nos últimos anos, nada mais nada menos do que a modesta empresa de traduzir a totalidade da Bíblia, de um só folgo. São seis volumes, dos quais já saíram três. Esta obra de Frederico Lourenço tem duas facetas que a tornam especial. Por um lado, é uma tradução que se pode dizer ‘laica’, ie, não teológica, mas antes focada na literalidade dos textos originais. Por outro, é a primeira tradução em Portugal feita a partir dos textos em grego. Ora, o grego é a língua original do Novo Testamento e, embora não seja, claro, a língua original do Antigo, é a versão traduzida para grego que nos chegou até hoje mais fiel aos escritos originais.
A conversa, como é hábito neste podcast, fluiu livremente, o que significa - e era inevitável, tratando-se deste livro - que muito mais haveria a falar. Conversámos sobre a História do Cristianismo, sobretudo os primórdios: a relação com o Império Romano e, até, a cultura grega clássica. Focamo-nos mais no Novo Testamento (o único cuja tradução já está completa); deste, falámos dos Actos dos Apóstolos e dos Quatro Evangelhos, bem como dos evangelhos apócrifos, do papel de Paulo e da visão transmitida em relação à escravatura e à homossexualidade.
Já expliquei em episódios anteriores as razões por que, sendo eu agnóstico, a religião, e o Cristianismo em particular, me interessam. E julgo que esta conversa espelha bem esses motivos. Perceber a vertigem da Humanidade para a religião é abrir uma janela para perceber melhor a biologia e psicologia humanas. Por outro lado, compreender, em particular, o Cristianismo e a Bíblia, é perceber um elemento fundamental da História do Ocidente e perceber como é que um livro destes continua a ter uma tão grande influência - directa e, sobretudo, indirecta - sobre a sociedade actual, mais de 150 anos depois da publicação da ‘Origem das Espécies’ de Darwin. Ligações:
Volumes já publicados https://www.wook.pt/livro/biblia-volume-i-revista-e-aumentada-frederico-lourenco/21418858 https://www.wook.pt/livro/biblia-volume-ii-frederico-lourenco/19025974 https://www.wook.pt/livro/biblia-volume-iii-frederico-lourenco/19741755 Por que lêem tão pouco a Bíblia os católicos? http://www.ncregister.com/blog/darmstrong/why-are-catholics-so-deficient-in-bible-reading http://www.abiblia.org/ver.php?id=6939 Há 50 anos a missa deixou de ser celebrada em Latim: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?did=180518 Primórdios do Cristianismo: http://www.bbc.co.uk/guides/zttpn39 Imperador Constantino: https://en.wikipedia.org/wiki/Constantine_the_Great_and_Christianity S. João Damasceno e o Islão enquanto heresia do Cristianismo: https://stpeterslist.com/islam-as-a-christian-heresy-8-quotes-from-st-john-damascene-a-d-749 Língua do Novo Testamento: https://en.wikipedia.org/wiki/Language_of_the_New_Testament Placa comemorativa de João Ferreira de Almeida, que refere erradamente que a tradução do Novo Testamento foi feita a partir do Hebraico: http://1.bp.blogspot.com/_bNCEoFQJ3WM/Ry9r5TeuLkI/AAAAAAAAASw/VaWER1igspw/s1600h/PlacaComemorativa_Jo%C3%A3o+Ferreira+Almeida.jpg Língua de Jesus: https://en.wikipedia.org/wiki/Language_of_Jesus Império Romano do Oriente: https://www.reddit.com/r/AskHistorians/comments/14oins/at_what_point_did_the_eastern_roman_empire_become/ Chiang Kai-shek: https://www.economist.com/node/13606318 Tatiano e a síntese dos quatro Evangelhos (Diatéssaron): https://pt.wikipedia.org/wiki/Diatessar%C3%A3o Evangelhos apócrifos https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Gospels Evangelho (apócrifo) de Tomé: https://en.wikipedia.org/wiki/Gospel_of_Thomas #114: http://www.earlychristianwritings.com/thomas/gospelthomas114.html Diferenças entre os quatro evangelhos: https://owlcation.com/humanities/Comparing-the-Gospels-Matthew-Mark-Luke-and-John https://www.christianitytoday.com/edstetzer/2012/march/differences-in-gospels-closer-look.html O Novo Testamento e a Escravatura: https://rationalwiki.org/wiki/Slavery_in_the_Bible#Slavery_in_the_New_Testament Vídeos: Who Wrote the Bible: https://www.youtube.com/watch?v=Ksp4kRn7lGk The Old Testament Told in Only 5 Minutes: https://www.youtube.com/watch?v=I400jhY2DF0 Leonardo Da Vinci “A arte nunca se termina, apenas se abandona” https://goinswriter.com/art-is-never-finished/ https://observador.pt/especiais/a-biblia-de-frederico-lourenco-aplausos-e-uma-questao/Biografia detalhada: Frederico Lourenço é ficcionista, ensaísta, poeta e tradutor. Licenciou-se, em 1988, em Línguas e Literaturas Clássicas na Universidade de Lisboa, onde mais tarde se doutorou com uma tese sobre os cantos líricos de Eurípides. É atualmente professor na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (depois de vinte anos na Universidade de Lisboa, onde se doutorou com uma tese sobre Eurípides). Traduziu a Ilíada e a Odisseia de Homero, bem como um volume de poesia grega, duas tragédias de Eurípides ou peças de Schiller e Arthur Schnitzler. Publicou já três dos seis volumes que compreenderão a maior e mais completa Bíblia em português alguma vez já feita. Previsto para entregar o último volume em 2020, a proposta do tradutor é dar ao leitor de língua portuguesa a sensação de estar o ler o texto bíblico na língua original, respeitando rigorosamente a literalidade contida no idioma original das escrituras. No domínio da ficção é autor da trilogia Pode Um Desejo Imenso (que inclui também, além do título homónimo, os romances O Curso das Estrelas e À Beira do Mundo), bem como de A Formosa Pintura do Mundo, Amar Não Acaba e A Máquina do Arcanjo, ou do volume autobiográfico O Lugar Supraceleste. Publicou ensaios como O Livro Aberto: Leituras da Bíblia, Grécia Revisitada, Estética da Dança Clássica ou Novos Ensaios Helénicos e Alemães, e livros de poemas como Santo Asinha e Outros Poemas e Clara Suspeita de Luz. Entre outros, recebeu os prémios PEN Clube (2002), D. Diniz da Casa de Mateus (2003), Grande Prémio de Tradução (2003), Prémio Europa David Mourão-Ferreira (2006) e Prémio Pessoa (2016).
Wed, 16 May 2018 - 1h 30min - 154 - #19 Rui Tavares - "Ainda faz sentido falarmos de Esquerda e Direita?"
Rui Tavares é uma espécie de polímata das humanidades: escritor, tradutor, historiador, opinion-maker e político. É conhecido pelo seu posicionamento político à esquerda, segundo o próprio da “esquerda libertária, cosmopolita e ecológica”, sendo fundador do partido Livre.
Falámos da História da dicotomia Esquerda-Direita e nova distinção Cosmopolitismo vs Nacionalismo, entre outros temas. Conversámos a pretexto do ensaio ‘Esquerda e Direita: Guia Histórico Para o Século XXI’, sendo que as ideias de outro livro do convidado, ‘A Ironia do Projecto Europeu’, acabaram também por surgir na conversa ( que li, entretanto, e também recomendo).
Um sinal de honestidade intelectual de Rui Tavares, patente nos livros e na nossa conversa, é o facto de não procurar convencer-nos, como alguns fazem, de que a pele de historiador se pode substituir totalmente à de agente político. Pelo contrário, o convidado não só não esconde como afirma as suas convicções, o que, na minha opinião, não só não tira força aos factos e ideias que transmite - porque a solidez do conhecimento histórico e acuidade do raciocínio falam por si - como até lhe acrescenta clareza.
Neste episódio, surge pela primeira vez uma rubrica que quero tornar regular, que é pedir ao convidado, mesmo a terminar, que sugira um livro. Espero que gostem!
A nossa conversa foi gravada por Skype, porque o convidado estava fora do país - o som, inevitavelmente, não é tão bom, mas julgo que não incomoda.
Uma última nota para vos dar conta da página do CQG no Patreon, que está a partir de hoje activa:
https://www.patreon.com/quarentaecincograus
Ligações:
Livro ‘Esquerda e Direita: Guia Histórico Para o Século XXI’: https://www.wook.pt/livro/esquerda-e-direita-guia-historico-para-o-seculo-xxi-rui-tavares/16481395 Origem da dicotomia Esquerda-Direita https://en.wikipedia.org/wiki/Left%E2%80%93right_political_spectrum#History_of_the_terms https://theconversation.com/the-evolution-of-frances-left-and-right-politics-from-the-1789-french-revolution-to-this-years-election-76226 Uma versão alternativa: https://www.spectator.co.uk/2014/02/the-great-debate-by-yuval-levin-review/ O Setembrismo - o primeiro governo de esquerda: http://www.politipedia.pt/setembrismo-1836-1842/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Setembrismo Conservadorismo e Liberalismo: http://observer.com/2017/07/trackingdevelopment-of-conservatism-liberalism-united-states-vs-europe-socialism-karl-marx-world-war-ii-history-fdr/ Cosmopolitanismo: https://plato.stanford.edu/entries/cosmopolitanism/ Erasmo de Roterdão vs Martinho Lutero e o primeiro Populismo: http://www.nybooks.com/daily/2018/02/20/luther-vs-erasmus-when-populism-first-eclipsed-the-liberal-elite/ Guelfos e Gibelinos: http://maltez.info/aaanetnovabiografia/Conceitos/Guelfos%20e%20gibelinos.htm Dani Rodik e o ‘trilema’ da globalização: http://rodrik.typepad.com/dani_rodriks_weblog/2007/06/the-inescapable.html3 Blog recomendado: https://protesilaos.com/blog/ O Rei Canuto: https://verticalizar.wordpress.com/2007/09/01/o-rei-canuto-a-beira-mar/ Livro ‘A Ironia do Projecto Europeu’: https://www.wook.pt/livro/a-ironia-do-projeto-europeu-rui-tavares/15715970Biografia detalhada: Rui Tavares é escritor, tradutor, historiador e político. Licenciou-se em História, variante de História da Arte, pela Universidade Nova de Lisboa, e doutorou-se em História, pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris. É especialista em história e cultura do século XVIII. Colabora com o jornal Público, a revista Blitz e é comentador residente no programa O Outro Lado na RTP3. Foi um dos criadores do blogue Barnabé em conjunto com Daniel Oliveira, André Belo, Celso Martins e Pedro Aires Oliveira. Escreve actualmente no blogue pessoal ruitavares.net. Foi eleito em 2009 deputado para o Parlamento Europeu como independente integrado na lista do Bloco de Esquerda, que posteriormente abandonou. É um dos fundadores do partido político LIVRE. É autor de algumas monografias, entre as quais: O Pequeno Livro do Grande Terramoto, de história; a peça de teatro O Arquiteto; o ensaio A Ironia do Projeto Europeu; e Esquerda e Direita: Guia Histórico Para o Século XXI.
Wed, 09 May 2018 - 1h 43min - 153 - #18 Ana Rodrigues Oliveira - Idade Média: vida privada, social, política e religiosa
Ana Rodrigues Oliveira é professora de História, com especialização e investigação na área da História Cultural e das Mentalidades. Tem investigado sobretudo sobre a Idade Média, e publicou, em 2015, o livro ‘O Dia-a-Dia em Portugal na Idade Média’, que foi, já se adivinha, precisamente o mote para a nossa conversa.
A junção entre História Cultural e História da Idade Média é, para um curioso com eu, irresistível, pois aprender sobre os hábitos, crenças e vivências daquele período, que nos parece tão longínquo mas está, ao mesmo tempo, a não tantos séculos de distância, é uma surpresa permanente. Seja pelas enormes diferenças face à sociedade do século XXI, seja por aqueles aspectos que, pelo contrário, são estranhamente familiares. Mas conhecer o modo como funcionavam a vida privada e a vida social na Idade Média não é só uma curiosidade, é também uma maneira de avaliar melhor a vida no século XXI e perceber o caminho que se fez até aqui.
Ligações:
Variadas: https://www.huffingtonpost.com/quora/how-the-middle-ages-reall_b_5767240.html https://www.currentaffairs.org/2018/02/the-middle-ages-were-pretty-interesting-actually https://www.historyextra.com/period/medieval/10-things-you-probably-didnt-know-about-the-middle-ages/ Até ao século XVII (no mínimo), o parto era um assunto de mulheres: http://theconversation.com/drunken-midwives-and-snooty-surgeons-a-short-history-of-giving-birth-16208 O cirurgião-barbeiro http://theconversation.com/drunken-midwives-and-snooty-surgeons-a-short-history-of-giving-birth-16208 A operação às hemorroidas de Luís XIV: http://www.bilan.ch/garry-littman/english-room/royal-fistula-changed-face-surgery A Universidade de Coimbra: https://www.wook.pt/livro/a-morada-da-sabedoria-i-antonio-filipe-pimentel/178792 Pedro Hispano e a contracepção: https://prpg.ufg.br/up/85/o/modelo2.pdf Contracepção e aborto na Idade Média: http://www.medievalists.net/2013/12/birth-control-and-abortion-in-the-middle-ages/ Napoleão e a introdução do serviço militar obrigatório: https://www.warhistoryonline.com/napoleon/napoleon-managed-vast-armies.html O livro de boas-maneiras de Da Vinci na corte dos Sforza: https://boingboing.net/2011/09/14/the-culinary-notebooks-of-leonardo-fat-boy-da-vinci.html As pessoas tomavam banho? http://www.medievalists.net/2013/04/did-people-in-the-middle-ages-take-baths/ A importância da memória num tempo dominado pela oralidade: https://linguisticator.com/why-medieval-memory/ https://www.ted.com/talks/joshua_foer_feats_of_memory_anyone_can_do/transcript?nolanguage=ko.10+People+with+photographic+memorySome Prática dominical em 1956: https://www.dropbox.com/s/2t7antu4wjxcxrb/new%20doc%202018-04-19%2023.16.06_1.jpg?dl=0 A relação entre a igualdade de género e o tipo de agricultura que se praticava historicamente: http://freakonomics.com/2011/06/23/did-gender-inequility-start-with-the-plow/ Sexo e intimidade na Idade Média: http://www.medievalists.net/2013/02/sex-in-the-middle-ages/ LIVROS ‘História de Portugal’ - Nuno Gonçalo Monteiro, Rui Ramos e Bernardo Vasconcelos e Sousa: https://www.wook.pt/livro/historia-de-portugal-nuno-goncalo-monteiro/12963391 ‘Em Casa - Breve História da Vida Privada’, de Bill Bryson: https://www.wook.pt/livro/em-casa-bill-bryson/11461716 ‘História da Vida Privada - Vol. 2 (Da Europa Feudal ao Renascimento): https://www.wook.pt/livro/historia-da-vida-privada-vol-2-philippe-aries/75635Biografia detalhada: Ana Maria Rodrigues Oliveira é professora de História, com especialização na área de História Cultural e das Mentalidades. Doutorou-se em 2004 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Tem desenvolvido estudos nas áreas da mulher e da criança e participado em vários congressos e seminários. Entre outros trabalhos, publicou: «Mulheres e fronteira na cronística medieval dionisina», in As Relações de Fronteira no Século de Alcanices, Porto, 1998; As Representações da Mulher na Cronística Medieval Portuguesa, Patrimónia Histórica, Cascais, 2000, (tese de mestrado); «A imagem da mulher nas crónicas medievais», in Faces de Eva, Edições Colibri, Lisboa, 2001; «O corpo infantil nos tratados médicos Hispano-Árabes», in O Corpo e o Gesto na Civilização Medieval, Edições Colibri, Lisboa, 2006; A Criança na Sociedade Medieval Portuguesa, Teorema, Lisboa, 2007, (tese de doutoramento); "A criança", in História da Vida Privada em Portugal - A Idade Média, Círculo de Leitores, Lisboa, 2010 e "A mulher", na mesma obra, em co-autoria; "Inês de Castro, uma vida em verso" até ao fim do Mundo", in Pedro e Inês - O Futuro do Passado, Associação dos Amigos de D. Pedro e D. Inês, Coimbra, 2013; "Philippa of Lancaster: The Memory of a Model Queen", in Queenship in the Mediterranean, International Conference "Kings and Queens: Power, Politics, Patronage and Personalities", Palgrave Macmillan, United States, 2013; "A criança medieval: um ser inferior, indesejado e perturbador. Mito ou História?", in Representações do Mito na História e na Literatura, Universidade de Évora, 2014. É co-autora de manuais escolares para o ensino da História e membro do Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Em 2010 editou a obra Rainhas Medievais de Portugal, pela Esfera dos Livros.
Wed, 25 Apr 2018 - 1h 29min - 152 - #17 Ludwig Krippahl (pt 2/2) - Deus, religião e igualdade de género
Ludwig Krippahl é Professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT), onde desenvolve investigação na área da bioinformática, especificamente na aplicação de técnicas de Inteligência Artificial a problemas da esfera da biologia. Mantém, há largos anos, o blog Ktreta (https://ktreta.blogspot.pt/)
Esta é a segunda parte da conversa com Ludwig Krippahl. Podem encontrar a apresentação do convidado e a minha opinião geral sobre conversa no episódio da semana passada e no texto que acompanha este episódio.
Nesta segunda parte da conversa, falámos sobre dois temas: Deus e religião, que já tínhamos encetado no episódio anterior, e igualdade de género.
Foi uma conversa que valeu bem a pena! Aliás, se há coisa que se pode dizer com certeza sobre Ludwig Krippahl, é que traz uma perspectiva original e sustentada em relação a qualquer um dos temas. Embora não, como verão, necessariamente consensual.
São temas, na verdade, que não estão - pelo menos, directamente - relacionados com a área de especialização do convidado, que é Professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT), onde desenvolve investigação na área da bioinformática, especificamente na aplicação de técnicas de Inteligência Artificial a problemas da esfera da biologia. Por quê, então, estes temas de conversa? É que o convidado mantém, há largos anos, o blog Ktreta (https://ktreta.blogspot.pt/) - o título provocador, aliás, já é um bom teaser para a conversa! - no qual aplica a racionalidade científica da sua área de formação na análise crítica de temas muito diversos: da ciência à religião, passando pela política, direitos de autor, igualdade de género, entre muitos outros.
Essa racionalidade, aliás, associada a um espírito argumentativo, mas pedagógico, é, na minha opinião, simultaneamente rara e impressionante. Foi, por isso, um privilégio, mas também um enorme gozo, conhecer e conversar com o Ludwig sobre estes temas.
Ligações:
Religião e Deus Ludwig Krippahl sobre religião https://ktreta.blogspot.pt/2018/03/treta-da-semana-atrasada-o-ideal.html Experiências subjectivas atestam a existência de Deus? https://evaluatingchristianity.wordpress.com/the-summary-case-for-atheism/arg1long LSD https://www.quora.com/Why-did-LSD-make-me-believe-in-God Richard Dawkins - The God Delusion: https://www.goodreads.com/book/show/14743.The_God_Delusion Igualdade de género Ludwig Krippahl sobre igualdade de género https://ktreta.blogspot.pt/2018/03/treta-da-semana-atrasada-as-quotas.html https://ktreta.blogspot.pt/2018/02/treta-da-semana-atrasada-entrevista.html https://ktreta.blogspot.pt/2018/02/treta-da-semana-atrasada-distribuicoes.html O caso da Noruega http://www.nordiclabourjournal.org/artikler/forskning/research-2015/article.2015-05-20.3011019632 http://thefederalist.com/2018/03/13/evidence-from-norway-shows-gender-quotas-dont-work-for-women/ https://www.economist.com/news/business/21737079-gender-quotas-board-level-europe-have-done-little-boost-corporate-performance-o O caso da Suécia https://slate.com/business/2018/02/even-in-denmark-children-are-career-killers-for-working-moms.html https://www.economist.com/news/business/21632512-worlds-most-female-friendly-workplaces-executive-suites-are-still-male-dominated O caso da Índia http://www.wiego.org/informal-economy/women-india%E2%80%99s-construction-industry http://theconversation.com/indias-urban-work-boom-is-leaving-women-behind-22668 Diferenças de género são maiores em sociedades com culturas mais paritárias: http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.463.9292&rep=rep1&type=pdf https://www.timeshighereducation.com/news/women-gender-equal-countries-less-likely-gain-stem-degrees Baker refused to sell to a gay couple: https://www.theguardian.com/commentisfree/2017/dec/15/what-colorado-baker-gets-wrong-gay-wedding-cake-supreme-courtBiografia detalhada: Ludwig Krippahl é professor auxiliar no Departamento de Informática (DI) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT), e membro do Centro para a Inteligência Artificial CENTRIA. É licenciado em Química Aplicada, Mestre em Inteligência Artificial Aplicada e Doutor em Bioquímica Estrutural pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT). Mantém o blog Ktreta, onde aprofunda diversos temas muito diferentes entre si.
Wed, 18 Apr 2018 - 1h 45min - 151 - #16 Ludwig Krippahl (pt 1/2) - Pensamento crítico, Pseudociências, Democracia, fé e crença em Deus
Ludwig Krippahl é Professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT), onde desenvolve investigação na área da bioinformática, especificamente na aplicação de técnicas de Inteligência Artificial a problemas da esfera da biologia. Mantém, há largos anos, o blog Ktreta (https://ktreta.blogspot.pt/)
Este é o primeiro de dois episódios com Ludwig Krippahl como convidado - duas partes de uma longa conversa (cerca de 3 horas) em que falámos sobre… uma série de temas. Esta foi, aliás, uma daquelas conversas-conversas, na verdadeira acepção da palavra - ie, tudo menos uma entrevista tout court (embora o protagonismo se mantenha, claro está, do lado do convidado).
Nesta primeira parte, abrimos as hostilidades falando de Pensamento Crítico, uma área de ensino do convidado, e seguimos para pseudociências, fé e crença em Deus, e, ainda, Democracia.
São temas, na verdade, que não estão - pelo menos, directamente - relacionados com a área de especialização do convidado
Por quê, então, estes temas de conversa? É que o convidado mantém, há largos anos, o blog Ktreta (https://ktreta.blogspot.pt/) - o título provocador, aliás, já é um bom teaser para a conversa! - no qual aplica a racionalidade científica da sua área de formação na análise crítica de temas muito diversos: da ciência à religião, passando pela política, direitos de autor, igualdade de género, entre muitos outros.
Essa racionalidade, aliás, associada a um espírito argumentativo, mas pedagógico, é, na minha opinião, simultaneamente rara e impressionante. Foi, por isso, um privilégio, mas também um enorme gozo, conhecer e conversar com o Ludwig sobre estes temas.
Esta é, já sabem, apenas a primeira parte da conversa. Para a semana há mais.
Ligações:
Pensamento Crítico http://dererummundi.blogspot.pt/2007/12/pensamento-crtico.html https://www.youtube.com/watch?v=2YQHNxv5n1I https://www.youtube.com/watch?v=oEwj6QILgOA&t=480s Livro: The Origin of Consciousness in the Breakdown of the Bicameral Mind: https://www.goodreads.com/book/show/22478.The_Origin_of_Consciousness_in_the_Breakdown_of_the_Bicameral_Mind O que torna o Ser Humano único: http://www.bbc.com/future/story/20150706-the-small-list-of-things-that-make-humans-unique Pseudociências: https://ktreta.blogspot.pt/2018/03/treta-da-semana-atrasada-sim-mas-nao.html The Clergy Project (organização de apoio a membros do clero que deixam de crer em Deus, de cujos membros faz parte Daniel Dennett): https://en.wikipedia.org/wiki/The_Clergy_Project Yuval Noah Harari e o Humanismo: https://newhumanist.org.uk/articles/5161/will-progress-kill-humanism https://www.youtube.com/watch?v=jFXOjbcHjWU Argumentos ontológicos para a existência de Deus: http://www.iep.utm.edu/ont-arg/Biografia detalhada: Ludwig Krippahl é professor auxiliar no Departamento de Informática (DI) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT), e membro do Centro para a Inteligência Artificial CENTRIA. É licenciado em Química Aplicada, Mestre em Inteligência Artificial Aplicada e Doutor em Bioquímica Estrutural pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT). Mantém o blog Ktreta, onde aprofunda diversos temas.
Wed, 11 Apr 2018 - 1h 23min - 150 - #15 Ana Carvalhas - Nutrição: "qual é o maior erro alimentar que andamos a cometer?"
Ana Carvalhas é nutricionista, especialista no tratamento dietético da obesidade, diabetes e dislipidémia; e é autora do livro «Dieta para Sedentários» (http://www.gradiva.pt/?q=C/BOOKSSHOW/8786).
A nutrição é um tema que me interessa muito, essencialmente por dois motivos. Por um lado, pelo impacto evidente que a alimentação tem na longevidade e saúde humanas. Por outro, por ser uma área da ciência desafiante, a mais do que um nível: É complexa, porque a biologia humana é assim mesmo, complicada. Mas é também confusa, pois a dificuldade em conduzir experiências científicas e o facto de todos os seres humanos serem diferentes levam a que seja demasiado comum encontrar, por exemplo, defensores e opositores ferrenhos para o mesmo alimento.
Por estes motivos, tenho com a nutrição uma relação parecida com a que tenho, por exemplo, com um tema tão distinto como a gestão de RH, que foi já tema deste podcast. Ou seja: atrai-me pela sua relevância, mas retrai-me pela enorme propensão que tem para explicações simplistas e demasiado taxativas.
Na conversa com Ana Carvalhas tentei, portanto, focar-me na ciência da nutrição e nas conclusões relativamente sedimentadas que, apesar de tudo, existem nesta área.
Ligações:
Biografia detalhada: Ana Carvalhas é nutricionista licenciada pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. Iniciou a sua atividade no Departamento de Nutrição Infantil da Nestlé Portugal, colaborou com a McDonald’s na introdução da sopa nos seus restaurantes portugueses e fez parte, até ao final da época de 2014/2015, do Departamento Médico do Futebol Profissional da Académica de Coimbra. Atualmente trabalha no Centro de Saúde Norton de Matos e dá consultas na Orisclinic, ambos em Coimbra. É autora do blogue «Comer bem até aos 100», da página de Facebook «Dieta para Sedentários» e colabora frequentemente com a revista Prevenir. É membro da Ordem dos Nutricionistas.
Wed, 04 Apr 2018 - 1h 55min - 149 - #14 João Pedro Marques - "Qual é o maior mito que se criou sobre a Escravatura?"
João Pedro Marques é historiador e romancista, e um dos maiores especialistas mundiais na História da Escravatura. O mote para a conversa foi o seu mais recente livro, ‘Escravatura - Perguntas e Respostas’, um pequeno grande livro, incrivelmente rico em informação, e cuja leitura vale bem a pena, pois leva-nos a conhecer o que desconhecíamos e a rever posições pré-concebidas. O tema da Escravatura / Escravidão, de resto, e como explico no início, podendo parecer específico, acaba por ser uma ponte para uma série de tópicos que extravasam em muito esta questão. Se a isso juntarmos o enorme conhecimento do convidado sobre este assunto, fica explicado por que é que esta foi das conversas que mais gozo me deram gravar no podcast!
Ligações:
A memória histórica da Escravatura em Portugal: https://www.politico.eu/article/portugal-slave-trade-confronts-its-past/amp/ Os estóicos e a escravidão: http://donaldrobertson.name/2017/11/05/did-stoicism-condemn-slavery/ Episódio da execução de 400 escravos na Roma antiga: https://en.wikipedia.org/wiki/ Lucius_Pedanius_Secundus Como os norte-americanos conseguiam a reprodução dos escravos (breeding): https://en.wikipedia.org/wiki/ Slave_breeding_in_the_United_ States A revolta em Saint-Domingue (futuro Haiti): http://www.uky.edu/~popkin/Haitian%20Revolution%20Lecture.htm Pedro Claver (Jesuíta): https://en.wikipedia.org/wiki/Peter_Claver Esquiano Olauda (ex-escravo): http://www.bbc.co.uk/history/historic_figures/equiano_olaudah.shtml Montesquieu e a Escravatura: https://www.openbookpublishers.com/htmlreader/978-1-78374-203-5/ch1-6.xhtml Thomas Carlyle: https://www.theatlantic.com/business/archive/2013/12/why-economics-is-really-called-the-dismal-science/282454/ Abolição no Reino Unido: https://en.wikipedia.org/wiki/Slavery_Abolition_Act_1833 Sugar duties: https://en.wikipedia.org/wiki/Sugar_Duties_Act_1846Biografia detalhada: João Pedro Marques nasceu em Lisboa, em 1949. Foi professor do ensino secundário e, depois, durante mais de duas décadas, investigador do Instituto de Investigação Científica Tropical e Presidente do Conselho Científico desse Instituto, em 2007-2008. Doutorado em História pela Universidade Nova de Lisboa, onde lecionou durante a década de 1990, é autor de dezenas de artigos sobre temas de história colonial, e de vários livros, dois dos quais publicados em Nova Iorque e Oxford (The Sounds of Silence, 2006; e, em coautoria, Who Abolished Slavery? A debate with João Pedro Marques, 2010). Em 2010 a Porto Editora publicou o seu primeiro romance, Os Dias da Febre, ao qual se seguiram, em 2012, Uma Fazenda em África (que, com várias edições, constituiu um dos grandes sucessos do ano), em 2014, O Estranho Caso de Sebastião Moncada, em 2015, Do Outro Lado do Mar, e, em 2017, Vento de Espanha.
Wed, 21 Mar 2018 - 1h 35min - 148 - #13 José Bancaleiro - "Porque é ainda tão desvalorizada a Gestão de Recursos Humanos nas empresas?"
José Bancaleiro tem mais de 25 anos de experiência em gestão de Recursos Humanos e é, actualmente, Managing Partner na Stanton Chase (uma consultora de RH e de executive search). Para além disso, é professor universitário e autor de vários livros na área de gestão de pessoas.
Foi essa dupla faculdade - de pensar e fazer gestão de RH - que me levou a convidar José Bancaleiro para o podcast. Até porque a gestão de pessoas é uma área peculiar no reino da Gestão: se, por um lado, todos, de formas diferentes, participamos em organizações, e reconhecemos a diferença que faz uma equipa bem ou mal gerida; por outro lado, já fomos confrontados com as enormes limitações que existem à quantificação objectiva desta área. Estas limitações, por seu lado, servem de pretexto a duas abordagens extremadas, e igualmente erradas: de um lado aqueles para quem o tema é quase irrelevante, próprio para quem não tem capacidades para operar em áreas mais sofisticadas e, essas sim, relevantes e criadoras de valor; do lado oposto, aqueles que, detectando a dificuldade em quantificar e sistematizar o tema, partem para soluções simplistas, maniqueístas ou simplesmente ultra-românticas.
O meu objectivo nesta conversa com José Bancaleiro foi fugir dessas duas atitudes, e falar francamente e com profundidade do que é a gestão de RH, dos desafios que lhe estão associados e do que falta compreender e fazer neste campo. Julgo queresultou numa bela conversa.
Biografia detalhada: José Bancaleiro tem mais de 25 anos de experiência como Dir. Recursos Humanos em empresas nacionais e multinacionais de diversos sectores (Distribuição, Farmacêutica, TIs, Indústria, Grande Consumo e Banca). Nos últimos anos tem desenvolvido a sua actividade na consultoria estratégica de RH e no Executive Search, actualmente na Stanton Chase. É Professor universitário, conferencista, autor de vários livros de GRH e publica frequentemente artigos em jornais e revistas da especialidade, sendo especialista em temas como Employer Branding, Coaching de Executivos, Gestão da Performance e Remuneração, e Scorecard de Recursos Humanos. Foi-lhe atribuído pela RH Magazine o Prémio "RH CARREIRA 2005" (galardão que reconhece o profissional de Gestão de Recursos Humanos cuja carreira profissional demonstre consistência do currículo, realizações profissionais, dificuldade do desafio, reconhecimento do trabalho realizado e ética).
Wed, 14 Mar 2018 - 1h 28min - 147 - #12 Luís Cabral - "Quais são os princípios da Economia que todos devíamos saber?"
Luís Cabral é professor de Economia na New York University (NYU), nos EUA, onde ensina microeconomia e análise da concorrência. Luís Cabral é, além disso, o investigador português em economia mais reputado, segundo um ranking desenvolvido por investigadores da Universidade do Minho, com investigação ligada aos aspetos dinâmicos da concorrência entre empresas. Como se isso não bastasse, Luís Cabral tem uma origem invulgar, pois é descendente de uma família ligada às artes, da qual fazem parte dois importantes nomes da pintura portuguesa, Roque Gameiro e Martins Barata. Ora, nos últimos anos, o convidado tem-se ele próprio dedicado à pintura -- no episódio falamos disso mesmo, e da relação com a sua actividade principal.
Ao preparar esta conversa, e mesmo durante a gravação, estive indeciso em relação ao rumo a tomar. Teria sido, certamente, interessante abordar a investigação do convidado (efeitos sobre a concorrência entre empresas de curvas de aprendizagem, efeitos de networking, I&D e reputação), uma vez que é dos maiores especialistas na área a nível mundial. No entanto, como este é o primeiro episódio em que converso especificamente sobre a Ciência Económica - é o 2º sobre economia, mas o episódio com Pedro Braz Teixeira focou-se sobre questões concretas - acabei por achar mais interessante aproveitar a presença de alguém que pensa a Ciência Económica para falar das bases da disciplina -- o que, parecendo mais superficial, deu uma óptima conversa, sobretudo por mérito do convidado, que mostrou ser também um pedagogo, capaz de explicar em traços simples conceitos complexos.
Biografia detalhada: Luís Cabral é doutorado pela Universidade de Stanford (1989), licenciado em Economia pela UCP e tem o mestrado na mesma área pela UNL. É, actualmente, Professor de Economia na NYU e na AESE, tendo sido docente nas universidades: Nova de Lisboa, London Business School, London School of Economics, Berkeley, Yale, IESE. Actualmente, ocupa a cátedra Paganelli-Bull de Economia na New York University. É Research Fellow do Centre for Economic Policy Research (CEPR). Foi Presidente da European Association for Research in Industrial Economics (EARIE), membro do Grupo de Conselheiros Económicos do Presidente da Comissão Europeia, e consultor de múltiplas organizações públicas e privadas. Foi consultor de várias organizações, dos New York Mets à OCDE, da Pfizer a vários governos de Portugal, destacando-se o trabalho no litígio Airbus-Boing entre 2005 e 2009. s suas áreas de investigação versam sobre os aspetos dinâmicos da concorrência entre empresas (learning curves, network effects, R&D, reputation). É autor do livro “Introduction to Industrial Organization”, publicado pela MIT Press, traduzido em 7 línguas e adotado por universidades em dezenas de países.
Wed, 07 Mar 2018 - 1h 25min - 146 - #11 Margarida Pedroso de Lima - Psicologia da Personalidade
Margarida Pedroso de Lima é psicóloga e professora universitária. Convidei-a para vir ao podcast pois é das pessoas em Portugal que mais tem investigado na área da Psicologia da Personalidade, nomeadamente sobre o chamado ‘Modelo dos Cinco Factores’, o modelo de traços de personalidade predominante na investigação académica nesta área.
A psicologia da personalidade é um tema que me interessa há já algum tempo, e que acho fascinante, pelas razões que explico no início da conversa (e provavelmente por outras também, mais ao nível do inconsciente).
O meu interesse por esta área começou, de resto, por outros modelos mais difundidos fora da Academia, como o MBTI - que se baseia no trabalho de Carl Jung, de quem falamos na conversa. No entanto, estes modelos têm pouca validação pela investigação académica, pelo que acabámos por falar apenas no ‘Modelo dos Cinco Factores’
Durante a conversa, para além dos traços de personalidade, falámos também da história da psicologia da personalidade, para contextualizar a conversa, e dos três níveis de personalidade de McAdams (dos quais este modelo de 'traços' é apenas o 1º nível).
Biografia detalhada: Margarida Pedroso Lima é psicóloga, doutorada em Psicologia do Desenvolvimento, e professora associada da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. As suas experiências e interesses profissionais situam-se, prioritariamente, na área da Psicologia da Idade Adulta e na Psicologia da Personalidade.
Tue, 27 Feb 2018 - 1h 46min - 145 - #10 Paulo Castro - Filosofia da Ciência, Inteligência Artificial, Consciência, Darwinismo, Economia, progresso tecnológico
Neste episódio, estou à conversa com Paulo Castro.
O convidado é investigador no Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa e tem como principais temas de investigação o conceito de Euritmia e a relação entre livre arbítrio e as leis da natureza. Para além disso, tem investigado também temas como Física Quântica e Inteligência artificial.
Aliás, o meu ponto de partida para esta conversa era o objectivo de, simultaneamente, obter uma perspectiva vinda da filosofia da ciência sobre os temas levantados pela Inteligência Artificial – depois da conversa com Arlindo Oliveira – e, de caminho, trazer um filósofo ao podcast, o que era uma vontade antiga.
Este episódio acabou por ser, talvez, a mais conversacional das conversas que gravei, visto que falámos de muitos temas que foram surgindo na conversa. Por exemplo: a função da filosofia da ciência e a sua relação com as ciências, Inteligência Artificial, consciência, Darwinismo, o papel da economia na actualidade, progresso tecnológico, entre outros. No final, claro, sobraram mais perguntas do que respostas – mas, afinal, não é essa a vantagem de convidar um filósofo?
Biografia detalhada: Paulo Castro é licenciado em Antropologia pela UNL e Doutorado em Filosofia pela ULHT, tem como principal tema de investigação a relação entre livre arbítrio e as leis da natureza. Interessa-se também por fundamentos de Física Quântica, Inteligência artificial, Filosofia da Matemática e Pedagogia da Ciência. Publicou em 2014 a tese de doutoramento "A Epistemologia da Escolha. Sobre a possibilidade da simulação artificial da inteligência humana"
Tue, 13 Feb 2018 - 1h 38min - 144 - #9 Carlos Fiolhais - Pseudociências, História da Ciência, Ciência em Portugal e exploração espacial
Carlos Fiolhais é Professor Catedrático de Física na Universidade de Coimbra e um dos maiores – se não o maior – divulgadores de ciência em Portugal. Publicou já mais de 30 livros, o mais recente dos quais ‘A Ciência e os Seus Inimigos, em co-autoria com David Marçal, de que falamos no episódio.
O papel de Carlos Fiolhais enquanto promotor da cultura científica tem sido reconhecido com várias distinções. Aliás, ainda em novembro passado recebeu o Grande Prémio Ciência Viva.
Carlos Fiolhais é, de resto, o tipo de convidado que merecia, não um, mas uma série de episódios. Não só pelo conhecimento que tem, sobre várias áreas da Ciência, mas também por ser um extrovertido – o que é relativamente raro para um investigador, e o torna um grande conversador.
Durante esta hora e meia de conversa, falámos de temas tão diferentes como homeopatia, cultura científica, História da Ciência, Ciência em Portugal, Inteligência Artificial e até exploração espacial – enfim, só ouvindo!
Biografia detalhada: Carlos Fiolhais nasceu em Lisboa em 1956. Licenciado em Física na Universidade de Coimbra e doutorado em Física Teórica na Universidade Goethe, em Frankfurt, Alemanha, em 1982, é Professor Catedrático de Física na Universidade de Coimbra. Foi professor convidado em universidades de Portugal, Brasil e Estados Unidos. Publicou mais de 30 livros, incluindo Física Divertida, Computadores, Universo e Tudo o Resto e A Coisa Mais Preciosa que Temos (Gradiva); Ciência a Brincar (Bizâncio); manuais escolares de Física e de Química (Gradiva e Texto Editores); Roteiro de Ciência e Tecnologia (Ulmeiro) e Fundamentos de Termodinâmica do Equilíbrio (Gulbenkian). É autor de cerca de 100 artigos científicos em revistas internacionais (um dos quais com 3500 citações) e de mais de 300 artigos pedagógicos e de divulgação. Participou em inúmeros encontros, conferências e acções promovendo a ciência e a cultura científica. Criou o portal de ciência www.mocho.pt. Ganhou em 1994 o Prémio União Latina/JNICT de tradução científica. Ganhou o Globo de Ouro de Mérito e Excelência em Ciência de 2004 atribuído pela televisão SIC e pela revista Caras em 2005. Em 2017, ganhou o Grande Prémio Ciência Viva Montepio. Investiga Física da Matéria Condensada e Ensino e História das Ciências. Foi fundador e Director do Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra, onde instalou o maior computador português para cálculo científico («Centopeia»). Dirige a revista Gazeta de Física da Sociedade Portuguesa de Física e é membro da comissão editorial das revistas Europhysics News, da Sociedade Europeia de Física, e Física na Escola e Revista Brasileira do Ensino da Física, da Sociedade Brasileira de Física. Foi director da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.
Tue, 30 Jan 2018 - 1h 26min - 143 - #8 Pedro Janela - Marketing, Negócios e Tecnologia
Pedro Janela é CEO do WYgroup, o maior grupo de capitais nacionais dedicado ao marketing digital, e, entre várias outras ocupações, docente na formação de executivos da Católica-Lisbon. Para além da experiência em negócios e marketing, Pedro Janela tem formação de base em Engenharia Eletrotécnica, o que lhe dá uma perspectiva singular sobre a evolução tecnológica e, sobretudo, a sua aplicação ao marketing. Durante a conversa, que foi muito animada, falámos destes temas – tecnologia, inovação, marketing, e internacionalização de negócios – e de vários outros assuntos que foram surgindo.
Bio: Pedro Janela é CEO e cofundador do WYgroup (www.wygroup.net), o maior grupo de capitais nacionais dedicado ao marketing digital, publicidade e design. O grupo, criado do zero em 2002, conta com mais de 230 colaboradores e 11 agências em operação e fatura 12 milhões de euros. Opera através de escritórios em Lisboa, Boston, Austin, Porto e São Paulo. Pedro Janela é também cofundador e business angel através do fundo de seed capital eggNEST, a que preside (www.eggnest.org), e onde atualmente se desenvolvem sete empresas focadas em Inovação e IT com um milhão de euros investido. É docente em marketing digital na formação de executivos da Católica-Lisbon. É mentor e/ou júri em vários programas de aceleração de empreendedorismo em Portugal, como por exemplo a StartupLisboa, Beta-Start, FoundersInstitute e Startup Braga. É keynote speaker nos temas de inovação, marketing digital, desenvolvimento tecnológico e empreendedorismo em diversos congressos e seminários, e para empresas, onde se incluem por exemplo a Ascendum, Banco Santander, Everis, Fidelidade, Hovione, Luz Saúde, Nestlé, MSD e Merck. É administrador da Make-a-Wish Portugal, e membro fundador do chapter Português da EO - Entrepreneurs Organization. Estudou Engenharia Eletrotécnica, ramo de Controlo e Robótica no IST, entre 1989 e 1996. Tem formação da Wharton School em Filadélfia, em Estratégias de Marketing Competitivo, realizada em 1995. Fez ainda o PAEGI da Católica, em 2004, e o Advanced Management Program, em Kellog e na Católica, em 2012.
Tue, 16 Jan 2018 - 1h 04min - 142 - #7 Carlos Quevedo - "O que une e o que separa as três Religiões Abraâmicas?"
Carlos Quevedo é autor do programa E Deus Criou o Mundo, na Antena 1, que promove o diálogo inter-religioso e que recentemente deu origem a um livro, que foi precisamente o mote para a nossa conversa. No livro, o jornalista aborda as diferenças e semelhanças entre as três chamadas "religiões abraâmicas" - Judaísmo, Cristianismo e Islão.
Anteriormente, Carlos Quevedo esteve ligado a alguns momentos marcantes do jornalismo português. Foi, por exemplo, um dos fundadores da revista Kapa, que marcou o final dos anos 90.Nesta conversa, falámos da História, fé e práticas dos três credos, mas também do papel da religião, quer historicamente quer ainda hoje em dia.
Aliás, num mundo hoje essencialmente laico - e por bons motivos -, em que a religião passou praticamente a cingir-se à esfera da vida privada, pode perguntar-se que interesse tem compreender este tema. A verdade é que não é possível compreender totalmente a História da Humanidade, e da civilização ocidental em particular, a vida em sociedade e as várias culturas humanas, ou mesmo os dilemas do que é ser humano, sem olhar para a resposta que as várias religiões tentaram dar. Um europeu, e um português em particular - mesmo um, como eu, agnóstico -, partilha inevitavelmente de grande parte da chamada cultura judaico-cristã (católica no caso). E, se muitas das crenças e práticas destas religiões nos parecem hoje anacrónicas, outros valores - e sobretudo as questões que são levantadas - mantêm-se inegavelmente actuais.
Wed, 03 Jan 2018 - 1h 42min - 141 - #6 Pedro Magalhães - Sondagens, comportamento eleitoral, atitudes sociais e Capital Social
Pedro Magalhães é um cientista político com investigação em várias áreas, mas - para o mal e para o bem - é sobretudo conhecido enquanto especialista em sondagens - é, aliás, um habitué das noites eleitorais há largos anos. Foi uma bela conversa, de quase hora e meia, em que falámos de vários temas ligados à ciência política. Numa primeira parte, conversámos sobre a interpretação e impacto das sondagens, o comportamento eleitoral e os determinantes das atitudes sociais e políticas dos eleitores. Nos últimos cerca de 45 minutos, falámos de um tema que me interessa muito - capital social -, um campo altamente importante e que atravessa várias áreas do conhecimento; da economia à psicologia, passando pela ciência política e a sociologia.
Pedro Magalhães é doutorado em Ciência Política, pela Ohio State University. É, actualmente, investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e director científico na Fundação Francisco Manuel dos Santos. As áreas de investigação a que se tem dedicado incluem comportamento eleitoral, atitudes sociais e políticas, opinião pública, inquéritos, poderes constitucional e judicial.
Pode ser encontrado em: http://www.pedro-magalhaes.org/
E em: https://twitter.com/PCMagalhaes
Tue, 19 Dec 2017 - 1h 32min - 140 - #5 Arlindo Oliveira - "Haverá alguma vez Mentes Digitais com inteligência superior à humana?"?
Arlindo Oliveira é presidente do Instituto Superior Técnico e autor do livro The Digital Mind, lançado este ano e cuja edição em português, com o título Mentes Digitais, foi lançada na semana passada.
Foi uma conversa cheia, em que falámos de vários temas ligados ao futuro da Inteligência Artificial, ou, nas palavras do convidado, ao surgimento das 'mentes digitais'. Ao usar esta palavra - 'mente' - Arlindo Oliveira transporta deliberadamente a discussão da Inteligência Artificial actual, independentemente dos seus avanços inegáveis, para um futuro mais ou menos longínquo, em que poderemos ter Inteligência Artificial equivalente - e, portanto, superior - à humana
Algumas das questões de que falámos são, naturalmente, técnicas, outras - em maior número do que poderia parecer à partida - são mais filosóficas, levando-nos a questionar o que é ser Humano e como pode vir a ser o convívio com estas 'mentes digitais'.
Arlindo Oliveira é um dos maiores especialistas portugueses em Inteligência Artificial e alguém numa posição privilegiada para prever o futuro neste campo, uma vez que junta interesse e formação académica em computação e neurologia.
Doutorou-se em Engenharia Electrotécnica e Ciências da Computação (EECS) pela Universidade da Califórnia em Berkeley, em 1994. Desde então, é Professor do Departamento de Engenharia Informática do Instituto Superior Técnico, onde tem desenvolvido trabalho no contexto de sistemas digitais, síntese lógica, algoritmia, aprendizagem automática e bioinformática.
O livro 'The Digital Mind' foi lançado este ano pela prestigiada MIT Press. A tradução em português, editada pela IST Press, acaba de ser lançada no mercado nacional.
(sonoplastia com a colaboração de Luís Ferreira)
Clip do filme Maria Papoila retirado de:
Tue, 28 Nov 2017 - 1h 02min - 139 - #4 Esther Mucznik - "O que é o Judaísmo: uma religião, um povo ou uma cultura?"
Esther Mucznik é uma das maiores especialistas em temas judaicos em Portugal. Filha de pais polacos, viveu em Israel e em Paris onde estudou, respectivamente, Língua e Cultura Hebraicas e Sociologia na Sorbonne. É autora de vários livros sobre o Judaísmo, vice-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) e coordenadora da Comissão Instaladora do Museu Judaico. Para além disso, foi colunista do jornal Público entre 2002 e 2011, onde continua a escrever com esporadicamente.
Foi uma conversa animada, em que falámos de muitos temas relacionados com o Judaísmo, desde o Judaísmo enquanto religião e cultura, passando pela sua História - incluindo em Portugal -, até à constituição e actualidade do Estado de Israel.
Esther Mucznik foi uma convidada encantadora e o Judaísmo é um tema quase infinito, por isso a sensação com que fiquei foi de que a conversa poderia ter durado, facilmente, mais uma ou duas horas. O livro mais recente de Esther Mucznik - e que serviu de mote à conversa - é "A Grande Epopeia dos Judeus no Século XX", publicado este ano, e que narra os acontecimentos ocorridos desde o surgimento do Sionismo, no final do século XIX, até à formação e consolidação do Estado de Israel, passando - inevitavelmente - pelas terríveis provações sofridas pelo 'povo escolhido' durante o século XX.
(sonoplastia com a colaboração de Luís Ferreira)
Voz de Carlos Lopes retirada de:
https://youtu.be/Mn90o038ZLE
Wed, 15 Nov 2017 - 52min - 138 - #3 Pedro Braz Teixeira - "O que correu mal nas últimas décadas de políticas económicas em Portugal?"
Pedro Braz Teixeira tem formação em Economia, Economia Internacional e História. Durante a carreira, tem passado pela academia, como investigador em várias Universidades, e pela banca privada, como economista-principal do Banco Santander Totta. Actualmente, é director do Gabinete de Estudos do Forum para a Competitividade.
Conversámos essencialmente sobre a economia portuguesa – especialmente sobre as políticas económicas das últimas décadas – e sobre o Euro, enquanto moeda.
A visão do economista sobre os temas que discutimos tem vindo a ser exposta através da colaboração, como colunista, em vários jornais – o jornal ECO, mais recentemente – e, como autor, em livros sobre a economia portuguesa e o Euro. O mais recente, lançado este ano, é o ensaio «O Euro e o Crescimento Económico», publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Foi uma conversa animada, em que – como é característico das boas conversas – nem sempre estivemos de acordo, mas foi sobretudo uma conversa que me permitiu compreender melhor estes temas. Espero que achem o mesmo.
(sonoplastia com a colaboração de Luís Ferreira)
Mon, 30 Oct 2017 - 1h 00min - 137 - #1 António Araújo - "Porque estão cada vez mais parecidos os hábitos e a cultura das pessoas de Esquerda e de Direita?
António Araújo é, actualmente, entre outras ocupações relevantes, director de publicações da FFMS e editor do blog Malomil. É, além disso, o convidado ideal para compreender este tema, pois junta atributos que não costumam coincidir na mesma pessoa: por um lado, com formação em Direito e doutoramento em História, para além de estudioso destes temas, conhece bem o sistema partidário e político português. Por outro lado, o que não é comum, é também alguém atento à evolução da sociedade, no que diz respeito quer à moral da população quer aos seus hábitos de entretenimento; tudo factores que influenciam inevitavelmente as preferências políticas dos cidadãos
Conversámos a propósito do seu livro Da Direita à Esquerda. O livro aborda a evolução das culturas de direita e de esquerda em Portugal, ao longo das últimas décadas. Falámos, portanto, sobre a sociedade e a evolução dos seus hábitos e valores, mais do que propriamente de ciência política e ideologias. Isto porque são, na essência, esses valores e práticas que influenciam a evolução das ideias políticas e do próprio sistema político.
A tese principal do livro Da Direita à Esquerda – embora este apresente várias outras conclusões relevantes – é de que existem hoje muitas afinidades ocultas entre direita e esquerda, afinidades essas que os conflitos que vão preenchendo os noticiários procuram, muitas vezes, e de certa forma, camuflar.
Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus
(sonoplastia com a colaboração de Luís Ferreira)
Sat, 14 Oct 2017 - 1h 29min - 136 - #2 José Milhazes – Rússia: História, Geografia, Cultura e Geopolítica
Neste episódio estarei à conversa com José Milhazes para tentar compreender a Rússia. Especificamente, A História do país, a sua geografia, a União Soviética, mais recentemente, a política de Vladimir Putin, entre vários outros temas.
José Milhazes, que todos conhecemos pela sua imponente barba (que é a inveja póstuma de Rasputin), é um convidado excepcional para compreender a Rússia, pois tem formação académica em História da Rússia – com doutoramento em 2008 – e viveu desde 1977 até recentemente no país (desde o início dos anos 90, como correspondente em Moscovo, inicialmente do Público).
Na Rússia, José Milhazes foi testemunha em primeira mão do regime soviético – com o qual se foi progressivamente desencantando –, da queda da “cortina de ferro” e, mais recentemente, da emergência da nova Rússia de Putin.
O mote para a nossa conversa foi a leitura de dois livros que o jornalista e historiador publicou nos últimos anos: um, um ensaio histórico: "Rússia e Europa: uma parte do todo"; outro, um misto de auto-biografia e peça jornalística na 1ª pessoa “As Minhas Aventuras no País dos Sovietes” (título inspirado num livro do Tintin).
(sonoplastia com a colaboração de Luís Ferreira)
Sat, 14 Oct 2017 - 1h 30min - 135 - #120 Miguel Poiares Maduro - Populistas, autocratas e soluções para reformar a democracia
-> Livro «Política a 45 Graus».
Miguel Poiares Maduro é Diretor da Global Law School da Universidade Católica de Lisboa. É, igualmente, Diretor do Fórum Futuro da Fundação Gulbenkian. Foi até ao verão de 2020 Diretor e Professor da School of Transnational Governance do Instituto Universitário Europeu onde continua a ser Professor Convidado. Foi Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional de 2013 a 2015. Foi Advogado Geral no Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias até Outubro de 2009. É licenciado pela Faculdade de Direito de Lisboa e doutorado pelo Instituto Universitário Europeu de Florença O seu livro mais recente é Democracy in Times of Pandemic (com Paul Kahn).
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
_______________
Índice da conversa:
(3:25) Relação entre o populismo nas democracias e o aumento de líderes autoritários. Aumento da emotividade na política nas últimas décadas.
(23:05) Tendência das democracias para o curto-termismo
(28:20) O que precisam de mudar os partidos mainstream?
(32:11) O caso de Itália
(35:38) Experiência do convidado com a Troika, e os desafios das reformas estruturais em Portugal. Exemplo do trânsito na Colômbia. Exemplo da creche em Israel.
(45:38) O papel do capital social. | Livro: Bowling Alone, de Robert D. Putnam
(49:20) Soluções para reconciliar os cidadãos com a democracia liberal. | Livro: The People Vs. Democracy, de Yascha Mounk | Estudo F. Gulbenkian sobre A Participação Política da Juventude em Portugal
(55:00) Porque é que a associação de muitos populistas a Putin não os parece ter afectado muito?
(1:00:45) Livros recomendados: Imperfect Alternatives, de Neil K. Komesar | Porque Falham as Nações, de Daron Acemoglu e James Robinson
_______________
É já esta semana que é apresentado oficialmente o livro «Política a 45 Graus», em 3 cidades do país. Por isso, faz todo o sentido dedicar este episódio a alguns dos temas que abordo no livro -- como a ascensão do populismo e a vaga autoritária mais abrangente em que ele se enquadra, e as reformas possíveis para reconciliar os cidadãos com a democracia liberal.
Para isso, dificilmente poderia pedir alguém melhor do que Miguel Poiares Maduro. O convidado tem-se dedicado a estudar e pensar estes desafios, especialmente, nos tempos mais recentes, enquanto Diretor do Fórum Futuro da Fundação Gulbenkian, um projecto que visa discutir temas importantes para o futuro do Mundo e do país. O Miguel publicou também recentemente, juntamente com o professor da Universidade de Yale Paul Kahn, o livro «Democracia em Tempo de Pandemia», onde reflecte sobre alguns desafios que as democracias vivem e que a pandemia veio tornar especialmente nítidos.
Neste episódio, conversámos sobre os desafios do populismo e do autoritarismo e sobre soluções possíveis para os resolver. É uma altura especialmente importante para ter esta discussão, uma vez que passam já 2 meses desde o início da guerra da Ucrânia -- um exemplo bem nítido dos efeitos (neste caso, externos) da tomada de poder por líderes autoritários. Além disso, conversámos na semana da 2ª volta das eleições presidenciais em França. E se é verdade que Marine Le Pen veio a perder a contenda de forma clara, também o é que teve um resultado bem superior a 2017 -- e, sobretudo, conseguiu-o (o que é talvez mais importante) já depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, que veio expor o perigo das suas associações a Vladimir Putin. O mesmo aconteceu há semanas com Viktor Orban, na Hungria.
A ameaça do populismo e do autoritarismo está, por isso, para ficar -- seja nas suas implicações geopolíticas, seja dentro das democracias. A popularidade do populismo (passe a redundância) vem, já se sabe, da insatisfação de muitos cidadãos com o funcionamento do sistema. Por isso, discutimos também algumas soluções possíveis para tornar as democracias mais inclusivas e funcionais. As ideias que vão ouvir são, como não podia deixar de ser, as do convidado, mas quem ler o «Política a 45 Graus» vai provavelmente achar pelo menos parte do diagnóstico familiar. No fundo, a solução para reconciliar os cidadãos com as democracias terá sempre de passar por duas vias complementares: por um lado, permitir maior participação das pessoas; por outro, criar regras e instituições que assegurem que os políticos se portam bem e governam para o bem comum.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Miguel Poiares Maduro é Diretor da Global Law School da Universidade Católica de Lisboa e Professor da Catédra Vieira de Almeida. É, igualmente, Diretor do Fórum Futuro da Fundação Gulbenkian. Foi até ao verão de 2020 Diretor e Professor da School of Transnational Governance do Instituto Universitário Europeu onde continua a ser Professor Convidado. Foi Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional de 2013 a 2015. Foi Advogado Geral no Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias até Outubro de 2009.É licenciado pela Faculdade de Direito de Lisboa e doutorado pelo Instituto Universitário Europeu de Florença em 1996, onde obteve os prémios para a melhor tese de Doutoramento e de melhor investigador do Departamento de Direito. Foi Professor Convidado da Yale Law School, do Centro de Estudos Constitucionais (Madrid), Universidade de Chicago e London School of Economics. Lecciona igualmente na Universidade Católica e no Colégio da Europa. Foi Presidente do Comité de Governação da FIFA de Maio de 2016 a Abril de 2017. Agraciado com a Comenda da Ordem de Santiago da Espada é autor, de numerosas publicações. Em 2010 foi distinguido com o Prémio Gulbenkian de Ciência. O seu livro mais recente é Democracy in Times of Pandemic (com Paul Kahn).
Tue, 26 Apr 2022 - 1h 09min - 134 - #119 Nuno Loureiro - Chegou finalmente o tempo da energia de fusão?
Livro «Política a 45 Graus» (em pré-venda): https://www.wook.pt/livro/politica-a-45-graus-jose-maria-pimentel/24589960
Sessões de apresentação:
Lisboa: 26/04 às 18h30m @FNAC Colombo. Porto: 29/04 às 18h30m @Espaço Mira Coimbra: 30/04 às 16h @Almedina EstádioNuno Loureiro é licenciado em Engenharia Física Tecnológica pelo Instituto Superior Técnico, e doutorado em física pelo Imperial College de Londres. A sua especialidade é a física dos plasmas e as suas aplicações à fusão nuclear e a problemas do domínio da astrofísica. Actualmente é professor catedrático do departamento de Ciência e Engenharia Nuclear e do departamento de Física do Massachusetts Institute of Technology, EUA.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
_______________
Índice da conversa:
(07:36) Como funciona a energia nuclear de fusão? Reagentes: deutério e trítio (isótopos de hidrogéneo)
(14:57) Porque é tão difícil gerar fusão nuclear? Potencial da computação quântica
(25:46) De onde vem a energia nuclear?
(28:40) Progressos recentes. Record do National Ignition Facility (NIF) de Agosto 2021. Record do JET de Fevereiro de 2022. Projecto ITER. Fusão magnética vs inercial (laser). Investimento privado.
(39:00) O que explica progressos recentes? Cimeira na Casa Branca em Março.
(42:46) Desafios para tornar energia de fusão comercialmente viável.
(46:54) Como converter energia nuclear em electricidade? Aneutronic Fusion
(48:07) Há perigos na fusão nuclear, como na energia nuclear tradicional (de fissão)?
(50:30) O que estão a fazer as empresas privadas de diferente? Germany’s Wendelstein 7-X stellarator.
(55:39) Porque é que a Europa está a liderar a investigação nesta área?
(58:40) Que método é mais promissor: confinamento magnético ou inercial (laser)?
(01:02:13) Como a investigação nesta área ilumina a Astrofísica.
(01:04:44) Previsões: quando vamos conseguir tornar a energia de fusão viável?
Livros recomendados: The Star Builders, de Arthur Turrell. Star Power, de Alain Bécoulet
_______________
Todos sabemos que, para fazer face às alterações climáticas, o Mundo tem forçosamente de diminuir o consumo de energias fósseis. O petróleo e o gás são, além disso, altamente sensíveis a perturbações geopolíticas, como os últimos meses têm mostrado, com impacto directo na vida das pessoas. No entanto, a verdade é que a energia é necessária, e as energias renováveis ainda não permitem fazer face às necessidades energéticas, de tal forma que o grosso da energia consumida no mundo continua a ser de combustíveis fósseis.
Mas e se vos dissesse que existe uma fonte de energia alternativa que não emite dióxido de carbono para a atmosfera, tem um baixo risco associado e é, além disso, virtualmente ilimitada? Parece exagero, mas é verdade. Chama-se energia de fusão nuclear. Esta energia é ainda mais poderosa do que a energia nuclear clássica (de fissão), utiliza matérias ilimitadas (átomos e isótopos de hidrogénio) e, ao contrário daquela, produz muito pouca radioactividade. E se vos dissesse, ainda, que tem havido nos últimos tempos avanços promissores que podem tornar esta energia viável nas próximas décadas?
Há muito tempo, há quase um século, que sabemos que é possível produzir energia de fusão. Por uma razão simples: é ela a fonte de energia do Sol, onde as altas temperaturas e a enorme gravidade geram a fusão de átomos de hidrogénio. No entanto, conseguir gerar este tipo de reacção na terra tem-se revelado muito difícil. Esta dificuldade é de tal forma, que há até uma piada batida no meio: “faltam só 30 anos até termos energia de fusão… e hão-de sempre faltar!”.
Abordei a energia de fusão pela primeira vez no 45 Graus, no final de 2018, no episódio 42, com Luís O. Silva, físico e professor do Técnico. Em qualquer outra altura das últimas décadas, é quase certo que um episódio gravado há 3 anos continuaria perfeitamente actual. No entanto, desta vez não é assim -- e por bons motivos. Tem havido nos últimos anos desenvolvimentos importantes nesta área. Só no último ano, verificaram-se dois dos maiores avanços concretos das últimas décadas no caminho para produzir energia de fusão. Em Agosto do ano passado, nos EUA, a National Ignition Facility (NIF) bateu o record no que toca ao rácio de energia gerada pelo processo de fusão nuclear face à energia que foi necessário injectar para accionar a fusão (a energia gerada continua a ser menos do que a energia injectada, mas é um resultado muito promissor). E mais recentemente, em fevereiro deste ano (o que, em Ciência, é o mesmo que dizer -- ontem), o laboratório JET, no Reino Unido, bateu o record do máximo de energia total gerada pelo processo de fusão. Ainda faltam muitos passos para tornar esta energia viável, mas estes são dois progressos muito importantes; de tal forma que ainda em Março houve uma cimeira importante sobre o tema organizada pelo governo norte-americano.
Ao mesmo tempo, estes progressos e o imperativo de encontrar soluções para as alterações climáticas tem levado a um aumento do investimento, inclusive privado, com dezenas de novas empresas a tentarem, actualmente, serem as primeiras a produzir energia de fusão viável.
Parece por isso, finalmente, que podemos ter uma expectativa realista de ver avanços importantes nesta área no futuro próximo.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Nuno Loureiro é licenciado em Engenharia Física Tecnológica pelo Instituto Superior Técnico, e doutorado em física pelo Imperial College de Londres. A sua especialidade é a física dos plasmas e as suas aplicações à fusão nuclear e a problemas do domínio da astrofísica. Actualmente é professor catedrático do departamento de Ciência e Engenharia Nuclear e do departamento de Física do Massachusetts Institute of Technology, EUA.
Wed, 13 Apr 2022 - 1h 11min - 133 - #118 Caetano Reis e Sousa - O que faz do sistema imunitário o mais complexo a seguir ao cérebro?
-> O livro «Política a 45 Graus» já está em pré-venda: aqui
Caetano Reis e Sousa é doutorado em imunologia pela Universidade de Oxford e é actualmente Assistant Research Director no Francis Crick Institute, em Londres, onde é também Senior Group Leader do laboratório de investigação em imunologia. A sua investigação centra-se nos mecanismos celulares e moleculares envolvidos na detecção de infecções, cancro e lesões pelo sistema imunitário.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
_______________
Índice da conversa:
(07:28) O que é e como funciona o sistema imunitário?
(10:10) Como é que o sistema imunitário distingue patogéneos de, por exemplo, bactérias boas ou inofensivas (comensais)?
(19:55) Sistema imunitário inato vs adquirido. Células dendríticas ligam os dois sistema.
(23:25) Temos informação imunitária (células T) para todos os patogéneos que podem existir? Células B (produzem anticorpos). Peculiaridades do vírus da (Covid-19) vs vírus da gripe. Quando a resposta imunitária contribui para os sintomas.
(35:44) Como é que uma mutação no vírus pode diminuir a resposta imunitária?
(42:14) Há populações com maior imunidade genética do que outras?
(46:29) Como é que o sistema imunitário reage ao cancro (e porque não é tão eficaz como a patogeneos)? Vacinas anti-cancro
(54:10) Porque, ao contrário da gripe, só somos infectados por varicela uma vez na vida? RSV
(57:32) Afinal, devemos andar sempre a lavar as mãos ou é importante expormo-nos, para ganhar imunidade? Edward Jenner and the history of smallpox and vaccination
(1:00:16) É possível melhorar o nosso sistema imunitário?
(56:44) Porque é que o nosso sistema imunitário enfraquece à medida que envelhecemos?
(1:04:31) Transplantes. Primeiro transplante de coração de porco para humano.
(1:08:05) Doenças auto-imunes. Ligação à depressão. Livro: The Inflamed Mind: A Radical New Approach to Depression, de Edward Bullmore
(1:12:39) Alergias. Intolerâncias alimentares.
(1:18:58) Para que serve a febre?
_______________
A Biologia é de uma complexidade incrível, e o corpo humano é bom exemplo disso. A combinação de órgãos, tecidos, células, moléculas, etc que constitui o nosso corpo não só consegue a proeza de produzir um organismo funcional, como, para a maioria de nós, tirando um ou outro percalço em que precisamos de ir à ‘oficina’, o nosso corpo é capaz de desempenhar todas as funções necessárias à vida durante sete, oito ou mesmo mais décadas -- algo que não se pode dizer da grande maioria dos electrodomésticos, carros ou computadores. Por isso, mesmo com os avanços da ciência, há ainda muitos mistérios sobre a Biologia; e mesmo com os progressos na tecnologia, a ‘engenharia natural’ continua a estar, na maioria das áreas, muito à frente daquilo que conseguimos criar artificialmente.
Um exemplo óbvio disso é o cérebro: apesar dos progressos na computação, continuamos muito longe de criar algo que se assemelhe a uma inteligência artificial tão abrangente como a mente humana.
E a seguir ao cérebro, o sistema biológico mais complexo que conhecemos é o sistema imunitário. O sistema imunitário é composto por uma rede intrincada de órgãos, células e moléculas que agem em sintonia, em todo o corpo, para nos protegerem de todo o tipo de de vírus, bactérias, fungos e outras agressões que sofremos. A forma como todas as componentes do sistema imunitário interagem entre si -- e também com os outros órgãos e células do corpo -- é tão complexa que ainda não a compreendemos completamente. Ao mesmo tempo, a centralidade do sistema imunitário no corpo de organismos como nós implica que, para respondermos à maioria dessas dúvidas, temos de conseguir responder a questões mais vastas da Biologia e da própria evolução.
Esta complexidade é resultado de uma espécie de “corrida às armas” evolutiva: à medida que os organismos se foram tornando mais complexos, foram-se tornando também alvo maior de agentes patogénicos, os quais foram desenvolvendo estratégias cada vez mais variadas. Esta tendência obrigou o sistema imunitário, em particular dos vertebrados, a desenvolver uma complexidade elevada, numa espécie de “corrida às armas evolutiva”.
Caetano Reis e Sousa é a pessoa ideal para compreender melhor o sistema imunitário. Durante a nossa conversa, comecei por pedir ao convidado para explicar como funciona o sistema imunitário. Como veremos, o sistema imunitário dos vertebrados tem duas componentes distintas, que actuam em momentos diferentes. Num momento inicial, quando um agente patogénico entra no corpo, ou sofremos uma lesão, a primeira resposta é dada pelo chamado sistema “inato”. Mas as “armas”, deste sistema 1, são, digamos, pouco diferenciadas -- e isso por vezes não são suficientes para debelar a infecção. Quando isso acontece, entra em funcionamento o sistema 2, que tem uma resposta mais potente e específica para a bactéria, vírus ou fungo em causa. É neste sistema 2, o chamado sistema “adquirido”, que pensamos quando pensamos na resposta imunitária do corpo, por exemplo aos vírus da gripe ou da covid-19. Este sistema 2 tem, ele próprio, duas vertentes que actuam em paralelo para combater a infecção: uma através das células B, que produzem os conhecidos anticorpos para atacar directamente os patogéneos; a outra através das células T, que actuam sobre as células já infectadas.
Embora o sistema imunitário seja, de facto, extremamente eficaz, tem, como todos os sistemas biológicos, falhas e limitações, que também discutimos neste episódio -- com é o caso das alergias, das doenças auto-imunes e mesmo do facto, ainda não totalmente explicado, de irmos perdendo, ao longo do tempo, a imunidade ao vírus da Covid-19 (por razões que ainda não se sabe completamente).
Para além de nos proteger de infecções causadas por agentes externos, o sistema imunitário tem também a capacidade de destruir células cancerígenas. Esta vertente do sistema ainda não é totalmente compreendida, mas está na base de uma área de ponta da imunologia que também discutimos: a tentativa de desenvolver vacinas terapeuticas que permitam direccionar o sistema imunitário dos doentes para combater o cancro.
Esta foi, por isso, uma conversa boa para quem, como eu, se interessa por todos os temas, mas também uma conversa com uma componente prática, sobretudo para quem, como eu, tem filhos pequenos. Por exemplo, será que devemos lavar zelosamente as mãos várias vezes ao dia, ou isso impede-nos de ganhar imunidade; será que é possível estimular o nosso sistema imunitário? E a febre, é só uma chatice que devemos baixar com medicamentos, ou tem alguma função em melhorar a resposta do organismo a infecções?
Foram estas e outras questões da imunologia que discuti neste episódio com Caetano Reis e Sousa.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Caetano Reis e Sousa é licenciado pelo Imperial College em 1989 e doutorado pela Universidade de Oxford em 1992. Após um pós-doutoramento no NIH, montou seu laboratório em 1998 no ICRF, mais tarde se tornando o Instituto de Pesquisa de Londres do CRUK e agora integrado ao Instituto Francis Crick. Ele ajudou a definir as células e vias envolvidas na detecção imunológica inata de vírus de RNA, fungos e células mortas. Iago da Espada pela sua terra natal Portugal em 2009. Recebeu vários prémios, incluindo o Prémio Louis-Jeantet de Medicina 2017 e o Prémio Bial 2019 em Biomedicina. Ele também é professor de Imunologia no Imperial College e professor honorário da UCL e King's College London e co-fundador da Adendra Therapeutics
Wed, 30 Mar 2022 - 1h 26min - 132 - [REP] José Milhazes – Rússia: História, Geografia, Cultura e Geopolítica
-> A invasão da Ucrânia pela Rússia tem-me feito lembrar várias vezes da conversa que gravei com o José Milhazes no outono de 2017 e que foi publicada logo no 2º episódio do podcast. Decidi, por isso, republicá-la agora. Embora tenha sido gravada há 4 anos e meio, julgo não exagerar se disser que continua tão actual quanto no dia em que a gravámos -- em certo sentido, até talvez mais, pelo modo como ajuda a compreender o período que actualmente vivemos. Espero que gostem!
Neste episódio estou à conversa com José Milhazes para tentar compreender a Rússia. Especificamente, A História do país, a sua geografia, a União Soviética, mais recentemente, a política de Vladimir Putin, entre vários outros temas.
José Milhazes é um convidado excepcional para compreender a Rússia, pois tem formação académica em História da Rússia – com doutoramento em 2008 – e viveu desde 1977 até recentemente no país (desde o início dos anos 90, como correspondente em Moscovo, inicialmente do Público).
Na Rússia, José Milhazes foi testemunha em primeira mão do regime soviético – com o qual se foi progressivamente desencantando –, da queda da “cortina de ferro” e, mais recentemente, da emergência da nova Rússia de Putin.
O mote para a nossa conversa foi a leitura de dois livros que o jornalista e historiador publicou nos últimos anos: um, um ensaio histórico: "Rússia e Europa: uma parte do todo"; outro, um misto de auto-biografia e peça jornalística na 1ª pessoa “As Minhas Aventuras no País dos Sovietes” (título inspirado num livro do Tintin).
Wed, 16 Mar 2022 - 1h 31min - 131 - #117 Fernando Alexandre - “Do made in ao created in: um novo paradigma para a economia portuguesa”
Fernando Alexandre é professor de economia na Universidade do Minho, vice-presidente do Conselho Económico e Social e consultor da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
A economia portuguesa leva já mais de duas décadas de fraco crescimento, algo que não se verificava desde que existem dados oficiais do PIB, meados do sec XIX. Em consequência, o nosso PIB per capita caiu em 20 anos da 16.ª posição entre os países da UE a 28, para o 21º lugar, correspondendo a 77% do valor médio da União. Por outras palavras, o caminho de convergência do PIB com a média europeia não só não tem continuado como se tem revertido este século.
Este abrandamento tem, obviamente, vários efeitos negativos no nível de vida da população e na preparação do país para lidar com desafios futuros, como o envelhecimento da população ou as alterações climáticas.
Depois de anos em que este assunto foi mais ou menos ignorado, nos últimos anos este tem finalmente ganho peso no debate público, tal como foi visível na campanha das últimas eleições legislativas. E, independente da opinião em relação às culpas e causas deste estado de coisas, existe hoje um relativo consenso no espectro político e em quem pensa o país que este é um problema que temos de resolver. Claro que reflectir, desenhar e implementar políticas públicas para pôr o país a crescer não nos garante que consigamos fazê-lo; mas se não planejarmos aí é que é quase certo que a situação não vai mudar.
A reboque da maior visibilidade que este tema ganhou, saíram também nos últimos tempos vários estudos vindos de instituições da sociedade civil com propostas para pôr a economia a crescer. Assim de repente, lembro-me de um documento discutido no último congresso da SEDEs, em Outubro; do relatório publicado há um mês pela Fundação Gulbenkian com cenários para o futuro do país; e do estudo de que vamos falar neste episódio, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e coordenado pelo convidado, Fernando Alexandre:
“Do made in ao created in: um novo paradigma para a economia portuguesa”.
O estudo tem por base um trabalho de investigação feito por uma equipa de economistas nacionais -- coordenada pelo convidado -- cujo trabalho foi acompanhado por um Comité de especialistas nacionais e internacionais, de diferentes áreas. É, por isso, mais do que um levantamento de dados, um estudo abrangente baseado em análises académicas com um «policy paper» para cada uma das sete áreas analisadas.
O relatório propõe, como o nome indica, um novo paradigma de crescimento para a economia portuguesa, menos baseado em oferecer mão-de-obra barata e mais baseado na inovação. As propostas de políticas públicas dividem-se em três pilares: Instituições e ambiente económico; Investigação, ensino superior e qualificações; e infraestruturas.
Durante a nossa conversa, discutimos algumas destas propostas em profundidade e falámos de alguns problemas de fundo que o país deve corrigir. Claro que tanto o estudo como esta discussão são apenas um contributo para uma discussão que tem de ser ampla e que vai necessariamente demorar tempo.
_______________
Índice da conversa:
(4:27) Porque é importante discutir este tema? O que é especial neste estudo? Empresas-fronteira
(19:46) Porque é tão importante melhorar a qualidade das instituições? | Melhorar a governação dos reguladores. Validar os ministros no parlamento e manter a configuração dos ministérios
(27:02) Porque precisamos de empresas maiores? | Melhorar ambiente económico | Aumentar acesso a capital | Parceria Bosch - Universidade do Minho
(35:16) A nossa dificuldade (cultural) em fazer escolhas na afectação de fundos | O caso da Outsystems em Franca
(39:08) Regras para aplicar bem fundos do Estado / da UE.
(45:31) O problema das “empresas zombie”
(48:34) Uma mudança de paradigma nas Universidades | Ranking de Shanghai. | Programa Horizon da UE
(57:30) A importância de ter universidades e regiões estrela. E a necessidade de fazer escolhas.
(1:00:22) Em que áreas deve Portugal apostar? | Vantagem comparativa nas energias renováveis
(1:05:57) O mistério da China | Paper do convidado: The political economy of productivity growth
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Professor Associado com Agregação da Universidade do Minho, vice-presidente do Conselho Económico e Social e consultor da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Na Universidade do Minho exerceu as funções de Pró-Reitor, presidente da Escola de Economia e Gestão e director do Departamento de Economia. Foi presidente do Conselho de Administração da SBS Startup Braga, SA, e secretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna no XIX Governo Constitucional. Autor e coordenador de sete livros sobre a economia portuguesa e de artigos publicados em revistas científicas internacionais como a «World Economy», «Open Economies Review», «Regional Studies», «CESifo Economic Studies», «Journal of Technology Transfer» ou «Higher Education». Colaborou como consultor com entidades públicas e privadas, como a Comissão Europeia, o Governo português, a Fundação Francisco Manuel dos Santos, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Tribunal de Contas, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Associação Portuguesa de Seguradores ou a Associação Comercial do Porto. É membro do painel de comentadores do programa 360º da RTP3 e colabora regularmente com os media.
Wed, 09 Mar 2022 - 1h 10min - 130 - #116 Pedro Gomes - “Sexta-Feira é o Novo Sábado” (semana de trabalho de 4 dias)
Pedro Gomes é Professor Associado em Economia em Birkbeck, Universidade de Londres. Completou a licenciatura em Economia no ISEG em 2003 e doutorou-se pela London School of Economics em 2010.
Friday is the New Saturday (Sexta Feira é o Novo Sábado) é o seu primeiro livro.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
Actualmente, a maioria de nós (sobretudo os que não caem na maluquice de ter um podcast) tem um emprego de segunda a sexta-feira, e descansa dois dias ao fim-de-semana. Mas não foi sempre assim. Ainda há menos de 100 anos, na maioria dos países, a semana de trabalho era de segunda a sábado, só com um dia de descanso.
E nos últimos anos tem havido cada vez pessoas a sugerir que se dê ainda mais um passo em frente e se passe para uma semana de trabalho de apenas quatro dias. Há mesmo várias empresas que já testaram este modelo e reclamam resultados muito positivos, inclusive na produtividade.
A pandemia, com a modificação de hábitos de trabalho que provocou, acabou por dar um novo vigor a esta discussão. O livro do convidado, que acaba de ser publicado em português é, por isso, muito oportuno, e tem dado muito que falar internacionalmente.
Pedro Gomes é Professor Associado em Economia em Birkbeck, Universidade de Londres. Completou a licenciatura em Economia no ISEG em 2003 e doutorou-se pela London School of Economics em 2010. No livro Sexta Feira é o Novo Sábado, defende que uma semana de quatro dias, para além de ser benéfica para as pessoas, daria um impulso à economia, estimulando a procura, a produtividade, a inovação e os salários, e contribuindo ao mesmo tempo para reduzir o desemprego e o apelo de movimentos populistas.
O livro foi originalmente publicado em inglês e é mais vocacionado para economias ricas, como a dos EUA e dos países do centro e norte da Europa, do que Portugal. Ainda assim, tem muito de relevante se queremos entender o que pode ser o mundo do futuro. É, além disso, um livro escrito por um economista mas direccionado a um público alargado, uma vez que tem, muitas vezes, uma análise social e até psicológica.
Na nossa conversa, discutimos as especificidades do modelo que o convidado propõe, os benefícios que poderia trazer e o modo como seria implementado (bem como os obstáculos que pode haver).
_______________
Índice da conversa:
(4:23) O que defende o livro? | A previsão de Keynes (em 1930) de que 100 anos depois trabalhamos 15 horas.
(18:34) A importância da coordenação na economia (e por que tem de ser o Governo a implementar a semana de 4 dias). | O calendário alternativo que a Kodak implementou mas acabou por deixar cair. | Decisão do governo os Emirados Árabes Unidos de passar o trabalho do Estado para a semana de segunda a sexta-feira.
(24:41) Benefício #1: Fazer crescer a economia através do estímulo ao consumo
(32:17) Benefício #2: Aumentar a produtividade. | O caso de Andrew Barnes (CEO de empresa neo-zelandesa)
(42:44) Paradoxo de as horas de trabalho estarem a aumentar nas profissões mais bem pagas.
(46:40) Benefício #3 Aumentar a inovação | Episódio Pedro Oliveira sobre ‘inovação pelo utilizador’ | Edmund Phelps e a ‘grassroot innovation’ | Henry Ford | Bertrand Russell, “In Praise of Idleness”
(55:11) Benefício #4: Dar mais liberdade às pessoas | O Caminho para a Servidão, de Friedrich Hayek
(1:01:22) Obstáculos à implementação da semana de 4 dias.
Livros recomendados: Profit Paradox, de Jan Eeckhout | Shorter, de Alex Soojung-Kim Pang
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Pedro Gomes (Lisboa, 1981) é Professor Associado em Economia em Birkbeck, Universidade de Londres, desde 2017. Anteriormente, foi Professor Assistente na Universidade Carlos III de Madrid durante sete anos, Professor Visitante na Universidade de Essex, trabalhando também no Banco Central Europeu e no Banco da Inglaterra. Completou a licenciatura em Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão em 2003 e doutorou-se pela London School of Economics em 2010. Friday is the New Saturday é o seu primeiro livro, agora traduzido para Português. Um livro não académico escrito por um académico, sobre economia, mas não reservado a economistas.
Wed, 23 Feb 2022 - 1h 14min - 129 - #115 Luísa Pereira - O que a Genética tem revelado sobre a evolução humana e a nossa Pré-História
A convidada é doutorada em genética populacional humana pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, onde é investigadora principal e líder de grupo no laboratório i3S-Ipatimup. Na sua investigação, usa a genética para inferir o passado e a evolução das populações humanas e em avaliar a susceptibilidade das populações humanas a doenças complexas. É autora do livro “O Património Genético Português”. Recentemente, lançou um curso para leigos denominado “Odisseia Genética”, que possibilita a realização informada de um teste de ancestralidade -- de que falamos ao longo do episódio.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
Nos poucos séculos que tem a Ciência moderna, avançámos imenso no conhecimento que temos do Mundo que nos rodeia. Mas este progresso ocorre, por norma, de forma gradual -- incremento a incremento. Só que de vez em quando, muito raramente, temos a sorte de ocorrerem, em poucos anos, uma série de avanços em catadupa.. Foi isso que aconteceu recentemente na área de investigação da convidada, a Genética populacional, onde nos últimos 10/15 anos ocorreu uma verdadeira revolução, graças a desenvolvimentos técnicos que permitiram estudar muito melhor o DNA humano.
A Genética Populacional dedica-se a estudar e perceber em que diferem as populações humanas, comparando o perfil genético dos habitantes de diferentes geografias ou de diferentes etnias, estudando quer o perfil genético das pessoas de hoje quer o DNA que encontramos nos fósseis.
Uma das áreas em que a investigação neste campo tem gerado enormes progressos é no nosso entendimento sobre o modo como evoluiu a espécie humana. Onde antes tínhamos de nos guiar quase exclusivamente pela comparação entre a morfologia dos humanos actuais e dos fósseis dos nossos antepassados, hoje podemos estudar em detalhe o genoma dos humanos actuais para procurar pistas sobre o nosso passado evolutivo, e conseguimos mesmo recolher e analisar o ADN dos próprios fósseis para medir como diferiam esses humanos dos actuais. Estes avanços têm permitido progressos notáveis, que discutimos na conversa. Por exemplo, ao estudar o DNA, conseguimos saber o que os fósseis ainda não contam, como é o caso de uma espécie ancestral que foi encontrada no genoma de populações africanas (uma espécie de neandertal de África) e da qual não há registos fósseis. Graças a estes estudos, sabemos também hoje que o surgimento da nossa espécie em África foi um fenómeno muito mais complexo do que até aqui achávamos.
Outra área em que a genética populacional tem trazido imensos progressos é no nosso conhecimento sobre a nossa História mais remota. É que se hoje temos um conhecimento razoável da História desde a Antiguidade, não há registos que relatem fielmente o passado humano antes da invenção da escrita, ou seja há cerca de 5000 anos. Por isso, até aqui, sabíamos muito pouco desse periodo, e o que sabíamos estava envolto em dúvidas. Mas ao estudar o DNA das populações actuais das várias geografias e compará-lo com o dos fósseis que foram encontrados nesse local, tem-se desvendado factos fascinantes sobre o modo como as diferentes populações actuais estão relacionadas e sobre migrações importantes ocorridas no nosso passado mais distante.
Finalmente, o estudo da genética das populações permite ainda avaliar a diferente susceptibilidade das diversas populações humanas a doenças complexas, e perceber a origem dessas diferenças, o que permite desenvolver melhores tratamentos.
Esta é, por isso, uma área fascinante, que vale a pena acompanhar, e a conversa com a Luísa Pereira foi muito interessante. Em todo o caso, vale a pena fazer uma ressalva: se é verdade que estudar o perfil genético tipo das diferentes populações actuais nos dá uma série de informação, é preciso ter em conta que o grosso da variação genética entre os seres humanos pode ser encontrado dentro de todas as populações. Só 15% da variação genética humana existe exclusivamente entre populações. Por isso, quando falamos de diferenças genéticas entre populações, estamos na maioria dos casos a falar de diferenças tendenciais: da média.
_______________
Índice da conversa:
(4:41) O que distingue a Genética Populacional?
(6:23) O que a genética tem revelado sobre o desenvolvimento da nossa espécie em África. | O modelo pan Africano. | O ADN “fantasma” de outra espécie nas populações africanas | Out of Africa | A maior diversidade das populações africanas | A expansão dos Bantu há 5 mil anos
(25:15) O que a genética tem revelado sobre os movimentos de populações na Pré História. | Migração em massa de populações das estepes (R1B) para a Europa na Idade do Bronze
(29:32) A importância dos desenvolvimentos técnicos recentes na genética
(35:06) Quais são os sinais de uma “espécie fantasma” no nosso genoma? | O nosso DNA Neandertal
(39:26) O que explica a diversidade genética (ou falta dela) das populações? | Judeus Ashkenazi
(53:17) O passado genético português no contexto da Europa | Projecto Odisseia Genética | João Zilhão (antropólogo) | Como conseguimos mapear a ancestralidade de uma população?
(1:12:54) O papel da História genética na susceptibilidade de diferentes populações a doenças. | Paper da convidada sobre a Dengue
(1:21:20) Há populações com maior imunidade ao SARS-CoV-2?
(1:23:25) Livros recomendados: O Homem de Neandertal, de Svante Pääbo | Who We Are and How We Got Here, de David Reich
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Luísa Pereira tem licenciatura em Biologia, Mestrado em Genética Humana Aplicada e Doutoramento na área de genética populacional humana atribuídos pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. É investigadora principal e líder de grupo no i3S-Ipatimup, estando interessada em usar a genética para inferir o passado e a evolução das populações humanas e em avaliar a susceptibilidade das populações humanas a doenças complexas. Fez diversas deslocações a várias universidades e instituições científicas em vários países da Europa e América e participou em várias conferências nestes continentes e na Ásia e África. É co-autora de 142 artigos indexados publicados em revistas internacionais e de um livro de divulgação científica intitulado “O Património Genético Português: a história humana preservada nos genes”. Liderou ou foi membro da equipa de cerca de 20 projectos financiados por entidades nacionais e da união europeia. Já orientou com sucesso 8 alunos de doutoramento, 12 de mestrado e vários estágios de alunos estrangeiros visitantes. A investigação em genética populacional humana desperta grande interesse na sociedade, uma vez que se centra na nossa origem enquanto espécie e de que modo as populações humanas se relaccionaram ao longo de milénios de evolução. Fruto deste motivo, a investigadora tem aparecido diversas vezes nos meios de comunicação social e organiza diversos eventos de divulgação para a população em geral. O mais recente é um curso para leigos nomeado “Odisseia Genética”, que possibilita a realização informada de um teste de ancestralidade.
Wed, 02 Feb 2022 - 1h 28min - 128 - #114 Pedro Magalhães - Mitos da política contemporânea: voto económico e eleitores da direita radical
O convidado é Investigador Principal no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Estuda opinião pública e comportamento eleitoral, tendo publicado em revistas académicas como o American Journal of Political Science, Comparative Political Studies e West European Politics, entre muitas outras, e em editoras como a Cambridge University Press ou a Oxford University Press. Em 2022 será publicado o Oxford Handbook of Portuguese Politics, de que foi co-organizador.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
-> Link para o inquérito de feedback dos ouvintes: https://forms.gle/oSzfNHhsk1jZQzj2A
O Pedro foi um dos primeiros convidados do podcast, logo no episódio nº 7, que saiu há 4 anos (e não 3 como eu digo na gravação)! Desafiei-o para voltar ao 45 Graus para falar de alguns mitos da política contemporânea -- algumas ideias que vemos difundidas mas que não são verdade ou são simplificações de fenómenos mais complexos que a Ciência Política tem estudado.
Abordámos dois desses “mitos” no episódio. O primeiro tem que ver com as limitações do chamado “voto económico” -- isto é, a ideia de que o resultado das eleições é ditado sobretudo pelo desempenho da economia, e que os eleitores são capazes de fazer bem essa avaliação. O Pedro chama a atenção para que há uma série de condicionantes nessa relação. Uma delas é a capacidade dos eleitores em avaliarem bem a qualidade do governo, seja na economia seja noutra áreas. No entanto, o convidado salienta que, apesar dessas limitações e da complexidade crescente da política, o eleitor médio vai conseguindo, em última análise, tomar decisões racionais e informadas. Este tema levou-nos também a discutir o modo como a política em Portugal está hoje mais ideológica e polarizada. O convidado chama a atenção para que, apesar do aumento da abstenção, a participação política em Portugal é hoje maior do que no passado.
O segundo dos “mitos” que abordámos está relacionado com o crescimento dos partidos da direita radical na Europa nas últimas décadas. A propósito desta tendência, é comum ouvirmos dizer que estes partidos foram roubar eleitorado aos partidos da esquerda tradicional, designadamente o chamado eleitorado operário, ligado à indústria e com baixo nível de educação. No entanto, o convidado chama a atenção para que isto é uma simplificação. Não só isso não explica a perda de peso dos partidos da esquerda tradicional como não é daí que vêm a maioria dos votantes nos partidos da direita radical.
A crise da esquerda tradicional em muitos países europeus é, todavia, uma realidade. Portugal é, no entanto, uma excepção a esta tendência; em parte não pelos melhores motivos, porque continuamos a ter uma economia relativamente pobre e um nível de escolarização médio baixo. Para inverter essa tendência seria preciso investir mais em políticas de longo-prazo, designadamente em políticas para a juventude, na educação e na ciência. No entanto, como faltam recursos, o discurso dos partidos tende, como temos visto na campanha, a focar-se mais no curto prazo. No final do episódio, pedi ao convidado algumas ideias para inverter esta tendência e conseguir investir mais em políticas de longo-prazo.
_______________
Índice da conversa:
(5:20) Quão importante é, na verdade, o desempenho da economia no resultado das eleições? | Limitações do “voto económico”. Paper de Mark A. Kayser “The Elusive Economic Vote” | Papers do convidado: comparação das eleições legislativas de 2011 e 2015; “The Economy and Public Approval in a Semi-Presidential Regime: the case of Portugal” (ainda não publicado)
(15:27) Limitações do eleitor médio a avaliar o desempenho do governo? | Livro “Democracy for Realists”, de Achen e Bartels
(28:11) Apesar dessas limitações, o eleitor médio acaba capaz de tomar decisões racionais tendo em conta os dados
(31:24) Paradoxo: as pessoas mais bem informadas sao também mais ideológicas.
(38:06) A política em Portugal está mais ideológica e polarizada? | A participação política em PT aumentou, apesar de votarem menos.
(45:53) Quem vota nos partidos de direita radical são mesmo os antigos eleitores dos partidos da esquerda tradicional? Paper de Seymour Martin Lipset “Democracy and Working-Class Authoritarianism” | Livro de Thomas Piketty “Capital and Ideology” | Portugal contraria a tendência actual de o eleitorado mais escolarizado apoiar os partidos de esquerda
(57:30) Afinal qual é o eleitorado dos partidos direita radical?
(1:00:16) O que podem fazer os partidos sociais democratas para recuperar a sua antiga base eleitoral? Desafios criados por sociedades mais heterogéneas, com novas clivagens.
(1:04:50) Portugal e a “armadilha do curto-prazo” nas políticas públicas: quando faltam recursos, é o investimento no longo-prazo e nos jovens que sofre.
(1:15:05) Como conseguir gerar apoio para políticas de longo-prazo? | Aumentar a transparência (paper: “Transparency, Policy Outcomes, and Incumbent Support”) | Intervenções a nível local: assembleias deliberativas.
(1:23:10) Artigos sugeridos: Tarik Abou-Chadi, Reto Mitteregger, Cas Mudde: Left behind by the working class? Social Democracy’s Electoral Crisis and the Rise of the Radical Right | Brahmin Left versus Merchant Right, Amory Gethin, Clara Martínez-Toledano e Thomas Piketty
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro
João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Pedro Magalhães é Investigador Principal no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Estuda opinião pública e comportamento eleitoral, tendo publicado em revistas académicas como o American Journal of Political Science, Comparative Political Studies e West European Politics, entre muitas outras, e em editoras como a Cambridge University Press ou a Oxford University Press. Em 2022 será publicado o Oxford Handbook of Portuguese Politics, de que foi co-organizador.
Wed, 19 Jan 2022 - 1h 26min - 127 - #113 Magda Nico - Mitos e simplificações no modo como olhamos para os jovens
A convidada é socióloga, actualmente Investigadora Integrada do CIES-IUL e Professora Auxiliar no ISCTE-IUL. A sua investigação segue uma perspectiva crítica ao longo do tempo e das gerações, e dedica-se a estudar as transições para a vida adulta dos jovens, analisando vários aspectos, como os padrões na saída de casa dos pais, a precariedade de longa duração, a reprodução das desigualdades sociais, e sentimentos de pertença geracional.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
Conheci a convidada recentemente no Encontro “Juventudes” que foi organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde estive a moderar um painel de debate. O encontro serviu, como o nome indica, para debater os jovens e a juventude, e a convidada foi consultora do evento. Aproveitando a oportunidade, e uma vez que a Magda é uma das principais investigadoras nestas áreas em Portugal, convidei-a para o 45 Graus, para conversarmos sobre estes temas.
Na nossa conversa discutimos vários aspectos do modo como a Sociologia olha e estuda os jovens e a juventude. Falámos sobre como tem evoluído a transição para a vida adulta nos jovens, e os desafios associados ao emprego e à saída de casa. Discutimos também o que é diferente na condição dos jovens actuais, mas também a nossa tendência para exagerar este aspecto e desvalorizar os aspectos que são comuns aos jovens desde sempre. Mesmo com esta advertência em mente, não deixámos de falar de algumas características distintivas das gerações actuais, como por exemplo a maior sensibilização para causas globais ou os efeitos do uso de redes sociais. E falámos também da realidade portuguesa, em particular de porque é que os jovens portugueses são, na Europa, dos que saem mais tarde de casa dos pais? -- um tópico no qual a convidada tem uma opinião original.
_______________
Índice da conversa:
(2:28) O que distingue o olhar da Sociologia?
(07:20) O que é que na transição para a vida adulta dos jovens de hoje é diferente e igual a gerações anteriores?
(11:24) A armadilha de acharmos que a nossa geração é excepcional. “Geração rasca” | Efeito idade vs geração vs período histórico
(15:02) A importância de ter um duplo olhar na Sociologia: para os desafios de sempre & para os desafios do presente
(17:04) A destandardização da transição para a vida adulta que ocorreu a partir dos anos 1950. | Mas a normalidade do passado também escondia aspectos da juventude que são perenes
(26:33) Porque é que os jovens portugueses são, na Europa, dos que saem mais tarde de casa dos pais? Artigo de opinião da convidada.
(41:08) O debate dentro da Sociologia entre as perspectivas da “agência” e “estrutura”. | “Falácia epistemológica da modernidade tardia”
(54:30) Meritocracia
(58:19) O que é, apesar de tudo, distintivo nos jovens actuais face a gerações anteriores? | Preocupações globais. | Os jovens de hoje assinam muito petições; mas o que é que isso realmente nos diz? Estudo da FFMS “Os Jovens em Portugal, Hoje”
(1:14:27) Efeitos negativos das redes sociais. Efeitos sobre a saúde mental das raparigas.
(1:18:47) A importância para a Sociologia de fazer mais estudos longitudinais
(1:24:31) Livros recomendados: Children of the Great Depression, de Glen H Elder | Young People And Social Change, de Andy Furlong e Fred Cartmel (livro que refere a “Falácia epistemológica da modernidade tardia”) | Normal People, de Sally Rooney
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa
Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Magda Nico é socióloga, actualmente Investigadora Integrada do CIES-IUL e Professora Auxiliar no ISCTE-IUL. Investiga as transições e trajectórias para a vida adulta, numa perspectiva crítica ao longo do tempo e das gerações, na Europa e em Portugal. Os processos de saída de casa dos pais, de precariedade de longa duração, de reprodução das desigualdades sociais, e de sentimentos de pertença geracional saem, desta perspectiva crítica e de maior durée, mais desmontados e contextualizados.
Wed, 22 Dec 2021 - 1h 28min - 126 - #112 Alexandre Afonso - Imigração, populismo e Portugal visto de fora
O convidado é professor de políticas públicas na Universidade de Leiden, Holanda. Especializa-se no estudo das políticas de mercado de trabalho, imigraçao e estado social nos países europeus. Está actualmente a escrever um livro para a Oxford University Press sobre o modo como as politicas de imigração e de Estado Social em cada país interagem entre si.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
Começámos precisamente sobre este tema, um assunto com interesse para compreender a História de cada país, mas também para explicar actualidade política, visto que a coexistência entre o aumento da imigração no passado recente e a existência de Estados Sociais generosos dos países europeus é provavelmente um dos motivos que explicam a ascensão do populismo na última década.
Este tema levou-nos a discutir os partidos da direita radical na Europa e o caso particular do Chega.
De seguida, abordámos outra área de investigação do convidado: a análise comparada das instituições do mercado de trabalho entre países europeus. O mercado de trabalho é sempre um tema quente em Portugal, com uns a dizerem que é demasiado liberalizado e outros que é demasiado rígido. O convidado tem sobre isto um ponto de vista que me ajudou a perceber um aspecto que me intrigava há muito...
O Alexandre é filho de portugueses, mas nasceu e viveu sempre fora do país. Vão notar, por isso, que o português não é a sua língua mãe, mas, diria, safa-se muitíssimo bem. Aproveitando esta peculiaridade -- um português que vê e viu sempre o país a partir de fora -- aproveitei também, mesmo no final, para lhe perguntar como é que um cientista político com estas características olha a sociedade e a política portuguesas. A resposta foi muito interessante.
_______________
Índice da conversa:
(2:21) Como é que as políticas de imigração dos países e a dimensão do Estado Social se têm influenciado mutuamente? | Tese de ALberto Alesina sobre os EUA | George Borjas e os “Welfare magnets” | Sondagem a imigrantes sobre ES mais generoso | Tese de Milton Friedman | Limitar o acesso ao Estado social
(23:21) Relação com o Populismo. Tese de Yascha Mounk | Experiência de mencionar o Estado Social | Como foi a transferência do eleitorado operário da esquerda para a direita radical?
(32:52) A inflexão da agenda dos partidos da direita radical na viragem do século. | Herbert Kitschelt e a antiga direita radical
(35:46) O caso do Chega. Paper do convidado.
(40:46) O desafio para os partidos da direita radical quando são governo
(45:25) A verdadeira rigidez do mercado de trabalho em Portugal -- e porque não basta olhar para a letra da lei | Indicador da OCDE
(52:17) O nível elevado de participação das mulheres no mercado de trabalho em PT. Origens históricas. | Geert Hofstede | Efeito da liberalização do mercado de trabalho sobre desigualdade
(1:01:10) Como olha um cientista político para PT a partir de fora? Confiança interpessoal (capital social). Episódio Pedro Magalhães. Efeitos na política.
(1:08:50) Sugestão: Didier https://www.goodreads.com/book/show/17895842-returning-to-reims
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa
Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Alexandre Afonso é professor associado de políticas públicas na Universidade de Leiden, Holanda. Especializa-se no estudo do mercado de trabalho, da imigraçao e do estado social na Europa. Antes de ingressar na Universidade de Leiden University, foi professor assistente no Departamento de Economia Política do King's College de Londres, investigador no Instituto Max Planck para o Estudo das Sociedades em Colônia, no Instituto Universitário Europeu em Florença e na Universidade de Amsterdão. Concluio o seu doutoramento na Universidade de Lausanne (Suíça) em junho de 2010. E lusodescendente e cresceu na Suiça. Fala francês, inglês, português, alemão, italiano e holandês. Alem de publicaçoes em varias revistas cientificas, escreveu para o Washington Post, o Financial Times, Foreign Policy, Daily Telegraph, CNN e Jacobin, entre outros. Actualmente, está a escrever um livro sobre politicas de imigraçao e o estado social para a Oxford University Press.
Wed, 08 Dec 2021 - 1h 12min - 125 - #111 (pt 2) Alexandre Homem Cristo - O estado da educação em Portugal: os progressos e o que falta fazer
O convidado é uma presença regular no debate sobre políticas públicas de educação. Nos últimos anos, tem-se destacado como colunista no jornal Observador, onde publica regularmente ensaios sobre estes temas que se destacam pelo grau de profundidade da análise. Tem, além disso, várias publicações nesta área. Actualmente, é presidente da QIPP, uma organização sem fins lucrativos ligada às políticas públicas, e anteriormente, foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
Nesta segunda parte da conversa, começámos por falar sobre as desvantagens de centrar o debate público nesta área nos rankings PISA. Falámos também de algumas insuficiências do nosso sistema de ensino, que estes rankings nem sempre mostram, tais como a falta de confiança de muitas famílias no ensino público, espelhada na enorme prevalência de recurso a explicações e no peso que tem o ensino privado (pago) em Portugal. Isso levou-nos a discutir algumas reformas que se poderia fazer nesta área, seja para aumentar a equidade do ensino, seja para elevar a sua qualidade, como, por exemplo aumentando a autonomia das escolas.
Como disse no episódio anterior, acho que a educação devia ser a nossa maior prioridade enquanto país. Por isso, se tiverem alguma sugestão de convidado/a, é muito bem vinda. Seja alguém com uma perspectiva sobre políticas públicas da do Alexandre seja um/a professor/a que tenha uma visão interessante sobre o ensino em sala de aula propriamente dito, com um olhar no futuro.
_______________
Índice da conversa:
(1:20) O outro lado: a desvantagem do peso que damos aos rankings PISA. | As reprovações funcionam?
(4:59) Portugal é dos países da OCDE onde o “elevador social” funciona pior | As explicações e o ‘sistema educativo sombra’ | A falta de confiança das famílias no ensino público espelhada também na maior % de alunos a pagar por ensino privado. Escolas com contrato de associação
(17:03) O efeito da pandemia na educação. | Estudos feitos no EUA. | Estudos feitos na Holanda.
(26:08) Reformas para aumentar a equidade: alargar a escolha das famílias dentro da rede pública como possível via para combater a desigualdade.
(33:28) Reformas para aumentar a qualidade: dar autonomia das escolas para contratar professores e gerir avaliação e carreiras | Dificuldade em atrair alunos para a profissão
(44:47) E se as autarquias pudessem oferecer salários mais altos para atrair professores? | O papel dos sindicatos
(47:31) Documentário recomendado: Waiting for Superman | A dificuldade em Portugal de lidar com a incerteza.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa
Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Alexandre Homem Cristo é presidente da QIPP, entidade parceira da Lexplore para Portugal, sendo o coordenador do projecto “Lexplore +Leitura”. É mestrado em Política Comparada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Geriu projectos internacionais financiados pela Comissão Europeia, nomeadamente em Experimentação de Políticas Públicas na área da Educação, em parceria com vários ministérios da Educação de países-membros da UE. Foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. Tem várias publicações na área das políticas públicas de educação, entre as quais o estudo “Escolas para o Século XXI” (FFMS, 2013) e capítulos temáticos em obras colectivas – como “Ética Aplicada: Educação” (Edições 70, 2018) e “Lei de Bases do Sistema Educativo. Balanço e Prospetiva, Vol. 2” (CNE, 2017). Colunista do Observador, publica regularmente ensaios de análise a políticas públicas de educação. Integra o Conselho Consultivo da SEDES.
Wed, 24 Nov 2021 - 54min - 124 - #111 (pt 1) Alexandre Homem Cristo - O estado da educação em Portugal: os progressos e o que falta fazer
O convidado é uma presença regular no debate sobre políticas públicas de educação. Nos últimos anos, tem-se destacado como colunista no jornal Observador, onde publica regularmente ensaios sobre estes temas que se destacam pelo grau de profundidade da análise. Tem, além disso, várias publicações nesta área. Actualmente, é presidente da QIPP, uma organização sem fins lucrativos ligada às políticas públicas, e anteriormente, foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
A educação é, talvez, o melhor candidato que temos à prioridade número um de políticas públicas de qualquer país desenvolvido. O nível de educação da população tem uma correlação positiva com quase tudo aquilo em que pensamos quando pensamos num país desenvolvido: crescimento económico, igualdade de oportunidades, uma sociedade civil pujante e até a qualidade da saúde mental da população.
No caso de Portugal, é comum ouvirmos muitas críticas ao sistema de ensino. Mas a verdade é que nas duas últimas décadas operou-se em Portugal uma espécie de revolução silenciosa no ensino. Se olharmos para os dados, nomeadamente os rankings PISA da OCDE (que é o indicador mais fiável para comparações internacionais), o retrato que emerge é de um país que é, nas palavras do director da OCDE para a educação, a “maior história de sucesso da Europa”, com uma progressão notável desde a viragem do século.
Estes progressos são um bom exemplo de como políticas públicas relativamente estáveis entre governos de cor diferente são essenciais para o desenvolvimento do país. Aliás, o lado político e institucional dessa proeza é um assunto que, provavelmente, valeria um episódio do podcast dedicado (ao estilo do que gravei com o João Goulão sobre a política das drogas).
Apesar desta evolução, continua, no entanto, a haver lacunas importantes no sistema de ensino português. Desde logo, continuamos a ter um nível elevado de reprovações e de alunos que deixam a escola antes do tempo. Por outro lado, estas melhorias na educação das novas gerações não tiveram equivalente na escolarização das pessoas mais velhas. Aqui, o legado anterior continua a pesar e em Portugal a percentagem de adultos sem ensino secundário é ainda quase metade da população, mais do dobro da média europeia.
Para além disso, há aspectos estruturais do próprio sistema que continuam a restringir a qualidade do ensino em Portugal. Por exemplo, a capacidade das escolas em melhorar a sua oferta e adaptá-la às necessidades locais continua constrangida por um baixo grau de autonomia comparativamente com outros países, nomeadamente na contratação e avaliação de professores. Da mesma forma, os professores são hoje uma população envelhecida (menos de 1% tem menos de 30 anos), com reduzido prestígio social, baixo nível de autonomia e poucos incentivos ao desempenho, um estado de coisas que dificilmente nos pode deixar de preocupar ao olhar para o futuro.
Esta conversa será dividida em dois episódios diferentes (o próximo sai para a semana).
_______________
Índice da conversa:
(3:54) PT, “a maior história de sucesso europeia nos rankings PISA” | As três fases de políticas públicas de ensino em PT. | TIMSS
(11:24) A importância do ensino pré-escolar (3-5 anos)
(15:43) O mito de que o ensino perdeu qualidade nas últimas décadas
(18:40) A dificuldade de fazer reformas na Educação: demoram tempo a ter efeitos
(23:13) A nova fase de políticas públicas de educação: lidar com a diversidade de necessidades e dar autonomia às escolas. | Suécia. Ascensão e queda de uma reforma educativa
(30:34) Que competências devemos ensinar aos alunos para o Mundo do futuro?
(45:34) O problema da falta de dados para avaliar políticas. | Exemplo da pandemia
(48:35) Como são feitos os rankings PISA? | A evolução de Portugal
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa
Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Alexandre Homem Cristo é presidente da QIPP, entidade parceira da Lexplore para Portugal, sendo o coordenador do projecto “Lexplore +Leitura”. É mestrado em Política Comparada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Geriu projectos internacionais financiados pela Comissão Europeia, nomeadamente em Experimentação de Políticas Públicas na área da Educação, em parceria com vários ministérios da Educação de países-membros da UE. Foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. Tem várias publicações na área das políticas públicas de educação, entre as quais o estudo “Escolas para o Século XXI” (FFMS, 2013) e capítulos temáticos em obras colectivas – como “Ética Aplicada: Educação” (Edições 70, 2018) e “Lei de Bases do Sistema Educativo. Balanço e Prospetiva, Vol. 2” (CNE, 2017). Colunista do Observador, publica regularmente ensaios de análise a políticas públicas de educação. Integra o Conselho Consultivo da SEDES.
Wed, 17 Nov 2021 - 55min - 123 - #110 João Goulão - Como a estratégia portuguesa contra a droga se tornou uma referência mundial
O convidado é médico, é actualmente Diretor-Geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e é considerado o principal arquitecto e da “estratégia portuguesa contra a droga”.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
Há poucos assuntos em que Portugal seja uma referência a nível mundial. E provavelmente não há nenhum em que o sejamos de forma tão notória e transversal como no caso da estratégia de luta contra a droga que Portugal implementou a partir de 2000/2001, quando o país enfrentava um enorme problema, visível no índice de infecções por HIV mais alto da UE. Esta abordagem, que ficou conhecida como a “estratégia portuguesa contra a droga” foi, à época, muito arrojada, com medidas como a descriminalização das drogas -- na altura sem paralelo em nenhum outro país do mundo. Os resultados foram, no entanto, manifestos, o que leva a que seja hoje frequentemente citada nos media internacionais e a que sirva de referência aos mais variados países que se deparam com problemas idênticos.
O convidado deste episódio, João Goulão, é considerado o principal arquitecto e implementador dessa nova abordagem. Depois de ter integrado a comissão que definiu a estratégia, o convidado presidiu ao principal órgão responsável pela gestão da política contra as drogas, o Instituto da Droga e da Toxicodependência. Actualmente, é o director-geral do sucessor desse organismo, o SICAD - Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências.
A medida mais radical da estratégia portuguesa contra a droga foi a descriminalização das drogas. Mas a estratégia foi muito mais ampla do que isso, e são talvez ainda mais as outras medidas que explicam o seu sucesso. Com esta estratégia, houve, sobretudo, uma mudança radical na atitude em relação ao problema da droga, que passou a ser visto menos como um problema moral e um crime, e mais como essencialmente um problema de saúde pública. Assim, foram lançadas uma série de medidas com a finalidade de trazer os consumidores de drogas para dentro do sistema de saúde, minimizar a transmissão da SIDA, e disponibilizar substâncias substitutas para quem não conseguia largar o vício.
Esta estratégia provocou uma diminuição visível em vários indicadores, sobretudo no número de mortes associado às drogas e no número de infecções por HIV. A prazo, levou também a uma diminuição no próprio consumo de drogas, sobretudo de heroína.
Quando decidi convidar João Goulão para o 45 Graus, fi-lo, desde logo, porque o tema da droga e da saúde pública é, em si mesmo, interessante. Mas a minha principal motivação foi perceber melhor como foi possível conseguir apoio político para uma estratégia tão arrojada, e logo num tema tão sensível -- e que lições podemos tirar daí para tomar melhores políticas noutras áreas.
O episódio começa, como não poderia deixar de ser, com um pouco de História, para perceber o que fez com que Portugal chegasse ao final dos anos 1990 com um problema de drogas tão grave. Isso levou-nos à estratégia adoptada e às razões do seu sucesso. Mais à frente, falámos também de alguns dos desafios da política de drogas actual. Primeiro, apesar do sucesso, o problema nunca está resolvido, e há medidas, como as eternas salas de chuto, que podem ser tomadas. Depois há a questão da legalização da cannabis, que está agora em discussão. Depois há a questão do álcool, que, por razões culturais, vemos de forma benigna mas tem na verdade vários paralelos com as drogas. Perguntei também ao convidado o que acha sobre os psicadélicos. Episódio com Pedro Teixeira.
_______________
Índice da conversa:
(3:30) “A estratégia portuguesa para a droga”. Causas (da guerra colonial à SIDA) e medidas.
(23:56) Resultados da política. Impacto nos consumos. Quando o nosso instinto moral nos trai.
(28:26) Como foi possível ter apoio político transversal para uma política tão radical?
(31:08) Reação da ONU. World Drug Report
(32:31) A importância de ser um problema transversal à sociedade (incluindo a própria classe política) e o contraste com o que se passa com a Educação
(34:48) Que lições se podem tirar para conseguir levar por diante boas políticas públicas noutras áreas?
(40:22) O que falta ainda fazer? Salas de chuto (a primeira inaugurada em 2019 Lisboa). Drug checking.
(44:55) Legalização da cannabis para fins recreativos? Posição do SICAD. Potencial terapêutico vs riscos (e.g. psicose). Aumento da potência da cannabis nas últimas décadas.
(51:43) Álcool
(54:08) Tabaco
(55:54) O potencial dos psicadélicos. Episódio com Pedro Teixeira.
(57:29) O que mudou nos consumos nos últimos 20 anos? Menos heroína mas aumento da complexidade. Pós-Crise da dívida soberana. Consumo de álcool nos jovens
(1:07:02) Livro recomendado: Chasing the Scream: The First and Last Days of the War on Drugs, de Johann Hari.
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa
Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Médico da Carreira de Medicina Geral e Familiar, colocado no Centro de Saúde de Faro na sequência do Serviço Médico à Periferia cumprido naquele Concelho no início dos anos 80, desde cedo a sua carreira se orientou para a área das Toxicodependências, quando os serviços de Saúde se viam confrontados com os problemas por elas causados e que assumiam particular relevância na região do Algarve. Foi Presidente do SPTT (Serviço de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência) de 1997 a 2002 e Presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência de 2005 até à sua extinção. Atualmente é o Diretor-Geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), e Coordenador Nacional para os Problemas das Drogas, das Toxicodependências e do Uso Nocivo do Álcool. Foi membro da comissão que propôs a primeira estratégia nacional de luta contra a droga, aprovada em 1999, e que preconizava a descriminalização do consumo das drogas. Membro do Comité Científico do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência entre 1997 e 2002; representante de Portugal no Conselho de Administração daquela agência europeia desde 2005, foi eleito seu Presidente em 2009, tendo cumprido dois mandatos que terminaram no final de 2015. No primeiro semestre de 2021 presidiu o Grupo Horizontal Drogas, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, e desde 2019 preside o Grupo Pompidou do Conselho da Europa.
Wed, 03 Nov 2021 - 1h 11min - 122 - #109 Octávio Mateus - Dinossauros, evolução, História da vida na Terra & mais
O convidado é paleontólogo, professor na Universidade Nova de Lisboa, onde ensina, entre outras, evolução, paleontologia de vertebrados e répteis e -- a sua principal área de investigação -- dinossauros, sobretudo do Jurássico de Portugal. É autor ou co-autor de mais 200 publicações nesta área e já há três décadas que participa e organiza escavações de dinossauros em Portugal, sobretudo em colaboração com o Museu da Lourinhã, conhecido por sua importante colecção de dinossauros.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
Octávio Mateus é conhecido do grande público sobretudo enquanto especialista em dinossauros. Porque essa é, de facto, a sua principal área de investigação, mas também porque o imaginário destes répteis que dominaram a Terra até há 66 milhões de anos é, por motivos vários, o que mais atrai a atenção das pessoas.
Mas a área do convidado, a Paleontologia, é muito mais do que simplesmente dinossauros. É uma área da ciência que vai beber simultaneamente à Biologia e à Geologia para tentar explicar a História da vida na Terra nos últimos (pelo menos) 3.5 mil milhões de anos, e nas suas mais variadas formas.
Esta foi, como vão perceber, uma conversa cheia (o Octávio é um excelente conversador), na qual abordámos imensos temas. Falámos sobre a História da vida na Terra, desde os primeiros organismos unicelulares até aos dinossauros, aos mamíferos e ao homo sapiens. Falámos do processo da evolução por selecção natural, e do modo como ele é muitas vezes contra-intuitivo (um tema que já tinha abordado nos dois episódios que gravei com o PGM). Falámos também de fósseis, que são a matéria-prima principal de um paleontólogo.
E, claro, falámos (muito) sobre dinossauros: quantos eram, o que sabemos sobre eles, o que não sabemos, e ainda...o que é que os pássaros nos podem dizer sobre eles. Porque a verdade é que os pássaros descendem directamente dos dinossauros. Aliás, formalmente, os pássaros são um tipo de dinossauro, pois descendem (são, aliás, os únicos descendentes) do grupo ao qual pertencia nada mais nada menos do que o famoso tiranossauro rex.
_______________
Índice da conversa:
(02:57) O que é a Paleontologia?
(05:46) É possível ressuscitar espécies extintas? | Lobo-da-tasmânia
(08:49) O que é um fóssil? | Fósseis de tecidos moles. | Quais as condições ideiais para a fossilização? | Como se faz a datação de um fóssil? | Qual é o fóssil mais antigo?
(25:51) Macro-história da evolução da vida na Terra | 890-million-year-old sponge fossil may be the earliest animal yet found | Explosão do Câmbrico. | Corrida ao armamento evolutiva
(49:19) Quando surgiram os dinossauros? | Conseguimos saber quantas espécies havia? | Os mamíferos | Evolução da biodiversidade na Terra ao longo do tempo. | Os vários eventos de extinção. | paleontologia.pt
(55:02) As três grandes famílias de dinossauros. | Debate em torno de paper recente saído na Nature
(57:43) Porque é que os dinossauros (e os pássaros) desenvolveram sacos de ar no interior do organismo?
(1:01:57) O modo como o passado evolutivo de uma espécie restringe as adaptações que pode desenvolver. | O exemplo do nervo vago | O exemplo das hemorroidas.
(1:06:49) Como era possível os saurópodes serem tão grandes? Comparação com os cavalos. “Corrida ao armamento evolutiva” | Lei de Cope | Porque foram os maiores dinossauros aqueles que se extinguiram?
(1:14:55) As peculiaridades das espécies nas ilhas. Elefantes anões (extintos)
(1:17:03) Aves vs (outros) dinossauros: os dinossauros tinham penas | Exaptações | Escamas.
(1:20:36) Porque é que a taxonomia de Lineu deixa de fazer sentido numa visão global da história da evolutiva da Terra
(1:23:34) O que nos dizem as aves (e os répteis) sobre como eram os dinossauros? | Phylogenetic bracketing | Como no filme Jurassic Park foi feito o rugido do T-rex
(1:26:19) O que sabemos sobre como eram os dinossauros (fisionomia, comportamento, etc)? | Os dinossauros eram de sangue quente ou frio? Qual é a vantagem do sangue quente? Porque evoluiu?
(1:32:24) A principal interrogação do convidado sobre os dinossauros. | Quanto tempo dura cada espécie? | Known unknowns vs unknown unknowns
(1:37:15) O que causou a extinção dos dinossauros (Cretaceous–Paleogene extinction event) |
(1:43:30) Há esperança de encontrar DNA de dinossauros? | Possível descoberta de DNA de t-rex | Record de DNA (completo) mais antigo (mamute)
(1:46:24) Livro recomendado: A Ascensão e Queda dos Dinossauros, de Steve Brusatte
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães
Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite
Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa
Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Nascido em 1975, é Professor Associado de Paleontologia na Universidade Nova de Lisboa (FCT). É licenciado em Biologia (Univ. de Évora) e Doutorado em Paleontologia pela Universidade Nova de Lisboa. O seu principal tema de interesse é a paleontologia de dinossauros (ossos, ovos e pegadas), sobretudo do Jurássico de Portugal, mas também aborda outros répteis (mosassauros, plesiossauros, crocodilos, tartarugas, etc.). É autor ou co-autor de mais 200 publicações (capítulos de livros, artigos científios e resumos de conferências). Desde 1991 que participa e organiza em escavações de dinossauros em Portugal, sobretudo em colaboração com o Museu da Lourinhã, conhecido por sua importante colecção de dinossauros. Em Angola descobriu o primeiro dinossauro desse país no âmbito do Projecto PaleoAngola. O seu interesse por dinossauros já o levou a realizar escavações a Estados Unidos, Brasil, Gronelândia, Laos, Tunísia, Moçambique, Mongólia, Marrocos e Angola. É Investigador Associado do AMNH - Museu Americano de História Natural (New York) e do Museu da Lourinhã.
Wed, 20 Oct 2021 - 1h 50min - 121 - #108 Aires Almeida - Para que serve a Arte?
O convidado é licenciado e mestre em Filosofia pela Universidade de Lisboa. Tem-se dedicado sobretudo à filosofia da arte. Dirige a coleção Filosofia Aberta, da Gradiva e é autor de vários livros, entre os quais O Valor Cognitivo da Arte (2010) e A Definição de Arte: O Essencial (2019).
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
Foi sobretudo este último -- sobre o que é, afinal, a arte -- o mote para a nossa conversa.
Já há muito tempo que queria falar sobre arte no 45 Graus. É um tema obviamente com muito pano para mangas; afinal, não há ninguém que não aprecie alguma forma de arte, seja ela a pintura, a música ou o cinema. No entanto, faltava-me encontrar um convidado que tivesse a abordagem certa. Porque a verdade é que a arte, como depende muito da nossa sensibilidade individual, é um tema que se presta muito a análises, digamos, pouco… objectivas.
Ou é discutido numa lógica puramente subjectiva, do tipo: “adooooro o Tarantino” -- ou a Paula Rego (ou, pelo contrário eles “não me dizem nada”). Ou é discutido de uma forma quase religiosa, com uma admiração cega por tudo o que é de determinado artista, seja ele o David Bowie ou Picasso. (A nossa conversa começa precisamente por este ponto). Ou então, mesmo quando encontramos uma discussão acesa sobre arte, como é comum por exemplo na crítica de cinema, o que vemos, na verdade, muitas vezes, é uma discussão com superlativos a mais e objectividade a menos.
De certa forma, pode dizer-se que estive este tempo todo à espera de um convidado como o Aires Almeida, que consegue falar sobre arte de forma cativante mas sem peneiras nem poses. O nome dele foi-me sugerido pelo Desidério Murcho, outro grande convidado do 45G, a quem agradeço.
O ponto de partida para a nossa conversa foi o mais elementar de todos: o que é a arte? Que aspectos são comuns a formas tão diferentes de arte como a pintura, a música ou a literatura e que, no entanto, as distinguem de outras actividades humanas? E porque é que a arte é algo que consideramos valioso -- o que é que a arte nos dá? Dá-nos prazer, claramente, mas pode também ser uma fonte de conhecimento? Ou é simplesmente um tipo de experiência diferente dos outros todos?
Foi uma longa conversa, na qual percorremos uma série destes aspectos da natureza da arte.
_______________
Índice da conversa:
(03:04) não devemos tratar a arte como algo sagrado, não tem valor intrínseco. (Noël Carroll, filósofo)
(12:34) Os vários problemas filosóficos em torno da arte | O que é arte? Diferentes tipos de definições. | Casos-fronteira. Gato Fedorento - Lusco Fusco | Fahrenheit 451, de Ray Bradbury
(25:09) Porque é que, enquanto sociedade, valorizamos tanto a arte e os artistas? | O que é a Arte?, de Lev Tolstói
(29:19) Há muita arte má. A falácia da divisão. | Gerhard Richter | Muita arte poderia ser destruída.
(35:55) A arte enquanto fonte de prazer. Robert Nozick e a “máquina das experiências” | O entretenimento é inimigo da arte?
(41:27) A arte enquanto fonte de conhecimento? Jerome Stolnitz on the cognitive triviality of art | A arte enquanto estímulo dos sentidos. | A arte enquanto fonte de uma ‘experiência estética’ que é única. | A música é universal?
(54:30) A arte enquanto meio para experienciar emoções que de outra forma não teríamos (ou sem ter o custo associado). (Porque é que as pessoas ouvem música triste e vêem filmes de terror?)
(01:01:01) O papel no valor que a Humanidade da arte da admiração pelo/a génio do artista.
(01:06:17) Por que admiramos mais o talento do que o esforço? | A ‘regra’ das 10,000 horas de treino | Livro “Guitar Zero”, de Gary Marcus | Livro “The Sense of Style”, de Steven Pinker
(01:14:04) A intenção do artista importa para o valor da obra? | Ensaio “A morte do autor”, de Roland Barthes |
(01:20:43) Quando a arte se torna um mero adereço social (a “pose” dos artistas e dos críticos de arte). | Música atonal. | Os Abba
(01:23:43) Quando a mesma música ou o mesmo filme nos despertam reacções diferentes em momentos diferentes da vida. | “Voando sobre um ninho de cucos” | A dificuldade em apreciar devidamente obras marcantes antigas que foram revolucionárias na altura. | Pulp Fiction. | Filmes de Manoel de Oliveira. | Ulysses, de James Joyce
(01:33:07) Obras falsas podem ser consideradas arte? Documentário Netflix “Made You Look”. | Han van Meegeren. O falsificador que engazopava nazis. | Nelson Goodman (filósofo) | O urinol de Marcel Duchamp
(1:39:19) ...de volta ao problema da Definição da Arte: como classificar a arte de vanguarda? | Anti-humor | Nick Zangwill (filósofo)
(1:45:54) Livro recomendado: “Investigações Estéticas - Ensaios de filosofia da arte”, de Jerrold Levinson
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno
Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal
Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa, onde também obteve o grau de Mestre em Filosofia da Linguagem e da Consciência (2005), com uma tese sobre filosofia da arte. É professor de Filosofia do ensino secundário, colaborador do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa (Grupo LangCog) e, desde 2017, é membro da direcção da Sociedade Portuguesa de Filosofia. É autor dos livros O Valor Cognitivo da Arte (2010) e A Definição de Arte: O Essencial (2019), coautor, com Desidério Murcho, de Janelas Para a Filosofia (2014, entretanto esgotado) e de vários outros livros didácticos de filosofia. Desde 2006 dirige a coleção Filosofia Aberta, da Gradiva Publicações. Vive em Portimão, mas é natural de Vila Nova de Foz Côa.
Wed, 06 Oct 2021 - 1h 48min - 120 - #107 Filipe Teles - O imperativo da descentralização e as peculiaridades do poder local em Portugal
O convidado é doutorado em ciência política e professor na Universidade de Aveiro, onde também faz parte da equipa reitoral, enquanto pro-reitor. Filipe Teles é um investigador consagrado em temas relacionados com a governação local, com publicações em várias revistas académicas de referência, sendo actualmente presidente da European Urban Research Association.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
O tema da nossa conversa foi descentralização e poder local em Portugal e o mote foi o ensaio com o mesmo nome que o convidado lançou este ano, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Para além disso, já tinha participado em 2018 na equipa responsável pelo estudo sobre a Qualidade da Governação Local em Portugal, publicado pela mesma fundação, e que também discutimos no episódio.
E porquê discutir o tema da descentralização política, ou seja a transferência de poderes do Estado central para as autarquias? Por vários motivos. Por um lado, porque, como iremos ver, Portugal é um país onde o poder está ainda muito concentrado no Estado central. Isto tem uma série de efeitos negativos, seja sobre a equidade da representação política seja sobre o próprio desenvolvimento do país, e é um modelo que faz pouco sentido no século XXI.
Por outro lado, porque apesar de nas últimas décadas já se terem tomado algumas medidas de descentralização, este continua a ser um tema pouco querido quer pela imprensa quer pelos políticos. Ainda no início deste mês, soube-se que o governo não tinha levado por diante a nova fase da descentralização que tinha originalmente planeado para o início do verão passado. E finalmente, claro, é uma boa altura para discutir este tema porque estamos a dias das eleições autárquicas, nas quais serão escolhidos os representantes dos cidadãos nos órgãos políticos teoricamente mais próximos da população. São, recorde-se, um total de 308 municípios e 3092 freguesias.
Começámos a nossa conversa pelo ponto de partida óbvio: saber como compara Portugal com outros países em termos de centralização do poder político. E, como veremos, compara mal. Mas o nosso centralismo, como também discutimos, não é só um problema de instituições: é também um problema cultural, com várias manifestações que todos mais ou menos conhecemos. A política nacional domina, de longe, a atenção dos politicos, dos media e da maioria das pessoas que se interessam pelo tema. Por outro lado, porém, também não ajuda a corrigir a este centralismo as insuficiências que a governação local muitas vezes tem. Essas limitações, como vamos ver, estão, em parte, relacionadas com algumas peculiaridades do nosso sistema eleitoral e de governo autárquico, que é complexo, pouco transparente e pouco amigo da participação da população.
Para não nos ficarmos só pelo lado negativo, abordámos também as melhorias que, apesar de tudo, têm sido conseguidas na qualidade do poder local e na promoção da descentralização em Portugal; e falámos das reformas mais relevantes que se podem tomar para continuar esse caminho.
Uma dessas reformas possíveis é, claro, a regionalização. Mas essa é, como refere o convidado, apenas uma forma, de entre várias, de promover uma maior descentralização no país.
_______________
Índice da conversa:
(6:46) Quão centralizado é Portugal?
(15:40) O problema de termos um modelo de governação local único, que não tem em conta a existência de municípios com dimensões e desafios muito diferentes
(18:18) O centralismo de Portugal é também um problema cultural? | Lisboa não é a capital oficial | Livro “Viagens na Minha Terra”, de Almeida Garrett
(28:51) As insuficiências do governo e da democracia local em Portugal. | As peculiaridades do nosso sistema de poder autárquico: o excessivo peso do(a) presidente de câmara, a falta de protagonismo das assembleias municipais, a existência de juntas de freguesia.
(43:52) Os círculos por distrito no sistema eleitoral das Legislativas e outros problemas mais amplos da arquitectura do sistema político em Portugal.
(49:25) As regiões não podiam reclamar um papel mais activo no espaço público? | O aumento do associativismo municipal nos últimos anos, via comunidades intermunicipais. O papel dos fundos comunitários | O caso caricato de terem sido secretários de Estado (do governo central) a assegurar a coordenação regional do combate à pandemia
(57:45) Principais melhorias no passado recente na qualidade do poder local e no aumento da descentralização
(1:02:08) Que reformas faltam ainda fazer? A necessidade de aumentar a transparência da governação local
(1:06:31) O que dizem os dados sobre as diferenças na qualidade da governação entre municípios? | Estudo sobre a Qualidade da Governação Local em Portugal (FFMS)
(1:17:15) Livro recomendado: Uma Teoria da Democracia Complexa, de Daniel Innerarity
_______________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno
Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal
Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues
_______________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
_______________
Bio: Docente no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, na Universidade de Aveiro. Desempenha, actualmente, a função de Pró-reitor para o desenvolvimento regional e política de cidades. Doutorado em Ciências Políticas e membro da Unidade de Investigação em Governança, Competitividade e Políticas Públicas, onde tem desenvolvido trabalho de investigação em governação e administração local e regional, reformas territoriais, liderança política e inovação. É autor e co-autor de vários artigos em revistas académicas de referência. As publicações mais recentes incluem o livro “Local Governance and Inter-municipalCooperation” (2016: Palgrave, UK) e a co-edição dos volumes “Close Ties in European Local Governance”, “Inter-municipal Cooperation in Europe: Institutions andGovernance” e “Sub-Municipal Governance in Europe: Decentralization Beyond the Municipal Tier”, em 2018, pela mesma editora. Coordena o Programa Integrado de I&D “CeNTER Redes e Comunidades para a Inovação Territorial” (CENTRO 2020) e o Projeto de IC&DT “DECIDE Governação Territorial Descentralizada” (FCT – POCI). Integra, ainda,as equipas de investigação dos projetos “Unalab: UrbanNature Labs” (Horizon 2020), “Ô: circular, integrated andsymbiotic use of water” (H2020), “Qualidade da Governação Local em Portugal” (Fundação Francisco Manuel dos Santos) e “Pegada Ecológica dos Municípios Portugueses”. É membro da Associação Portuguesa de Ciência Política(coordenador da Secção de Governação e Política Local), da Political Studies Association (UK), da AmericanPolitical Science Association, e – actualmente – integra o Steering Committee of the Local Government and Politics Standing Group do EuropeanConsortium for Political Research, e o Board do Research Committee on Comparative Studies on Local Governmentand Politics da International Political ScienceAssociation.
Wed, 22 Sep 2021 - 1h 19min - 119 - #106 Catarina Vieira de Castro - Lobos, cães, métodos de treino e experiências com bebés
A convidada é bióloga de formação e actualmente investigadora no i3S – Instituto de Inovação e Investigação em Saúde, da Universidade do Porto, dedicando-se ao bem-estar e comportamento canino.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
No seu projecto de pós-doutoramento, que discutimos no episódio, a convidada investigou os efeitos dos vários métodos de treino no bem-estar de cães de companhia e na sua relação com o dono. Esta investigação despertou grande interesse na comunidade científica e teve destaque nos media internacionais. Para além de investigadora, a Catarina é também treinadora de cães, com formação na área. Esta dupla condição de investigadora e treinadora dá-lhe uma perspectiva invulgarmente sólida -- e retira-lhe, se calhar, alguns vieses que cada um dos campos inevitavelmente tem.
Começámos a nossa conversa a tentar perceber como aconteceu a domesticação do cão a partir do lobo. É que o cão foi, por larga margem, o primeiro animal a ser domesticado pelos humanos. Não se tem ainda a certeza sobre exatamente quando. A estimativa mais conservadora aponta para 14 mil anos, portanto, antes da invenção da agricultura, depois da qual foram adoptados todos os outros animais que nos são familiares.
Os cães têm, por isso, desde sempre, uma ligação muito próxima aos humanos, e ao longo do tempo, o homem foi selecionando na espécie canina várias características para se adaptarem a nós (embora, como iremos ver, não todas as que os distinguem dos lobos).
Falámos também sobre os diferentes métodos de treino, mais baseados em castigo ou em recompensas, e sobre o que a investigação mostra sobre, por um lado, qual dos métodos é mais eficaz e, por outro, quais os efeitos no bem estar dos animais.
Isto levou-nos a discutir também a mente dos cães. O facto de serem, como nós, um animal social, e de viverem há milhares de anos numa relação muito próxima com os humanos faz com que tenham muitas parecenças connosco. Mas também têm mais diferenças do que às vezes queremos reconhecer.
E, no entanto, a verdade é que não param de surpreender. Já no final da conversa, falámos ainda de um tipo de treino inovador recente, que tem dado muito que falar, o chamado treino de imitação, em que, aparentemente, é possível ensinar um cão a imitar aquilo que fazemos, mesmo que nunca tenha visto aquele movimento antes. A confirmar-se, este tipo de treino permite não só ensinar muito mais rápido um determinado comportamento, face aos métodos tradicionais, como permite alargar o leque de acções que podemos ensinar aos cães.
__________________________
Índice da conversa (carregar no indicador de tempo para saltar para esse mm:ss)
(04:10) Como aconteceu a domesticação do cão a partir do lobo. Duas hipóteses concorrentes. | Cães ferais (selvagens)
(16:00) Experiências de Dmitry Belyayev com raposas
(21:52) O papel do brincar no desenvolvimento cognitivo dos cães
(25:22) Métodos de treino de reforço negativo vs reforço positivo (castigo vs recompensa). | Os exageros que se criaram sobre as alcateias (e as matilhas) funcionarem com base numa hierarquia social linear rígida. Cesar Millan. | Método de Pavlov de condicionamento: associação entre estímulos vs método de Skinner: condicionamento operante. Treino de ‘clicker’. | Evolução da filosofia de treino dos cães acompanhou as mudanças na própria educação das crianças.
(38:05) A importância da disciplina / autoridade no treino dos cães. | A hierarquia e a dominância entre os cães. Estrutura social das matilhas vs alcateias.
(44:40) Por que não serve de nada castigar o cão quando chegamos a casa e ele fez asneira na nossa ausência. Experiência do ‘guilty look’
(54:40) O que mostra a investigação da convidada sobre efeito dos métodos de castigo vs de recompensa no bem-estar do animal?. Experiências com copos.
(1:06:13) Experiências de vinculação em cães adaptadas da investigação de vinculação em bebés (teste da situação estranha de Ainsworth). Efeito de base-segura.
(1:16:16) Treino de imitação (‘do as I do’) | princípio da parsimonia na Ciência
(1:28:22) Border collie que decorou 1022 palavras
(1:31:35) Livros recomendados: The Domestic Dog: Its Evolution, Behaviour and Interactions with People, de James Serpell | Dog Sense, de John Bradshaw | Culture Clash, de Jean Donaldson
__________________________
Obrigado aos mecenas do podcast:
Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno
Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal
Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues
__________________________
Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
Bio: Catarina Vieira de Castro, bióloga de formação, é atualmente investigadora no i3S – Instituto de Inovação e Investigação em Saúde, Universidade do Porto, Portugal. Desenvolve investigação científica em aprendizagem e comportamento animal desde 2008 e, mais recentemente, direcionou o seu trabalho para a área do bem-estar e comportamento canino. O seu projeto de pós-doutoramento recentemente concluído, onde investigou os efeitos dos métodos de treino no bem-estar de cães de companhia e no seu vínculo com o dono, despertou grande interesse na comunidade científica e também uma cobertura de destaque nos media a nível internacional. Catarina também já desenvolveu trabalhos como treinadora de cães, contando com diversas formações na área, e é uma apaixonada por desportos caninos.
Wed, 08 Sep 2021 - 1h 37min - 118 - #105 [EN] Fons Trompenaars - Reconciling cultural differences (between countries and within organisations)
(The episode starts after a short introduction in Portuguese)
O convidado é autor e consultor na área da gestão das organizações e da comunicação inter-cultural. Conhecido sobretudo pela autoria de um dos modelos de diferenças entre culturas nacionais mais conhecidos, que popularizou no livro "Riding the Waves of Culture", publicado em 1993.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
O modelo de Trompenaars é -- juntamente com o modelo de Hofstede que já referi várias vezes no podcast -- uma das referências quando se trata de comparar culturas entre diferentes países. Nenhum dos dois modelos é perfeito -- até porque implicam necessariamente generalizar as culturas de países com milhões de pessoas com crenças e valores muito distintos --, mas a verdade é que há inegavelmente padrões nas culturas nacionais, e ler livros como o de Trompenaars muda a maneira como entendemos as reacções de pessoas de outras culturas.
Ao longo da conversa, discutimos algumas das dimensões do modelo do convidado, como as culturas mais e menos emocionais, e mais e menos individualistas. Falámos também sobre como é possível ‘reconciliar’ os dilemas que surgem quando diferentes culturas entram em conflito -- por exemplo dentro de empresas multinacionais. O autor tem adaptado este estudo sobretudo em aconselhar empresas que actuam entre vários países sobre como gerir as diferenças de culturas nos vários países em que operam. Como se adivinha, as organizações com maior sucesso são aquelas que mais bem conseguem articular estes desafios.
Índice da conversa:
- Fons Trompenaars Trompenaars Cultural Dimensions Modelo de Hofstede What is culture
- Ed (Edgar) Schein Model of Organization Culture Culture shocks Culture as the most persistent difference between countries
- The dilemma of the car crash
- Fons’s recent book: "Has China Devised a Superior Path to Wealth Creation? The Role of Secular Values"
- Relation to inequality Milton Friedman's 1970 New York Times article: “The Social Responsibility Of Business Is to Increase Its Profits” Explaining performance of organisations by their ability to reconcile dilemmasOn the problem of jobs which add a lot of value to society but are poorly paid American individualism
- Apple, Formula 1
- The case of Royal Dutch Shell The case of Lee Kuan Yew in Singapore
Obrigado aos mecenas do podcast:
Galaró family, Miguel van Uden, José Luís Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Salvador Cunha, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite, Abílio Silva, BFDC
Tomás Costa, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gil Nogueira, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Manuel Martins, Ricardo Duarte, ARUNE BHURALAL, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Carmen Camacho, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, Joao Saro, Isabel Moita, Rita Sá Marques, Ricardo Leitao,
António Mendes Silva, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, paulo matos, Luís Brandão, Joao Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, HENRIQUE PEDRO, JOÃO MOURA, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Tomás Saraiva, Rui Antunes7, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Joel, Nuno Malvar, Pedro L, Ana Rita Laureano, João Diamantino, Nuno Lages, Manuel Botelho da Silva, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Frederico Apolónia, Hélder Moreira, José Losa, Pedro Brito, Wedge, João Ferreira, Rui Vilao, Nuno , Jorge Amorim, Francisco Valente, Bruno Amorim Inácio, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Bruno Lamas, Diogo Rombo, Carlos Silveira, Francisco L. Bermúdez, Nelson Poças, joana antunes, Ana Sousa Amorim, Maria Francisca Couto, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Alexandre Freitas, Robertt, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , isosamep, Francisco Vasconcelos, Duarte , Miguel Palhas, Hugo Correia, Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Maria Oliveira, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Cristiano Tavares, Pedro F. Finisterra, Bruno Machado, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Alberto Santos Silva, Luis Gomes, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , Joao Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , João Castanheira, Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco dos Santos, Francisco Arantes, João Raimundo, Renato Vasconcelos, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Vasco Sá Pinto, Nuno Santos, Luís Santos, António Queimadela, Artur Castro Freire
Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego
Bio: Dr. Fons Trompenaars is recognised around world for his work as consultant, trainer, motivational speaker and author of various books on all subjects of culture and business. He has spent over 30 years helping Fortune 500 leaders manage and solve their business and cultural dilemmas to increase global effectiveness and performance, particularly in the areas of globalisation, mergers and acquisition, HR and leadership development. Listed regularly as one of the world’s most influential, living, management thinkers, he has been awarded the International Professional Practice Area Research Award by the American Society for Training and Development. Fons was voted one of the top 20 HR Most Influential International Thinkers 2011 by HR Magazine. He is also ranked in the Thinkers50 2011, 2013 and 2015 as being one of the most influential management thinkers alive. He was inducted in the Thinkers50 Hall of Fame in 2017 which salutes distinguished Management Thinkers and their contributions whose names and legacies are added to the ranks of those who have arrived before them. They are distinguished thinkers who have all made a lasting and vital impact on how organizations are led and managed. They are the giants upon whose shoulders managers and leaders stand. Fons joined Shell in 1981 and moved into the Personnel Division for Shell in Rotterdam. From 1985, he worked in job classification and management development at the Shell Research Laboratories in Amsterdam. In 1989 he founded the Centre for International Business Studies, a consulting and training organization for international management. Since 1998 we operate as Trompenaars Hampden-Turner. Fons Trompenaars has worked as a consultant for Shell, BP, ICI, Philips, Heineken, TRW, Mars, Motorola, General Motors, Nike, Cable and Wireless, CSM and Merrill Lynch. Fons wrote Riding the Waves of Culture, Understanding Cultural Diversity in Business. This book sold over 120,000 copies and was translated into 16 languages amongst them, French, German, Dutch, Korean, Danish, Turkish, Chinese, Hungarian and Portuguese. He is co-author amongst others of Nine Visions of Capitalism: Unlocking the Meanings of Wealth Creation and Rewarding Performance Globally.
Thu, 05 Aug 2021 - 1h 31min - 117 - #104 José Homem de Mello - Cães como nós
O convidado é juiz de exposições caninas internacionais (acreditado pela Federação Cinológica Internacional) e criador de cães da raça Basset Hound, tendo já criado 15 cães campeões do mundo e vencido o prémio máximo na Exposição Canina Mundial de 1995 (uma das únicas vitórias de um português nesta competição).
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
Tirando partido da experiência do convidado enquanto criador e juiz de exposições internacionais, falámos sobretudo dos vários tipos de raças que existem (e são quase 400 no total!): das diferentes funções, da história e do temperamento de cada raça.
Na verdade, embora o ser humano tenha vindo a fazer há milhares de anos uma selecção artificial na espécie canina, selecionando os cães com melhores características para diferentes funções, a verdade é que as raças, tal como as conhecemos hoje, têm uma origem muito mais recente. Foi na Inglaterra do século XIX que surgiram as exposições caninas e, com elas, o movimento que levou à organização e ao apuramento das raças que originou a maioria das raças que conhecemos hoje.
O standard das exposições caninas é hoje definido pela Federação Cinológica Internacional, que divide as raças de cães em dez grupos (e ainda outro composto por raças que ainda não foram aprovadas e catalogadas).
Por isso, começámos o episódio a percorrer essa lista de dez grupos de raças para compreender o que distingue estes tipos de raças -- que vão dos cães pastores, aos de caça, passando pelos cães de companhia e os cães de guarda. Falámos do que distingue os vários tipos de raça em termos de história, função, aspecto, etc. Uma nota: logo no início desta descrição, o José enganou-se e começou pelo grupo 2, o dos cães de guarda, em vez do nº1 (dos cães pastores). Por isso não estranhem -- o convidado depois clarifica.
A partir das funções das várias raças, a conversa levou-nos a falar sobre as raças portuguesas (e são várias) e sobre uma série de outros temas. Falámos sobre o exagero que houve no apuramento de algumas raças e que gerou cães com sérios problemas de saúde, como o bulldog (que tem até dificuldade em respirar). ...falámos também do movimento anti-corridas de galgos, das chamadas “raças perigosas”, das vantagens e desvantagens de escolher um cão rafeiro, da nova tendência de cruzar, propositadamente, cães de raças diferentes -- entre muitos outros temas.
Comecei por perguntar ao convidado: “de onde é que vem o cão, enquanto espécie?”
Índice da conversa:
- Origem do cão a partir do lobo cinzento Raças primitivas
- Pharaoh Hound
- Pastores Guarda Terriers
- Teckel (salsicha)
- Porque não evoluíram mais os cães primitivos?
- Pointer descende do Perdigueiro
- Labrador Golden vs labrador retriever
- Caniche
- Podengo Cão de água Perdigueiro Barbado da Terceira Cão do Barrocal Algarvio Cão de Água Português
Obrigado aos mecenas do podcast:
Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno
Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal
Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues
Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego
Bio: Editor durante 41 anos, atualmente reformado. Como seu hobby cria a raça Basset Hound desde 1984 tendo já criado 15 campeões do mundo e obtido inúmeros prémios a nível nacional e internacional, de entre os quais se destaca o melhor exemplar de todas as raças na Exposição Canina Mundial 1995, onde estiveram.
Wed, 21 Jul 2021 - 1h 26min - 116 - Regresso & novidadesSat, 03 Jul 2021 - 03min
- 115 - #103 Mafalda Pratas Fernandes - “Porque está hoje tão polarizada a política nos EUA?”
A convidada nasceu em Minneapolis, nos EUA, cresceu em Lisboa, e regressou à América em 2012, onde se licenciou em Economia e Ciência Política. Actualmente, está a terminar o doutoramento em Ciência Política na Universidade de Harvard, com uma tese sobre o efeito dos partidos políticos e das instituições no processo de representação, comparando a realidade nos EUA, no Reino Unido e na Europa continental.
-> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
Esta foi uma conversa bem longa em que percorremos um leque enorme de aspectos que caracterizam e explicam a política norte-americana.
Comecei por perguntar à convidada como foi que chegámos ao nível actual de enorme polarização política. Para compreender devidamente este estado de coisas é preciso recuar aos anos 1960 e à aprovação do Civil Rights Act of 1964, no tempo do presidente Lyndon Johnson, que pôs fim à segregação racial que existia ainda em vários estados (sob aquilo que ficou conhecido como as ‘Leis de Jim Crow’).
Para perceber as causas históricas da polarização actual é preciso, no entanto, compreender como funciona o sistema político americano, nomeadamente as instituições e regras que condicionam e influenciam a maneira como a vontade política dos cidadãos é reflectida na política. E foi disso que falámos durante o resto da conversa.
A principal característica do sistema político americano é a estrita separação de poderes que a Constituição impõe. Há três poderes: legislativo, executivo e judicial. O legislativo é atribuído ao Congresso (o parlamento), e está também ele dividido entre duas câmaras: a Câmara dos Representantes e o Senado. O poder executivo, por seu lado, está no Presidente e no governo, enquanto o poder judicial está entregue aos tribunais e, em particular, ao Supremo Tribunal, que pode vetar leis aprovadas pelo congresso ou decretos presidenciais.
A existência de duas câmaras no congresso é resultado em grande medida de se tratar de um sistema federal, isto é, em que os Estados têm um grau grande de autonomia. A ideia é que a Câmara represente os cidadãos no seu conjunto, uma vez que o número de representantes eleitos por cada estado é proporcional à respectiva população, enquanto o Senado tem uma ligação mais estreita aos Estados enquanto unidade política, uma vez que cada Estado é representado por dois senadores, independentemente da sua população.
Há ainda uma série de particularidades do sistema americano de que falámos na conversa, e que influenciam a forma como a política funciona na prática. São exemplos destes o grande poder dos Estados em comparação com outros sistemas federalistas, a regra do ‘Filibuster’ no Senado, as eleições por círculos uninominais e o chamado ‘gerrymandering’, a existência de apenas dois partidos políticos (e com características diferentes dos europeus), a escolha dos candidatos presidenciais através de eleições primárias, o papel Colégio Eleitoral na eleição presidencial ou, ainda, os vários poderes do presidente, para lá daqueles que a Constituição define formalmente.
Mais para o final da conversa, falámos ainda de algumas melhorias institucionais que podem a ajudar diminuir este clima de polarização, e melhorar o funcionamento da política, e a convidada partilhou a visão dela sobre o que pode ser o futuro próximo da política americana.
Índice da conversa:
Como chegámos ao nível de polarização política actual Franklin D. Roosevelt (FDR) Mudanças nos anos 1960 Newt Gingrich Segregação racial: Brown v. Board of Education Leis de ‘Jim Crow’ Lyndon B. Johnson (LBJ) Porque é que o Partido Democrata agiu como agiu, sabendo à partida que ia perder eleitores no sul? ‘Southern strategy’ do Partido Republicano A polarização actual Estudos sobre polarização: ‘Polarized America’, de Nolan McCarty, Keith T. Poole e Howard Rosenthal Características e limitações do sistema político americano Sistema eleitoral Teorema do votante mediano Affordable Care Act (Obamacare) Supremo tribunal Pete Buttigieg (candidato às primárias do P.Democrata em 2020) Caso ‘Marbury v. Madison’ Juan Linz (cientista político) Senado e a regra do ‘Filibuster’ Eleições ‘Midterms’ Porque há tanta abstenção nos EUA? Círculos uninominais Gerrymandering Colégio Eleitoral National Popular Vote Interstate Compact Convenção constitucional - ‘Virginia Plan’ Senado vs Câmara dos Representantes Federalismo e o peso dos Estados no sistema político dos EUA O poder do Presidente: ‘executive orders’ Dificuldade em criar um Estado Social nos EUA Alberto Alesina - ‘Why Doesn’t the United States Have a European-Style Welfare State?’ A questão racial Voting Rights Act de 1965 Decisão 2013 do Supremo Tribunal Juíza Ruth Bader Ginsburg (‘notorious R.B.G.) Potenciais reformas institucionais futuras Processo eleitoral Representação proporcional ‘Lei de Duverger Porque só há dois partidos nos EUA, mesmo com centenas de distritos eleitorais? Teoria de Jonathan Haidt sobre as causas da polarização Livro ‘Democracy for Realists: Why Elections Do Not Produce Responsive Government’ -- Christopher H. Achen e Larry M. Bartels Diferenças entre partidos americanos e europeus O poder oculto do Presidente: líder informal do partido. Sistema de primárias Eleições presidenciais de 2021. Joe Biden. Bernie Sanders Futuro da polarização política Recomendações da convidada: Breaking the Two-Party Doom Loop: The Case for Multiparty Democracy in America, de Lee Drutman How Democracies Die, de Levitsky & Ziblatt Mrs America (série)Obrigado aos mecenas do podcast:
Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno
Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal
Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues
Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego
Bio: Mafalda Pratas Fernandes nasceu em Minneapolis, MN (EUA), cresceu em Lisboa, e regressou aos Estados Unidos em 2012, onde se licenciou em Economia e Ciência Política na Universidade de Illinois Urbana-Champaign. Actualmente, é doutoranda em Ciência Política na Universidade de Harvard, onde está a completar a sua dissertação sobre o efeito dos partidos políticos e das instituições no processo de representação. Estuda, em particular, os contextos europeu, britânico e norte-americano em perspectiva comparada. Em Harvard, dá também aulas sobre Democracia, economia política e política comparada e participa ainda num novo projecto, liderado por Daniel Ziblatt e Steve Levitsky, que pretende analisar as crises dos establishments ao longo da história e nos dias de hoje.
Fri, 19 Mar 2021 - 2h 19min
Podcasts semelhantes a 45 Graus
- Prova Oral Antena3 - RTP
- isso não se diz Bruno Nogueira
- Perguntar Não Ofende Daniel Oliveira
- Miguel Sousa Tavares de Viva Voz Expresso
- A História repete-se Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho
- Rádio Comercial - Inacreditável by Inês Castel-Branco Inês Castel-Branco
- FALA COM ELA INÊS MENESES
- Contra-Corrente José Manuel Fernandes e Helena Matos
- Rádio Comercial - O Homem que Mordeu o Cão Nuno Markl
- A História do Dia Observador
- E o Resto é História Observador
- Operação Papagaio Observador
- Expresso da Manhã Paulo Baldaia
- Rádio Comercial - Poucos Mas Bons Pedro Ribeiro
- Fora do Baralho Rádio Observador
- Renascença - Extremamente Desagradável Renascença
- RFM - Fridayboyz RFM
- O Último Apaga a Luz RTP3 - RTP
- Rádio Comercial - Debaixo da Língua Rui Maria Pêgo
- Irritações SIC
- Isto É Gozar Com Quem Trabalha SIC
- Eixo do Mal SIC Notícias
- Leste/Oeste de Nuno Rogeiro SIC Notícias
- Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer SIC Notícias