A FÉ CATÓLICA EXPLICADA

Viver pela fé sempre foi e sempre será um desafio muito grande para nós cristãos. Primeiro, porque o mundo não vive pela fé e, portanto, não entenderá jamais quem opta em viver pela fé. Por causa disso, quem opta viver pela fé sempre sofrerá alguma espécie de angústia interior porque sua opção de vida é sempre contrária aos pensamentos da sociedade e do mundo. Segundo, porque quem vive pela fé ficará angustiado também por não compreender os planos de Deus logo de imediato.

Jesus deu poder aos setenta e dois discípulos sobre as forças do mal, e isso foi motivo de extrema alegria entre eles. Mas Jesus os alerta que aquilo ainda não é o motivo real para a verdadeira alegria. A verdadeira alegria dos discípulos de Jesus não está nas coisas terrenas, nos feitos extraordinários e milagrosos; a verdadeira alegria dos discípulos consiste em saber que seus nomes estão escritos no céu. Ter o nome escrito no Céu é a grande graça que Deus nos dá, a nós que queremos ser seus discípulos; combater o bom combate da fé, para que o nosso nome não seja apagado, para que a nossa vida não seja vencida pela força do mal nem que o mal reine em nossa vida.

O Evangelho de hoje é voltado para a celebração dos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. Natanael fica surpreso porque Jesus já o conhecia muito antes de tê-lo visto pessoalmente e assim, Jesus revela que ele verá coisas maiores que estas. Na verdade, todos nós veremos um dia coisas muito maiores do que a realidade que conhecemos. Não somos as únicas criaturas inteligentes criadas por Deus, mas há outras que o servem constantemente: os anjos, seres puramente espirituais, que estão diante de Deus e que estão divididos em uma forte hierarquia.

O Evangelho de hoje mostra três casos do chamado que Jesus faz para o discipulado. Nos três casos Jesus impõe condições para ser seu discípulo. Primeiro, não basta querer seguir Jesus, é preciso ser totalmente despojado, no sentido de não se apegar a coisas materiais, a única segurança do discípulo deve ser o próprio Senhor.

O Evangelho de hoje nos relata uma cena bastante curiosa. Os discípulos de Jesus, assim como Jesus também, não são bem-vindos num povoado de samaritanos. Até aí nenhuma novidade, pois havia uma rixa histórica entre samaritanos e judeus, o que fazia com que se odiassem mutuamente. Os samaritanos ao perceberem que o grupo de Jesus se dirigia à cidade de Jerusalém, deduziram que eram judeus e, portanto, não quiseram recebê-los. Em resposta, Tiago e João prontamente quiseram invocar o poder divino para destruí-los. Mas Jesus os repreende imediatamente.

No Evangelho de hoje Jesus deixa claro que entre seus discípulos não deve haver nenhuma forma de competição em busca de status ou prestígio. Em outras palavras, entre nenhum de nós cristãos deve haver esse tipo de coisa. O Senhor não chamou e não chama ninguém para o sucesso ou para ter uma vida de regalias em função da Igreja. Mas sim para uma vida de entrega, doação, despojamento e serviço. Jesus nos chama a sermos pequenos como as crianças, buscando a pureza de coração, sem ambições particulares, mas entregando-se aos cuidados de Deus como o faz uma criança que se confia totalmente aos cuidados dos pais. Santa Teresinha do menino Jesus sempre buscava o que ela chamava de “Estrada da infância”, onde ela reconhecia a sua própria miséria e pequenez, e se abandonava à bondade de Deus como se fosse uma criança nos braços de sua mãe.

Jesus conta uma parábola muito conhecida nossa sobre o rico e o pobre Lázaro. Mas qual o pecado deste rico da parábola? O pecado deste homem rico da parábola não é ter bens, não é ser rico; seu pecado é “não ter feito amigos com suas riquezas”. O que isso significa? Significa que ele poderia ter aberto seu coração para Lázaro, poderia tê-lo ajudado, ele tinha muitas possibilidades materiais para isso, ou pelo menos poderia ter dado alguma coisa para ele comer, mas nem isso fez. Simplesmente o ignorou. O pecado desse homem foi ter vivido somente para si mesmo, sem se importar com o outro. Hoje, a nossa sociedade, infelizmente, está cada vez mais se enveredando por esse pecado. O que o mundo tem mais ensinado é que cada um usufrua de tudo o que tem direito e fazer o que puder com seu dinheiro, sem se importar com os outros. Estamos cada vez mais valorizando o egoísmo e o egocentrismo, a busca do prazer desenfreado, a vaidade pessoal, o entretenimento pessoal, sem dar a mínima para os outros mais necessitados.

O Evangelho de hoje novamente nos traz o questionamento sobre quem é a pessoa de Jesus. Muitas eram as especulações entre o povo de quem seria de fato Jesus. A maioria acreditava que ele fosse um profeta, mas somente os que andavam com ele, os doze, tinham a possibilidade de dizer com precisão quem era Jesus. Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, declara acertadamente a identidade de Jesus. Porém, a identidade de Jesus ainda é objeto de especulação até hoje.

O Evangelho de hoje relata a perplexidade de Herodes ao ouvir os relatos sobre os acontecimentos a respeito de Jesus. Ele não conhecia Jesus. Somente ouvia os boatos a seu respeito. Nem mesmo as pessoas que lhe falavam de Jesus não sabiam quem era Jesus. Algo dentro de Herodes lhe dizia para não dar ouvidos aos boatos, mas procurar ver Jesus de fato. O verbo “ver” na Bíblia não significa algo superficial, mas trata-se de conhecer algo ou alguém profundamente. É certo que Herodes não levou isso a cabo. Mas se tivesse permitido, isso poderia ter mudado a sua vida.

Hoje celebramos o apóstolo e evangelista São Mateus. O trecho do Evangelho de hoje aborda o momento do chamado de Mateus por Jesus. Mateus, que era um cobrador de impostos, ao ser chamado por Jesus, atende imediatamente ao chamado do Mestre para segui-lo. O que chama a atenção é exatamente essa prontidão de Mateus em atender ao chamado de Jesus. Isso demonstra a sede e o desejo de Deus que havia no coração de Mateus. Ele, sendo um cobrador de impostos, não era bem quisto pelas pessoas e era considerado um pecador público. Mas ao ser chamado por Jesus sentiu-se tão valorizado e invadido por uma alegria imensa no coração. Jesus mesmo diz que não veio chamar os justos, mas sim os pecadores; e ele nos encoraja a fazermos o mesmo.

No Evangelho de hoje Jesus inaugura uma nova forma de família: a família espiritual dos discípulos de Jesus. Mateus, em seu Evangelho, quer deixar claro que os discípulos de Jesus se tornam uma família só. Não há mais uma mãe e alguns irmãos, mas há muitas mães e muitos irmãos, muitíssimos. Ele deixa claro para nós que os laços que nos unem espiritualmente a Ele e aos outros equivale tanto ou até mais do que os laços consanguíneos. Ser discípulo de Jesus é seguir os passos do Mestre, é viver o Evangelho, colocá-lo em prática. E quem vive assim adquire um status grandioso diante de Deus, pois entra na família do Senhor, passa a ser irmão de Jesus.

No Evangelho de hoje Jesus nos convida a sermos luz para o mundo. De fato, se a luz de Cristo entrar em nossa vida ela não deve mais ficar escondida. Não se acende uma lâmpada para se escondê-la, nos diz o Evangelho. Da mesma maneira, nossa vida, uma vez iluminada pela verdade de Cristo, deve tornar-se totalmente transparente ao ponto de iluminar a vida de outras pessoas. Assim como a Lua reflete sobre a Terra a luz do Sol, o cristão é aquele que sobre a humanidade reflete a luz de Cristo, sem medo de mostrar ao mundo essa luz, sem medo de manifestar ao mundo os dons recebidos do Pai.

Jesus hoje nos faz uma afirmação que confirma um fato que podemos constatar facilmente: “os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”. Essa afirmação é real: os filhos das trevas estão sempre tramando o mal, os que não vivem segundo o Evangelho são sempre mais espertos que os filhos de Deus; as pessoas más são mais ardilosas e astutas que as pessoas boas. O quadro geral que vemos muitas vezes são cristãos sem ânimo, apáticos, de braços cruzados, sem criatividade; e muitas pessoas que não vivem a fé, ativos, motivados, entusiasmados a fazer o mal, ardilosos e com muita criatividade. No campo profissional, social e político também é assim: as pessoas desonestas e corruptas estão sempre dispostas a tirar vantagem sobre os outros, estão sempre tramando em benefício próprio, e as pessoas honestas estão sempre sofrendo as consequências da corrupção e da desonestidade.

A parábola do semeador é uma das parábolas mais claras sobre a dinâmica da evangelização entre nós. Através dela percebemos que a falha não está na mensagem do Evangelho em si mesma, mas sim no coração de quem a recebe. Portanto, ela nos convida a abrirmos o nosso coração para acolher a Palavra de Deus e fazermos do mesmo uma terra boa e fértil. A reflexão a que somos chamados a fazer aqui é de verificar com que tipo de solo se identifica o nosso coração. De acordo com a parábola, são muitos os obstáculos que podem nos impedir de deixar essa semente do amor crescer em nós. Mas se abrirmos o coração para acolher a palavra de Deus, com certeza perceberemos os frutos que ela irá produzir.

O Evangelho de hoje descreve Jesus que anunciava o Evangelho junto com os seus apóstolos. Junto com eles também seguiam algumas mulheres de diferentes classes sociais. Esse pequeno grupo de mulheres estava ali não por busca de posição social ou privilégios. Mas com toda certeza, foram tocadas e transformadas profundamente pelos ensinamentos de Jesus e estavam agora dispostas a servi-lo em tudo o que fosse necessário. Isso já era uma prévia das primeiras comunidades cristãs. Grupos de pessoas diferentes que foram transformadas pelo amor de Jesus e que buscavam viver em unidade a serviço dele e de cada irmão.

Hoje a Igreja celebra a festa da exaltação da Santa cruz. Essa festa faz memória do momento em que Jesus foi levantado na cruz para que todos os que Nele creem tenham a vida eterna. Para nós a cruz de Nosso Senhor não é sinal de morte nem de derrota, mas é o sinal da vitória de Jesus sobre a morte e o pecado e de nossa vitória também. A cruz significa a vida entregue de Cristo. É o símbolo do próprio Cristo, “que se humilhou por nós, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. Por isso, toda a vida de Jesus Cristo é uma vida de entrega, vida ressuscitada e exaltada pelo Pai.

No evangelho de hoje Jesus realiza um milagre na cidade de Naim e traz à vida um jovem morto, devolvendo-o vivo para sua mãe. O que chama a atenção no texto não é o milagre em si, mas o fato de Jesus ter sentido compaixão por aquela mãe. Ela era viúva e naquele momento, também havia perdido seu único filho, homem. Isso significava que, pelos costumes da época, aquela mulher não teria ninguém para sustentá-la ou cuidá-la. Ou seja, ela estaria abandonada à própria sorte, teria que mendigar pelas ruas para sobreviver. Jesus se compadece dela e  devolve a vida de seu filho, que era sua única e última esperança de não ter uma vida miserável.

No Evangelho de hoje, Jesus conta as chamadas parábolas da misericórdia. Jesus conta essas parábolas para os fariseus e mestres da lei. Eles estavam incomodados pelo fato de Jesus estar sempre junto de pecadores e cobradores de impostos. Estes eram considerados a escória da sociedade, e na concepção tradicional, Jesus, como um bom rabino, não poderia se misturar com aquele tipo de gente. Mas o que Jesus fazia serve para nos ensinar que Deus é misericordioso com todos e não faz distinção de pessoas. Jesus é o rosto misericordioso do Pai. São Paulo expressa bem essa característica de Jesus quando diz que “Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles”.

Hoje a Igreja celebra a natividade de Nossa Senhora. Essa festa está ligada à vinda do Messias como preparação para a salvação dos homens. O Evangelho fala sobre a origem de Jesus, tanto na forma humana, quanto na forma divina. Na forma divina, fica claro a intervenção de Deus ao gerar Jesus no ventre de Maria, de uma forma totalmente inusitada, jamais pensada ou imaginada por nenhum ser humano. Na forma humana, Deus escolheu um pai e uma mãe para serem os guardiães de seu Filho Jesus. Ambos foram escolhidos não por seus méritos, mas por pura graça de Deus. Porém, sabemos que na plenitude dos tempos, Deus se importou sim em escolher uma mulher pura e santa para ser a mãe do Salvador.

No discurso das bem-aventuranças proferido por Jesus, ele deixa claro que são felizes aqueles que, por causa da ação humana, sofrem toda sorte de injustiças e perseguições nesta vida, inclusive os que forem perseguidos por causa de seu Nome. O mundo prega que, para sermos felizes devemos ter bens materiais, muito dinheiro, possuir status, termos fartura de bens e comida, termos todos os prazeres e diversões possíveis, sermos pessoas de sucesso. Mas tudo isso não passa de ilusão. Porque todas essas coisas são passageiras, são apenas deste mundo, não gratificam a alma humana e não nos garantem a vida eterna prometida por Jesus. Pelo contrário, estas coisas apenas nos fazem ficar soberbos, autossuficientes, cheios de si, e acabamos por desprezar a vida espiritual e o próprio Deus.

Ao escolher os doze apóstolos, Jesus passou uma noite toda em oração. Mesmo assim Jesus não escolheu os melhores e mais bem preparados homens para continuarem sua missão entre os homens. Se lermos os Evangelhos percebemos as virtudes e as fraquezas de todos esses homens. Para dizer que, o critério da eleição divina não é um critério humano que procura o máximo de excelência em qualidades. Por exemplo, Jesus escolheu pessoas comuns com características diferentes para que realizassem um trabalho extraordinário. O critério utilizado por Jesus não é a inteligência e nem habilidades particulares. O critério utilizado por Jesus é a capacidade de responder ao chamado e ao amor de Deus.

No Evangelho de hoje, Jesus mais uma vez deixa claro que a mais alta prioridade para Deus é a dignidade humana, a vida humana. Jesus mostrou isso através de sua pregação, de suas ações e de seus milagres. No episódio narrado pelo Evangelho de hoje Jesus cura um homem com uma enfermidade na mão, quebrando a lei do sábado, escândalo para os mestres da lei e fariseus; mas, devolvendo-lhe a dignidade de filho de Deus, colocando-o novamente no centro da vida social. Porém, o ato de Jesus não é um ato isolado e exclusivo dele. Cabe a cada um de nós, que se julga cristão, promover também a vida e a dignidade do próximo. É nosso dever também ser participantes das ações de Deus.

Uma coisa é de nosso conhecimento. Deus chama a todos, porque é vontade de Deus que todos sejam salvos. Porém, sabemos também que nem todos estão dispostos a escutar esse chamado e aceitar as exigências que Ele nos faz. Ora, Jesus deixa claro que só pode ser seu discípulo quem está disposto a segui-lo, a caminhar atrás dele, seguindo seus passos. Ou seja, é Jesus quem dá as ordens, é Jesus quem dá as cartas, é Jesus quem determina o caminho a ser seguido, não o homem, não é o discípulo. O discípulo apenas o segue.

A lição dada por Jesus aos fariseus no Evangelho de hoje é para ensinar que as necessidades humanas essenciais estão sempre acima de qualquer preceito religioso ou costume ritual de uma determinada cultura. Nessa e em outras ocasiões em que é criticado por violar a lei do sábado, Jesus mostra que a preocupação maior de Deus não é com as tradições ou costumes rituais, mas com a vida e a dignidade humana. O ser humano tem um valor inestimável para Deus e por isso Jesus nos ensina, acima de tudo, a valorizar a vida de cada pessoa que cruza o nosso caminho, seja ela quem for.

No Evangelho de hoje Jesus explica aos fariseus e mestres da lei que o momento de jejuar ainda não havia chegado para os seus discípulos, pelo simples fato de Ele ainda estar presente entre eles. Esse fato, estranho para os fariseus e, às vezes, estranho também para nós, somado com as palavras seguintes de Jesus, mostram que a mensagem trazida por Ele foi tão nova e tão avançada para a sua época que a maioria das pessoas não conseguiu assimilar, e, mesmo nos dias de hoje, continua a ser uma grande novidade e um grande desafio entre muitos de nós.

O episódio da pesca milagrosa foi um dos motivos da grande conversão de Pedro e os demais discípulos que estavam presentes. Pedro, por ser um pescador experiente, hesitou num primeiro momento ao ouvir as palavras de Jesus, mas em seguida, por obediência ao mestre, fez o que lhe fora ordenado. A atitude de Pedro nos ensina que a obediência à Palavra de Deus é fundamental para que o plano de Deus seja realizado em nossa vida.

No Evangelho de hoje o Senhor nos chama a atenção para estarmos sempre atentos e vigilantes. O Senhor nos chama a viver essa vigilância porque nossa vida terrena é muito breve. Não sabemos do nosso dia de amanhã. Para nós, que queremos viver pela fé, sabemos que esse amanhã pertence ao Senhor. Jesus diz que não sabemos o dia nem a hora que Ele virá ao nosso encontro. Ou seja, acontecerá sim um encontro real e pessoal com Jesus, seja pela sua volta gloriosa, seja pelo evento de nossa morte. Isso significa que não podemos negligenciar as coisas de Deus nem nossos compromissos ordinários.

Hoje a Igreja comemora a festa de São Bartolomeu, apóstolo. Bartolomeu aparece também no Evangelho com o nome de Natanael. O Evangelho de hoje narra o encontro de Natanael com Jesus. Logo de início, Natanael recebe um elogio de Jesus por ser um homem sem falsidades, mesmo sem ter tido um encontro pessoal com o Ele, o que o deixa surpreso. Esse fato só reafirma o conhecimento que Jesus tinha dos Apóstolos e tem de cada um de nós. Jesus conhece profundamente o nosso íntimo, nossos pensamentos e vontades, nossas virtudes e defeitos, nossas capacidades e limitações.

Hoje comemoramos Santa Rosa de Lima, padroeira do Peru e da América Latina. Rosa, era uma jovem que nasceu em Lima, Peru, em 1586. Filha de pais espanhóis, foi batizada com o nome de Isabel Flores. Ela foi apelidada de Rosa por uma empregada indígena que comparava sua beleza com a de uma rosa. Rosa era dona de uma beleza sem igual. Ainda jovem, deixou tudo para amar e servir a Jesus como seu esposo. Tornou-se religiosa da Ordem Terceira Dominicana e era extremamente caridosa com todos, especialmente com negros e índios. Santa Rosa, é um exemplo daquilo que nos ensina o Evangelho de hoje. Ela é um exemplo vivo de quem encontrou um tesouro escondido no campo e vendeu tudo para possuir aquele tesouro.

Hoje celebramos a memória de Nossa Senhora Rainha. Uma memória instituída na Igreja pelo Papa Pio XII para ressaltar que, após a assunção de Maria aos céus, Deus lhe concedeu também uma realeza especial, por causa da participação na realeza de seu filho Jesus. Maria, recebe esse título porque foi cheia de graça perante Deus e os homens. Algo que simplesmente não dependeu de seus méritos, mas pura gratuidade de Deus. Maria se fez serva e humilde para ser exaltada por Deus como uma verdadeira rainha. Maria é para nós cristãos um modelo de esperança porque através de seu “sim”, a obra da salvação querida por Deus pôde ser realizada entre nós.

O Evangelho de hoje narra o momento em que Maria sobe a região montanhosa da Judéia para visitar sua prima Isabel. Maria, após ter feito uma experiência tão profunda com Deus, com a anunciação do anjo Gabriel, sente-se impelida a anunciar as maravilhas que Deus havia feito em sua vida e enche o seu coração de zelo e amor ao próximo. Sim, quem faz uma profunda experiência com Deus sente seu coração transbordando de amor, e o amor quando entra em ação, transforma-se em serviço. Quando dizemos sim a Deus, como fez Maria, saímos ao encontro das pessoas, para anunciar as maravilhas do Senhor em nossa vida e para servi-las, pois o amor não se contém, o amor não é fechado em si mesmo, mas seu modo de existir é dinâmico e aberto ao outro. O amor só tem sentido quando transforma-se em doação, em entrega e serviço.

O amor a Deus e ao próximo são duas realidades que não se separam jamais e são a essência da Nova Aliança, do Evangelho, dos mandamentos e de toda a prática cristã. Toda a Lei e os profetas dependem destes dois mandamentos, diz Jesus. De fato, nós como cristãos devemos buscar amar a Deus acima de tudo e tê-lo sempre como prioridade em nossa vida. Pois sem essa busca profunda e constante de Deus fica impossível conhecê-Lo e, por consequência, impossível amá-Lo. Porém, dizer só que amamos a Deus não é o suficiente; esse amor, para ser verdadeiro, nos exige uma prática concreta.

A parábola que Jesus nos conta no Evangelho de hoje é endereçada primeiramente aos judeus de sua época que recusaram a Boa Nova trazida por Ele. Mas também pode ser aplicada aos dias de hoje. O que ela nos ensina é que Deus nos chama para participarmos do banquete da vida, o banquete celeste, que ele preparou desde o princípio. Mas cabe a cada um de nós aceitarmos ou não esse convite. Na verdade, esse convite já foi feito a toda humanidade, e isso aconteceu com a vinda de Jesus ao mundo.

A parábola que Jesus nos conta hoje nos mostra que a lógica de Deus é totalmente diferente da lógica humana. Na parábola, o patrão simboliza Deus, e o patrão promete a mesma recompensa para todos os que se dispuserem a trabalhar na sua vinha, independente da quantidade de horas trabalhadas; ou seja, Deus quer que todos participem de seu Reino, independente se essa participação começa bem cedo ou tardia. Para Deus não interessa a idade e o momento da vida que alguém aceita seu convite.

“É mais fácil um camelo entrar no buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”. Essa frase soa de maneira impactante aos nossos ouvidos. Mas a dificuldade que Jesus menciona dos ricos entrarem no Reino dos céus não se deve simplesmente ao fato de serem ricos, mas se deve ao fato de que os bens materiais e o dinheiro dão uma falsa sensação de uma grande segurança, estabilidade e poder, ao ponto de muitos ricos não conseguirem imaginar suas vidas sem as riquezas.

No Evangelho de hoje há uma conversa curiosa entre Jesus e Pedro sobre a licitude de pagar ou não imposto ao Templo. Jesus pergunta primeiramente a Pedro de quem os reis cobram impostos: de estranhos ou dos filhos? Pedro responde que é dos estranhos. Pois era o que acontecia com os grandes impérios; ou seja, o imposto era cobrado não dos cidadãos do império, mas sim dos habitantes das nações subjugadas. O que Jesus quer dizer com essa resposta?

O que Jesus nos propõe hoje no Evangelho? “Vendei vossos bens... fazei bolsas que não se estraguem... buscai tesouros no céu”. “Ficai preparados!” O que ele quer dizer com tudo isso? Na verdade, Jesus nos convida ao desapego, nos convida à vigilância, para estarmos disponíveis, para nos entregarmos a Deus, para confiarmos em Deus. É uma proposta radical irmãos! Porque a fé, à medida que cresce em nós, nos leva a isso. Santo Agostinho diz que “ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus escreva nela o que quiser”. Será que temos essa coragem de deixar escrever o que quiser em nossa folha em branco da vida?

O episódio da transfiguração do Senhor tem como principal finalidade nos revelar qual será o nosso fim último. Os discípulos do Senhor, Pedro, João e Tiago tiveram o privilégio de testemunhar Jesus transfigurado diante deles, ou seja, eles viram Jesus em sua glória divina. Algo que nenhum outro mortal testemunhou. Tão grande foi a magnitude desse evento que os discípulos ficaram tão maravilhados que nem sequer sabiam o que falar, ou seja, não conseguiam explicar o que estava acontecendo naquele momento diante dos seus olhos.

“Quem perder a sua vida por causa de mim vai encontrá-la”. Essas palavras de Jesus nos lembram que a nossa vida só tem sentido quando focada a viver no próprio Cristo, no Evangelho, no amor ao próximo. Num mundo que nos ensina a sermos egoístas, a pensarmos e vivermos só para si mesmos, Jesus nos ensina que o sentido da vida se encontra quando existe uma verdadeira e autêntica doação de amor. Jesus usa um jogo de palavras dizendo que quem perde a vida a encontra.

Hoje o Evangelho não trata somente de revelar quem era Jesus para os discípulos daquela época; mas ele quer nos revelar quem é Jesus para os discípulos de hoje. E por isso ele nos desafia a fazermos a seguinte pergunta: “Quem é Jesus para nós?” Quem é Jesus para mim?”  Diferente daquilo que muitos pensam, Jesus não é uma ideia, um personagem histórico, um profeta, um homem iluminado, um ser elevado, e assim por diante. O grande problema de hoje é termos muita gente que diz acreditar em Jesus, mas O concebe à sua maneira, conforme o seu pensamento e suas ideias, e não como realmente Ele é.

É interessante ver nos Evangelhos como Jesus sempre testa a nossa fé. Ainda que nossa fé seja enorme, sempre há novas situações que vamos ser colocados à prova, e são nestes momentos que Jesus testa a nossa fé até o limite. A mulher cananéia do Evangelho de hoje foi provada na fé pelo próprio Senhor. De tal modo, que até Jesus se impressiona com a fé daquela mulher e salva a vida de sua filha. O que essa mulher nos ensina é que devemos ser persistentes naquilo que pedimos, porque a persistência demonstra realmente que o nosso pedido é um desejo profundo do nosso coração.

“Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” Assim como disse a Pedro, Jesus continua a repetir essa frase a cada um de nós. O fato acontecido com Pedro é apenas um exemplo do que Jesus pode fazer em nossa vida. Jesus está sempre nos encorajando a enfrentarmos os ventos fortes que ameaçam nossa vida. Todos nós estamos sempre cercados de medos e inseguranças. Muitas vezes esses medos são gerados pelas situações desafiadoras da vida, outras vezes, nossas limitações humanas nos causam essa insegurança. Muitas vezes nossa vida é agitada por ondas e ventos fortes que nos apavoram e nos desanimam. Perdemos a esperança quando tudo parece incerto e inseguro.

O milagre da multiplicação dos pães desdobra-se em alguns significados para a nossa fé. Ele antecipa o milagre Eucarístico, onde o Senhor multiplica o dom de si mesmo como nosso alimento espiritual; também chama a cada um de nós a sermos colaboradores do reino de Deus através de nossa generosidade e nossa partilha aos irmãos. “Dai-lhes vós mesmos de comer”, nos diz o Senhor. Jesus deseja realizar o milagre da multiplicação dos seus dons na vida de todos, mas para isso conta a participação e disponibilidade de seus discípulos.

O Evangelho de hoje narra o episódio da morte de João Batista. O que está em destaque é o motivo pelo qual Herodes o mandou matar. Herodes estava vivendo uma vida de adultério com a esposa de seu irmão e por isso João o incomodava por lhe falar claramente a verdade daquele pecado. Quando teve a oportunidade de matar João Batista, Herodes, enfim, eliminou aquele que tanto lhe incomodava. O que podemos aprender com isso?

Hoje a Igreja celebra a memória dos santos Marta, Maria e Lázaro. Até o ano de 2020 a Igreja celebrava apenas a memória de Santa Marta. A partir de 02 de fevereiro de 2021, o Papa Francisco promulgou um decreto que declarou que os três irmãos deveriam ter um único dia de festa dentro do calendário litúrgico da Igreja. O texto ainda nos faz recordar que “na casa de Betânia o Senhor Jesus experimentou o espírito de família e a amizade de Marta, de Maria e de Lázaro. Por isso, o Evangelho de São João afirma que Jesus os amava”.

O Evangelho de hoje nos faz pensar seriamente sobre o Reino dos Céus e sobre o Juízo final de Deus. O Reino dos céus é a realidade que Deus criou para o bem-estar de todos os homens; porém, se pararmos para analisar bem, nem todos são dignos dele. Muitos ficarão fora do mesmo, não por vontade de Deus, mas por escolha pessoal. Tudo na vida é feito de escolhas, assim também é a realidade do reino. Nossas escolhas definem o que somos, o que queremos e o que seremos. Deus nos criou com uma absoluta liberdade e não interfere nem um pouco nessa liberdade.

Todo aquele que faz uma experiência com Jesus em sua vida, encontra um tesouro. Não há alegria maior do que descobrir a Palavra de Deus, a Boa Notícia da mensagem de Jesus, de descobrir o próprio Jesus em nossa vida. Quem já fez essa experiência sabe exatamente o significado dessas palavras, pois o Reino dos céus acontece em nossa vida quando descobrimos a beleza do Evangelho, a beleza que é ser um seguidor de Jesus no mundo. Quem faz a experiência com Cristo vende tudo o que tem para comprar um tesouro...

No Evangelho de hoje, Jesus chama seus discípulos de felizes. Na Bíblia, a palavra feliz, muitas vezes aparece também como “bem-aventurado”. No caso do Evangelho de hoje, Jesus chama os discípulos de Bem-aventurados pelo fato dos mesmos terem tido a oportunidade de ver e estar com o Messias, com o Filho de Deus tão prometido e esperado. Tiveram a oportunidade de serem instruídos pelo Mestre, de terem seus corações e suas vidas transformadas pelo amor de Deus na pessoa do próprio Deus. Algo que é de um valor inestimável para um ser humano viver.

Hoje a Igreja celebra a memória de Santa Maria Madalena. Maria Madalena é natural de Mágdala, na Galileia, e foi contemporânea de Jesus Cristo, tendo vivido no Século I. O testemunho de Maria Madalena é encontrado nos quatro Evangelhos. Os Evangelhos de Lucas e Marcos afirmam que Jesus expulsou sete demônios de Maria Madalena. Mas o que significa exatamente isso?

No Evangelho de hoje, Jesus explica aos seus discípulos o motivo pelo qual Ele falava em parábolas aos seus adversários. Simplesmente porque se recusavam a aceitar e compreender com o coração as verdades reveladas por Jesus, recusavam-se a aceitar a própria pessoa de Jesus como Filho de Deus e salvador. Por isso, Jesus diz que falando em parábolas eles continuariam cegos e não se salvariam, porque mesmo que lhes fosse revelada claramente toda a verdade, eles já haviam fechado o coração para a graça de Deus.

A Liturgia de hoje nos fala basicamente sobre a hospitalidade, algo que era muito estimado entre o povo judeu, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Mas, o que está por trás dessa hospitalidade são, na verdade, dois modos distintos de acolher o Senhor e nossa vida.

“Quero a misericórdia e não o sacrifício”. Com estas palavras Jesus deixa claro que a misericórdia de Deus ultrapassa qualquer outra lei humana ou religiosa. De fato, Jesus veio nos ensinar que o critério para sabermos se uma norma ou lei está de acordo com a vontade de Deus é se nela há a prática da misericórdia. O que fazia Jesus ignorar as leis religiosas do seu tempo, era porque elas haviam se tornado apenas práticas externas, sem um sentido mais profundo e, principalmente, porque não tinham como critério a caridade e a misericórdia.

Jesus promete descanso e alívio para todo o cansaço humano e para os fardos da vida. Ninguém melhor que Jesus sabe de nossas labutas e tribulações. Se temos uma fé sólida e profunda, ela será tão forte, até chegar ao ponto onde, nunca nos sentiremos sós e abandonados no tempo da provação. Quando temos uma fé sólida como a rocha, ela nos faz entender que também precisamos da provação para o nosso próprio crescimento espiritual.

No Evangelho de hoje Jesus censura abertamente as cidades onde foram realizados a maior parte de seus milagres. A razão é simples: as pessoas que lá viviam, mesmo vendo os milagres que se realizavam, não acreditaram em Jesus e não se converteram, porque tinham seus corações endurecidos. Jesus as reprende duramente e as alerta que o julgamento final será duro contra as mesmas. Esse episódio também serve de alerta para o mundo de hoje e para cada um de nós, para que percebamos os sinais de Deus em nossa vida e não os desprezemos nem os desperdicemos.

No Evangelho de hoje Jesus nos chama a viver a radicalidade do Evangelho. Aliás, o discipulado de Jesus exige radicalidade. Em outras palavras, quem quiser seguir a Jesus, quem se diz cristão, eu e você que queremos ser cristãos, devemos seguir Jesus na radicalidade.

A Palavra de Deus proposta nesse Domingo é surpreendente. Na verdade, trata-se de um chamado à conversão. Tudo começa com uma pergunta que é urgente que façamos em nossa vida: “Que devo fazer para receber a vida eterna?” Vivemos num mundo onde as pessoas estão sempre em busca da felicidade. Mas onde se encontra essa felicidade? Onde está a felicidade duradoura?

A mensagem de Jesus é clara: o que aprendemos com o Evangelho deve ser dito às claras e em bom som. Não podemos ter medo de ser cristãos no mundo, apesar da hostilidade do mesmo. Não devemos ter medo daqueles que matam o corpo, mas sim dos que matam a alma. A única coisa que devemos temer são aqueles ou aquilo que mata a alma, ou seja, que podem nos levar à morte eterna.

“Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos”. Essas palavras de Jesus reforçam aquilo que já sabemos; desde o início, ser cristão sempre foi um desafio. Os cristãos sempre foram incompreendidos, rejeitados e perseguidos, porque o mundo sempre odiou e odeia a Jesus e se faz inimigo de Jesus e de todos os que querem seguir a Jesus. Jesus mesmo disse que não seria fácil, por isso recomenda que devemos ser astutos como as serpentes, astutos com relação às armadilhas dos inimigos de Deus.

Ao enviar os discípulos em missão dois a dois, Jesus os enche de dons extraordinários. Estes sinais representam a chegada do Reino de Deus entre os homens. O que chama a atenção é o fato de Jesus lhes dizer: “De graça recebestes, de graça deveis dar!”. Esse é o espírito do verdadeiro discípulo de Jesus: doar gratuitamente tudo o que recebeu e recebe de Deus.

Quando Jesus escolhe os doze apóstolos, chama a atenção o fato de que todos eram diferentes entre si. Todos tinham suas próprias características e personalidades.  Eram de diferentes classes sociais e de diferentes formações e origens. Não eram pessoas extraordinárias, letradas, intelectuais, com dons e habilidades especiais, mas eram pessoas comuns, as quais Jesus lhes confiou um trabalho extraordinário.

“A messe é grande e os operários são poucos”. Com essa frase Jesus deixa claro a constante necessidade de operários para trabalhar em prol do Reino de Deus. Também, Jesus nos convoca, em primeiro lugar, a rezarmos e pedirmos ao Pai do céu que envie novos e dedicados pastores que cuidem do povo de Deus.