Verdes Anos

Hoje temos connosco Carla Maia de Almeida. Nascida em Matosinhos, em 1969, Carla Maia de Almeida é escritora, tradutora e formadora, maioritariamente na área do infanto-juvenil, campo que se faz, ao contrário do que se possa pensar, de uma enorme variedade, da novela ao conto, do livro ilustrado à biografia, das obras informativas aos pictures books. Licenciada em Comunicação Social, foi jornalista de imprensa durante 25 anos nas secções de Cultura e Sociedade. Nos seus livros, capta o ponto de vista dos leitores a quem preferencialmente se dirige, num universo que tem tanto de real, quanto de fantástico. Entre outros, publicou "Não Quero Usar Óculos", "Ainda Falta Muito?", "Irmão Lobo", "Amores de Família", "A Ilha dos Diabretes" ou "O Secador de Livros". Estreou-se, em 2005, com o volume "O Gato e a Rainha Só”.

Hoje temos connosco Nuno Costa Santos. Nascido em Lisboa, em 1974, mas com raízes nos Açores, Nuno Costa Santos é escritor, jornalista, argumentista, guionista, humorista, várias atividades unidas pela mesma pulsão de escrita. Diversas são também as colaborações na televisão, na rádio, nos jornais. Integrou as equipas Zapping", "Os Contemporâneos" e "Mal Amanhados - Os Novos Corsários das Ilhas", passou pelo Canal Q, colabora com a Antena 3, dirige a revista Grotta e organiza o Encontro Arquipélago de Escritores. Também na literatura é plural, tendo publicado, entre outros, "Vou Emigrar para o meu País" e "Melancómico", uma das suas personagens / criações mais conhecidas, na crónica; "Trabalhos e Paixões de Fernando Assis Pacheco", na biografia; "Às Vezes é um Insecto que Faz Disparar o Alarme" e "Morrer é Não Ter Nada nas Mãos", na poesia; e "Céu Nublado com Boas Abertas" e "Como um Marinheiro Eu Partirei", este recém-lançado, no romance. Estreou-se, em 2003, com o volume de contos "Dez Regressos".

Hoje temos connosco Raquel Ochoa. Nascida em Lisboa, em 1980, Raquel Ochoa é escritora de muitas partidas. A viagem é, pode dizer-se, o centro da sua escrita, certamente uma das suas paixões, que tem declinado em romances, livros de não-ficção, também biografias e crónicas. Índia, Cabo Verde, América do Sul e toda a Ásia são alguns pontos de um itinerário mais vasto, no qual ecoa sempre o seu ponto de partida: Portugal. Entre outros, publicou as biografias de "Bana" e da "Infanta Rebelde", as narrativas "Sem Fim à Vista", "Mar Humano" e "As Noivas do Sultão" ou os volumes de crónicas "O Vento dos Outros" e "Pés na Terra". Estreou-se, em 2010, com o romance “A Casa-Comboio”.

Hoje temos connosco Mário Cláudio. Nascido no Porto, em 1941, Mário Cláudio é escritor em todas as frentes, no romance, no conto, na poesia, no teatro, na crónica, no ensaio, na literatura de viagens e na biográfica. A sua obra é uma das mais marcantes das últimas décadas, num diálogo constante com a tradição e figuras da cultura portuguesa. Com um percurso também nas áreas das bibliotecas e do ensino, cultiva um estilo pessoalíssimo, assente na ideia de trilogia, na unidade do parágrafo e num léxico rico, barroco, variado. Entre os mais de 70 títulos que já publicou encontram-se "Amadeo", "Guilhermina" e "Rosa", que formam a "Trilogia da Mão", "As Batalhas do Caia", "Camilo Broca" e "Boa Noite, Senhor Soares", em diálogo com Eça, Camilo e Pessoa, ou a monumental biografia que dedicou a Tiago Veiga, figura que muitos dizem ser invenção sua, o que autor não confirma, nem desmente. Decida quem lê. Estreou-se, em 1969, com o volume de poemas "O Ciclo de Cypris".

Hoje temos connosco Marta Pais Oliveira. Nascida no Porto, em 1990, Marta Pais Oliveira é formada nas áreas da comunicação social e da comunicação empresarial. Passou pelo jornalismo, pela gestão de marca, pela publicidade, pela implementação do ensino à distância, nomeadamente em Moçambique, e pela indústria da moda. Como escritora, vê no romance um espaço de absoluta liberdade, onde todas as formas, todos os estilos, todos os temas são possíveis. Além da ficção longa, já publicou contos, um deles em volume próprio, "Quando Virmos o Mar", e poemas em antologias. Estreou-se, em 2021, com o romance “Escavadoras”.

Hoje temos connosco Paulo Tavares. Nascido em Lisboa, em 1977, Paulo Tavares é poeta, tradutor e editor, três atividades em torno do livro e da sua divulgação a que se entrega com a mesma intensidade e exigência. Antes, foi professor de Português e de Inglês. Tem sido responsável pela revelação de novas vozes da poesia portuguesa, nomeadamente na editora Artefacto, que co-fundou e da qual é editor. Está também ligado ao Reverso, um encontro de autores, artistas e editores independentes. Na tradução, já verteu para português nomes como Daniel Defoe, Jonathan Swift, Ray Bradbury e Viet Thanh Nguyen. Na poesia, é autor de imagens fortes, que ora remetem para um eu, ora buscam outras geografias, tudo em poemas que se alongam ou noutros que se fixam em breves versos. Entre outros, publicou "Minimal Existencial", "Linhas de Hartmann", "Capitais" e o recém-lançado "Órbitas". Estreou-se, em 2007, com o volume de poemas "Pêndulo".

Hoje temos connosco Ana Margarida de Carvalho. Nascida em Lisboa, em 1969, Ana Margarida de Carvalho é jornalista e escritora, autora em vários géneros, da notícia ao guião de cinema, da reportagem ao romance, do conto ao infanto-juvenil, sempre com um estilo único e exuberante. Nos seus livros, como no seu jornalismo, encontramos relatos que se preocupam com o "que" se contam, mas também com o "como" se conta. Nos jornais, foi redatora, editora e grande repórter na "Visão", onde esteve duas décadas e meia, tendo ainda colaborado com diversas publicações. Na literatura, publicou, entre outros, as narrativas “Não Se Pode Morar nos Olhos de um Gato” e “O Gesto Que Fazemos para Proteger a Cabeça”, os volumes de contos “Pequenos Delírios Domésticos” e “Cartografia de Lugares Mal Situados” ou os títulos de não-ficção “Julgamentos que Mudaram a História” e “Viver Só”. Estreou-se, em 2013, com o romance “Que Importa a Fúria do Mar”.

Hoje temos connosco Jaime Rocha. Nascido na Nazaré, em 1949, Jaime Rocha é escritor de infinitos géneros: poesia, romance, conto, sobretudo teatro, sendo autor de inúmeras peças encenadas nas últimas décadas e muitas reunidas em livro. Também militou no jornalismo, nomeadamente no jornal "Público", depois da sua formação na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e do seu exílio em França, do qual regressou após a Revolução do 25 de Abril de 1974. Gosta de personagens e de diálogos, de descrições e da voz natural, interesses que, garante, lhe dividem os caminhos que deve seguir no teatro, na prosa ou nos versos. Entre outros livros, publicou, na poesia, "Beber a Cor", "Zona de Caça", "Lacrimatória" ou "Necrophilia"; na ficção, "A Loucura Branca", "A Mulher que Aprendeu a Chorar" ou "Anotações do Mal"; e, no teatro, "Seis Mulheres sob Escuta", "O Jogo da Salamadra", "Azzedine" ou "O Mundo de Ortov". Estreou-se, em 1970, com o volume de poemas "Melânquico".

Hoje temos connosco Alice Vieira. Nascida em Lisboa, em 1943, Alice Vieira é jornalista e escritora, duas faces da mesma paixão: a escrita. Sem exagero podemos dizer que, com mais de 50 anos de atividade literária, tem sido responsável pela conversão à leitura de sucessivas gerações de jovens alunos, com os quais conversa regularmente nas suas mais de 80 visitas anuais a escolas. Nos jornais, passou pelo "Diário de Lisboa Juvenil", onde aliás publicou os seus primeiros poemas, pelo "Diário Popular", pelo "Diário de Notícias" ou pelas revistas "Activa" e "Audácia". Na literatura, destacou-se no campo infanto-juvenil desde que publicou, em 1979, "Rosa, Minha irmã Rosa", mas também tem publicado romance, poesia, histórias curtas, crónica e livros de divulgação. Entre as mais de 80 obras que publicou, refira-se, a título de exemplo, "Lote 12, 2.º Frente", "Chocolate à Chuva", "Os Olhos de Ana Marta", "A Que Sabe Esta História?", "Os Profetas" e "Os Armários da Noite". Estreou-se, em 1978, com o volume de contos “Um nome para Setembro”.

Hoje temos connosco o escritor Rafael Gallo. Nascido em São Paulo, em 1981, Rafael Gallo é formado em música, talvez a base de tudo o que faz, desde as bandas de adolescência aos romances que agora publica, feitos de muitos ritmos, muitas frases reelaboradas, muita melodia. Foi professor nesta área e colaborou, durante algum tempo, em bandas sonoras para televisão e cinema. A vida, no entanto, obrigou-o a encontrar sustento mais fixo, sendo hoje escrevente num tribunal judiciário. Mas esta não é a história toda, porque cheio de altos e baixos tem sido o seu percurso. Ligado à leitura desde a infância, arriscou a escrita, foi recusado por editoras, quase desistiu, nunca deixou de persistir e o êxito chegou em forma de vários prémios, incluindo o recente Prémio Literário José Saramago, atribuído em 2022 a “Dor Fantasma”. Além desse romance, publicou ainda “Rebentar”. Estreou-se, em 2012, com o volume de contos ​​”Réveillon e outros dias”.

Hoje temos connosco a escritora Cristina Drios. Nascida em Lisboa, em 1969, Cristina Drios é formada em Direito, com especialização em propriedade intelectual. Ao uso das leis contrapôs sempre o exercício da imaginação, quer através da leitura, quer através da escrita. Na ficção, tem um gosto especial pela História e, em particular, pelas duas grandes guerras mundiais. O seu primeiro romance é, aliás, uma evocação da participação portuguesa na Primeira Grande Guerra e, no segundo, viaja até ao atelier de Caravaggio, com um crime contemporâneo pelo meio. Além de narrativas longas, tem publicado contos em volumes coletivos e individuais. Entre outros, publicou “Os Olhos de Tirésias”, ”Adoração” e “Antropofagia”.  Estreou-se, em 2012, com o volume de contos “Histórias Indianas”.

Hoje temos connosco o escritor Ricardo Fonseca Mota. Nascido em Sintra, em 1987, Ricardo Fonseca Mota é formado em psicologia clínica, área que ainda exerce e que talvez explique a profundidade com que as suas personagens são apresentadas, tanto por fora, como por dentro, tanto numa narração, como num diálogo com as figuras que criou. Fixado em Tábua, tem ainda uma forte actividade como promotor cultural, nomeadamente na área do teatro. Em tudo o que faz, a vontade de quebrar barreiras e de chegar ao Outro. Na literatura, toca os campos da narrativa longa, da dramaturgia e agora da poesia, de que são exemplos os títulos “Germana, A Begónia”, “As Aves Não Têm Céu” e “A Mão e a Grandeza”. Estreou-se, em 2016, com o romance “Fredo”.

Hoje temos connosco a escritora Isabel Rio Novo. Nascida no Porto, em 1972, Isabel Rio Novo é formada em estudos literários, com um doutoramento em literatura comparada. É professora universitária e ensaísta, com um conhecimento profundo da cultura portuguesa dos séculos XIX e XX, o que muito transparece nos seus livros. Além de romances, novelas e contos, é ainda autora de uma biografia de Agustina Bessa-Luís e teve a ousadia - ou a loucura - de aceitar o desafio de reincidir no género e de nos contar a vida e obra de Luís Vaz de Camões. Também no romance gosta de captar vidas inteiras, de lhes encontrar as suas lutas e glórias, desafios e quimeras. Entre outros, publicou os romances "O Rio do Esquecimento", "A Febre das Almas Sensíveis", "Rua de Paris em Dia de Chuva" e "Madalena", além da novela "O Diabo Tranquilo", esta a partir de poemas de Daniel Maia-Pinto Rodrigues, e o volume de contos "Histórias com Santos". Estreou-se, em 2005, com o romance "A Caridade”.

Hoje temos connosco o escritor Paulo Moreiras. Nascido em Lourenço Marques, atual Maputo, em Moçambique, em 1969, Paulo Moreiras é um digníssimo e excelentíssimo representante de uma tradição centenária: o romance pícaro. Também nos seus livros encontramos anti-heróis determinado e andarilhos, pessimistas e ousados. Tudo envolto numa linguagem luxuriante e com o humor típico do género e próprio da sua prosa. Mas esta é apenas uma dimensão do sua escrita, que também se interessa pelas delícias da gastronomia, tão presente nos volumes "Elogio da Ginga" e "Pão & Vinho". Na ficção, publicou as narrativas "Os Dias de Saturno", "O Ouro dos Corcundas" e “A Vida Airada de Dom Perdigote”. Estreou-se, em 2022, com o romance “A Demanda de D. Fuas Bragatela”.

Hoje temos connosco a escritora Paulina Chiziane. Nascida em Manjacaze, em Gaza, Moçambique, em 1955, Paulina Chiziane foi a primeira mulher moçambicana a publicar um romance. O seu percurso de vida e literário tem a marca de quem quebrou muitas barreiras, abriu muitos caminhos e lançou muitos debates. Mas, garante, nunca quis ser pioneira, apenas trilhou o seu caminho. Militante de muitas causas, desde as da independência às da igualdade de género, os seus romances são o espelho do seu compromisso cívico e um espaço no qual se pode discutir temas centrais da sociedade moçambicana, como as injustiças do passado colonial português, o peso da guerra de libertação ou a poligamia. Entre outros, publicou "Ventos do Apocalipse", "O Sétimo Juramento", "Niketche: Uma História de Poligamia", "O Alegre Canto da Perdiz", "Por Quem Vibram os Tambores do Além" ou "O Canto dos Escravizados". Estreou-se, em 1990, com o romance “Balada de Amor ao Vento”.

Hoje temos connosco o escritor Paulo M. Morais. Nascido em Lisboa, em 1972, Paulo M. Morais é formado em comunicação social, foi jornalista e crítico de cinema, uma das suas grandes paixões. Interessado pelos mais diversos temas, tem publicado romances e outros livros que dão a conhecer momentos marcantes do nosso passado recente. Também gosta de imaginar figuras que se confrontam a sua especificidade ou finitude. Em alguns casos, encontrou na história da família personagens ou matéria-prima para a sua escrita. Entre outros, publicou as narrativas “O Último Poeta”, “Seja Feita a Tua Vontade” e “Glória”, esta com Pedro Lopes e baseada na série homónima. Na não ficção, lançou “Voltemos à Escola”, “Uma Parte Errada de Mim” ou “Pratas Conquistador”. Estreou-se, em 2013, com o romance “Revolução Paraíso”.

Hoje temos connosco a escritora Inês Pedrosa. Nascida em Coimbra, em 1962, Inês Pedrosa é jornalista, cronista, romancista, contista e pena atenta ao seu tempo. Passou por várias redações, como as d'"O Jornal", do "Jornal de Letras", do "Expresso" e do "Sol". Integrou a equipa fundadora d'"O Independente" e dirigiu a revista "Marie Claire". O seu empenhamento cívico e cultural passa também pela tradução, pela editora que dirige, "A Sibila", que publica sobretudo mulheres, pelo comentário à atualidade, hoje na RTP 3, e pela gestão cultural, da que se destaca a direção da Casa Fernando Pessoa. Também a sua literatura fixa o seu tempo ou traz para os nossos dias figuras de um passado tão moderno que só nos pode interessar. Entre outros, publicou "A Instrução dos Amantes", "Fazes-me Falta", "Fica Comigo Esta Noite", "A Eternidade e o Desejo", "Dentro de Ti Ver o Mar" ou "O Processo Violeta". Estreou-se, em 1991, com o volume juvenil "Mais Ninguém Tem".

Hoje temos connosco o escritor Frederico Pedreira. Nascido em Lisboa, em 1983, Frederico Pedreira é romancista, contista e poeta. Tem ainda um percurso académico completo, com mestrado pela Universidade de Londres e doutoramento pela Universidade de Lisboa. Os seus volumes de ensaios reforçam esta atenção à escrita dos outros. Na sua, biografia e ficção misturam-se e confundem-se num adensamento dos territórios da memória, o que também passa pela não repetição de estilos e registos. Cada livro seu é uma experiência nova. Entre outros, publicou "Presa Comum", "A Noite Inteira" e "Coração Lento", na poesia, "Um Bárbaro em Casa", "Fazer de Morto" e "A Lição do Sonâmbulo", na prosa, e "Uma Aproximação À Estranheza" e "Um Virar de Costa Sedutor", no ensaio. Estreou-se, em 2011, com o volume de poemas “Breve Passagem Pelo Fogo”

Hoje temos connosco a escritora Maria do Rosário Pedreira. Nascida em Lisboa, em 1959, Maria do Rosário Pedreira tem um vastíssimo percurso na área do livro. Foi professora nos anos 80, depois de se formar em Estudos Franceses e Ingleses. É editora, com passagem por diversas casas editoriais e responsável pela divulgação de grandes nomes da literatura portuguesa. É ainda cronista, em jornais e em blogues, nomeadamente no seu "Horas Extraordinárias". E, como autora, tem lançado poesia, coleções juvenis de enorme sucesso, também prosa e letras para fados. Entre outros, publicou "A Casa e o Cheiro dos Livros", "O Canto do Vento nos Ciprestes", "Nenhum Nome Depois", "O Meu Corpo Humano", "O Clube das Chaves" (com Maria Teresa Maia Gonzalez) e "Detetive Maravilhas". Estreou-se, em 1993, com o romance "Alguns Homens, Duas Mulheres e Eu".

Hoje temos connosco o escritor Miguel Castro Caldas. Nascido em Lisboa, em 1972, Miguel Castro Caldas é escritor, dramaturgo, por vezes encenador, tradutor e professor da Escola Superior de Artes e Design e na Universidade Nova de Lisboa. Formou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. No jornal da associação de estudantes dessa faculdade, "Os Fazedores de Letras", publicou os textos que estariam na base do seu primeiro livro. Na área do teatro, tem colaborado com Os Primeiros Sintomas, os Artistas Unidos e outras companhias. Em "Se Eu Vivesse Tu Morrias", cada espectador tinha no seu lugar um livro com o texto da peça que deveria ler antes de os actores o dizerem. Talvez procure, em cada trabalho literário, encontrar novas formas de dizer os momentos que estamos a viver. Com muito teatro seu por editar, publicou os volumes "O Homem do Pé Direito, O Homem da Picareta" e "Comida, Casa, Repartição". Na prosa, lançou "Sabotage", "Chaconne ou a arte de mudar de assunto" ou "As Sete Ilhas de Lisboa". Estreou-se, em 2002, com o romance “Queres Crescer e Depois não Cabes na Banheira”.

Hoje temos connosco a escritora Cristina Carvalho. Nascida em Lisboa, em 1949, Cristina Carvalho nasceu com a literatura no sangue, herdado dos escritores Rómulo de Carvalho / António Gedeão e Natália Nunes. Mas inventou o seu próprio caminho, convocando memórias, fantasias e mais recentemente grandes figuras da literatura mundial, que revisita através de romances biográficos. É autora de uma vasta obra, em vários géneros e para múltiplas idades. Entre outros, publicou "Ana de Londres", "Estranhos Casos de Amor", "O Gato de Uppsala", "Nocturno", "Marginal", "Almanaque do Céu e da Terra" e os títulos dedicados a "Selma Lagerlof", "Bergman", "Stringberg" e "Yeats". Estreou-se, em 1989, com o volume de contos "Até Já Não É Adeus".

Hoje temos connosco o escritor Rui Vieira. Nascido no Porto, em 1966, Rui Vieira tem engenharia mecânica no currículo e área financeira na profissão, mas sempre viveu rodeado de livros, a começar pela livraria que os pais tinham no Porto. Tem escrito romances, num registo interior às personagens, e contos espalhados por diversas publicações. Entre outros, publicou 'A Eternidade Noutra Noite"; "Vozes no Escuro"; "No Labirinto do Centauro" e "O Último Rosto de Caravaggio". Nárea infanto-juvenil publicou "Os Cavalos de Santiago". Estreou-se, em 2005, com o livro o romance “O Guardador de Almas”.

Hoje temos connosco a escritora Dulce Garcia. Nascida em Alcochete, em 1970, Dulce Garcia tem um longo percurso no jornalismo, iniciado ainda na faculdade, quando cursava comunicação social no ISCSP. Passou por várias publicações, nomeadamente pelo Diário Económico e pela revista Sábado, da qual foi fundadora e subdiretora. Ao fim de 27 anos de redações, mudou de vida. E a literatura foi uma das consequências dessa decisão. Nas suas narrativas, nota-se uma atenção aos temas sociais e à construção de personagens facilmente identificadas pelo leitor como alguém que podem conhecer. É o que acontece no recente "Olho da Rua". Estreou-se, em 2017, com o romance “Quando Perdes Tudo não Tens Pressa de Ir a Lado Nenhum”.

Hoje temos connosco o escritor Carlos Quiroga. Nascido em Escairón, em Espanha, em 1961, Carlos Quiroga orgulha-se de ter sido o primeiro professor de português em Escolas Oficiais de Idiomas da Galiza. A ponte entre as culturas portuguesa e galega é, aliás, a principal marca do seu percurso, nomeadamente na descoberta do passado galego de grandes figuras da cultura portuguesa, como Fernando Pessoa ou Eça de Queirós. É poeta, ficcionista, ensaísta e autor de obras que inventam o seu próprio género, como "Periferias", "O Regresso a Arder", "Inxalá", "Império do Ar" ou "Peixe Babel". Estreou-se, em 1999, com o livro G.O.N.G. - Mais de vinte poemas globais e um prefácio esperançado. 

Hoje temos connosco a escritora Raquel Gaspar Silva. Nascida em Évora, em 1981, Raquel Gaspar Silva é formada em Estudos Portugueses pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Da infância, mantém uma forte ligação à terra, à natureza e ao que não se explica pela razão. A sua escrita também percorre esses caminhos da memória e do insondável. Tem publicado poesia, incluindo a visual e em língua inglesa, e, na narrativa, expressa-se entre o romance e o conto, estes reunidos no volume "A Pedra é Mais Bela que o Pássaro". Estreou-se, em 2017, com o romance “Fábrica de Melancolias Suportáveis".

Hoje temos connosco o escritor Dany Wambire. Nascido em Manica, em Moçambique, em 1989, Dany Wambire é um dinamizador literário em várias frentes. Na docência que, depois do ensino primário, hoje exerce na universidade. Na promoção da literacia através da associação Cultural Kulemba. Na sedução para a leitura no Festival do Livro Infantil da Beira. E na divulgação de novos autores na editora Fundza. Tudo isto fundado por si e na sua Beira, cidade onde cresceu e vive. Como autor tem publicado histórias curtas, crónicas e livros para um público juvenil, como “A Mulher Sobressalente”, “O Curandeiro Contratado pelo Meu Edil” ou “Quem Manda na Selva”. Estreou-se, em 2014, com a ficção “A Adubada Fecundidade e outros contos”.

Hoje temos connosco a poeta Tatiana Faia. Nascida em Lisboa, em 1986, Tatiana Faia é licenciada, mestre e doutorada em estudos clássicos, tendo defendido teses sobre Fílon de Alexandria e Homero, autores que também traduziu. No campo da Literatura, considera-se uma contista que escreve poemas, uma poeta que por vezes escreve contos. Igualmente importante no seu percurso tem sido o trabalho de divulgação da escrita dos outros, primeiro na revista "Ítaca", agora no projeto "Enfermaria 6". Entre outros, publicou os contos reunidos em "São Luís dos Portugueses em chamas e outros textos" e os volumes de poemas "Teatro de Rua", "Um Quarto em Atenas", "Leopardo e Abstracção" ou o recém lançado "Adriano". Estreou-se, em 2011, com o volume de poemas “Lugano”.

Hoje temos connosco o escritor Hugo Gonçalves. Nascido em Sintra, em 1976, Hugo Gonçalves é jornalista, cronista, escritor e guionista. Licenciou-se em Comunicação Social no ISCSP, em Lisboa, e fez parte da equipa fundadora da revista Focus. Passou também pelo JN, Diário Económico, Visão, Expressou ou jornal I, às vezes como correspondente em Nova Iorque, Madrid e Rio de Janeiro, cidades onde viveu. Além de romances e mini-ficções, que prestam especial atenção a temas da História e aos seus reflexos na atualidade, tem escrito para cinema e televisão, incluindo para produções distribuídas por grandes cadeias de streaming. Entre outros, publicou “O Coração dos Homens”, “Enquanto Lisboa Arde o Rio de Janeiro Pega Fogo”, “O Caçador do Verão”, “Filho da Mãe” e “Deus Pátria Família”. Estreou-se, em 2004, com o romance “O Maior Espectáculo do Mundo”.

Hoje temos connosco a escritora Patrícia Reis. Nascida em Lisboa, em 1970, Patrícia Reis tem sido tudo o que se pode ser na área da escrita. Jornalista desde os 18 anos, editora de projetos impossíveis e consagrados internacionalmente, como é a revista "Egoísta", ou comissária de exposições sobre literatura. Na ficção, é autora de romances, novelas, contos e de poemas, estes de juventude e há muito desaparecidos. Entre outros, publicou os romances "Amor em segunda Mão", "No Silêncio de Deus", "Por Este Mundo Acima", "Contracorpo", "A Construção do Vazio", "As Crianças Invisíveis" e "Da Meia-Noite às Seis". Para os mais novos, escreveu a série "O Diário do Micas", já com vários títulos. Estreou-se, em 2004, com a novela "Cruz das Almas".

Hoje temos connosco o escritor Luís Carmelo. Nascido em Évora, em 1954, Luís Carmelo tem refletido sobre os mais diversos temas da criação e interpretação literárias. É doutorado em Semiótica pela Universidade de Utreque, autor de inúmeros ensaios e um dos pioneiros do ensino da escrita criativa em Portugal. Nesse campo editou vários manuais, incluindo para jornalistas, e fundou, em 2008, a EC.ON – Escola de Escritas, a que está associada a editora Nova Mymosa. Lançou ainda três dezenas de títulos nas áreas do romance, do conto, da poesia, do teatro ou do cinema, de que são exemplos "Vão Interior do Rio", "Ângulo Raso", "No princípio era Veneza", "A Falha", livro adaptado ao cinema por João Mário Grilo, "O Trevo de Abel" ou "Sísifo". Para assinalar 40 anos de percurso literário, publicou a narrativa biográfica "Visão Aproximada", o ensaio "Respiração Pensada" e o poemário "Biografia do Mundo". Estreou-se, em 1981, com o volume de poemas "O Fio de Prumo”.

Hoje temos connosco a escritora Catarina Fonseca. Nascida em Lisboa, em 1969, Catarina Fonseca foi escritora antes de ser jornalista. Formou-se em Literatura, com licenciatura e mestrado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mas a sua formação de base começou em casa, onde os livros eram partilhados e a escrita era assunto diário. Também seguiu a tradição familiar nas redacções, hoje na Activa, tendo antes colaborado com a revista Visão. Nos 35 anos de percurso literário que assinala este ano, publicou duas dezenas de títulos, alguns com várias edições, quer para um público mais jovem, como “A Malta do 2.º C” e “Adeus Al Capote”, e quer para o chamado público adulto, como “Boi Vermelho”, “A Guardiã”, “O Clube das Encalhadas” e “Maria do Castelo”. Estreou-se, em 1987, com “A Herança".

Hoje temos connosco o escritor Tiago Patrício. Nascido no Funchal, em 1979, Tiago Patrício cresceu em Trás-os-Montes onde era a tele-escola quem mais educava e as carroças que ligavam os lugares. Aos 19 anos fez-se instruendo da Escola Naval e um ano depois estudante da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Em todas estas etapas, teve sempre a escrita por companhia, quer a preencher blocos de apontamentos, quer alongando-se em cartas que enviava a amigos distantes ou, numa precoce experiência de ghost writer, em nome de marinheiros apaixonados. Interessado por todos os géneros, tem publicado romances, contos, poesia, relatos de viagem e peças de teatro (às vezes adaptando grandes obras da literatura mundial), de que são exemplos “Trás-os-Montes”, Mil Novecentos e Setenta e Cinco”, “O Estado de Nova Iorque”, “O Princípio da Noite” e “Altos Cumes”. Estreou-se, em 2009, com o volume de poemas "O Livro das Aves”.

Hoje temos connosco a escritora Tânia Ganho. Nascida em Coimbra, em 1973, e formada em Línguas e Literaturas, Tânia Ganho é escritora e tradutora. Deu aulas na universidade, legendou para televisão, viveu na Alemanha, França e Inglaterra e hoje é daquelas tradutoras que podemos ter como bússola para navegar no vasto mundo literário. Traduz o que gosta e o que traduz tem a marca da qualidade, dos autores e do seu trabalho. A par deste ofício, que a aproximou do mundo da escrita, tem publicado sobretudo romances, de que são exemplos "Cuba Livre", “A Lucidez do Amor", "A Mulher-Casa" e "Apneia”. Estreou-se, em 2005, com “A Vida Sem Ti".

Hoje temos connosco o escritor David Machado. Nascido em Lisboa, em 1978, David Machado é licenciado em Economia, mas trocou há muito as letras pelos números. Com duas dezenas de títulos publicados, tem escrito para todas as idades, "infantil, juvenil e adulto", tudo entre aspas e subjectivo, como se sabe, e também em diferentes géneros, como o romance, o conto ou a poesia. Entre outros, publicou os romances "O Fabuloso Teatro do Gigante", "Deixem Falar as Pedras", "Índice Médio de Felicidade" e "A Educação dos Gafanhotos", e os infantis ou juvenis "Um Tubarão na Banheira", "A Mala Assombrada", "Eu Acredito", "Não te Afastes" ou "Os Reis do Mar". Estreou-se, em 2006, com o volume "A noite dos animais inventados".

Hoje temos connosco a escritora Teolinda Gersão. Nascida em Coimbra, em 1940, Teolinda Gersão foi professora nas universidades Técnica de Berlim, de Lisboa e Nova de Lisboa, lecionando literatura alemã e comparada, as suas áreas de formação. Mas, em meados dos anos 90, dedicou-se exclusivamente à escrita, numa altura em que já tinha uma obra reconhecida pelos leitores e pela crítica. É autora de romances, novelas, contos, escritos diarísticos ou que inventam o seu próprio género. Em quatro décadas de percurso literário, publicou, entre outros,“Paisagem com Mulher e Mar ao Fundo", “A Árvore das Palavras”, “Os Teclados”, “A Cidade de Ulisses” e “O Regresso de Júlia Mann a Paraty”. Estreou-se, em 1981, com o romance “O Silêncio”.

Hoje temos connosco o escritor Rui Zink. Nascido em Lisboa, em 1961, Rui Zink é formado em Estudos Portugueses pela Universidade Nova de Lisboa, onde leciona há várias décadas. Muitas das suas investigações académicas abriram novos campos de estudos, nomeadamente nas áreas da Banda Desenhada e da Escrita Criativa. O seu percurso literário também tem essa dimensão pioneira, sendo autor do primeiro romance interactivo português e da primeira novela gráfica nacional, esta com António Jorge Gonçalves. É autor em todos os géneros literário: a narrativa longa, o conto, a literatura para crianças, o teatro e a ópera, a BD e a poesia, todos marcados por um estilo enxuto, irónico e inventivo. Publicou, entre muitos outros, “Hotel Lusitano”, “A Realidade Agora a Cores”, “Os Surfistas”, “O Anibaleitor”, “Rei”, “A Instalação do Medo” e “Manual do Bom Fascista”. Estreou-se, em 1987, com o romance “Hotel Lusitano”.

Hoje temos connosco a escritora Tatiana Salem Levy. Nascida em Lisboa, em 1979, Tatiana Salem Levy é um dos melhores exemplos da ponte atlântica da Lusofonia. Com poucos meses regressou com a família ao Brasil e passados alguns anos regressou a Portugal para viver. Escritora, colunista, investigadora e tradutora, tem estudado e ficcionado os temas da emigração e da identidade. Entre outros, publicou os romances “Dois Rios, “Paraíso” e “Vista Chinesa” e os livros infantis “Curupira Pirapora” e “Tanto Mar”. Estreou-se, em 2007, com o romance “A Chave de Casa”.

Hoje temos connosco o escritor Sandro William Junqueira. Nascido em Umtali, na antiga Rodésia, atual Zimbabué, em 1974, Sandro William Junqueira tem dividido o seu percurso entre as artes do palco e as artes da escrita. Mas hoje essas duas linhas paralelas da sua vida cruzam-se com cada vez mais frequência, com obras que nascem da dramaturgia e passam para a literatura e vice-versa. No teatro, é encenador e coordenador do projeto PANOS - Palcos Novos, Palavras Novas, do Teatro Nacional D. Maria Il. Na literatura, publicou, entre outros, os romances "Um Piano para Cavalos Altos", "No Céu Não há Limões", "Quando as Girafas Baixam o Pescoço", "A Sangrada Família" e, no campo da literatura infantil, os volumes "A Cantora Deitada" ou "As Palavras que Fugiram do Dicionário". Estreou-se, em 2009, com o romance “O Caderno do Algoz”.

Hoje temos connosco a escritora Isabela Figueiredo. Nascida em Maputo, em 1963, Isabela Figueiredo é formada em Línguas e Literaturas Lusófonas, Sociologia das Religiões e Questões de Género. Foi durante anos jornalista e professora de Português. Nos seus livros tem explorado os temas da memória e da identidade, com novos olhares sobre o passado colonial português. É autora de “Caderno de Memórias Coloniais” e “A Gorda”. Estreou-se, em 1988, com “Conto É Como Quem Diz”.

Hoje temos connosco o escritor João Paulo Cuenca. Nascido no Rio de Janeiro, em 1978, João Paulo Cuenca é escritor e cineasta, além de cronista experimentado, tendo passado pelos principais jornais brasileiros. É também um viajante incansável, no seu bairro, na sua cidade, no seu país e um pouco por todo o mundo, incluindo Portugal, onde nos voltamos a encontrar. Começou a escrever na internet, como muitos dos escritores que se revelaram na viragem do milénio, sendo hoje autor de quatro romances, três publicados em Portugal: “O Dia Mastroianni”, “O único final feliz para uma história de amor é um acidente” e “Descobri que estava morto”. Estreou-se, em 2003, com o romance “Corpo Presente”.

Hoje temos connosco a poeta Rita Taborda Duarte. Nascida em Lisboa, em 1973, Rita Taborda Duarte faz parte da terceira geração de uma família de escritores e tem usado a palavra tem todas as suas dimensões. A que nomeia, a que confunde, a que brinca e a que evoca experiências conhecidas ou imaginadas. Poeta, crítica e professora, tem ainda um longo percurso na literatura infanto-juvenil. Formada em Línguas e Literaturas Modernas e docente na Escola Superior de Comunicação Social, publicou, entre outros, “Na Estranha Casa de Um Outro”, “Roturas e Ligamentos”, “As Orelhas de Karenin, “A Verdadeira História da Alice” e “Animais e Animenos”. Estreou-se, em 1998, com o volume “Poética Breve”.

Hoje temos connosco o escritor Paulo Scott. Nascido em Porto Alegre, no Brasil, em 1966, Paulo Scott vê na literatura uma forma de se aproximar do humano, de se tornar mais humano. Escrever é, por isso, um ato político e não faltam personagens nos seus romances a reclamar a sua identidade e os seus direitos. Em Portugal tem publicado os romances “Habitante Irreal” e “Marrom e Amarelo”, assim como a antologia “Se o Mundo É Redondo e Outros Poemas”. Antes, no entanto, houve o estudo das leis, área em que se formou, e a participação nos movimentos sociais. Estreou-se, em 2001, com o volume de poemas “Histórias curtas para domesticar as paixões dos anjos e atenuar os sofrimentos dos monstros”.

Hoje é nossa convidada a escritora Elena Medel. Nascida em Córdoba, em Espanha, em 1985, Elena Medel aprendeu com a poesia que o pouco que se publica esconde o muito que se deixa na gaveta ou no caixote do lixo. Com essa mesma consciência fundou, em 2004, a sua editora, La Bella Varsóvia. Depois de duas décadas de poesia, lançou recentemente o seu primeiro romance, “As Maravilhas”, o seu único livro publicado em Portugal. Estreou-se, em 2002, com o volume de poemas "Mi primer bikini".

Hoje temos connosco o escritor Manuel Vilas. Nascido em Barbastro, em Espanha, em 1962, Manuel Vilas recebeu por herança familiar a certeza de que todos os dias são dias de trabalho — a servir à mesa, a construir uma casa, a escrever um livro. Poeta, romancista, ensaísta e cronista, tem retratado nos seus livros a Espanha das últimas décadas, desde o rumor das chamas até à felicidade que surge de repente. Em Portugal tem publicado os romances “Em Tudo Havia Beleza”, E, de repente, a Alegria” e “Os Beijos”. Estreou-se, em 1982, com o volume de poemas El sauce.

Hoje temos connosco a escritora Ana Bárbara Pedrosa. Nascida em Vizela, em 1990, Ana Bárbara Pedrosa bem pode dizer que cresceu rodeada de livros. O seu avô tinha uma livraria e talvez aí tenha percebido que a leitura é a melhor das companhias. Daí à escrita foi um pequeno passo. Formada em Línguas Aplicadas pela Universidade do Minho, fez uma gradual aproximação à literatura num mestrado sobre Almeida Garrett e num doutoramento, este no Brasil, sobre escritoras portuguesas e o Estado Novo. Publicou dois romances e não deve tardar um volume de crónicas que recolha as suas colaborações no site "A Mensagem". Estreou-se, em 2019, com o romance "Lisboa, Chão Sagrado".

Hoje temos connosco o escritor Pedro Vieira. Nascido em Lisboa, em 1975, Pedro Vieira é farinha de muitos sacos, outra forma de dizer que descende dessa linhagem de criadores do Renascimento que se interessavam por tudo. É ilustrador, escritor, blogger, animador das redes sociais, apresentador de programas de televisão e cidadão de causas e petições. Os seus livros também espelham este perfil diversificado, quer sejam romances, quer sejam irritações ilustradas. Publicou, entre outros, as ficções “O que não pode ser salvo” e "Maré alta” e as coletâneas “Éramos felizes e não sabíamos”, “Sou só eu que…” e “O Grande Livro dos Ismos.” Estreou-se, em 2011, com o romance “Última paragem, Massamá".

Hoje temos connosco a poeta Inês Fonseca Santos. Nascida em Lisboa, em 1979, Inês Fonseca Santos é formada em Direito, com especialização em Literatura. Isto é, escreve direito por linhas tortas. Acabado o curso, abandonou as leis e entregou-se à poesia de Manuel António Pina e, mais tarde, ao jornalismo, com passagens por vários programas da SIC Notícias e da RTP, onde ainda hoje edita e apresenta o magazine de literatura “Todas as Palavras”. Além de poesia, tem publicado livros infanto-juvenis, ensaio e não ficção, como “A Habitação de Jonas”, “Suite Sem Vista”, “Os Grandes Animais”, “A Palavra Perdida” ou “Um Milhão de Rebuçados”. Estreou-se, em 2012, com o volume de poemas “As Coisas”.

Hoje temos connosco o escritor Nuno Matos Valente. Nascido em Lisboa, em 1977, Nuno Matos Valente é professor, escritor e editor. Hoje fixado em Alcobaça, cresceu em Castelo Branco, onde talvez tenha desenvolvido o gosto pelo imaginário lendário nacional, que mais tarde explorou no álbum "Bestiário Tradicional Português". Nas três atividades que exerce, a escrita tem sido sempre o denominador comum. Na docência é autor de vários manuais e recursos didáticos. No campo editorial, fundou, com Rita Nabais, a Escanfandro, responsável pelo lançamento de vários livros, alguns de sua autoria. E na literatura tem-se destacado sobretudo pelas suas aventuras infantojuvenis. Entre outros, publicou “O Segredo da Lagoa Escura”, recém-lançado, “O Tesouro do Califa” e “A Floresta de Metal”. Estreou-se, em 2012, com o romance juvenil “A Ordem do Poço do Inferno”.

Hoje temos connosco a escritora Ana Cristina Silva. Nascida em Vila Franca de Xira, em 1964, Ana Cristina Silva é professora no ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, em Lisboa, especialista em aprendizagem da leitura e da escrita, área do seu doutoramento. A aprendizagem da sua escrita fez-se em paralelo, talvez em contraponto, ao percurso académico, numa dedicação que, desde o início do milénio, já se expressou numa dúzia de romances, como "Bela", "Cartas Vermelhas", "A Segunda Morte de Ana Carenina", As Longas noites de Caxias" e "À Procura da Manhã Clara". Estreou-se, em 2002, com o romance "Mariana, Todas as Cartas".

Hoje temos connosco, na livraria La Petite Portugaise, em Bruxelas, Pedro Sena-Lino. Nascido em Lisboa, em 1977, Pedro Sena-Lino é, em relação à literatura, um pouco de tudo. Leitor e declamador, investigador e professor (na Universidade de Ghent). Também formador de cursos de escrita criativa e romancista, contista, poeta, ensaísta, biógrafo. Entre outros, publicou "Biofagia"; "Deste lado da morte ninguém responde", "333", "Despaís" e "De Quase Nada a Quase Rei – uma biografia de Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal". Estreou-se, em 2000, com o volume de poemas "Constelação dos antípodas".

Hoje temos connosco a escritora Filipa Martins. Nascida em Lisboa, em 1983, Filipa Martins é licenciada em jornalismo, mas logo na faculdade percebeu que a sua escrita andaria por vários registos. Passou por redações, escreveu romances, como "Quanta Terra", "Mustang Branco" e "Na Memória dos Rouxinóis", e tem assinado diversos argumentos para cinema e televisão, nomeadamente o da série "Três Mulheres". Estreou-se, em 2008, com o romance "Elogio do Passeio Público".

Hoje temos connosco o escritor João de Melo. Nascido em 1949, na Achadinha, na Ilha de São Miguel, nos Açores, numa casa que é hoje um museu, João de Melo foi seminarista até lhe encontrarem ideias menos católicas e mais subversivas. Rumou a Lisboa, a um mundo novo, no qual a literatura desempenharia um papel fundamental. Esteve na Guerra Colonial, foi professor e editor, dinamizou a cultura portuguesa em Espanha enquanto adido da Embaixada em Madrid e nunca deixou de procurar a sua voz. Em quadro décadas de percurso literário, publicou romance, conto, poesia, teatro, ensaio e crónica, incluindo "O Meu Mundo Não é Deste Reino", "Autópsia de um Mar de Ruínas", "Gente Feliz com Lágrimas", "O Mar de Madrid" ou "Os Navios da Noite". Estreou-se, em 1975, com o volume de contos "Histórias de Resistência".

Hoje temos connosco a escritora Joana Bértholo. Nascida em Lisboa, em 1982, Joana Bértholo é formada em Design de Comunicação, o que talvez explique o cuidado formal de todos os seus livros. Além de romances e contos, escreve regularmente para o palco, nomeadamente no projeto Teatro das Compras. Gosta de viajar, mas por vezes prefere escrever sobre geografias em que nunca esteve. Publicou, entre outros, "Diálogos Para o Fim do Mundo", "O Lago Avesso", "Inventário do Pó" e "Ecologia". Estreou-se, em 2006, com o volume de contos "Havia".

Hoje temos connosco o poeta Ivo Machado. Nascido na Ilha Terceira, nos Açores, em 1958, Ivo Machado andou sempre com a cabeça nas nuvens, quer como controlador aéreo, a sua profissão, quer talvez como criador de poemas, novelas, livros infantis e peças de teatro. Se lhe perguntarmos o que é a poesia, provavelmente dirá que não sabe, mas assegura que só ela é capaz de lhe matar a sede. Estreou-se, em 1981, com o volume de poemas "Alguns Anos de Pastor". 

Hoje temos connosco a poeta Francisca Camelo. Nascida no Porto, em 1990, Francisca Camelo não separa a escrita da poesia da sua partilha e da vontade de a dizer, o que tem feito regularmente. Também com esse fim, co-fundou A Bacana, uma plataforma on-line de divulgação de arte e literatura lusófonas. É autora de quatro livros, como “A Importância do Pequeno-Almoço” e “O Quarto Rosa”. Assegura que a sua poesia é sua e de quem mais a amar e mesmo se a quiserem queimar ficará sempre intacta. Estreou-se, em 2018, com o volume de poemas Cassiopeia.

Hoje temos connosco o poeta João Luís Barreto Guimarães. Nascido no Porto, em 1967, João Luís Barreto Guimarães é médico e poeta, também tradutor. Especialista em cirurgia reconstrutiva no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, aplica o mesmo rigor à construção do poema, cuidando tanto do conteúdo quanto da sua arquitetura. Em mais de 30 anos de vida literária, publicou dezena e meia de livros, como "Rua Trinta e Um de Fevereiro", "Este Lado para Cima", "Luz Última", "Você Está Aqui", "Nómada" ou "Movimento". Estreou-se, em 1989, com o volume de poemas "Há Violinos na Tribo".

Hoje temos connosco a escritora Patrícia Portela. Nascida em Lisboa, em 1974, Patrícia Portela é cenógrafa e autora de performances, a base da sua formação a que acrescentou a escrita. Começou pelo teatro para, mais tarde, se aproximar da ficção e do romance, sempre com abordagens heterodoxas. Entre outros, publicou "Para Cima e Não Para Norte", "O Banquete", "A Coleção Privada de Acácio Nobre", "Dias Úteis" e "Hífen". Estreou-se, em 1998, com a peça "Operação Cardume Rosa".

Hoje temos connosco o escritor Luís Cardoso, grande referência das literaturas lusófonas e o mais destacado autor timorense. Nascido em Cailaco, em 1958, Luís Cardoso cresceu na ilha de Ataúro e, mais tarde, em diferentes seminários. No final do segundo ciclo não lhe encontraram vocação, pelo que seguiu o curso liceal. Aos 16 anos, já depois do 15 de Abril de 1974, chega a Lisboa para estudar Silvicultura no Instituto Superior de Agronomia. Impedido de regressar ao seu país por causa da Invasão Indonésia, tornou-se representante do Conselho Nacional da Resistência Maubere. Teve ao longo da vida várias profissões, incluindo a de professor de Português e de Tétum, a sua língua materna. E teve um apelo inadiável: o da escrita, a que se dedicou totalmente a partir do início do milénio. É autor de sete romances, como Requiem para o navegador solitário, O Ano em que Pigafetta Completou a Circum-navegação ou O Plantador de Abóboras. Estreou-se, em 1997, com o romance Crónica de Uma Travessia.

Hoje temos connosco a escritora Cláudia Lucas Chéu. Nascida em Lisboa, em 1978, Cláudia Lucas Chéu é actriz de vários palcos: o teatro, o cinema e a televisão. Na escrita, a aventura da dramaturgia andou sempre lado a lado com a aventura da encenação. Mais recentemente tem publicado poesia, contos e crónicas, de que são exemplo os volumes Beber pela Garrafa, Confissão, Mulher Sapiens e Ode Triunfal à Cona. Estreou-se, em 2011, com o volume de teatro Glória ou Como Penélope Morreu de Tédio seguido de Poltrona, monólogo para uma mulher.

Hoje temos connosco o escritor Manuel Jorge Marmelo, com quem falámos durante a última edição das Correntes d’Escritas. Nascido no Porto, em 1971, Manuel Jorge Marmelo gosta de ver na literatura um jogo entre histórias verdadeiras, que vêm do jornalismo que exerceu durante décadas no Público, e outras histórias falsas, que imagina sem plano e sempre de maneira diferente. Nos últimos 25 anos, já publicou um pouco de tudo — romance, contos, crónicas, peças de teatro. Estreou-se, em 1996, com o duplo volume O homem que julgou morrer de amorseguido deO casal virtual.

Hoje temos connosco a escritora Yara Nakahanda Monteiro. Nascida no Huambo, em Angola, em 1979, Yara Nakahanda Monteiro define-se como “trineta da escravatura, bisneta da mestiçagem, neta da independência e filha da diáspora”. Vive uma identidade em trânsito, entre continentes, raízes e referências, mas garante que é de onde está. Na Literatura, tem estado na prosa, mas também na poesia, incluindo a que se faz com fotografias suas, como acontece no volume Memórias, Aparições, Arritmias. Estreou-se, em 2018, com o romance Essa Dama Bate Bué!.

Hoje temos connosco o escritor Hugo Mezena. Nascido em Penafiel, em 1983, Hugo Mezena tem vivido entre dois teclados, os do piano, que estudou até ao Politécnico do Porto, e os da escrita, a sua verdadeira paixão. O seu interesse pela relação entre a música e a palavra já deu origem a diversos melodramas e libretos para ópera. Gosta forma curta, mesmo na narrativa mais longa. Estreou-se, em 2018, com o romance Gente Séria.

Hoje temos connosco a poeta Filipa Leal, numa conversa gravada nas Correntes d’Escritas. Nascida no Porto, em 1979, Filipa Leal garante que só sabe ler e escrever. E disso tem feito a sua vida. Tem um longo percurso no jornalismo cultural, na imprensa e na televisão, nomeadamente em Nada Será Como Dante. É uma incansável divulgadora da literatura, com leituras em vários pontos do país. Publicou nove livros de poemas, como A Cidade Líquida, O Problema de ser Norte, Vem à Quinta-feira ou A Rapariga Já Não Gosta de Brincar, que acaba de ser lançado. Mais recentemente, tem escrito para teatro, cinema e televisão. Estreou-se, em 2003, com a ficção lua-polaroid que começa assim:

Hoje temos connosco Adolfo Luxúria Canibal, mais conhecido pela sua música e pelos Mão Morta, de que é fundador, voz e letrista, mas cujo percurso poético foi finalmente revelado no seu conjunto no volume No rasto dos duendes eléctricos, publicado em 2019. Da sua pena têm saído ainda crónicas e outros garatujos de jornal, estilhaços também poéticos e alguns livros objecto, como O Crespos, um conto ilustrado por José Carlos Costa que lançou nas Correntes d’Escritas, onde nos encontrámos. Nascido em Luanda, em 1959, Adolfo Luxúria Canibal estreou-se, em 1984, com o volume de poemas Rock & Roll.